segunda-feira, 30 de novembro de 2015

A pirâmide da carreira

Muita gente ainda me pergunta, até hoje, como tomei uma decisão tão radical de sair do mercado financeiro, mais particularmente do Citibank, para me aventurar com um negócio próprio. As dúvidas vêm principalmente dos alunos da graduação, para quem trabalhar em uma grande multinacional é tudo de bom. Na época, a aventura fazia todo o sentido. Para quem se lembra, 2001 era o grande momento da Nova Economia, o primeiro grande movimento das empresas de internet.

Muitos altos executivos do banco estavam fazendo a mesma coisa. Apesar disto, só depois de alguns anos é que encontrei as explicações para algumas decisões que tomei na minha vida profissional. Elas vieram na forma de uma palestra do hoje consultor de liderança Robert Wong que assisti em 2003 e que tomei a liberdade de adaptar neste artigo.

As pessoas passam por fases diferentes em suas trajetórias de carreira de acordo com suas necessidades. Assim, no começo as pessoas precisam de alguma forma de remuneração, qualquer forma de ganho que possa atender suas necessidades básicas de sobrevivência, como se alimentar, se vestir e ter algum lugar para dormir. Este primeiro degrau da pirâmide é o trabalho. Muitas pessoas com pouca ou nenhuma qualificação sobrevivem neste esquema, como serventes de pedreiro, camelôs, ajudantes de cozinha, e outras atividades informais e de baixa remuneração.

Logo eles conseguem formalizar sua condição e passam para o outro nível, o emprego. A característica do emprego é que a atividade executada em troca de um salário é reconhecida formalmente com registro na carteira profissional e todos os direitos legais relacionados. Justamente estes direitos é que garantem o atendimento de outra necessidade básica das pessoas, a segurança. Estão nesta categoria as secretárias, os office boys, os porteiros, as empregadas domésticas, operadores de caixa e outros, também com baixa qualificação e remuneração idem. Estes dois primeiros degraus da pirâmide cobrem a maior parte das atividades da população economicamente ativa.

Com um pouco mais de ambição, o jovem não se contenta com o atendimento destas necessidades básicas e busca um reconhecimento maior da sociedade. Este tipo de necessidade é atendido no próximo nível da pirâmide conhecido como profissão. Qualquer pessoa que adquire algum nível de conhecimento ou habilidade específica já se caracteriza como mão de obra qualificada e se enquadra em outra faixa de remuneração e reconhecimento. Esta categoria abrange desde os torneiros mecânicos até os médicos e advogados.

O próximo nível é o da carreira em si. Ter uma especialização, para muitas pessoas, é apenas o primeiro passo na sua carreira. O objetivo delas na verdade é maior, elas querem crescer na sua profissão e é aí que surgem os cargos e promoções. Um analista de sistemas quer se tornar analista senior, depois um gerente de sistemas e então um diretor de informática. A remuneração cresce na mesma proporção, ampliando a possibilidade de atender mais necessidades, desejos e sonhos. Nada mais natural, portanto, que as pessoas acreditem que a carreira seja a etapa final da pirâmide, afinal, o que mais pode existir para quem chegou à presidência de uma grande empresa multinacional?

Acontece que não é o fim ainda, pois a necessidade maior, de autorrealização, muitas vezes não é atendida neste nível. Já conheci muitos altos executivos de grandes organizações que se sentem deprimidos com o poder e longe de se sentirem realizados. Também já vi muitos deles abandonarem suas carreiras para fazer algo totalmente diferente. O topo da pirâmide, assim, pode ser denominado de missão, ou seja, aquilo que procuramos para nos sentirmos completos, um senso de propósito que vai além da remuneração e do poder.

Nossa sociedade de valores capitalistas acaba mascarando e escondendo esta importante etapa de nossas vidas, nos levando a acreditar que o topo da carreira é o topo da pirâmide. Se não percebemos isso a tempo, desperdiçamos nosso tempo em busca de realizações vazias de propósito e perdemos oportunidades de fazer o que realmente faz sentido.

Algumas pessoas, assim como eu, na medida em que vão avançando na carreira, começam a se sentir desconfortáveis com o ambiente, se sentem deslocadas e cada vez menos dispostas a jogar o jogo do poder. Ao se dar conta que existe ainda outro degrau na pirâmide, nos livramos deste fardo e passamos a procurar atividades que deem este senso de propósito. É isso que justifica porque altos executivos se dedicam a atividades sociais, assistencialistas, de sustentabilidade, ou simplesmente se tornam empreendedores.

Empreendedores possuem, em geral, este senso de missão desenvolvido de forma mais apurada e forte. Muitos dos fundamentos que movem os empreendedores em seus empreendimentos e explicam sua determinação e persistência estão embasados em uma visão de futuro bem consolidada e um senso de propósito claro e maior do que o mero ganho financeiro.

Sabendo disto, é hora de questionar o direcionamento que você está dando para sua carreira. Pode até ser que empreendedorismo não caiba nas suas expectativas, mas pare para pensar no que você julga importante na sua carreira: será que é isso mesmo? Ou será que está na hora de dar um novo direcionamento no qual você possa estar mais próximo do que realmente tem significado para você?

Para fazer esta auto análise, lembre-se de tirar o dinheiro e o poder da frente, pois podem estar encobrindo sua visão para o que é verdadeiramente importante. Não se esqueça que em algum momento no passado estes pontos eram de fato importantes na sua vida, mas na medida em que sua carreira se desenvolve e as necessidades vão mudando, estes mesmos pontos passam a perder importância para que outras coisas se sobressaiam. Se você não sabe o que pode ser mais importante do que dinheiro e poder, procure descobrir ou o caminho que você está trilhando pode estar errado!

Por Marcos Hashimoto





sexta-feira, 27 de novembro de 2015

4 atividades diárias para treinar o cérebro antes do vestibular


Na reta final de preparação para o vestibular, é importante fazer um planejamento, elaborando uma rotina de estudos eficiente, de forma a conseguir focar nos conteúdos que forem mais importantes. Por sorte, existem algumas atitudes simples que podem melhorar a capacidade de concentração e a criatividade, para ter o melhor resultado possível nas provas. 
Pensando nisso, separamos 4 dicas para aumentar o desempenho cerebral antes do vestibular. Confira a seguir:

Ter o hábito de praticar atividades físicas regularmente pode aumentar a memória, fazendo com que os seus estudos rendam mais. Procure reservar um tempo para se dedicar a algum exercício, ao menos 3 vezes por semana. Você pode praticar um esporte que gosta, fazer uma caminhada ou academia, por exemplo. O importante é movimentar o corpo. 
2 - Faça uma atividade fora da escola

Para manter o cérebro ativo e saudável, também é importante introduzir na rotina alguma atividade que gosta. Você pode fazer um curso de idiomas, uma aula de desenho, tocar um instrumento musical, escutar música ou ler um livro, por exemplo. Manter um hobbie no dia a dia também é muito importante. 
3 - Alimente-se bem

Manter uma dieta saudável é outra maneira de ativar o cérebro e mantê-lo produtivo. Procure comer alimentos ricos em nutrientes, proteínas e ômega-3, evitando comidas gordurosas ou com excesso de açúcar. 
4 - Desconecte-se por um momento

Durante a preparação para as provas, é interessante ter o hábito de relaxar o corpo e a mente. Através de técnicas simples como meditação ou yoga, por exemplo, você pode diminuir a sensação de estresse e a ansiedade, mantendo o controle da sua própria rotina. Enquanto estiver realizando essas atividades, procure se manter distante de aparelhos eletrônicos como celulares ou computadores e tente manter o foco na sua própria respiração.



quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Hércules, a Hidra de Lerna, os conflitos e a mais preciosa lição

Na Mitologia Grega, Hércules é o filho de Zeus com uma mortal chamada Alceme.

Desde pequeno, Hércules teve sérias dificuldades de relacionamentos, chegando a matar seus instrutores. E, como forma de penitência e também de iluminação, precisou enfrentar os doze trabalhos, nos doze signos do Zodíaco.

Um dia, o grande “Ser” que presidia os trabalhos de Hércules ordenou:

“Além do Rio Amínoma, fica o pântano de Lerna. Nesse pestilento lamaçal habita uma fera que possui nove cabeças, a Hidra. Prepara-te para lutar contra essa asquerosa criatura. Mas, não pense que as armas comuns serão suficientes, pois, se uma cabeça for destruída, duas outras aparecerão em seu lugar.”

E continuou…

“Dou-lhe apenas um conselho: nós nos elevamos quando nos ajoelhamos, conquistamos nos rendendo, ganhamos dando. Então vá, ó filho de Zeus, e supere o seu desafio.”

Hércules se dirigiu ao lugar recomendado. Logo que chegou, o insuportável cheiro do pântano quase o derrotou e as areias movediças tentavam sugá-lo para dentro da terra. Com muita dificuldade, descobriu a caverna onde se escondia a Hidra de Lerna.

Dia e noite, Hércules vagou pelo traiçoeiro pântano, aguardando o momento em que a fera se mostrasse.

Em vão vigiava, até que resolveu arremessar setas de piche em chamas para o interior da caverna.

A Hidra com suas nove cabeças fumegantes emergiu furiosa. Sua feiura era assustadora.

A fera atacou Hércules, e este com um golpe certeiro decepou uma de suas cabeças e outra sucessivamente, mas, a cada cabeça cortada, outras duas nasciam no lugar e o monstro ia se tornando mais forte.

Então Hércules se lembrou do que dissera o “Ser”: “nós nos elevamos quando estamos de joelhos”.

Hércules deixou de lado a sua clave, ajoelhou-se, agarrou a Hidra em suas mãos e a ergueu. Suspensa no ar, a fera perdeu as suas forças. De joelhos, Hércules sustentava a fera no alto para que o ar purificado e a luz do sol destruíssem o monstro que era forte na escuridão e no lodo.

A fera se debateu convulsivamente e, aos poucos, foi se enfraquecendo até que a vitória de Hércules se consumou. Quando as cabeças caíram, o semideus descobriu a única cabeça imortal, decepou-a e a sepultou sob uma rocha.

Sem dúvida, esse mito encerra preciosas lições sobre as relações humanas.

A Hidra permanecia escondida no interior da caverna, tal qual os nossos muitos medos se escondem dentro de nós. Se Hércules apenas ficasse esperando que a Hidra se manifestasse, ficaria vagando eternamente pelo pântano.

Da mesma forma, precisamos enfrentar nossos medos. Chamá-los para fora, ainda que venham furiosos…

Isso envolve olharmos para dentro de nós mesmos, ampliando a janela de nosso autoconhecimento. Envolve descobrir quem somos, o que realmente queremos e por quais valores estamos dispostos a lutar.

O desafio é que a caminhada do autoconhecimento e a disposição para lutarmos por nossos ideais provocam vários conflitos dentro de nós mesmos e nas nossas relações com as outras pessoas.

E, diante dos conflitos, precisamos fazer uma escolha: fugir ou resolver.

Se fugirmos dos conflitos, a Hidra nos destrói.

Mas, por outro lado, se na tentativa de resolvê-los, transformarmos os conflitos em brigas pessoais, enxergando apenas as nossas necessidades, estaremos apenas golpeando as cabeças da Hidra e tornando o monstro do conflito cada vez mais forte.

Por isso, para resolver conflitos, a melhor forma é sempre levar a Hidra para a luz. Isto é, usar a razão e o bom senso, deixando de lado os medos e as amarras emocionais que nos impedem de ver a realidade. Que nos impede de ver as necessidades dos outros.

E, é claro, jamais nos esquecermos da mais preciosa lição desse mito: a humildade - “nós nos elevamos quando estamos de joelhos”.

Se nos mantivermos em posição de combate, jamais nos diferenciamos da própria Hidra. Nessa posição, o conflito faz com que nós e os outros sejam como as feras, lutando imersas nas trevas e no lodo.

Apenas quando baixamos as nossas defesas teremos condições de tirar a Hidra do pântano e levá-la para a luz.

Por isso, curvarmo-nos diante de nossas dificuldades é um caminho inteligente e desafiador para transformar conflitos em auto conhecimento e crescimento pessoal.




quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Você pode ser criativo!

Parte do problema que temos que trabalhar em nossa energia criativa vem, algumas vezes, de uma visão limitada do que realmente significa criatividade.

Algumas pessoas consideram a criatividade uma atividade artística, mas útil no estúdio do que em um escritório executivo. Outros pensam na criatividade apenas em termos de tarefas e profissões (chefs são criativos; contadores, não).

Eis aqui algumas respostas de pessoas que atuam no mercado sobre o significado da "Criatividade":

- A habilidade para construir algo do nada - Ted Murphy .

- A habilidade de pensar em uma ideia comum de um jeito incomum - Randall Dunn .

- Resolver problemas. Você pode ser criativo ao polir sapatos. É a abordagem que você adota - Ernie Perich.

- A habilidade proativa de pensar, ponderar e julgar alternativas para resolver problemas. Enxergar múltiplos modos de ver as coisas - Lisa Vallee-Smith.

- Conectar coisas que não estão conectadas. A habilidade de pensar diferente. Ser capaz de virar o navio e gerenciar através da incerteza - Jake Sigal.

- A base é a curiosidade. Estruturar coisas desestruturadas. A habilidade de tolerar a ambiguidade e criar algo novo que não seja óbvio - Stephen Bean.

A maioria dos desafios criativos requer soluções que caem em uma destas categorias:

1. Descobertas Inovadoras - Alguns exemplos: o iPod, o Google, a guitarra elétrica...

2. Mudança de alto valor - Exemplo: uma nova função de um produto que encanta clientes e aumenta as vendas em 15%, melhora o processo de fabricação em 20% e um aumento imediato de 10% da renda.

3. Criatividade diária: um conceito essencial para o sucesso das empresas no mundo ultracompetitivo que vivemos. Por exemplo: um representante que mostra lealdade para com o cliente e não indiferença ou, ainda, um vendedor fechando negócio com uma abordagem renovada. São pequenos progressos que geram milhões.

Todas as pessoas têm uma massa muscular que pode desenvolvida através da prática contínua e estruturada (não importa idade, altura ou sexo, vai para a academia puxar ferro e desenvolverá músculos fortes).

Com a criatividade não é diferente. Estudos da Harvard Business School mostram que a criatividade é 80% aprendida e adquirida.

Pense na criatividade como um músculo e no sistema como uma malhação contínua para desenvolver sua capacidade criativa. Aristóteles disse: "Somos o que fazemos repetidamente. A excelência é, portanto, não um ato isolado, mas um hábito".

Pense nisso! Um forte abraço, esteja com Deus e até o próximo artigo, enquanto estimulo minha criatividade, lógico!





terça-feira, 24 de novembro de 2015

4 frases que me ajudaram em algum momento e irão te ajudar também

É certo que a vida nos prega peças e, muitas vezes, é preciso uma certa resiliência para lidar com todos os problemas e labirintos que aparecem pelo caminho. Uma forma bastante eficaz que encontrei de me manter motivado é a de aprender algo novo todos os dias. Adotei um caderninho, que eu chamo de Caderno de Ideias, e nele, todos os dias, anoto alguma coisa, pode ser uma frase expressiva, um conceito, um aprendizado, uma fala que escutei de algum anônimo, ou qualquer coisa que naquele momento tenha me feito algum sentido. De tempos em tempos reviso o caderno em busca de inspiração e olha, tem dado muito certo. Revisando ele hoje encontrei algumas frases que me ajudaram muito em certos momentos e gostaria de compartilhar algumas delas com vocês. Tomara que da mesma forma que me ajudaram, possam ajudar você também.
Só quero lembrar que cada um pode ter e fazer a interpretação das frases como quiser. Coloco abaixo de cada frase o que elas significaram para mim e o que eu pude aprender com elas. Somos todos diferentes e podemos ter pontos de vistas diferentes, por isso, seria interessante que compartilhassem comigo também, através dos comentários, o que cada frase significou para vocês. Boa leitura 
"Ter sucesso é falhar repetidamente, mas sem perder o entusiasmo". - Winston Churchill
Sempre tive comigo como conceito de falha algo que pudesse comprometer o futuro, mas, diante de frases como estas, podemos entender a falha como aliada do sucesso. Sem falhar não podemos, de fato, entender o processo que nos leva ao topo. Só vence quem persiste ainda que no caminho haja muitas falhas. Sou um fã de Winston Churchill, mas a frase acima supera tudo. Falhar é bom e toda falha deve ser usada a nosso favor. Faço isso sempre quando falho. O desespero é o pior inimigo de quem quer vencer. É preciso paciência e persistência. 
"A resposta é a desgraça da pergunta". - Maurice Blanchot
O que nos dá mais prazer, o caminho ou a chegada? Segundo Banchot, o caminho. A expectativa, a esperança, a ânsia, a necessidade são as grandes chaves para a felicidade. Quando temos o que queremos, deixamos de querer e isso nos torna fechados para o mundo. É preciso sempre querer algo. Questionar sempre é a melhor forma de se caminhar na vida. Quem não questiona, ou quem não tem dúvidas, vive num tédio sem fim, ou melhor, vive não, pois quem não pergunta já está morto há muito tempo. O tédio é a morte da capacidade criativa. Contra isso é preciso sair da zona de conforto e se aventurar pelas incertezas da vida. Só assim poderemos conhecer o que de fato somos e queremos e, consequentemente, lutar por isso.
"(..) criatividade é um recurso necessário em sua luta para voltar à saúde mental". - P. E. Torrance
Torrance foi um grande estudioso da criatividade e por isso não poderia de estar aqui nessa seleção de frases. Desde já indico a leitura de materiais desse pesquisador a fim de que possamos entender mais sobre a criatividade e a importância dela em nossas vidas. De tanto pesquisar sobre ela pude chegar a uma certeza concreta, inteligência e criatividade estão intimamente ligadas (isso se não forem a mesma coisa). Prefiro usar, inclusive, o conceito "inteligência criativa" quando falo de qualquer uma delas.
Na frase de Torrance, podemos perceber que a saúde mental de qualquer pessoa depende do funcionamento criativo de cada indivíduo. Se não colocamos nossa criatividade em prática, como já dito acima, deixamos de viver verdadeiramente e passamos a morrer num tédio sem fim. Para viver, portanto, como se deve viver, é preciso, antes de tudo, botar a criatividade para funcionar. 
"Não encontre falhas, encontre soluções. Qualquer um sabe reclamar". - Henry Ford
E para finalizar esse artigo, nada melhor do que Henry Ford, que não poderia deixar de estar aqui. Na frase, me atenho muito ao "qualquer um sabe reclamar". A verdade contida ali foi e é muito impactante para mim. Quem aí nunca reclamou de nada, não é mesmo? Melhor ainda, quem aí não reclamou nenhuma vez no dia de hoje? Ou ainda melhor, você reclamou de algo nas últimas duas horas? Olha, tenho certeza que a grande maioria respondeu essa última pergunta com um "SIM" bem grande. O fato é que reclamamos muito e a todo tempo. Não importa o que aconteça, temos que reclamar de algo. Dos pais, da falta do que fazer, do ter o que fazer, do trabalho, dos amigos, dos inimigos etc. Já pensou quanto tempo da sua vida você tem perdido somente para reclamar? E se você pudesse reverter isso, o que aconteceria? E se, ao invés de reclamar, pudéssemos, como nos indica Ford, focarmos na solução do problema? Talvez muita coisa mudasse, não é mesmo.
Uma outra verdade sobre a nossa impetuosidade em reclamar é que muitas vezes reclamamos não de problemas, mas das próprias soluções. É preciso consciência do que falamos e fazemos, e, para isso, é preciso que tenhamos consciência do que somos e queremos. Enquanto nossa vida for um eterno "reclamar" nunca atingiremos o sucesso. O êxtase da vida só é atingido no cantarolar da vitória, e lá não tem esse negócio de reclamação. No alto do sucesso só sobe quem sabe agradecer cada passo subido e não quem reclama a cada vez que é preciso tomar uma iniciativa. Pense nisso.
E assim chegamos ao final dessa seleção que fiz com muito carinho a todos vocês. Se assim me for permitido, certamente voltarei a trazer novas frases. Espero que gostem e possam tirar disso algo de positivo para a vida e carreira de vocês. Muito obrigado. Ah, e vamos fazer um acordo? Durante uma semana vocês vão procurar não reclamar tanto das coisas e vão procurar sair um pouco da zona de conforto de vocês, que tal? Garanto que no final irão ver grandes mudanças (e mudanças reais) em como vocês encaram a vida. Um forte abraço e muito sucesso com criatividade, diversão e conquistas.

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Um sentido para a vida

Tenho acompanhado com apreensão leitores e amigos manifestando suas insatisfações para com a vida. São sentimentos diversos que transitam da frustração por conquistas não alcançadas, passando pela desmotivação decorrente da falta de reconhecimento, até a mera desilusão diante da falta de perspectivas.

Refletir a este respeito levou-me a reler a obra "Em busca de sentido - Um psicólogo no campo de concentração", de Viktor Frankl, fundador da logoterapia, considerada a terceira escola vienense de psicoterapia (as outras duas são as de Freud e Adler). Trata-se do fascinante relato autobiográfico do autor acerca de sua experiência como prisioneiro em Auschwitz e outros campos durante a Segunda Guerra Mundial.

Para a logoterapia, a busca do indivíduo por um sentido na vida é a força motivadora primária para o ser humano. Frankl apresenta pesquisa feita com quase oito mil alunos de 48 universidades que perguntados sobre o que consideravam "muito importante" naquele momento, 16% declararam "ganhar muito dinheiro" e 78% afirmaram "encontrar um propósito para a vida".

Outro exemplo recente foi a pesquisa realizada no início de 2013 pelas consultorias DMRH e Nextview apontando que quatro em cada dez executivos brasileiros estão dispostos a mudar de empresa porque buscam um trabalho alinhado aos seus propósitos e valores.

Mas esta angústia existencial, a dúvida sobre se a vida vale a pena ser vivida, evidentemente não se restringe ao âmbito profissional. Ela assume contornos maiores, manifestando-se num estado de tédio e apatia através dos quais a pessoa vai morrendo interiormente e lentamente.

Como bem pontuou Frankl, as emoções são como algo em estado gasoso. Tal como um gás preenche de forma uniforme e integral todo um espaço vazio, assim a tristeza, a solidão, a angústia e o sofrimento ocupam toda a alma humana. Por sorte, analogamente, o mesmo se aplica à menor das alegrias.

Por isso, não basta o mero interesse primitivo em se preservar a vida. É essencial que cada pessoa identifique sua missão (do latim missio, o enviado) e ouça sua vocação (do latim vocatio, o chamado) nesta busca por propósito, a qual pode ocorrer a partir de três caminhos básicos: (a) pela necessidade de se concluir um trabalho qualquer que será legado à humanidade e que depende exclusivamente de seu protagonista; (b) pelo sofrimento, tal qual o experienciado pelos prisioneiros nos campos de concentração ou por alguém que luta contra uma doença incurável; e (c) pelo amor, o bem último e supremo que pode ser alcançado pela existência humana - e não necessariamente o amor físico, mas o amor espiritual, até mesmo inanimado.

Em sua busca por um sentido para a vida, lembre-se de que embora o sucesso seja perseguido do ponto de vista profissional, e a felicidade, no âmbito pessoal, é preciso salientar que ambos devem ser decorrências naturais. Por isso, pare de persegui-los e, quando você não mais se lembrar deles - sucesso e felicidade -, fatalmente acontecerão em sua vida. Tenha também em mente que ambos são transitórios. Afinal, se você fosse feliz o tempo todo, não seria feliz em tempo algum...



quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Quando a demissão se transforma em oportunidade?


Parece que foi ontem quando manchetes apregoavam situações como apagão de mão de obra e importação de executivos. Acostumados a este cenário positivo, muitos estão encarando o desemprego pela primeira vez ou pelo menos com tamanha duração, já que recolocar-se era um processo breve em tempos de pleno emprego. O foco deste artigo recairá sobre um grupo específico, formado por profissionais qualificados, os quais de alguma maneira foram afetados por processos de fusões e aquisições, tempo de casa, altos salários, idade ou o mais comum nestes tempos, recessão pura.
Graduados e algumas vezes pós-graduados, não raro fluentes em outro idioma, possuem em geral anos de janela em sua área de atuação. Supervisores, coordenadores, gerentes e diretores, os quais tais como recém-divorciados, sentem-se perdidos e despreparados para lidarem com a situação inesperada, mal sabendo por onde começar. Indignação, revolta e sentimento de traição são comuns no período pós-demissão. Em seguida a solidão provocada pelo celular que não mais toca, pela caixa de e-mail e agendas vazias. Apesar de incômodo e conturbado, é um período de transição que poderá servir como aprendizado. Basta estar aberto às mudanças.

Aproveite que a memória ainda está fresca e reflita de maneira profunda sobre sua carreira. Comece pela última experiência relevante, voltando décadas, caso necessário. Empresas, cargos, realizações e eventuais fracassos deverão ser escritos e detalhados. O que você faria novamente com prazer e o que não gostaria de fazer. Quais suas principais competências, pontos fracos e pontos fortes. Cruze as informações e analise se o eventual desligamento não esteve vinculado a alguma lacuna entre a situação da empresa e seu momento de carreira. Talvez tenha sido melhor sair, antes que o cenário piorasse.

Como resultado de suas reflexões decida qual caminho trilhar. Negócio próprio, consultoria ou uma nova recolocação. Caso sua escolha recaia sobre o último item, comece pela definição da área e segmento. Não obstante a tentação em experimentar e conhecer outros horizontes, os recrutadores costumam valorizar profissionais experientes e com conhecimento do mercado em que atuarão. Uma vez definido o escopo de sua busca, escolha algumas dezenas de empresas-alvo, avaliando a adequação do seu perfil à cultura da organização. Siga-a no Twitter, busque contatos internos que possam ajudá-lo, estude seus produtos e mercados.

Agora, pense em você como um produto, elaborando seu plano de divulgação. Apesar das redes sociais e da web 2.0, o currículo é ainda a arma mais utilizada e poderosa. Construa-o com base em seu material desenvolvido na análise de carreira. Como regra geral faça-o sucinto, destacando suas principais competências e qualificações para a função. Vale salientar que em alguns processos, o recrutador não disporá mais do que poucos segundos para avaliar cada candidato. Com o currículo pronto, prepare sua carta de apresentação e lista de referências: chefes, pares e subordinados, escolhendo-os com critério e comunicando-os com antecedência.
Esteja preparado para as entrevistas, treinando e afinando seu discurso. Evolução de carreira, empresas, cargos, principais realizações, motivos de saída do último emprego, pontos fortes, pontos fracos e contribuições para a nova função, são questões clássicas que você terá que responder. Seja natural e direto, respondendo as perguntas sem se esquivar. Espelho, gravadores e filmadoras podem ser boas opções.

Afiado, é hora de ir ao mercado. Em épocas de procura virtual, é certo que passará muito tempo em frente à tela de seu computador. Empresas, headhunters e agências de empregos têm utilizado a web para divulgarem oportunidades e encontrarem candidatos. Outro componente importantíssimo se refere ao networking, ou seja, seu círculo de colegas, amigos e parentes que poderão auxiliá-lo. Convide-os para um almoço, café ou happy hour, colocando-se à disposição de maneira elegante e discreta, por meio de um discurso rápido e objetivo, mencionando seu momento atual e objetivo profissional. Despenda o restante do tempo reforçando os laços em comum.

Seja disciplinado, separando um cômodo da casa como seu escritório. Tenha uma rotina, estabelecendo horários para início e término de seu expediente. Compartilhe suas atividades com os membros da residência, criando algumas regras para facilitar a convivência no dia a dia. Não raro, executivos assumem a gerência da casa, delegando funções e cobrando resultados. Briga e confusão na certa. Monitore sua produtividade, estabelecendo objetivos mensuráveis, tais como: contatos ou ligações diárias, almoços e cafés semanais, cadastros e preenchimento de vagas, entrevistas realizadas e follow-ups. Uma boa sugestão é montar um funil de oportunidades.
Depois de tanto trabalho, aproveite e reserve alguns momentos da semana para pequenos prazeres, impensáveis na jornada de 40 horas semanais. Levar e buscar os filhos na escola, assistir a apresentação de natação ou judô, tirar uma sesta após o almoço, caminhar no parque, ir ao cinema, visitar museus, assistir a Sessão da Tarde. Resgate o velho hobby ou realize aquele curso tão sonhado. Colocar a saúde em dia pode ser interessante. Exames clínicos, testes ergométricos, pequenas cirurgias. Afinal de contas você precisará de muito ânimo e disposição na nova jornada que se iniciará em breve. Boa sorte!

Marcos Morita
            


quarta-feira, 18 de novembro de 2015

O risco dos julgamentos precipitados

Os mais céticos diriam que foi só uma coincidência. Os mais espiritualistas afirmariam que coincidências não existem e que se algo acontece, existe uma razão para ser…

De qualquer forma, o fato é que eu estava refletindo sobre o quanto os julgamentos precipitados levam as pessoas a conflitos desnecessários, quando recebi por email a historinha abaixo:

“Uma garotinha segurava em suas mãos duas maçãs. Seu pai se aproximou e lhe pediu com um belo sorriso: ‘filha, você poderia dar uma de suas maçãs para o papai?’ A menina levanta os olhos para seu pai durante alguns segundos e morde subitamente uma das maçãs e, logo em seguida, a outra.

O pai sente seu rosto se esfriar e perde o sorriso. Ele tenta não mostrar sua decepção quando sua filha lhe dá uma de suas maçãs mordidas.

A pequena olha para seu pai com um sorriso de anjo e diz: ‘É essa a mais doce, papai.’

Assim como o pai nessa história, temos, muitas vezes, a tendência de fazer julgamentos precipitados sobre a ação dos outros.

O nosso próprio instinto de sobrevivência, aliado à pressa do dia a dia, faz com que não retardemos os nossos julgamentos sobre as pessoas.

E, com isso, não concedemos ao outro a oportunidade de poder se explicar quando faz algo que não gostamos. Não perguntamos por que ele faz o que faz, apenas atribuímos um valor àquilo que vemos que o outro faz.

A verdade é que, na grande maioria das vezes, quando uma ação nos parece errada, não procuramos entender o motivo que desencadeou tal situação!

Por isso, tantas vezes entramos em conflito com o outro e ele nem imagina que estamos aborrecidos ou insatisfeitos.

Agora, por um momento, imagine como as relações se tornariam mais fáceis se, ao invés de fazer julgamentos precipitados, tivéssemos o hábito de perguntar ao outro quais os seus motivos para agir de determinada maneira.

Imagine como os conflitos seriam minimizados se, ao invés de rotular o outro a partir de nossa visão de mundo, optássemos por tentar compreender como o outro percebe a realidade.

E vale lembrar que, certamente, essa mudança de atitude não traria apenas ganhos abstratos…

Estudos revelam que os custos com conflitos nas empresas americanas (apenas nas americanas) são da ordem de 360 bilhões de dólares por ano. Por isso, melhorar as relações e minimizar os conflitos é algo que faz muito bem para o emocional das pessoas, e também, para o caixa das empresas.

Diante disso, os fatos são bastante simples, mas bastante impactantes: perguntar mais antes de julgar e ouvir melhor antes de agir aumenta a saúde do bolso e melhora o estado da alma, seja você uma pessoa que se posiciona do lado dos mais céticos ou do lado dos mais espiritualistas.

Por Flávio Lettieri



terça-feira, 17 de novembro de 2015

Aceitar é começar a ser feliz


por Carlos Hilsdorf

Uma amiga acaba de perder o bebê aos dois meses de gestação. Somente as mães compreendem em profundidade a dor oriunda de uma situação como essa. Nós exercitamos a empatia e imaginamos o que significa, mas por mais que nos sensibilizemos não podemos experimentar a mesma dor.

É conhecida a frase: a dor é inevitável, o sofrimento opcional. Nessas circunstâncias não é bem assim; para uma mãe ou futura mamãe que perde um filho em gestação, o sofrimento não é opcional, é uma realidade inevitável. Nessas circunstâncias, a frase deve ser adaptada para: "a dor é inevitável, a forma de enfrentar o sofrimento é opcional!".

Há circunstâncias na vida onde não possuímos controle ou possibilidade de interferência ao ponto de mudar os resultados: resta-nos não como consolo, mas como atitude inteligente e digna o exercício da aceitação.

Dentro das principais opções que temos para enfrentar o sofrimento estão: o desespero, a raiva, a indiferença, a mágoa, a ira, a revolta, a depressão, a alienação e a aceitação. A única que não agrava nossos problemas e possui efeitos benéficos é a aceitação.

O exercício da aceitação é tanto mais fácil e possível quanto maior for o nosso grau de consciência, maturidade e espiritualização.

Aceitar é ser verdadeiramente humilde diante dos fatos inevitáveis e das circunstâncias imutáveis. A humildade nos faz reconhecer o limite das nossas possibilidades diante do universo ao nosso redor. Aceitação não é comodismo ou fuga, o ato da aceitação equivale a envolver com amor profundo os fatos que não podemos alterar e encará-los como circunstâncias a serem vivenciadas e vencidas para o fortalecimento do nosso ser.

Diante dessas situações, seja forte. O mundo é dos fortes, diria uma sábia amiga se estivesse ao meu lado agora que escrevo este artigo. A verdadeira força reside nas capacidades de aceitação e de recomeçar.

Compreender as coisas, nem sempre diminui a dor e o sofrimento, mas nos permite optar por enfrentar a dor e o sofrimento com inteligência, dignidade e resignação.

Chamamos de resiliência a capacidade psicológica de, submetidos a fortíssimas pressões, conseguirmos retornar ao equilíbrio e retomar nossas vidas, realizando um novo começo.

Nessas circunstâncias onde a humildade e a aceitação são nossas maiores virtudes, vale lembrar três reflexões:

1) A prece da serenidade: "Senhor dá-me a serenidade para aceitar as coisas que eu não posso mudar,coragem para mudar as coisas que eu possa e sabedoria para que eu saiba a diferença."

2) Uma reflexão que faço em meu livro Atitudes Vencedoras: "A fé é a certeza que fica quando todas as outras deixam de existir!"

3) Um conselho repetido muitas vezes por Omar Cardoso (pesquisador de astrologia e importante radialista brasileiro da década de setenta): "Todos os dias sob todos os pontos de vista, vou cada vez melhor!"

Estas três reflexões juntas nos permitem compreender que humildade e aceitação constituem o princípio da serenidade; que nossa fé deve ser superior a nossas dores e sofrimentos, mesmo quando não podemos compreender porque determinadas coisas aconteceram, justamente quando tudo parecia perfeito, e; que a certeza de um amanhã, de um renascer onde poderemos estar melhores a cada instante, deve nortear nosso recomeço.

Seja qual for a dor que te aflige, opte por enfrentar o sofrimento pela via da aceitação: a dignidade desse caminho lhe fornecerá as forças para renascer e recomeçar e assim como a mitológica ave Fênix, você renascerá das próprias cinzas (do sofrimento que vem lhe consumindo).

Viver é renascer e recomeçar a cada dia, como repetia com profundo amor Francisco Cândido Xavier: "Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim".

Por mais difícil que seja este momento, ele não é o fim. Acredite, pode até parecer, mas não é o fim.

Pratique a humildade, aceite a realidade e recomece, recomece sempre...

Quanto mais cedo você exercitar a aceitação, mais cedo começará a ser feliz...

Seja forte!