Nem tudo
é sempre exatamente do jeito que queremos ou que planejamos.
Para quase tudo
é necessário negociar, saber ter o chamado “jogo de cintura”, enfim ceder
quando é preciso, ousar quando é imprescindível. Sempre que ouvimos a palavra
negociação logo vêm à mente imagens de discussões com o chefe, ou daquelas
intermináveis reuniões que visam convencer uma empresa a “comprar a sua
idéia”.
Mas negociação é muito mais do que isso.
Para pessoas com mentalidade empreendedora um combustível do qual não podem
abrir mão é a “técnica de negociação”. Se possível, é bom ter mais do que uma
técnica. Afinal, segundo alguns dos melhores consultores especialistas em
vendas a negociação "é um exercício de convivência, a maneira mais
democrática de resolver conflitos". E por conflito entenda coisas
pequenas e grandes, que dizem respeito a você, à sua rua, empresa, estado e
país. A atual e problemática guerra no Iraque; o difícil acordo de votação do
salário mínimo no Congresso; o acerto de preço e data de entrega de um
produto; a contratação de uma nova empresa de limpeza; o programa de sábado à
noite; o roteiro de viagem das próximas férias, tudo envolve negociação. Ela
está presente em todas as esferas de nossa vida, tanto na pessoal como na
profissional.
Mas é importante ressaltar que vender é bem diferente de negociar. Venda é a
profissão, a atividade; e a negociação é a técnica. Na verdade, a negociação
é algo que está além da relação compra-venda. Nós hoje negociamos no
dia-a-dia com mulher, com marido, com filhos, com irmãos.
O negociador que quer levar vantagem em tudo acaba destruindo as possibilidades
de um relacionamento duradouro e bem-sucedido com a outra parte. O fator que
mais conta no desenrolar de uma negociação é a filosofia que está por trás de
cada uma das partes envolvidas. Muita gente está mergulhada na tradição das
partes adversárias ou oponentes porque querem vencer a qualquer custo. Porém,
quem procura ganhos imediatos, adotando a filosofia do 'eu ganho, você
perde', arrisca-se a sacrificar o relacionamento com a outra parte no longo
prazo. Quando os papéis são assinados e o acordo é fechado, essas pessoas
talvez acreditem que deu tudo certo. Mas, se a outra parte ficou
insatisfeita, imaginando que foi prejudicada ou manipulada, é provável que
ponha um fim no relacionamento ou revide em algum outro acordo.
Negociação por etapas
A chave da negociação é o autoconhecimento, é conhecer bem o seu negócio e a
si mesmo, assim como o outro lado. Isso é o que avaliam gerentes comerciais
em geral. Eles afirmam que a negociação de sucesso pode ser dividida em cinco
etapas. Confira:
• Prepare-se - Esta é a fase de coletar informações, estudar o mercado,
conhecer o produto, os concorrentes, os clientes, etc. Também é fundamental
conhecer os interesses - tanto os seus como os da outra parte;
• Crie opções - Depois de saber bem o que a outra parte deseja na negociação,
crie alternativas, ofereça soluções para chegar a um acordo amigável. O ideal
é encontrar aquela solução que é melhor para ambos os lados, a chamada
solução win-win (ganha-ganha);
• Negocie - Essa parte diz respeito ao ato de negociar propriamente dito. É o
momento de ceder em coisas que para você têm pouco valor para obter coisas
que têm grande valor, e que para o outro lado tem menos valor. É o chamado
encontro de interesses;
• Fechamento - Esta é uma das horas mais complicadas do processo, pois as
pessoas tendem a fazer as maiores concessões no final, o que pode ser ruim
para você - ou não. Uma opção é lançar a questão "Se concordarmos com
estas condições, temos um acordo?" A vantagem é que você ainda não
concordou em nada, e está obrigando o outro lado a jogar sua última carta, se
tiver uma escondida;
• Conclusão - Após a negociação, o relacionamento deve continuar: este é o
momento de investir na construção de uma relação duradoura entre as
partes.
Em síntese, a negociação tem mais chances de sucesso se for trabalhada sob
três aspectos:
comercial, técnico e comportamental.
O primeiro diz respeito
ao conhecimento que você tem do produto - tanto o da sua empresa quanto o dos
concorrentes. A segunda questão fala dos atributos técnicos (prazos, preços,
etc) e a terceira, de como você e o cliente se comportam, e da necessidade de
você conhecer bem o cliente para estabelecer uma comunicação eficaz com
ele.
Segundo consultores da área, a tendência do profissional que quer negociar é
começar falando e maio que brecar a fala de seu interlocutor, uma espécie de
mecanismo de defesa. Mas esta técnica é equivocada mesmo porque o poder de
determinar o sucesso de uma negociação está nas mãos de quem pergunta, não de
quem responde.
“Você precisa conhecer o cliente e saber o que ele quer antes
de mais nada", alerta a área Comercial do Grupo LET.
|
segunda-feira, 6 de agosto de 2012
NEGOCIAÇÃO Domine e assim não seja dominado por ela - Alexandre Peconick
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário