quinta-feira, 31 de março de 2011

O que a F-1 ensina sobre estratégia – Andre D´Angelo


Aparentemente do nada, as equipes constroem vantagens competitivas valiosas e inimitáveis que lhes garantem a dianteira ao longo de uma temporada

Quem acompanha a Fórmula 1 como eu, sem maior atenção, surpreende-se a cada início de temporada. De uma hora para outra, escuderias que apresentavam desempenho ruim em um ano despontam como líderes no outro, como que por mágica.

Daí a imprensa especializada esmera-se em descobrir de onde vem o aparente milagre: de um motor novo, desenvolvido ao longo de anos, de um sistema aerodinâmico mais eficiente, de uma suspensão aprimorada etc. Era assim quando Ferrari, McLaren, Benetton e Williams se revezavam no pódio dos anos 80 e 90, e tem sido assim mais recentemente, com a Brawn GP (2009) e a Red Bull (2010).
 
Enquanto uma parte da equipe se dedica à competição em andamento, a outra já pensa na do ano seguinte

É possível associar esses altos e baixos dos times de F-1 com alguns conceitos de estratégia. Para triunfar de maneira inconteste em uma temporada, uma equipe precisa construir uma vantagem competitiva perante suas concorrentes.

Essa vantagem - geralmente decorrente de melhorias no carro - tenderá a ser decisiva para as vitórias caso seja valiosa (ou
seja, caso diga respeito a um aspecto fundamental do desempenho do carro) e inimitável (difícil de copiar em um curto período de tempo; por exemplo, menos de uma temporada).

É o que as escuderias geralmente conseguem: melhoram o carro em aspectos essenciais (valiosos, portanto), a ponto de conseguir consagrar pilotos apenas razoáveis. E dedicam bastante tempo a isso; embora o telespectador só descubra a mudança de uma hora para outra, ela vem sendo construída ao longo de um ano inteiro.

Enquanto uma parte da equipe se dedica à competição em andamento, a outra já pensa na do ano seguinte. Por isso - e pelas próprias condições internas de cada time, como recursos humanos, tecnológicos e financeiros -, a melhoria se torna incopiável de maneira imediata, garantindo uma vantagem duradoura ao longo de uma temporada, ao menos.

O ideal para uma equipe é que a fonte de sua vantagem competitiva seja um mistério para os concorrentes

Melhor dos mundos? Nem tanto. Além dessas duas características, o ideal para uma equipe é que a fonte de sua vantagem competitiva seja um mistério para os concorrentes. Ou seja, que existam dúvidas sobre a causa do carro lanterninha do ano passado estar sempre no pódio na temporada atual.

Esta é a parte mais difícil. Como evitar que imprensa e concorrentes descubram os segredos da vitória? Complicado, inclusive porque, até onde sei, os carros são inspecionados pela FIA, que torna públicas suas principais características, para garantir a transparência da competição.

Desse jeito, com a informação circulando de maneira relativamente aberta, seguir ganhando por muitas temporadas é mais plausível do que conseguir guardar segredo sobre os motivos que tornam o carro superior.

Por isso, estão sempre sujeitas a serem superadas na temporada seguinte – o que torna a acomodação uma palavra proibida na F-1.

Hora da entrevista, o que fazer?

Atuo nessa área há alguns anos, porém antes de tornar-me um profissional de RH e não possuía o embasamento de qual era o verdadeiro papel deste profissional, era comum pensamentos sobre como é realizada a análise dos candidatos durante um processo de seleção.

Certas indagações quanto a alguns questionamentos eram inevitáveis: porque falar sobre mim? falar dos meus pontos fortes e fracos, negativos ou positivos? meus planos para o futuro? Por que?

Perguntas e mais perguntas, algumas comuns e outras nem tanto, abertas ou fechadas. Porém, qual o fundamento de cada uma, o que revela-se em cada resposta, qual é o objetivo, como devo proceder?

Essas são perguntas que certamente estão na mente dos entrevistados e/ou candidatos e que irei revelar algumas, orientando de qual seria melhor forma de responde-las, reservei aquelas mais praticadas atualmente. Espero que essas, sejam úteis para um processo que esteja participando hoje ou nos próximos.

Fale-me sobre você?
Serve para verificar como o entrevistado lida com situações incertas e ambíguas (iguais à pergunta), se sabe se expressar bem, se é capaz de desenvolver uma boa comunicação, o que pensa a seu próprio respeito e se sabe usar bem o tempo (sintetizando argumentos).
*Orientação: O ideal é mesclar, na resposta, aspectos profissionais e pessoais, mas sem entrar muito nos detalhes. Geralmente o entrevistador interrompe o entrevistado, a fim de fazer algumas perguntas.

Por que você está pensando em deixar seu emprego atual?
O entrevistador quer avaliar se o profissional está mudando em busca de crescimento profissional ou se é um eterno satisfeito. Outro objetivo é verificar se o candidato não está buscando um argumento salarial em seu atual emprego, argumentando que tem uma oferta de trabalho.
*Orientação: Seja sincero quanto as suas perspectivas, não use uma proposta para "trampolim" isso poderá prejudicar sua imagem no futuro, afinal, o mercado é pequeno.

Quais são seus pontos fortes? E os pontos a serem melhorados?
A meta é checar o autoconhecimento, a visão crítica a respeito de si próprio. A questão não pede falsa modéstia nem exageros.
*Orientação: É importante que fale como está melhorando seus pontos fracos.

O que você pretende fazer daqui alguns anos? Ou quais são seus planos a curto ou longo prazo?
O objetivo é verificar se o candidato sabe desenvolver planos, se tem objetivos, se possui ambições e uma visão realista do que pode alcançar.
*Orientação: Ter um objetivo em longo prazo é extremamente necessário, mesmo que seja para mudá-lo no ano que vem.

Se você pudesse começar sua carreira novamente, o que faria diferente?
O objetivo é saber se o candidato é capaz de aprender com os erros que cometeu.
*Orientação: Um exemplo seria fazer referências ao desenvolvimento tecnológico, mostrando como poderia ter sido benéfico para o desenvolvimento de seu trabalho antes.

Você possui disponibilidade de viajar?
O objetivo é verificar a localidade e a disponibilidade do candidato para esse ou outros trabalhos futuros, e se a posição exige que o profissional viaje constantemente, é importante que o entrevistador fale sobre isso.
*Orientação: É fundamental que o candidato seja sincero, pode ser que a posição não tenha esse requisito, mas que as próximas exijam, o próprio candidato poderá questionar o entrevistador.

Qual sua pretensão salarial?
Permite avaliar a noção de valor que o candidato tem em relação a posição que vai ocupar.
*Orientação: È mais fácil fazer referência ao ganho atual ou mais recente e mencionar um discreto aumento. Argumente porque vale aquele salário. Ao mesmo tempo, deve mostrar-se aberto a negociação.

Quando você pode iniciar?
O objetivo é verificar a disponibilidade e o comprometimento em relação a empresa anterior.
*Orientação: Responder "amanhã". caso esteja empregado, pode mostrar que o candidato não é profissional, muito coerente e justo, já que estará deixando seu atual empregador na "mão" de uma hora para outra, logo, isso poderá se repetir.

Importante: O fundamento deste "post" não é de causar desconforto entre os profissionais de RH ou qualquer outro, tampouco, polemizar.
Tenho a consciência que devemos contribuir com aqueles que precisam se sentir mais confortáveis durante uma entrevista. Afinal, todos nós passamos e passaremos por isso novamente, contudo, essa é nossa função.

Por Fernando Ramos

Menos mãos e mais neurônios - Júlio César Lamb *

A indústria da construção civil se ressente do “apagão” de mão de obra qualificada. Trata-se de um falso problema – o que realmente faz falta no brasil é a oferta de “mentes de obra”

A indústria da construção civil se ressente do “apagão” de mão de obra qualificada. Trata-se de um falso problema – o que realmente faz falta no brasil é a oferta de “mentes de obra”

As manchetes de jornal noticiam à sociedade brasileira a existência de um verdadeiro “apagão” de mão de obra em todos os setores da atividade econômica – e, em especial, na construção civil. 

Em inúmeras matérias, fala-se da baixa qualificação dos trabalhadores. Muitas vezes, chega-se a cogitar que são eles os responsáveis pela má qualidade das edificações e, principalmente, pelo elevado desperdício de recursos e materiais que fazem a fama do setor.

Escreve-se também sobre a insuficiência de engenheiros para tocar as obras de infraestrutura à sustentação do crescimento e, ainda, para suprir as demandas habitacionais ainda não satisfeitas no Brasil.

Em um passado não muito remoto, as atividades econômicas eram dependentes da grande oferta de mão de obra. O estágio de desenvolvimento tecnológico do país assim o exigia. O termo “mão de obra” ainda é usado de forma genérica para designar todo e qualquer recurso humano necessário à realização de uma tarefa. 

Mas aqui cabe uma questão: será a “mão de obra” o recurso mais escasso? Vejamos: o mundo inteiro concorda – o Brasil inclusive – que estamos na era do conhecimento.

Qualquer ganho de produtividade nas atividades econômicas decorre da aplicação de inúmeros fatores ligados às atividades mentais. Criar, inovar, gerir, liderar, conhecer, treinar, motivar... Os verbos mais usados em dez entre dez manuais de gestão têm relação com o cérebro, e não com a mão. Logo, quando falamos da escassez de recursos humanos, talvez o termo correlacionado devesse ser falta de “mente de obra”, em substituição a “mão de obra”.

É exatamente o que ocorre na construção civil, por exemplo. Vários estudos revelam que os ganhos de produtividade passam por melhorias de projeto e seus detalhamentos, evolução do gerenciamento, mudanças que proporcionem uma maior participação de componentes industrializados e incremento da logística de suprimentos, entre outros avanços.

Todos esses fatores têm alto impacto na velocidade, no custo e na produtividade da construção civil – e todos dependem mais de um melhor desempenho de gerentes e engenheiros do que da qualificação da “mão de obra”, no sentido clássico do termo.

Alguns dados sobre o estágio de desenvolvimento tecnológico e gerencial da construção civil no Brasil são curiosos. Eles mostram que há um grande gap tecnológico e gerencial que deve ser vencido para que a cadeia produtiva do setor tenha ganhos de eficiência. 

Para entender melhor que gap é esse, é preciso distinguir os conceitos de “conversão” e “fluxo”. Conversão são todas as tarefas que convertem energia ou recursos em valor agregado. Já tarefas de fluxo são aquelas relacionadas ao transporte interno de materiais, armazenagem e tempos de espera – seja por falta de materiais, indefinições de projeto, gargalos logísticos internos e outros problemas dentro do canteiro de obras que convertem energia em custo, e não em valor agregado.

A produtividade de um operário americano chega a ser seis vezes maior do que a de um brasileiro. Aqui fica destruído o mito de que a nossa mão de obra é “barata”
Pois bem: estudos revelam que 40% do tempo dos operários da construção não é gasto em tarefas de conversão, e sim em tarefas de fluxo. E aí está a chave: reduzir as tarefas de fluxo é trabalho de gestores, planejadores e engenheiros – as mentes de obra. Até mesmo o uso de componentes industrializados no Brasil está aquém das possibilidades – o que reforça o fato de que as mentes são mais necessárias do que as mãos.

Um fator pouco analisado, mas muito interessante, é o perfil do consumo de cimento no Brasil – quando comparado ao das economias desenvolvidas. Dados recentes da indústria mostram que a qualidade desse consumo no país é precária: apenas 5,78% de todo o cimento é usado na indústria de pré-moldados de concreto, aí somados artefatos como tubos, postes e meios fios. Quando excluímos a porção desses artefatos, a parcela de consumo da indústria de pré-moldados representa apenas 2,76% do total, conforme os dados de 2004.

Já no Barsil, o cimento escoado através de revendas representa 69% do total consumido. Trata-se de um altíssimo índice de “consumo formiga”, aplicado em pequenas obras e em atividades de autoconstrução. Na maioria das vezes, esse tipo de obra é executado por operários informais, com produtividade e condições de trabalho muito baixas – e piores do que as da indústria formal de construção.

Nos países desenvolvidos, que dão mais importância às atividades de projeto e planejamento, as construções obedecem a critérios técnicos rigorosos – e a “mão de obra” é mais qualificada. Consequentemente, a atividade de construção industrializada tem maior peso no conjunto da cadeia produtiva do setor. Na Áustria, por exemplo, 18% do cimento é usado na indústria de pré-moldados de concreto. Na Dinamarca, o percentual é de 44%; na Alemanha, de 31%; e na França, de 18%, conforme dados também de 2004. 

O uso de componentes industrializados em maior escala se reflete em melhorias justamente das etapas de pré-construção, relacionadas ao projeto e ao planejamento. O resultado é uma redução do prazo das obras, um melhor desempenho na preservação de recursos naturais e a geração de menor quantidade de resíduos. Tudo isso acompanhado de um aumento no nível de segurança do trabalho – novamente, fruto da atuação de “mentes de obra”.

Um estudo mais recente, publicado pelos professores L. Mello e S. Amorim, ambos da Universidade Federal Fluminense, dá uma ideia da enorme distância que a indústria brasileira precisa percorrer até alcançar níveis semelhantes de produtividade. Segundo o estudo, a produção média de um trabalhador brasileiro era de US$ 6.177 por ano em 2005. Já a de um operário americano era de US$ 41.528 por ano – 6,7 vezes maior. Aqui fica destruído o mito de que a mão de obra é “barata” no Brasil. Pode até parecer barata, à primeira vista, quando analisamos seu custo nominal. Mas se torna cara quando analisada sob a ótica da sua produtividade.

Dentre os fatores elencados pelos professores como causa da baixa produtividade brasileira constam:
  • Baixa qualificação e desatualização da mão de obra;
  • Falta de padronização e não conformidade de materiais;
  • Quadro regulatório burocrático e deficiente;
  • Pouca utilização de soluções de tecnologia da informação;
  • Pouca utilização de equipamentos que permitam buscar maiores níveis de produtividade.
Todas estas evidências reforçam a tese de que, mais do que “mão de obra”, o que realmente falta na construção civil brasileira são “mentes de obra”.
* Diretor da Lamb Construções e Engenharia Ltda

Colaboração: Marcos Briaga

quarta-feira, 30 de março de 2011

A entrevista de seleção - Roberta F. L. do Nascimento

Apesar de existirem diversos meios de avaliar um profissional que está concorrendo a uma oportunidade, a entrevista continua sendo a principal técnica utilizada, e, muitas vezes, a decisiva. É através deste método que se pode perceber e conhecer mais profundamente o entrevistado.

A entrevista pode ser estruturada, não-estruturada ou ainda com ter enfoque em competências. A entrevista estruturada é um processo conduzido de acordo com uma ordem predeterminada. É planejada para extrair o máximo de informações do candidato com um mínimo de perguntas do entrevistador.

Já a não-estruturada é informal e dá mais abertura ao candidato. O entrevistador fará um esquema dos temas que serão abordados. Deve demonstrar interesse e empatia pelo candidato e iniciará a entrevista com perguntas gerais, não comprometedoras.

Na entrevista por competências, parte-se do pressuposto de que os comportamentos passados podem dar indícios de comportamentos futuros. Competências é o conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes que tornam um profissional importante para sua organização e para toda e qualquer empresa.

Para que a entrevista possa ocorrer com o sucesso desejado, no qual o entrevistador selecionará o aspirante mais adequado para aquela vaga, o profissional deve estar preparado. No processo, é importante que o entrevistador comporte-se de forma imparcial, sem mostrar preferência por um candidato. 

Em uma entrevista de seleção, a percepção se dá não só através do que o candidato menciona, mas também, pelo modo com que relata, se posiciona e se comporta diante do entrevistador. O profissional que realiza a atividade deve ter capacidade para detectar cada sinal que o aspirante produz.

Durante a entrevista a pessoa pode estar nervosa, ansiosa, tensa e preocupada. Diante dessa situação, o entrevistador pode agir de vários modos. Ele pode notar e ignorar, assim como, pode utilizar como mais um meio de investigação, até mesmo questionando o candidato o porquê dessa atitude.

Conseguir fazer com que a pessoa traga respostas sinceras e reveladoras do seu estilo e da sua forma de atuar em um determinado cargo é o desafio mais importante do entrevistador. Quando se trabalha a partir de um perfil mal definido, o entrevistador pode até conseguir fazer uma projeção adequada do comportamento geral do entrevistado, porém, nem sempre, pode fazer uma projeção razoável sobre o desempenho do candidato no cargo específico para o qual ele está sendo avaliado.

Existe uma diferença relevante entre saber quem é a pessoa e saber se o desempenho dela será aquele que se espera no cargo. Nem sempre o perfil definido pelo requisitante corresponde ao que realmente foi requerido pelo cargo, considerando o contexto em que o profissional irá atuar.

É importante definir as principais características do perfil dos cargos mais comuns nas organizações, para proporcionar aos selecionadores profissionais uma melhor perspectiva, sendo assim para se estabelecer estratégias e procedimentos de avaliação e seleção de candidatos. Em suma, é necessário que o profissional selecionador trace estratégias para alcançar seu objetivo de realizar uma entrevista adequada, onde se possa escolher o candidato mais apropriado para oportunidade.

Texto: Roberta F. L. do Nascimento, também colaboraram para a elaboração deste artigo: Raquel L. Paiani e  Kelly S. Dornelles

Planejar a carreira nos ajuda a chegar lá!

Ventos favoráveis continuam soprando sobre as terras brasileiras. Após superarmos as "marolas" da crise internacional de 2008/09, o cenário continua cada vez mais promissor para o país, com previsão de crescimento econômico e queda na taxa de desemprego para os próximo anos. 

Já se discute até o "apagão" de mão de obra, a dificuldade que algumas empresas começam a enfrentar para obter bons profissionais em uma economia aquecida, com demanda crescente por recursos humanos.

Este cenário otimista nos apresenta uma excelente oportunidade para o planejamento de nossa carreira. 

Anos de foco no curto e médio prazo, além de períodos de constante instabilidade política e econômica fizeram adormecer nossa capacidade - como nação, como empresários e mesmo como profissionais - de realizar um planejamento de médio e longo prazos, prática comum em nações mais estáveis.

Onde pretendemos estar como profissionais em 2015? E em 2020? É claro que as variáveis são diversas, porém é saudável um planejamento estratégico de nossa carreira com olho no médio e longo prazo para direcionar nossas ações e procurar assumir o controle e a direção de nossa vida profissional.

Podemos seguir um modelo de planejamento estratégico adotado por empresas para orientar suas ações. Em primeiro lugar realizar uma análise de SWOT de nosso perfil profissional, uma ferramenta que avalia nossos pontos forte (S do inglês strengths), pontos fracos (W de weaknesses), oportunidades (O de opportunities) e as ameaças (T de threats).

Quais os nossos pontos fortes, do ponto de vista de formação acadêmica, experiência profissional, competências profissionais e pessoais, conhecimento de idiomas, networking pessoal e domínio de ferramentas profissionais (informática, certificados técnicos etc)?

Quais os nosso pontos fracos onde há oportunidade de melhoria? Aqui devemos olhar para os mesmos pontos acima mencionados em pontos fortes e enxergar o que falta a nós e o que devemos fazer para melhorar naquele ponto. 

Como por exemplo planejar um curso de pós-graduação para daqui a algum tempo, a realização de um intercâmbio para fortalecer o domínio de outro idioma e até a estratégia a ser utilizada para desenvolver um bom networking pessoal com outros profissionais.

Já em oportunidades devemos encontrar aspectos favoráveis do mercado de trabalho que possamos aproveitar: quais as áreas mais promissoras da economia, qual a formação profissional com maior previsão de demanda, quais as empresas com perspectivas de contratação e previsão de crescimento?

Em ameaças devemos observar quais os fatores de risco, que fogem do nosso controle mas para o qual podemos adotar medidas preventivas, que podem causar dificuldades em nossa trajetória: nosso perfil é muito especializado? O segmento em que atuamos corre risco de restrições por conta de fatores político/econômicos? 

Nossa área de atuação é muito concorrida e a especialização acadêmica necessária é permanente e muito custosa? Quais as perspectivas de crescimento profissional e de remuneração em determinada área?

Depois deste levantamento devemos determinar ações a serem tomadas para enriquecer e aproveitar nosso pontos fortes, melhorar nossos pontos fracos e orientar nossa carreira de acordo com oportunidades e ameaças de cada função, em cada segmento. 

É importante que estas ações tenham datas e objetivos a serem alcançados. Desta forma começamos a olhar nossa carreira em um prazo mais longo e a realizar movimentos de acordo com o desejado.

E por fim, toda esta análise não pode deixar de lado algo muito importante quando falamos de carreira: devemos levar em conta o que gostamos e o que sabemos fazer, dois pontos fundamentais para que nossa carreira seja prazerosa e abençoada pelo sucesso.

O que os livros falam sobre liderança - Dill Casella

Tente folhear um típico livro de negócios e verá que abordagens do tipo “trabalho em equipe”, “cultura corporativa”, “serviço ao cliente” e até “liderança” são comuns. No entanto, poucos abordam o “como” e expressões do tipo “atenção”, “carinho”, “ética”, “toque”, “olhar”, “empatia”.
Então, o que significa liderar nos dias de hoje? Qual é o segredo de alguns dos nossos principais líderes? Vamos nos concentrar no território nacional: o que Norberto Odebrecht, Bernardinho, Antonio Maciel Neto, Luiza Helena, Dorothéa Werneck e Luiz Martins têm em comum?

Além de outras qualidades, nos relacionamentos com suas equipes, eles:

» são excepcionais educadores, ou seja, são líderes em busca da formação de líderes;
» extraem o máximo das equipes, instigando cada um a dar o melhor de si;
» constroem seu carisma através de uma impecável autenticidade;
» entendem a diversidade; não empobrecem a motivação; particularizam a empatia.

Você, amigo, que está lendo este artigo, já pensou como conseguir que alguém faça algo? Imagine que algo aqui represente resultado e você é um líder. Pois bem, existe um único meio: conseguir que a outra pessoa queira fazer.

Freud disse que tudo em nós emana de dois motivos: a necessidade sexual e o desejo de ser importante, que podemos traduzir como a “ânsia de ser apreciado”. Essa “ânsia” é que nos faz procurar roupa de última moda, admirar carros e celulares modernos e falarmos sobre a inteligência dos nossos filhos.

Portanto, cabe ao verdadeiro líder possuir habilidade em despertar o entusiasmo entre seus liderados através da apreciação e do encorajamento.

Somos brasileiros, adoramos esporte e vitórias, não é mesmo? Como eram bons nossos domingos pela manhã na época de Ayrton Senna! Parecia um prenúncio de quão satisfatória seria a semana quando nosso campeão subia ao pódio, em grande parte das vezes, no topo! 
É o mesmo que sentimos com nosso vôlei! Desde que Bernardinho assumiu a seleção masculina, em 2001, o time só deixou quatro grandes títulos escaparem – foi vice na Copa dos Campeões 2001, na Liga Mundial 2002, na Copa América 2005 e bronze no Pan 2003. Ou melhor, em 15 competições, vimos 15 pódios e 11 primeiros lugares!

E a equipe de Bernardinho sempre deu a entender que só a medalha de ouro interessava em Atenas 2004, ainda mais após as campanhas decepcionantes de Atlanta 1996, ainda com a "Geração de Ouro", em Sydney 2000, com vários integrantes da equipe que hoje forma a Era Bernardinho. Em ambas as edições, o Brasil caiu nas quartas-de-final.

O que aconteceu da liderança anterior para a atual? Os atletas cresceram de tamanho? A rede abaixou? Não! O clima que sabiamente foi plantado aos bem-sucedidos atletas não foi de dinheiro, fama, etc. (praticamente todos já tinham alcançado esse estágio), e sim de que “entraremos para a história do voleibol mundial de todos os tempos”.

Cabe sempre ao líder buscar argumentos e desafios para que seus liderados queiram fazer. Antonio Maciel Neto, presidente da Ford do Brasil, teve comprometimento de tal tamanho que chegou a ir para a televisão, anunciando seus produtos e sua campanha. “Pura autopromoção”, diriam alguns. Agora, tentem visualizar o impacto desse comprometimento sob a ótica de um líder dentro da empresa.
A Ford poderia ter contratado qualquer “rostinho de destaque da novela das oito”, não é mesmo? O que aconteceu: a Ford atingiu, pela primeira vez desde 1995, resultado positivo. Atualmente, trabalha em regime de três turnos na unidade de Camaçari, produzindo os modelos Fiesta, Fiesta Sedan e EcoSport.

Em ambos os exemplos, a concorrência está de olho. Os italianos, russos e todo o mundo estão estudando as jogadas ensaiadas, posicionamento em quadra, etc. da seleção de Bernardinho. As outras montadoras lançam novos carros e buscam ações para minar o avanço da Ford do Brasil.
Será que eles conseguirão? Será que seus liderados irão conseguir fazer a diferença? É muito mais do que trabalhar, pois muitos trabalham arduamente e não conseguem resultados.

Caro líder, antes de culpar sua equipe pelos maus resultados (e não há meio mais capaz de matar as ambições de um homem do que a crítica dos seus superiores), além de oferecer seu apoio, tente preocupar-se com o desenvolvimento de seus liderados.
Compartilhe com inteligência e sensibilidade seu conhecimento, contato visual, toque e palavras. Qual foi a última vez que você indicou um livro ou um filme aos seus liderados? Como você tem dirigido palavras e olhares a eles?

Jamais limite-se ao escalão imediatamente abaixo do seu. Desperte o querer fazer para todos em sua empresa. Tenha absoluta certeza de que o mundo está em evolução e a extinção de raposas e tubarões do mundo corporativo é uma realidade.

Colaboração: Jorge Pedro - Assessoria em RH

terça-feira, 29 de março de 2011

O Mito dos Talentos

Sempre fui um entusiasta da valorização dos talentos.

Admiro as pessoas talentosas, sobretudo quando esses talentos servem para fazer o bem para os outros, para o mundo!

E admiro também aquelas pessoas visionárias, capazes de descobrir e reter profissionais talentosos para as suas organizações.

Se, por um lado, acredito que as competências podem e devem ser desenvolvidas, por outro, creio que o talento é algo que “vem de fábrica”.

Então, quando o assunto é talento, procuro não fazer uma hierarquia de dons, ou seja, acredito que o respeito ou a admiração pelo craque da bola, pelo bom artista, pelo sujeito que projeta uma catedral e por aquele indivíduo capaz de se integrar em plenitude com a natureza devem estar no mesmo patamar.

Penso assim porque entendo esses diferentes talentos como um resultado das múltiplas inteligências com que a espécie humana foi dotada.

Todavia, também entendo que para lidar com essa questão, especialmente no mundo corporativo, precisamos derrubar alguns mitos por trás desse conceito, afinal falar em desenvolver, despertar, reconhecer, atrair ou reter talentos virou moda. E em alguns casos, tornou-se banalizado, trazendo confusão, sobretudo para os futuros profissionais.

Dias atrás, conversando com um jovem promissor, estudante do 4º ano de engenharia da Unicamp, pude pensar e aprender um pouco mais sobre o assunto.

Como outros milhares de universitários, o meu jovem amigo se vê na dúvida com relação ao seu futuro profissional. O que fazer? Virar executivo de uma grande empresa ou abrir seu próprio negócio?

Por ter passado pelas mesmas dúvidas e já ter visto muita gente na mesma situação, tentei ajudá-lo com algumas considerações:

A primeira análise que precisamos fazer diante desse dilema envolve as perspectivas financeiras: Como executivo você pode ficar rico e ter uma vida segura e estável. Como empresário você pode ficar milionário ou até bilionário, mas precisa saber lidar com o risco de um dia ver a sua empresa falida.

A segunda é uma análise temporal das possibilidades: Você terá maiores probabilidades de se tornar um empresário de sucesso se começar a empreender mais cedo. Começar uma empresa na garagem de casa e transformá-la em um império é mais fácil para um jovem sem preocupações financeiras do que para um ex-executivo com uma despesa pessoal muito alta.

Explico melhor: Quando um jovem começa um negócio movido pela paixão e sem a preocupação de quanto vai ganhar com suas ideias, essa empresa fica mais livre para criar e possui uma maior tolerância com seus próprios erros. 

Isso é muito diferente de uma empresa que nasce precisando faturar R$ X,XX /mês para pagar os seus custos, gerar lucro e garantir ao empresário um pró-labore que vai pagar o plano de saúde da família, a escola dos filhos e todas as suas demais despesas pessoais.

E uma terceira análise, que para mim é a mais importante, é aquela que envolve competências e talentos…

O seu talento musical pode te levar a ser um milionário astro do rock. O seu talento com a bola nos pés pode fazer de você um craque do Barcelona, do Milan ou da Seleção Brasileira. O seu talento para pintura pode te levar às maiores galerias de arte do mundo.

Mas, para cada cantor de rock ou dupla sertaneja que alcança o sucesso, encontramos milhares de cantores e duplas tocando em bares e restaurantes para ganhar tão pouco. Para cada Ronaldinho Gaúcho ou Kaká existem milhares de jovens craques que jamais sequer se tornarão profissionais da bola. Para cada Picasso, existem diversos pintores que ficam nas praças públicas pintando o retrato das pessoas para ganhar a vida. E todos eles têm o seu talento.

O fato é que apesar de milhões de jovens demonstrarem talento com uma bola nos pés, até hoje só existiu um Pelé.

Por isso, se alguém pretende se tornar um profissional bem sucedido dependendo apenas do próprio talento, é bom que essa pessoa seja realmente muito diferenciada das demais, afinal o mundo (ou o mercado) já está saturado de quem simplesmente apresenta mais do mesmo.

Então, mesmo que você seja talentoso, dedique-se ao desenvolvimento de suas competências, afinal se o talento é capaz de abrir as portas, somente a competência é capaz de mantê-las abertas.

Além disso, se você tem um talento e quer usá-lo profissionalmente jamais se esqueça de usar a fórmula mágica: treine, treine e, ao final do treino, treine mais um pouco.

Pensando nas dúvidas do meu jovem amigo, e de tantos outros jovens que vivem a incerteza de seu futuro profissional, chego a conclusão de que como, cada vez mais, as competências necessárias aos executivos e aos  empreendedores estão mais parecidas, a solução desse dilema está em dois pontos básicos:

Primeiramente é preciso avaliar o que mais queremos e o que mais tememos na vida. Qual o valor pesa mais na sua balança, a sua independência ou a sua segurança? O que é mais assustador para você, ter que prestar contas a um chefe ou correr o risco de não ter dinheiro para pagar suas contas no final do mês?

Em segundo lugar, precisamos pensar nos nossos talentos pessoais. Onde terei mais possibilidades de transformar o meu talento em realização? Onde os meus dons serão melhores aproveitados?

E a melhor parte em tudo isso é saber que quando treinamos para transformar os nossos talentos em habilidades que nos diferenciam e quando fazemos das relações humanas uma escola para o desenvolvimento das nossas competências, quaisquer que sejam as nossas escolhas, elas sempre serão escritas a lápis, pois seremos sempre livres para mudar de percurso. Teremos sempre a opção de construirmos e reconstruirmos os nossos caminhos.

A isso eu chamo de Realização Profissional!

Um carinhoso abraço.

Enfrentando um desafio? Saiba como superá-lo sem estresse

por Patricia Gebrim

Perceba como muitas vezes as pessoas brigam com a vida, num misto de inconformismo e revolta. Outras vezes, as pessoas se entregam e jogam-se ao chão como se a vida os tivesse derrubado devido a um capricho infantil ou por falta de ter algo melhor para fazer.

É difícil encontrar alguém que se proponha a seguir de mãos dadas com a vida.
Em geral, queremos resolver "logo", decidir "logo", conquistar "logo", chegar "logo"... e assim corremos o risco de perder o melhor da vida, a própria viagem. Porque se você ainda não sabe, é a viagem que importa, e não aquele momentinho único, mesmo que iluminado, de "chegar lá".

Imagine a subida de uma montanha íngreme. Você já deve ter feito isso. Mochila nas costas, garrafinha de água na mão, filtro solar, tênis especiais (isso se você for desses que se preparam). Bem, começamos a subida. No começo tudo parece lindo, mas após um certo tempo de pedras e obstáculos, após aqueles 80 degraus escorregadios e mal escavados na terra, começamos a nos perguntar o que estamos fazendo lá afinal?!!
Cada passo exige muito de nossa atenção, e mais ainda de nosso coração.

Mas é "lá", naquele aparente sofrimento, que tudo está acontecendo.

É lá, em cada passo dado, que estamos descobrindo nossa força, treinando nossos sentidos, despertando nossa atenção mais profunda. É lá que está a vida possível de ser vivida, a vida real.

Não que não seja bom o momento de conquista de um objetivo. Se você já viveu isso, sabe a sensação maravilhosa que acontece quando você finalmente chega lá, no alto da montanha. Quando se aproxima da beira do penhasco e vê as nuvens brancas e fofinhas passeando bem abaixo de você. Mas - pense bem antes de responder - você acha que sentiria isso se não tivesse passado por cada minuto de desafio naquela trilha? Você acha que a sensação de um atleta que escala uma montanha é a mesma sensação que teria alguém que fosse levado até o topo em um helicóptero rápido, seco, quentinho e confortável?

Eu duvido! A sensação boa de paz e conquista só pode existir quando se está presente em cada etapa da caminhada.

A vida é como essa montanha alta a ser escalada. No decorrer da subida sempre encontraremos, aqui e ali, um lugarzinho mais confortável para descansar, uma flor rara para admirar, uma água fresca e corrente que sacie nossa sede. Mas há também pedras que se soltam, trilhas que nos confundem, escaladas que nos cansam a ponto de termos vontade de desistir.

Se a sua vida estiver desafiando você ultimamente, não caia na armadilha de sentir-se perseguido por uma força estranha que não tinha nada melhor a fazer a não ser infernizar você. Procure perceber que os momentos onde mais somos desafiados são os momentos nos quais podemos descobrir e nos apropriar de nossa própria força. E isso ninguém, nunca, poderá tirar de você.

Talvez essa seja a razão pela qual tantos atletas guardam em lugares especiais as suas medalhas. Cada medalha é a lembrança de um momento de conquista, crescimento e superação.

Se você já passou por momentos assim, guarde-os em sua memória como se fossem medalhas douradas. E olhe para elas de vez em quando, nos momentos em que estiver duvidando de sua capacidade de enfrentar desafios. Olhe para trás e veja quantos desafios já enfrentou!

E se você estiver em meio a um desafio agora mesmo, mantenha-se centrado, respirando fundo, observando cada passo, conectado e fazendo o seu melhor no momento presente. Com certeza você descobrirá em você capacidades que antes não imaginava possuir.

Não caia na armadilha de sentir pena de si mesmo. Continue em frente, mesmo que seus passos sejam lentos.

Dê um passo por vez, um único passo por vez... experimente abrir mão da necessidade de controlar a sua chegada e foque-se no momento único no qual você pode viver. Agora mesmo.

segunda-feira, 28 de março de 2011

A difícil arte de ser você mesmo


A cada bela impressão que causamos, conquistamos um inimigo. Para ser popular é indispensável ser medíocre”. Oscar Wilde

Você já se perguntou por que é tão difícil ser você mesmo?

Na realidade buscamos seres humanos iguais ou semelhantes a nós, pessoas com as mesmas opiniões, sentimentos, valores e crenças, por isso a diferença nos outros nos incomoda tanto, eles traem nossos princípios, logo julgamos que devem estar errados e lhes falta experiência ou conhecimento para evoluir até o nosso estado de grandeza.

Poucas pessoas possuem a coragem de realmente ser elas mesmas, a pressão contrária é muito grande e assim a maioria tenta se adequar ao comportamento social vigente e assim aos poucos se transforma naquilo que não é, afundando-se em falsas palavras, atitudes e sentimentos, causando aos outros uma sensação de sempre estarmos senhores da situação. Pura ilusão.

A cada dia distanciamo-nos um pouco mais de nós mesmos, e como numa neblina, um vazio frio e úmido passa a nos envolver. Nossos dias começam a se tornar tristes, nossas amizades vazias, pois nos enterramos em conceitos que não são nossos para parecer agradáveis aos outros, esquecendo de nossa verdadeira essência. 

Numa de minhas viagens encontrei com um morador de rua que sempre estava no mesmo lugar, não pedia nada, apenas olhava para o horizonte, um dia parei, lhe dei um sanduíche e sentei para conversar. Ele me contou sua historia, família, trabalho, amigos, ouvi com atenção e finalmente lhe perguntei o que havia lhe acontecido para ele decidir viver assim, nunca esqueci a sua resposta:

Eu me perdi de mim mesmo”.

Quantas pessoas estão hoje perdidas de si mesmas, vivendo valores, crenças, sentimentos e metas coletivas que não são suas, tentando alcançar um modelo de ser humano que a maioria das pessoas prega, mas não pratica.

Quantas pessoas magoam-se a si mesmos pelo temor gerado diariamente pela sociedade de que alguém possa rir de você, o medo de perder algo ou alguém, que percam o respeito por você, medo da rejeição ou mesmo para não magoar os outros.

Você já parou para pensar o quanto estes medos e ferramentas de manipulação limitam os seus talentos.

Segundo Ralph Waldo Emerson você deve insistir em si mesmo; nunca imite. Seu próprio talento você pode apresentar a cada momento com a força acumulada pelo cultivo de uma vida inteira; mas do talento adotado de outra pessoa você tem apenas uma extemporânea posse parcial. Faça o que foi designado para você, e nenhuma esperança ou ousadia poderão ser demais. 

Lembre-se, ninguém é perfeito, você possui qualidades e defeitos como todos os demais seres humanos e por isso devemos aprender a conviver com eles e aceita-los. A beleza e a diferenciação humana estão justamente nestas imperfeições, “até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro" diria Clarice Lispector. 

Também esqueça a diplomacia, ser diplomático significa ser outra pessoa. Quer melhor sinônimo para hipocrisia do que, diplomacia? Seja simplesmente você mesmo! Não minta para si mesmo. Você não merece!
Não precisa temer uma punição. Porque temos que ser assombrados pelo medo do julgamento alheio?

Ser você mesmo é uma tarefa difícil e exaustiva. É uma tarefa diária, pois a todos os momentos sofremos influências profundas para, de alguma forma, reconstruir nossa personalidade seja da família, da escola, da Igreja, da empresa, do clube, dos amigos e dos inimigos.

Mesmo com este processo de reconstrução constante não somos aceitos pelo que somos. Somos aceitos pelo que os outros querem que sejamos. E então, mudamos. Vivemos mudando. Mudamos nosso jeito de falar, de se vestir, de ver o mundo, nossos gostos musicais, nosso modo de se divertir e de repente você acorda numa manhã qualquer e não se reconhece mais. È neste momento que você descobre que se perdeu de si mesmo.

Tenho consciência de que mudar é a nossa única certeza na vida, é inevitável desde que isso seja feita para o seu próprio desenvolvimento pessoal, não para agradar os outros ou construir personagens politicamente corretos.
Como diria Pablo Picasso “qualquer outro terá todos os meus defeitos, mas nenhuma das minhas virtudes.”

Assuma o seu “EU” verdadeiro, pare de representar papeis socialmente corretos, crie o seu próprio espaço, solte as rédeas do seu verdadeiro talento. Acredite em si mesmo, aceite seus defeitos e qualidades e siga em frente.


domingo, 27 de março de 2011

Como lidar com as expectativas

A vida não é feita de expectativas, é feita de escolhas!

Expectativas são esperas ansiosas e produzem um efeito danoso em nossas vidas quando excedem os padrões da realidade.

É da natureza humana gerar expectativas com relação às coisas. Nestas condições criamos expectativas com pouca ou nenhuma chance de acontecerem e caminhamos rumo à decepção e a frustração.

A solução para essas questões que sempre causam sofrimento e desilusões passa pelas seguintes reflexões:

01. Precisamos compreender que nossas expectativas são formadas a partir de nossos desejos e, muitas vezes não possuem nenhuma relação com a realidade.

02. As expectativas são nossas, mas podem depender de ação de outras pessoas e acontecimentos para se concretizarem, portanto estamos esperando por algo sobre o qual não temos controle efetivo.

03.Expectativas estão associadas à imaginação, sentimentos, emoções e experiências anteriores.

Quanto maiores forem as suas expectativas diante de qualquer situação na vida, maiores serão suas chances de se decepcionar.

Quando não estamos esperando nada, achamos tudo o que acontece maravilhoso. Quando esperamos pouco, o que acontece facilmente atende ou supera as nossas expectativas, mas quando esperamos muito...

Esperar muito é depositar nas mãos de outras pessoas e acontecimentos a responsabilidade de fazer seus desejos acontecerem. É uma perigosa ilusão.

Utilize a sabedoria para não gerar expectativas muito elevadas para as coisas que não dependem diretamente de você e de suas atitudes.

Elas dependem de outras pessoas que não pensam como você pensa, não agirão como você agiria e não sentem as coisas exatamente como você sente.

Concentre-se em alterar as coisas que você pode e em buscar compreender as que estão nas mãos dos outros.

Uma vida baseada em expectativas é irreal e muito perigosa. Faça as pazes com a realidade e aprenda a ajustar suas expectativas dentro de um padrão lúcido e flexível.  

Nem a vida nem as pessoas são como nós gostaríamos que fossem, são como são. Muitas vezes nem mesmo nós somos como gostaríamos de ser...

A vida é feita de escolhas, mas é impactada por nossas expectativas.

Colaboração: Natalia Torres Lima