Certamente
você já ouviu, em inúmeras formas, aquela frase "ah, quando eu chego em
casa eu desligo o plug do trabalho e quando estou no trabalho esqueço os
problemas que tenho em casa".
Na atual conjugação que temos para o verbo
"trabalhar" é humanamente impossível descolarmos as duas
realidades. Ou seja: não se é uma pessoa no trabalho e outra em casa; ou
ainda, se você vive um desafio pessoal ele certamente ganhará contornos no
trabalho.
O cuidado que temos que tomar é para que esses contornos não se
transformem em algo dramático ou que traga problemas para aqueles que
convivem com você.
Mas há pessoas que se consideram verdadeiros icebergs, ou carcaças blindadas
contra a mescla entre emoções pessoais e corporativas. Na verdade, elas estão
se enganando. Por mais que uma pessoa tenha uma vida pessoal considerada
estável, isso não irá isentá-la de em determinado momento ter que lidar com
problemas.
Evidentemente que há quem enfrente situações mais delicadas do que outras,
mas sempre surgirá um fato que faça o indivíduo sentir-se mais frágil e
passível de ter suas emoções à flor da pele.
Isso pode ocorrer em virtude de
questões relacionadas à saúde, desentendimento com familiares,
autoquestionamento dos próprios objetivos de vida, desequilíbrio nas
finanças, uma paixão não correspondida, enfim, inúmeros fatores fazem a
pessoa ter aquele dia que a remete pensar:
"Por que eu não fiquei em
casa?!".
Contudo, isso não resolverá problemática alguma e, afinal,
todos precisam cumprir com as suas responsabilidades, inclusive no trabalho.
Quando, por exemplo, um profissional ingressa no ambiente de trabalho
sobrecarregado pelas questões pessoais, nem sempre tem a capacidade de
administrar suas emoções e, ao mínimo contato com o colega de trabalho, usa o
momento como "válvula de escape" para ficar aliviado.
Ou seja:
coitado do colega de trabalho que, com certeza, não tem a menor ideia do que
se passa com você. Isso pode tornar-se razão para que se crie um
distanciamento momentâneo entre as pessoas ou, então, inicie-se uma discussão
que pode levar apenas alguns minutos ou ganhar, lamentavelmente, sérias
proporções. Mas, como agir diante de uma situação como a descrita?
Confira a
seguir algumas dicas para administrar bem suas emoções diante de um colega de
trabalho descontrolado. Ou...para que você não seja essa pessoa
descontrolada.
1 - O dia
a dia faz com que as pessoas identifiquem determinadas características de
personalidades de quem está próximo a elas. Isso também é extensivo nas
empresas.
Caso você já tenha conhecimento de que seu colega é daqueles que
têm "pavio curto", não tente descobrir a todo custo o motivo que o
fez chegar com aquela "cara de quem quer poucos amigos".
Pode ser
que ele queira ficar calado boa parte do dia. Se possível, apenas o
cumprimente com um bom dia e deixe que ele próprio consiga relaxar ao longo
do expediente.
2 – Como
você saiba que hoje não está "de bem com a vida", fale o mínimo
possível sobre problemas e tente não usar o telefone do trabalho como uma
extensão do bate-papo de casa.
É claro que não precisa dar aquele falso
"sorriso amarelo", apenas diga, àqueles que lhe mostrarem
confiabilidade, que "algo não está legal com você, mas que logo tudo
ficará bem e que isso não deve prejudicar sua capacidade de trabalhar".
É bem melhor ser sincero do que esconder o que sente e ser alvo de fofoca.
3 - Caso
precise falar algo relacionado com suas atividades justamente com aquele
colega que não se mostra nos melhores dias, seja objetivo e profissional.
Não
tente dar uma de abelhudo, a menos que ele mesmo se mostre disposto a
conversar um pouco para desabafar.
4 - Se a
situação for inversa e seu colega precisar de você para desenvolver alguma
atividade, mostre-se receptivo.
Mas, não exagere na dose porque há dias em
que a pessoa realmente precisa de um momento para si e quando alguém força
uma conversa, ele sentirá que sua privacidade foi invadida.
5 - Rir é
um ótimo remédio para afastar o mau humor. No entanto, se um dos seus pares
está definitivamente "carrancudo" em determinado dia, não force uma
situação para tirá-lo daquele estado através de alguma piada ou, então, sobre
o resultado do jogo que ocorreu na noite passada.
A receptividade diante da
sua investida, talvez se torne o "pontapé" inicial para algum
comentário que você nunca gostaria de ter ouvido.
6 – Se,
por outro lado, você for o cara mau-horado e ouvir uma piada, tente ao menos
não ignorar a tentativa do colega. E se esforce para não fazer um comentário
grosseiro.
7 - Se o
seu colega permanecer com o comportamento tenso por mais de um dia e caso
você realmente goste dele, se possível, peça alguns minutos do seu gestor
para conversar sobre a visível mudança do seu par.
Lembre-se de ter esse diálogo
reservado, para que a privacidade do seu colega seja assegurada. Algumas
vezes, a liderança está com tantas atribuições que o fato pode passar
despercebido por dois ou até três dias.
8 -
Ninguém merece ser "saco de pancadas" e tampouco servir de "válvula
de escape" para aliviar os problemas de terceiros.
Se em determinado
momento o seu colega de trabalho chega para você porque sentiu algum
desconforto diante de uma atitude sua, mantenha uma conversa reservada com
ele.
9 - Caso
o conflito que se forme seja mais complicado do que o esperado, sugira que
seja realizado um diálogo diante da presença do seu líder.
Isso fará com que
o agressor tenha tempo para esfriar a cabeça e até mesmo rever algum
posicionamento impróprio que ele mesmo teve com você e até mesmo diante dos
demais membros da equipe.
10 - Há
situações em que uma discussão pode ocorrer e que você seja o expectador.
Diante da dimensão do fato, procure acalmar as partes envolvidas e se isso
não for possível, peça ajuda a outro colega de trabalho que esteja mais
próximo.
Não deixe que uma confusão ganhe proporções mais sérias, sem ao
menos tentar algo para acalmar os ânimos.
11 - Por
mais que alguém tente provocá-lo e tirá-lo do sério, proferindo palavras
impróprias ou mesmo atitudes grosseiras, não entre nesse jogo e nem pense em
responder com a "mesma moeda".
Isso não é um ato de covardia, mas
de prudência e que garantirá a você respaldo suficiente para se
"defender" frente a uma agressão que partiu de algum colega de
trabalho.
Dizer "não" a uma briga é sinal de coragem e nunca de
fraqueza.
12 - Um
dos principais fatores que geram conflitos entre os membros de uma equipe é a
"velha e conhecida fofoca".
Aqueles rumores que rapidamente ganham
espaço na sala e até nos corredores das organizações são verdadeiras
armadilhas que prejudicam o clima organizacional.
Por isso, quando escutar
que "alguém falou algo sobre você", antes de esquentar a cabeça ou
tomar qualquer atitude precipitada faça alguns questionamentos:
A) Quem fez a informação chegar até você merece sua confiança?
B) A pessoa que supostamente falo algo sobre você é acostumada a ter atitudes
dessa natureza?
C) É possível manter um diálogo com a pessoa que supostamente fez comentários
impróprios sobre você?
D) Existe um histórico anterior de conflitos entre você e a outra parte?
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domingo, 5 de agosto de 2012
Controle suas amoções no ambiente de trabalho - Alexandre Peconick
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