Quando
realizamos um planejamento, geralmente os grandes projetos são transcritos para
um cronograma, com responsáveis, prazos, ações, entre outros indicadores.
Contudo,
como se costuma dizer, o papel aceita tudo, e o que percebemos no dia a dia é
que, na maioria das vezes, os prazos não são cumpridos e uma ação não
finalizada impacta na próxima etapa, atrasando assim a conclusão do projeto ou
sobrecarregando os responsáveis das próximas etapas.
Um
dos maiores desafios de um líder – se não o maior – é fazer com que seus
liderados cumpram com os prazos e ações previamente estabelecidos em seus
projetos.
Mas
por que muitas vezes os prazos não são respeitados e as pessoas não entregam o
que haviam prometido?
Acredito
que não exista uma simples resposta para esta pergunta. Devemos analisar alguns
fatores antes de chegarmos a uma possível conclusão:
Primeiro
fator: fala-se muito na diferença entre comprometimento e envolvimento. Em
palestras ou treinamentos empresariais, sempre escutamos o famoso exemplo do
bife à cavalo, no qual a galinha está apenas envolvida, pois sua função é a
entrega do ovo, e a vaca, que está totalmente comprometida, justamente
por perder a sua vida.
Ninguém
deseja que o liderado perca sua vida num projeto, mas o exemplo sempre ilustra
a dificuldade em comprometermos os membros da equipe num projeto.
Por
este motivo, o líder deve primeiramente envolver a equipe no projeto, com
reuniões de esclarecimentos, definição de foco e responsáveis, abertura para
críticas e sugestões, deixando claro que todos são importantes e vitais para a
realização do projeto. Em resumo, o membro da equipe tem que sentir-se parte do
projeto.
Segundo
fator: muitos líderes confundem delegar com “delargar”, ou seja, não realizam
rotineiramente o acompanhamento das etapas do projeto, deixando de garantir
assim a execução dos objetivos.
As pessoas precisam de acompanhamento,
portanto, o líder não pode pensar que sua equipe é madura o suficiente e que
conhece as responsabilidades, pois, no final das contas, quem responderá pelo
projeto é o líder, e não a equipe.
Muitos
líderes cobram a equipe apenas na data de conclusão, o que é um grande risco
para o projeto e para a empresa. Como disse anteriormente, uma etapa atrasada
acaba sobrecarregando os responsáveis das etapas posteriores, pois geralmente o
líder, quando percebe que haverá um atraso, costuma pressionar os demais
colaboradores.
Terceiro
fator: o líder deve dar o exemplo. Seu lema deve ser: “Façam o que eu faço” e
não apenas “Façam o que eu digo”. Se o líder não mostrar comprometimento, como
esperar da equipe reciprocidade de comportamento na conclusão das etapas?
Se o
líder não envolve a equipe, não compromete seus membros, não acompanha os
prazos e nem sequer realiza reuniões periódicas sobre o projeto, dificilmente
conseguirá atingir seus objetivos.
Quarto
e último fator: o líder deve conhecer as pessoas que trabalham na equipe. Isto
não quer dizer que ele deva frequentar a casa dos liderados, almoçar ou apenas
se confraternizar com a equipe – o que pode ser feito com discernimento.
Falo
do conhecimento das competências, habilidades e atitudes dos seus
colaboradores, imprescindíveis para que o líder tenha uma visão sobre os
conhecimentos técnicos de seus liderados e principalmente sobre o
comportamento de cada um deles.
Identificando
assim as causas do descomprometimento, o líder poderá investir na capacitação
de sua equipe e consequentemente na possível correção, principalmente no
quesito comportamental, que é o mais importante, pois dificilmente
conseguimos mudar o comportamento de algumas pessoas.
Sendo
assim, o líder deve conhecer cada um dos seus colaboradores, pois, trazendo de
volta o exemplo do ovo, não podemos nos esquecer do ditado que um ovo podre
pode estragar os demais.
Desta
maneira, o líder deve: envolver, acompanhar, criticar, elogiar e reconhecer o
liderado no momento oportuno. Além disso, deve zelar pelo clima da equipe,
abrindo mão daqueles que não são comprometidos por natureza. Tudo isso é o que
a equipe espera dele.
Creio
que assim, o líder conseguirá maior sucesso na conclusão dos seus projetos e
maior comprometimento por parte da equipe.
Enfim,
o líder deve estar consciente de que ele também faz parte da equipe, e que não
é a equipe que faz parte dele. E, acima de tudo, jamais se esquecer de que ele
está lidando com os mais complexos e maravilhosos recursos de uma empresa: as
pessoas.
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