domingo, 5 de agosto de 2012

Controle suas amoções no ambiente de trabalho - Alexandre Peconick


Certamente você já ouviu, em inúmeras formas, aquela frase "ah, quando eu chego em casa eu desligo o plug do trabalho e quando estou no trabalho esqueço os problemas que tenho em casa". 

Na atual conjugação que temos para o verbo "trabalhar" é humanamente impossível descolarmos as duas realidades. Ou seja: não se é uma pessoa no trabalho e outra em casa; ou ainda, se você vive um desafio pessoal ele certamente ganhará contornos no trabalho. 

O cuidado que temos que tomar é para que esses contornos não se transformem em algo dramático ou que traga problemas para aqueles que convivem com você. 

Mas há pessoas que se consideram verdadeiros icebergs, ou carcaças blindadas contra a mescla entre emoções pessoais e corporativas. Na verdade, elas estão se enganando. Por mais que uma pessoa tenha uma vida pessoal considerada estável, isso não irá isentá-la de em determinado momento ter que lidar com problemas.

Evidentemente que há quem enfrente situações mais delicadas do que outras, mas sempre surgirá um fato que faça o indivíduo sentir-se mais frágil e passível de ter suas emoções à flor da pele. 

Isso pode ocorrer em virtude de questões relacionadas à saúde, desentendimento com familiares, autoquestionamento dos próprios objetivos de vida, desequilíbrio nas finanças, uma paixão não correspondida, enfim, inúmeros fatores fazem a pessoa ter aquele dia que a remete pensar:

"Por que eu não fiquei em casa?!". 

Contudo, isso não resolverá problemática alguma e, afinal, todos precisam cumprir com as suas responsabilidades, inclusive no trabalho.

Quando, por exemplo, um profissional ingressa no ambiente de trabalho sobrecarregado pelas questões pessoais, nem sempre tem a capacidade de administrar suas emoções e, ao mínimo contato com o colega de trabalho, usa o momento como "válvula de escape" para ficar aliviado. 

Ou seja: 

 coitado do colega de trabalho que, com certeza, não tem a menor ideia do que se passa com você. Isso pode tornar-se razão para que se crie um distanciamento momentâneo entre as pessoas ou, então, inicie-se uma discussão que pode levar apenas alguns minutos ou ganhar, lamentavelmente, sérias proporções. Mas, como agir diante de uma situação como a descrita? 

Confira a seguir algumas dicas para administrar bem suas emoções diante de um colega de trabalho descontrolado. Ou...para que você não seja essa pessoa descontrolada.


1 - O dia a dia faz com que as pessoas identifiquem determinadas características de personalidades de quem está próximo a elas. Isso também é extensivo nas empresas. 

Caso você já tenha conhecimento de que seu colega é daqueles que têm "pavio curto", não tente descobrir a todo custo o motivo que o fez chegar com aquela "cara de quem quer poucos amigos". 

Pode ser que ele queira ficar calado boa parte do dia. Se possível, apenas o cumprimente com um bom dia e deixe que ele próprio consiga relaxar ao longo do expediente.

2 – Como você saiba que hoje não está "de bem com a vida", fale o mínimo possível sobre problemas e tente não usar o telefone do trabalho como uma extensão do bate-papo de casa. 

É claro que não precisa dar aquele falso "sorriso amarelo", apenas diga, àqueles que lhe mostrarem confiabilidade, que "algo não está legal com você, mas que logo tudo ficará bem e que isso não deve prejudicar sua capacidade de trabalhar". 

 É bem melhor ser sincero do que esconder o que sente e ser alvo de fofoca.

3 - Caso precise falar algo relacionado com suas atividades justamente com aquele colega que não se mostra nos melhores dias, seja objetivo e profissional. 

Não tente dar uma de abelhudo, a menos que ele mesmo se mostre disposto a conversar um pouco para desabafar.

4 - Se a situação for inversa e seu colega precisar de você para desenvolver alguma atividade, mostre-se receptivo. 

Mas, não exagere na dose porque há dias em que a pessoa realmente precisa de um momento para si e quando alguém força uma conversa, ele sentirá que sua privacidade foi invadida.

5 - Rir é um ótimo remédio para afastar o mau humor. No entanto, se um dos seus pares está definitivamente "carrancudo" em determinado dia, não force uma situação para tirá-lo daquele estado através de alguma piada ou, então, sobre o resultado do jogo que ocorreu na noite passada. 

A receptividade diante da sua investida, talvez se torne o "pontapé" inicial para algum comentário que você nunca gostaria de ter ouvido.

6 – Se, por outro lado, você for o cara mau-horado e ouvir uma piada, tente ao menos não ignorar a tentativa do colega. E se esforce para não fazer um comentário grosseiro.

7 - Se o seu colega permanecer com o comportamento tenso por mais de um dia e caso você realmente goste dele, se possível, peça alguns minutos do seu gestor para conversar sobre a visível mudança do seu par. 

Lembre-se de ter esse diálogo reservado, para que a privacidade do seu colega seja assegurada. Algumas vezes, a liderança está com tantas atribuições que o fato pode passar despercebido por dois ou até três dias.

8 - Ninguém merece ser "saco de pancadas" e tampouco servir de "válvula de escape" para aliviar os problemas de terceiros. 

Se em determinado momento o seu colega de trabalho chega para você porque sentiu algum desconforto diante de uma atitude sua, mantenha uma conversa reservada com ele.

9 - Caso o conflito que se forme seja mais complicado do que o esperado, sugira que seja realizado um diálogo diante da presença do seu líder. 

Isso fará com que o agressor tenha tempo para esfriar a cabeça e até mesmo rever algum posicionamento impróprio que ele mesmo teve com você e até mesmo diante dos demais membros da equipe.

10 - Há situações em que uma discussão pode ocorrer e que você seja o expectador. Diante da dimensão do fato, procure acalmar as partes envolvidas e se isso não for possível, peça ajuda a outro colega de trabalho que esteja mais próximo. 

Não deixe que uma confusão ganhe proporções mais sérias, sem ao menos tentar algo para acalmar os ânimos.

11 - Por mais que alguém tente provocá-lo e tirá-lo do sério, proferindo palavras impróprias ou mesmo atitudes grosseiras, não entre nesse jogo e nem pense em responder com a "mesma moeda". 

Isso não é um ato de covardia, mas de prudência e que garantirá a você respaldo suficiente para se "defender" frente a uma agressão que partiu de algum colega de trabalho. 

Dizer "não" a uma briga é sinal de coragem e nunca de fraqueza.

12 - Um dos principais fatores que geram conflitos entre os membros de uma equipe é a "velha e conhecida fofoca". 

Aqueles rumores que rapidamente ganham espaço na sala e até nos corredores das organizações são verdadeiras armadilhas que prejudicam o clima organizacional. 

Por isso, quando escutar que "alguém falou algo sobre você", antes de esquentar a cabeça ou tomar qualquer atitude precipitada faça alguns questionamentos: 

A) Quem fez a informação chegar até você merece sua confiança?

B) A pessoa que supostamente falo algo sobre você é acostumada a ter atitudes dessa natureza?

C) É possível manter um diálogo com a pessoa que supostamente fez comentários impróprios sobre você?

D) Existe um histórico anterior de conflitos entre você e a outra parte?



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