Apesar do
suspense dos mercados globais, o Brasil deve seguir em 2012 com uma defasagem
severa de profissionais com qualificação suficiente. Mesmo assim, há quem
(apesar de um currículo interessante) não consiga encantar nenhum headhunter.
As razões
podem estar na maneira como a pessoa se porta na entrevista de emprego. De
acordo com especialistas, mesmo entre profissionais mais experientes e que
pleiteiam cargos mais executivos, os erros são comuns. Confira quais são:
1. Bancar
ser a última bolacha do pacote
O Brasil
vive um momento de ouro para os profissionais com qualificação de tirar o
fôlego. Ter um currículo anos luz acima da média, contudo, não pode ser
justificativa para dar pano para a presunção na hora da entrevista de emprego.
“É uma questão de oferta e procura. Quando você sabe que a demanda está alta,
você tende a se valorizar mais. O cuidado é que tem aumentado a soberba por
parte dos candidatos”, afirma Luiz Visconte, sócio da Vicky Block Associados.
Cada vez mais, as empresas valorizam determinados perfis profissionais que em
nada combinam com falta de humildade. “Quando você se coloca como a última bolacha
do pacote, é o mesmo que dizer para o outro que ele não é tão bom quanto você”,
diz o especialista. “O candidato precisa baixar a guarda e mostrar que está lá,
realmente, por vontade de estar”.
2. Fugir
dos fatos
Agora, qual
é o limite entre ser presunçoso e encantar o recrutador com suas qualificações
ou conquistas? Com dados e fatos. Ponto final. O problema, segundo Visconte, é
que muitos candidatos se perdem em uma porção de adjetivos abstratos sobre eles
mesmos. E isso só contribui para que o fique uma imagem presunçosa. “Quando
você tem realizações que são compatíveis com o seu discurso não ficará a
impressão de que você está tentando mostrar que é melhor do que a pessoa do
outro lado”, diz o sócio da Vicky Block Associados. Ao contrário. Os fatos irão
“vender o peixe” sozinhos - sem que você tenha que se desdobrar para
impressionar.
Por isso, a
dica é “descrever suas conquistas e como elas se aplicam para o cargo em
questão de uma maneira clara e concisa”, afirma Frédéric Ronflard, diretor da
Robert Walters Brazil.
3. Ser
ignorante nos assuntos da empresa
Aparecer na
entrevista sem ter a mínima noção sobre os negócios da companhia já é um
deslize sério para candidatos a oportunidades juniores. Para quem pleiteia um
cargo mais elevado na hierarquia, essa postura vira falta gravíssima. “A
entrevista é um processo de mão dupla. Da mesma forma que a empresa avalia o
candidato, ele deve checar se a proposta faz ou não sentido para ele”, diz
Visconte. E, para isso, é preciso preparo prévio. Ao demostrar algum
conhecimento sobre assuntos relacionados a empresa, o candidato denuncia que,
realmente, se interessou pela oportunidade. Fato que garante alguns pontos na
avaliação final.
4. Trocar
de papeis
Agora, de
acordo com Ronflard, essa postura não deve ser pretexto para bancar o
entrevistador. Lembre-se: esse não é o momento para colocar o recrutador na
parede – como se o cargo, e não você, fosse o candidato em questão. “O
profissional deve conduzir a si mesmo como se estivesse determinado a conseguir
o emprego em questão”, diz o especialista. “Nunca feche a porta de uma
oportunidade”. Sinal vermelho para os ansiosos de plantão que, de cara, querem
saber tudo sobre o pacote de salários. “Você envia um sinal ruim sobre sua
verdadeira motivação”, explica. “Além disso, você terá outros momentos (e a
pessoa certa) para discutir esse assunto quando o interesse mútuo crescer”.
5. Acabar
com a reputação da ex-companhia (ou atual)
Falar mal
do emprego ou chefes anteriores além de antiético pode render pontos negativos
para a avaliação final do headhunter. “Há entrevistados que, para não assumir
seus atos, acabam recriminando outros”, diz Visconte. Além de imaturidade, isso
pode apontar o quanto não confiável é o candidato em questão.
“Isso
também pode gerar uma leitura ruim sobre sua real motivação para mudar de
emprego”, diz Ronflard. Em outras palavras, talvez você só queira fugir da
atual empresa.
6. Fugir de
perguntas nebulosas
Diante de
questões que apontem para um erro ou um tropeção anterior na carreira, o jeito
é encarar com o máximo de honestidade possível – sem colocar em xeque a
reputação de terceiros. “Quanto mais de frente com o problema, melhor. Menos
dúvidas sobram para o recrutador“, diz Visconte. “Se ele conseguir mostrar que
essa experiência o ajudou a fechar um ciclo profissional, melhor”.
7. Não ser
formal o suficiente
Mais e
mais, as empresas estão apostando em entrevistas de emprego mais confortáveis
para os candidatos. O problema é que muitos candidatos não percebem que há
limites e agem como se estivessem em um happy hour com amigos. “Não há nenhum
problema em ser simpático e caloroso durante a entrevista, desde que isso não
ultrapasse os limites do profissionalismo”, diz Rodland. “Você pode parecer
próximo ao recrutador, sem ser intrusivo, por exemplo”. A dica do especialista
para isso é simples: “seja sempre um pouco mais formal do que o recrutador”.
8. Deixar o
celular ligado (e atender)
Pode
parecer básico, mas acredite: muitos candidatos a cargos executivos não
conseguem desgrudar do celular nem mesmo durante uma entrevista de emprego. E,
sim, há quem atenda uma ligação nessas condições. Some-se a isso chegar
atrasado e, pronto, terá um prato cheio para acabar com todas as chances de
conseguir o cargo.
(fonte: exame.com)
Nenhum comentário:
Postar um comentário