quarta-feira, 10 de abril de 2013

Estresse no trabalho


De dores de barriga a queda de cabelo, de insônia a desmotivação, o estresse é um velho conhecido de grande parte dos brasileiros. Segundo pesquisas, atinge 90% da população global e, no Brasil, considerado o segundo país com maior nível de estresse no mundo, apenas atrás do Japão, três em cada dez trabalhadores já sofreu esgotamento mental intenso – decorrente de pressões no ambiente profissional.

Pode ser excesso de trabalho, problemas de relacionamento no grupo ou dificuldades pessoais. Pouco importa o motivo, o estresse pode cobrar caro do corpo de cada um de nós se não soubermos lidar com ele. Vamos entender um pouco melhor as principais situações desencadeadoras, como identificar isso nas equipes e como lidar com esse “mal” crônico que pode afetar todos nós em determinados momentos da vida.

Estresse causa problemas de saúde

Ninguém quer uma conta dessas para pagar, mas quando abusamos do estresse ele cobra um preço bastante alto de nossos corpos e mentes. Você pode já ter ouvido falar de alguns dos principais problemas: hipertensão, insônia, transtornos mentais (ansiedade, depressão, síndrome do pânico), problemas gástricos (gastrite, úlcera, refluxo, diarreia, colites), queda do sistema imunológico, disfunção erétil e perda de libido. O estresse descontrolado pode culminar entre os mais diversos tipos de doenças, a diferença está em como o corpo de cada um reage aos estímulos chamados estressores, manifestando-se em sintomas físicos ou psicológicos.

Não é meu objetivo escrever um artigo sobre saúde, no entanto, como é algo que muitas vezes está diretamente relacionado ao trabalho, é preciso estar ciente das consequências que o descontrole desses estímulos pode trazer. Afinal, um profissional estressado aumenta o consumo de ansiolíticos e antidepressivos, perde mais tempo de trabalho frequentando médicos e, inclusive, dependendo da gravidade da situação, pode ser demitido ou mesmo pedir o próprio desligamento.

Como identificar o estresse no trabalho

Cada pessoa reage de formas diferentes, mas quando o estresse evolui para a fase de desgaste ou esgotamento emocional, é possível identificar os sintomas mais facilmente. De forma geral, alguém estressado apresenta falta de concentração e esquecimento, instabilidade e agressividade. Dessa forma, o profissional tende a criar discussões desnecessárias e se aborrece com facilidade.

Se o funcionário começa a adoecer com frequência, falta excessivamente por motivo de doença ou sem justificativa, muito provavelmente ela já atingiu um alto nível de estresse. Outros comportamentos típicos: o profissional é geralmente educado e repentinamente torna-se ríspido; o relacional torna-se introspectivo; o tranquilo passa a chorar por qualquer coisa.

Também são sintomas: indigestão, isolamento, depressão, palpitações cardíacas e tensões musculares. Alguns são mais facilmente identificáveis que outros, mas é preciso estar em constante vigilância.

Acredito que esta identificação seja uma tarefa tanto do gestor quanto do próprio funcionário. Afinal, é uma questão de autoconhecimento, mas também de gestão de pessoas. O superior precisa identificar se o motivo do estresse decorre de um problema pessoal ou do excesso de trabalho, por exemplo, para ajudar o subordinado de alguma maneira.

Se mais de um subordinado apresenta sintomas de estresse, pode ser um indicativo importante para aumentar o quadro de funcionários, rever ou atualizar processos e atividades, ou mesmo substituir o gestor.

Conhecer os limites das pessoas que trabalham com você é importante para não sobrecarregá-las ou apresentar um novo desafio num período de estresse. 

Como evitar o estresse no trabalho

São vários os motivos que levam o profissional a atingir os mais diferentes níveis de estresse. A chave da questão está em como lidar com cada situação. Primeiramente, é preciso fazer um constante exercício de avaliar o problema antes de “arrancar os cabelos“. Qual é, realmente, a gravidade do problema? Quanto desgaste emocional é realmente necessário?

Nos estressamos muitas vezes por questões triviais, de fácil resolução. Muitas vezes, se não na maioria delas, é falta de organização ou comunicação. Uma agenda atualizada e diretrizes claras podem solucionar problemas e evitar o estresse. Simples assim. Outras vezes, nos irritamos por termos dificuldade em aceitar o inevitável. Como dizem, se não há solução, solucionado está.

Para evitar e aliviar o estresse, atividades físicas, alimentação saudável, equilíbrio entre vida profissional e pessoal e momentos de descanso estão entre as principais válvulas de escape.

É difícil colocar essa questão em prática, mas não é impossível. Todos nós podemos melhorar e mudar, desde que estejamos realmente determinados a encarar as coisas de uma maneira diferente e tornar a qualidade de nossas vidas melhor.


Um comentário:

  1. Boa matéria... realmente o estresse tem feito vítimas, devido a rotina desgastante que vivemos. Gostaria de ter tido mais consciência dos meus limites...

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