Já escrevi diversos artigos
sobre liderança, concentrando-me em geral nos escalões mais altos, tais como
gerência e diretoria. Gostaria de mudar um pouco o foco, atendendo a hierarquia
de maneira mais generalizada, apontando dicas para que um novo funcionário,
seja em outra área ou empresa, possa se destacar frente a seus colegas de
trabalho.
Escrevo com base em minha experiência já um tanto larga como gestor de pessoas,
as quais me permitiram uma visão privilegiada do comportamento de diversos
profissionais.
Ajudou-me o viés acadêmico por meio das lentes de professor
universitário, observando, analisando e comparando situações do cotidiano,
relatadas abaixo.
Vejamos então, sete dicas do que não fazer para se dar bem.
Cuidar somente do próprio
quintal:
duvido quem nunca tenha escutado a célebre frase: "isto não
é minha responsabilidade". Apesar dos colegas que abusam da boa vontade
dos bem intencionados, dispará-la ao primeiro questionamento não é a melhor
atitude.
Avalie e veja realmente se o problema não é de sua alçada, assim
poderá colaborar.
Ter medo de errar:
compartilho
a frase que ouvi de diversos gestores: "prefiro os que erram por fazer aos
que não fazem por medo de errar".
O erro, dentro de padrões aceitáveis,
demonstra a próatividade do colaborador.
O gestor competente deve aproveitá-lo
para apontar, corrigir a rota e sugerir melhorias. Isto não justifica persistir
no erro, lembre-se.
Não querer se molhar:
imagine
a situação: fechamento mensal de vendas em uma distribuidora numa sexta-feira,
quase final do expediente.
O frenesi toma conta de todos, cujo objetivo é
fechar as metas propostas. A
gendar uma sessão de acupuntura, ou sair mais cedo
para ir à praia, pode demonstrar que prefira ficar alheio. Imagine quem não
será lembrado em uma eventual promoção...
Trazer a farinha, não o bolo ou
a receita:
conheço colaboradores que adoram trazer problemas para a chefia
imediata, apresentando-os e cobrando sua resolução.
Saliento a estes que já
tive diversos funcionários, os quais traziam o bolo pronto ou pelo menos
algumas receitas para prepará-lo.
Infelizmente já não os tenho em minha equipe,
uma vez que invariavelmente progrediram em suas carreiras.
Preferir o meio de campo:
apesar
da importância em jogar pelo time, trazer resultados individuais certamente
fará com que se destaque na equipe.
Engana-se que apenas os que trabalham em
áreas de negócio ou em altas funções podem fazer a diferença.
Grandes sacadas
surgem na linha de frente, a qual convive e vive os problemas dos clientes no
dia a dia. Tenha ideias, sugira, implemente e divulgue-as.
Não ser político:
apesar
das notícias podres do Planalto, algo pode ser aprendido com os nobres
deputados e senadores.
Alianças e coligações devem fazer parte do seu dia a
dia, independentemente do nível ou função.
Em situações de estresse e alta
demanda, é o bom relacionamento que muitas vezes fará com que seu pedido seja
atendido com prioridade por outro colega de trabalho.
Agir e não pensar:
não
parar de tempos em tempos para avaliar suas atitudes e comportamentos pode ser
um erro fatal.
O dia a dia opressor do mundo corporativo muitas vezes criam
feridas, cujas cicatrizes nos deixam mais intolerantes e menos sensíveis.
Pare
de vez em quando e converse com seu superior, colegas e subordinados de maneira
aberta, solicitando que pontuem sobre suas atitudes e comportamentos.
Apesar da trivialidade das
sugestões, há profissionais com currículos irretocáveis que não conseguem
construir carreiras consistentes, pulando de empresa em empresa.
Conheço por
outro lado pessoas simples e com baixa instrução formal, as quais, devido às
características mencionadas, tornaram-se essenciais nos locais em que
trabalham.
Quantas vezes você já não escolheu o restaurante pelo garçom ou a
padaria pelo simpático atendente?
Pense nisto antes de tomar sua próxima
atitude.
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