Há muitos anos que profissionais que atuam na área de
recursos humanos têm procurado observar e discutir quais são os fatores
ou condições que, na essência, diferenciam uma empresa de outra, em termos de
sua performance, tornando-a mais ou menos competitiva em relação a outras.
Literatura e estudos a respeito dessa questão é que não
faltam. Desde os produzidos e testados em outros países e, por que não, até
mesmo no nosso.
Para um grande número de pessoas esta resposta é
simples, pois acreditam que a diferença essencial está na tecnologia que é
empregada no processo produtivo da empresa.
Outras acreditam que a diferença está nas
possibilidades econômicas e financeiras de cada uma, o que se traduz em maior
capacidade de investimentos, capital de giro, ganhos financeiros etc.
A conjugação desses dois primeiros fatores parece
a resposta mais adequada para um grande número de outras pessoas. Então
perguntamos: duas empresas, de mesmo porte, mesmo número de trabalhadores,
mesmo produto, utilizando a mesma tecnologia, tendo ou dispondo do mesmo volume
de capital e atuando no mesmo mercado etc. teriam a mesma performance ou os
mesmos resultados?
Imaginamos que a única resposta possível, mesmo
que por abstração, seja não. Essas empresas seriam diferentes em seus
resultados.
Ora, em países economicamente estáveis, com inflação em
níveis decentes, o acesso ao capital para investimentos ou capital de giro não
é algo proibitivo como é no Brasil.
Daí, não podermos eleger este fator como sendo o que
faz a real diferença entre as empresas, já que todas teriam as mesmas
possibilidades de obtê-lo, igualando-se neste aspecto.
Por outro lado, todos sabemos que a diferença
tecnológica entre as empresas já não é um diferencial tão significativo
como em tempos atrás. Os saltos tecnológicos já não são tão grandes como já
foram antigamente. Os saltos são mais curtos, embora em maior velocidade. Não
está aí a resposta, a nosso ver.
A resposta correta, em nossa avaliação, que daqui
para frente parecerá óbvia, embora, na prática, não seja reconhecida e
praticada pela maioria das empresas, está nas pessoas que trabalham nas
organizações.
São elas, de fato, e em última análise, que diferenciam
uma empresa de outras. Tanto nas empresas pequenas ou grandes, ricas ou pobres,
sofisticadas ou atrasadas tecnologicamente.
Então, por que tratar "tão mal" os
trabalhadores, se, de fato, eles é que fazem a diferença? As empresas
precisam refletir sobre as atitudes e ações contrárias a esta constatação que
elas vêm adotando ao longo do tempo, com seus programas de reengenharia,
downsizing, terceirização e por aí adiante, passando a adotar novas posturas e
atitudes, como por exemplo:
- Não ver o trabalhador como um adversário. Vê-lo
como um parceiro;
- Acreditar que o trabalhador, em qualquer nível,
é capaz de pensar e propor variadas soluções.
- Não valorizar demais os seus gerentes e
diretores, em detrimento dos demais níveis;
- Ver o trabalhador como uma pessoa adulta e
responsável. Não tratá-lo como um adolescente irresponsável;
- Não se orgulhar de lucro obtido através de péssimas
condições de trabalho e de salários indignos;
- Ter relações sérias e transparentes com seus
trabalhadores;
- Recolher todos os chicotes em mãos de diretores,
gerentes, chefes e encarregados, estimulando-os a obter resultados através
das pessoas, sem a imposição de medo ou outras chantagens
emocionais;
As empresas devem ter em mente que são as
pessoas, "no frigir dos ovos", que fazem a tão almejada qualidade,
produtividade e modernidade. São elas que cumprem os prazos, minimizam custos,
melhoram a produtividade etc., possibilitando a prática de qualidade e preços
competitivos. São elas, em última análise, que fazem a real diferença
competitiva.
É importante que a pessoa, em momentos de colocação e
recolocação profissional, não ignore essa realidade. Não tenha uma atitude
excessivamente passiva em relação à empresa que o está "escolhendo".
Procure conhecer suas crenças e filosofias básicas, procurando também e
igualmente fazer sua escolha e opção de tipo de empresa que gostaria de prestar
seus serviços.
|
|
|
Autor:
|
|
Paulo
Pereira, Diretor da Eventos RH
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário