quinta-feira, 25 de abril de 2013

É você quem faz a diferença na empresa - Paulo Pereira


Há muitos anos que profissionais que atuam na área de recursos humanos têm procurado observar e discutir  quais são os fatores ou condições que, na essência, diferenciam uma empresa de outra, em termos de sua performance, tornando-a mais ou menos competitiva em relação a outras.

Literatura e estudos a respeito dessa questão é que não faltam. Desde os produzidos e testados em outros países e, por que não, até mesmo no nosso.

Para um grande número de pessoas esta resposta é simples, pois acreditam que a diferença essencial está na tecnologia que é empregada no processo produtivo da empresa. 

Outras acreditam que a diferença está nas possibilidades econômicas e financeiras de cada uma, o que se traduz em maior capacidade de investimentos, capital de giro, ganhos financeiros etc. 

A conjugação desses dois primeiros  fatores parece a resposta mais adequada para um grande número de outras pessoas. Então perguntamos: duas empresas, de mesmo porte, mesmo número de trabalhadores, mesmo produto, utilizando a mesma tecnologia, tendo ou dispondo do mesmo volume de capital e atuando no mesmo mercado etc. teriam a mesma performance ou os mesmos resultados?

Imaginamos  que a única resposta possível, mesmo que por abstração, seja não. Essas empresas seriam diferentes em seus resultados.

Ora, em países economicamente estáveis, com inflação em níveis decentes, o acesso ao capital para investimentos ou capital de giro não é algo proibitivo como é no Brasil. 

Daí, não podermos eleger este fator como sendo o que faz a real diferença entre as empresas, já que todas teriam as mesmas possibilidades de obtê-lo, igualando-se neste aspecto.

Por outro lado, todos sabemos que a diferença tecnológica entre as empresas  já não é um diferencial tão significativo como em tempos atrás. Os saltos tecnológicos já não são tão grandes como já foram antigamente. Os saltos são mais curtos, embora em maior velocidade. Não está aí a resposta, a nosso ver.

A resposta correta, em nossa  avaliação, que daqui para frente parecerá óbvia, embora, na prática, não seja reconhecida e praticada pela maioria das empresas, está nas pessoas que trabalham nas organizações. 

São elas, de fato, e em última análise, que diferenciam uma empresa de outras. Tanto nas empresas pequenas ou grandes, ricas ou pobres, sofisticadas ou atrasadas tecnologicamente.

Então, por que tratar "tão mal" os trabalhadores, se, de fato,  eles é que fazem a diferença? As empresas precisam refletir sobre as atitudes e ações contrárias a esta constatação que elas vêm adotando ao longo do tempo, com seus programas de reengenharia, downsizing, terceirização e por aí adiante, passando a adotar novas posturas e atitudes, como por exemplo:

 - Não ver o trabalhador como um adversário. Vê-lo como um parceiro;

 - Acreditar que o trabalhador, em qualquer nível, é capaz de pensar e propor variadas soluções. 

- Não valorizar demais os  seus gerentes e diretores, em detrimento dos demais níveis;

- Ver o trabalhador como uma pessoa adulta e responsável. Não tratá-lo como um adolescente irresponsável;

- Não se orgulhar de lucro obtido através de péssimas condições  de trabalho e de salários indignos;

- Ter relações sérias e transparentes com seus trabalhadores;

- Recolher todos os chicotes em mãos de diretores, gerentes, chefes e encarregados, estimulando-os a obter resultados através   das pessoas,  sem a imposição de medo ou outras chantagens emocionais;

As empresas devem ter em mente  que são as pessoas, "no frigir dos ovos", que fazem a tão almejada qualidade, produtividade e modernidade. São elas que cumprem os prazos, minimizam custos, melhoram a produtividade etc., possibilitando a prática de qualidade e preços competitivos. São elas, em última análise, que fazem a real diferença competitiva.

É importante que a pessoa, em momentos de colocação e recolocação profissional, não ignore essa realidade. Não tenha uma atitude excessivamente passiva em relação à empresa que o está "escolhendo". 

Procure conhecer suas crenças e filosofias básicas, procurando também e igualmente fazer sua escolha e opção de tipo de empresa que gostaria de prestar seus serviços.


   
Autor: 

Paulo Pereira, Diretor da Eventos RH

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