quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Você tem experiência?


Num processo de seleção da Volkswagen, os candidatos deveriam responder a seguinte pergunta: 

“Você tem experiência?” 

A redação abaixo foi desenvolvida por um dos candidatos. Ele foi aprovado e seu texto está fazendo sucesso, e ele com certeza será sempre lembrado por sua criatividade, sua poesia, e acima de tudo por sua alma.

"Já fiz cosquinha na minha irmã só pra ela parar de chorar. 

Já me queimei brincando com vela. 

Eu já fiz bola de chiclete e melequei todo o rosto. 

Já conversei com o espelho, e até já brinquei de ser bruxo. 

Já quis ser astronauta, violonista, mágico, caçador e trapezista. 

Já me escondi atrás da cortina e esqueci os pés pra fora. 

Já passei trote por telefone. 

Já tomei banho de chuva e acabei me viciando. 

Já roubei beijo. 

Já confundi sentimentos. 

Peguei atalho errado e continuo andando pelo desconhecido. 

Já raspei o fundo da panela de arroz carreteiro. 

Já me cortei fazendo a barba apressado. 

Já chorei ouvindo música no ônibus. 

Já tentei esquecer algumas pessoas, mas descobri que essas são as mais difíceis de se esquecer. 

Já subi escondido no telhado pra tentar pegar estrela. 

Já subi em árvore pra roubar fruta. 

Já caí da escada de bunda. 

Já fiz juras eternas. 

Já escrevi no muro da escola. 

Já chorei sentado no chão do banheiro. 

Já fugi de casa pra sempre, e voltei no outro instante. 

Já corri pra não deixar alguém chorando. 

Já fiquei sozinho no meio de mil pessoas sentindo falta de uma só. 

Já vi pôr-do-sol cor-de-rosa e alaranjado. 

Já me joguei na piscina sem vontade de voltar. 

Já bebi uísque até sentir dormentes os meus lábios. 

Já olhei a cidade de cima e mesmo assim não encontrei meu lugar. 

Já senti medo do escuro.

Já tremi de nervoso. 

Já quase morri de amor, mas renasci novamente pra ver o sorriso de alguém especial. 

Já acordei no meio da noite e fiquei com medo de levantar. 

Já apostei em correr descalço na rua. 

Já gritei de felicidade. 

Já roubei rosas num enorme jardim. 

Já me apaixonei e achei que era para sempre, mas sempre era um “para sempre” pela metade. 

Já deitei na grama de madrugada e vi a Lua virar Sol. 

Já chorei por ver amigos partindo, mas descobri que logo chegam novos, e a vida é mesmo um ir e vir sem razão. 

Foram tantas coisas feitas, momentos fotografados pelas lentes da emoção, guardados num baú, chamado coração. 

E agora um formulário me interroga, me encosta na parede e grita: “Qual sua experiência?”. 

Essa pergunta ecoa no meu cérebro: experiência… experiência… 

Será que ser “plantador de sorrisos” é uma boa experiência? 

Não! Talvez eles não saibam ainda colher sonhos! 

Agora gostaria de indagar uma pequena coisa para quem formulou esta pergunta: 

Experiência? Quem a tem, se a todo momento, tudo se renova…?"


YouTube: Lições de 40 Filmes em 7 Minutos


no link:

http://www.youtube.com/watch?v=3EpQ0yl_Ezs


Ensinando a ousar


* por Tom Coelho

“O que quer que você seja capaz de fazer, ou imagina ser capaz, comece.
Ousadia contém gênio, poder e magia.”
(Goethe)

A cada minuto de nossas vidas estamos sempre assumindo dois papéis: o de professor e o de aluno. Dependendo do momento, do tema e do interlocutor, colocamos um ou outro véu. E num diálogo realmente edificante, chegamos mesmo a utilizar ambos.

Porém, em regra, somos maus professores. Maus porque pregamos a mediocridade, inibimos a audácia, coibimos o risco, desestimulamos a galhardia. Ser medíocre é ser comum, mediano, modesto, despretensioso. Ser medíocre é estar seguro, ainda que não se esteja bem. Ser medíocre é fruto natural de nossa cultura ibérica e de nossa tradição católica.

Empregados sem empregos


Nossas escolas de ensino fundamental privilegiam uma alfabetização metódica, padronizada, enquadrando as crianças num plano bidimensional. São ao menos nove anos de estudos sem incentivo à criatividade e à ousadia. Depois, quem pode gasta uma soma considerável com um terapeuta ou em um curso de especialização para instruir seu filho a traçar linhas curvas e não apenas retas, a misturar cores quentes e frias, a experimentar outras formas geométricas, a unir nove pontos alinhados três a três com apenas quatro retas.

O ensino médio, por sua vez, produz exércitos dotados de baionetas com as quais assinalarão “x” dentre cinco alternativas possíveis para, aí sim, ingressando no chamado ensino superior, compor uma legião de empregados para um mundo sem empregos. A própria estrutura de ensino promove a subserviência, seja por intermédio do método expositivo de aulas, seja através do respeito incólume às hierarquias, seja por meio dos trabalhos de conclusão ou estágios supervisionados, sempre focalizados em grandes empresas e com conteúdo discutível.

Nosso modelo de ensino não instiga o pensar. História é para ser decorada, e não entendida. Matemática é para se aprender por tentativa e erro, e não por tentativa e acerto. Português tem muitas regras, não se sabe para quê, não émano?

Abolimos as aulas de Educação Moral e Cívica porque remetiam à lembrança dos tempos da ditadura, em vez de modernizarmos seu programa. O resultado é que hoje não se sabe mais cantar o Hino Nacional, o qual só é ouvido em jogos de futebol ou quando somos agraciados com alguma façanha em um evento esportivo. Foi-se embora o culto ao patriotismo e o amor ao verde-amarelo. Foi-se também a oportunidade de se ministrar um pouco de ética e de responsabilidade social.

Mediocridade ensinada


Nossa mediocridade ensinada acaba permeada em nossas vidas sem que nos apercebamos disso. Nossas empresas tornam-se medíocres porque não têm o gene do empreendedorismo, em especial o empreendedorismo de oportunidade, aquele que gera valor, que produz riqueza, que semeia empregos qualificados e de forma sustentada. Falta-nos a ousadia para adotar novas práticas, da remuneração variável ao horário flexível, da gestão compartilhada à participação nos resultados.

Nossa mediocridade ensinada congela nossos ímpetos corporativos, impedem-nos de investir em nossas próprias ideias, de acreditar em nossos mais castos ou ambiciosos sonhos. O risco, palavra derivada do italiano antigo risicare e que significa nada menos do que “ousar”, deixa de ser uma opção, deixa de ser um destino.

Nossa mediocridade ensinada se mostra presente em nossas vidas pessoais, exacerbando nossa timidez, trazendo consigo a hesitação por uma palavra, por um beijo, por uma conquista mútua. Tempera relações sem usar sal ou pimenta, adota a monotonia e culpa a rotina. Observe como nunca somos medíocres no início de um namoro, da troca de olhares ao flerte, do perfume das flores ao sabor dos bombons. Tudo isso até o primeiro beijo, o único de fato verdadeiro, pois dele deriva muitos outros até os finalmente protocolares, como a nota cinco necessária para se passar de ano.

Pílula azul ou vermelha?


Vivemos em uma nação na qual, mesmo após mais de meio século, a terra ainda devolve com fartura tudo o que nela se planta. Não somos vitimados por catástrofes naturais. Somos dotados de grande simpatia e predisposição ao trabalho. Então, por que sermos medíocres?

O que nos impede de reproduzir em larga escala a criatividade de nossa publicidade, a inteligência de nosso design, a beleza de nossa moda, a eficiência de nossa agroindústria da soja, a ousadia de milhões de pessoas que teimam em se manter vivas com um punhado de reais ao longo de todo um mês?

Ou a vida é uma aventura ousada, ou não é nada. Do contrário, não vivemos, apenas vegetamos. À luz de um ícone criado no filme “Matrix”, podemos tomar a pílula azul, esquecer tudo isso, e tratar o ensino com objetivo exclusivo de satisfazer estatísticas, empenhados em reduzir índices de evasão e elevar taxas de escolaridade. Mas podemos optar pela pílula vermelha, e incentivar a escola democrática, substituir a forma desinteressante e desatrelada da realidade de educar pelo estímulo à curiosidade, encorajando o aprendizado ao invés do ensino porque ousadia é uma forma de ser e não de saber.


* Tom Coelho é educador, conferencista e escritor com artigos publicados em 17 países. É autor de “Somos Maus Amantes – Reflexões sobre carreira, liderança e comportamento” (Flor de Liz, 2011), “Sete Vidas – Lições para construir seu equilíbrio pessoal e profissional” (Saraiva, 2008) e coautor de outras cinco obras. Contatos através do e-mail tomcoelho@tomcoelho.com.br

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Amyr Klink


“Um homem precisa viajar. 

Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. 

Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. 

Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. 

Conhecer o frio para desfrutar o calor. 

E o oposto. 

Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. 

Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser. 

Que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver”

É Proibido - Pablo Neruda


É proibido chorar sem aprender,
Levantar-se um dia sem saber o que fazer
Ter medo de suas lembranças.


É proibido não rir dos problemas
Não lutar pelo que se quer,
Abandonar tudo por medo,


Não transformar sonhos em realidade.
É proibido não demonstrar amor
Fazer com que alguém pague por tuas dúvidas e mau-humor.
É proibido deixar os amigos


Não tentar compreender o que viveram juntos
Chamá-los somente quando necessita deles.
É proibido não ser você mesmo diante das pessoas,
Fingir que elas não te importam,


Ser gentil só para que se lembrem de você,
Esquecer aqueles que gostam de você.
É proibido não fazer as coisas por si mesmo,
Não crer em Deus e fazer seu destino,


Ter medo da vida e de seus compromissos,
Não viver cada dia como se fosse um último suspiro.
É proibido sentir saudades de alguém sem se alegrar,


Esquecer seus olhos, seu sorriso, só porque seus caminhos se desencontraram,
Esquecer seu passado e pagá-lo com seu presente.
É proibido não tentar compreender as pessoas,
Pensar que as vidas deles valem mais que a sua,


Não saber que cada um tem seu caminho e sua sorte.
É proibido não criar sua história,
Deixar de dar graças a Deus por sua vida,


Não ter um momento para quem necessita de você,
Não compreender que o que a vida te dá, também te tira.
É proibido não buscar a felicidade,


Não viver sua vida com uma atitude positiva,
Não pensar que podemos ser melhores,
Não sentir que sem você este mundo não seria igual.


Mutantes


"Somos as únicas criaturas na face da terra capazes de mudar nossa biologia pelo que pensamos e sentimos! 

Nossas células estão constantemente bisbilhotando nossos pensamentos e sendo modificados por eles. Um surto de depressão pode arrasar seu sistema imunológico; apaixonar-se, ao contrário, pode fortificá-lo tremendamente. 

A alegria e a realização nos mantém saudáveis e prolongam a vida.
A recordação de uma situação estressante, que não passa de um fio de pensamento, libera o mesmo fluxo de hormônios destrutivos que o estresse. 

Suas células estão constantemente processando as experiências e metabolizando-as de acordo com seus pontos de vista pessoais. 

Não se pode simplesmente captar dados brutos e carimbá-los com um julgamento. 

Você se transforma na interpretação quando a internaliza. 

Quem está deprimido por causa da perda de um emprego projeta tristeza por toda parte no corpo – a produção de neurotransmissores por parte do cérebro reduz-se, o nível de hormônios baixa, o ciclo de sono é interrompido, os receptores neuropeptiídicos na superfície externa das células da pele tornam-se distorcidos, as plaquetas sanguíneas ficam mais viscosas e mais propensas a formar grumos e até suas lágrimas contêm traços químicos diferentes das lagrimas de alegria. 

Todo este perfil bioquímico será drasticamente alterado quando a pessoa encontra uma nova posição. Isto reforça a grande necessidade de usar nossa consciência para criar os corpos que realmente desejamos. 

A ansiedade por causa de um exame acaba passando, assim como a depressão por causa de um emprego perdido. 

O processo de envelhecimento, contudo, tem que ser combatido a cada dia. 

Shakespeare não estava sendo metafórico quando Próspero disse: “ Nós somos feitos da mesma matéria dos sonhos.” 

Você quer saber como esta seu corpo hoje?
Lembre-se do que pensou ontem 

Quer saber como estará seu corpo amanhã?
Olhe seus pensamentos hoje!” 

Ou você abre seu coração,
ou algum cardiologista o fará por você!” 


Por Deepak Chopra 

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Madre Teresa de Calcutá


Muitas vezes as pessoas são egocêntricas, ilógicas e insensatas. 

Perdoe-as assim mesmo! 

Se você é gentil, podem acusá-lo de egoísta, interesseiro. 

Seja gentil assim mesmo! 

Se você é um vencedor terá alguns falsos amigos e alguns inimigos verdadeiros. 

Vença assim mesmo! 

Se você é bondoso e franco poderão enganá-lo. 

Seja bondoso e franco assim mesmo! 

O que você levou anos para construir, alguém pode destruir de uma hora para a outra.

Construa assim mesmo! 

Se você tem paz e é feliz, poderão sentir inveja. 

Seja feliz assim mesmo! 

O bem que você faz hoje, poderão esquecê-lo amanhã. 

Faça o bem assim mesmo! 

Dê ao mundo o melhor de você, mas isso pode nunca ser o bastante. 

Dê o melhor de você assim mesmo! 

Veja você que, no final das contas é entre você e Deus. 

Nunca foi entre você e os outros!




Onze sugestões para uma eficaz administração de conflitos - Ernesto Artur Berg




1. Procure Soluções, Não Culpados.

É evidente que todo problema ou conflito tem uma causa, e, se você 
procurar, vai encontrar o culpado também. Mas, ao fazer isso, estará
também desviando preciosa energia e tempo na caça às bruxas,em vez
de se concentrar na solução que, a rigor, é a única saída para o
desentendimento.Focalize sua atenção nos ganhos da solução e
esqueça a sessão de acusações mútuas.Olhe um nível acima,concentre
as pessoas nas metas (é o que elas mais deveriam ter em comum),
enfoque as convergências (não as divergências), comprometa as
pessoas na busca da melhor solução,encare isso de forma objetiva e
também positiva. Só depois fale a sós com o causador do incidente (se
houver um e puder identificá-lo), mostrando-lhe a inadequação da
atitude e os resultados disso. Grande parte das vezes uma conversa
sincera, respeitosa e objetiva evitará a repetição do ocorrido,desde que
as causas sejam tratadas.

2. Analise a Situação.

A. Faça as seguintes perguntas: QUAL é realmente o problema?, QUEM
está envolvido?, O QUE aconteceu?, Desde QUANDO vem ocorrendo?,
ONDE aconteceu o desentendimento (em que departamento, setor, área
geográfica etc.)?, POR QUE ocorreu o conflito?,Poderia ter sido evitado?
B. Busque alternativas de solução. Aponte as opções que você julgar
mais plausíveis para resolver o conflito.
C. Escolha a melhor alternativa com base nas informações à sua
disposição
D. Implante e avalie. Ao implantar a solução, faça acompanhamentos
periódicos para detectar eventuais desvios de rotas, promovendo
reuniões com os envolvidos.Os passos b, c e d poderão também ser
realizados com os envolvidos, desde que haja abertura e clima propício
para isso.

3. Mantenha um Clima de Respeito.

Ao dialogar com a(s) parte(s) envolvida (s), mantenha sempre um clima
de respeito e consideração pois essa será a plataforma que sustentará o
entendimento. Evite todo o tipo de sarcasmo, ironia ou agressividade,
pois funcionarão como combustível para aumentar a fogueira.

4. Aperfeiçoe a Habilidade de Ouvir e Falar.

Não interrompa quando a outra pessoa estiver se explicando,saiba ouvir
e ouça também as entrelinhas, isto é, o que ela não está dizendo mas
insinuando por gestos, tom de voz e postura. Assim descobrirá muito
além das aparências. Faça perguntas que levem ao esclarecimento do
problema.Mesmo que em circunstâncias normais não se deva interromper
quem fala, se a outra pessoa não consegue desenvolver seu pensamento,
ou estiver se desviando do assunto ou ainda se expressando com
dificuldade, interrompa fazendo perguntas objetivas que recoloquem o
diálogo nos trilhos.Pergunte qual é a sugestão da outra pessoa para
sanar o conflito.

5. Seja Construtivo ao Fazer uma Crítica.

Evite a armadilha da personalidade, usando frases diretas e acusativas
do tipo: “Você só sabe trabalhar para si e não ajuda ninguém” ou “Você
me prejudicou de propósito”. As pessoas sentem-se acusadas e
colocam-se na defensiva quando ouvem frases como “Você fez isso” ou
“Você errou aquilo”. Concentre-se no problema ou comportamento e não
na personalidade das pessoas. No primeiro exemplo anteriormente dado,
uma outra forma de abordagem poderia ser: “Seu comportamento de
afastar-se do grupo trem trazido problemas quanto ao cumprimento de
prazos do setor”. No segundo exemplo, a frase poderia ser: “Sua atitude
acabou me prejudicando”. Evite também críticas vagas ou malfeitas do
tipo:“Seu trabalho tem deixado muito a desejar”. É algo muito impreciso:
por isso fale de modo específico: “A pontualidade é algo muito
importante para mim, e o seu relatório foi concluído com dois dias de
atraso. Além disso, o item 5 não faz menção às novas datas estipulados
pelo cliente, conforme os dados que lhe repassei anteriormente”. Da
mesma forma, quando alguém lhe dirigir críticas vagas, solicite
esclarecimentos “Você é muito negativo” ou “Seu trabalho está abaixo da
média” não dizem muito. Pergunte então:“Onde o meu comportamento
é negativo?” ou “Onde o meu trabalho está abaixo da média? Eu gostaria
de saber para melhorar”.

6. Procure a Solução Ganha-Ganha.

O ganha-perde ou perde-perde são as piores formas de solucionar
conflitos. Sempre restarão alguns estilhaços doloridos, aguardando a
melhor hora para o contra-ataque. Procure a relação ganha-ganha em
que ambos os lados saiam ganhando, sem impor ou humilhar a outra
parte. Os conflitos não são casuais. Eles ocorrem quando as pessoas
sentem-se frustradas ou humilhadas, ignoradas, não reconhecidas,
injustiçadas,inseguras,traídas ou algo assim.Por outra lado -felizmente–
as pessoas todas evitam conflitos e tornam-se cooperativas sempre que
percebem algo de vantajoso para elas ou para o grupo. As pessoas
cooperativas são aquelas que têm algo a ganhar com isso, e grande
parte das vezes não se trata de dinheiro. Elas podem querer, por
exemplo, segurança, estabilidade, reconhecimento,promoção,
crescimento pessoal, harmonia em equipe, desafios profissionais, elogio
etc.Mostre, portanto,à outra parte o que ela tem a ganhar com a solução
do conflito (ou o que ela tem a perder se perdurar) e terá dado um
grande passo para a solução do desentendimento.

7. Aja Sempre no Sentido de Eliminar Conflitos.

Existem muitos métodos para eliminar comportamentos de resistência.
Você poderá utililizar um ou vários desses métodos para resolver
impasses com colegas ou subordinados:
A.Mostre um Exemplo de Sucesso.Exemplifique como o mesmo problema
Foi enfrentado pela pessoa X ou pelo Departamento A e que a solução foi
encontrada utilizando o mesmo processo a ser agora adotado, provando,
assim, sua eficiência.
B.Dê uma Garantia. Garanta que, se o novo layout, a nova tecnologia ou
seja lá o que for, não der certo dentro de um determinado prazo (quinze
dias, um mês etc), então será adotado o sistema antigo ou algum outro.
C. Faça uma Demonstração. Há resistências quanto a um novo
equipamento ou um novo sistema?Use-o ou faça-o você mesmo funcionar
(ou alguma outra pessoa que entenda disso) e mostre os resultados
positivos.
D.Tente Simplesmente Ouvir. Ouça os argumentos da outra parte
amistosamente. Ao terminar o que ela tem a dizer, experimente
persuadi-la por meio de uma argumentação seqüenciada e lógica.

8. Evite Preconceitos.

Preconceitos são, talvez, os piores bloqueadores na administração de
conflitos. Estão relacionados com valores e crenças profundamente
arraigados no íntimo das pessoas. A própria palavra preconceito explica
o seu significado: pré-conceito, isto é, conceito prévio. O conceito já
está previamente embutido e cristalizado na mente da pessoa, atuando
como um clichê ou rótulo, sempre que determinado assunto é abordado.
Suspende-se o julgamento(um dos dons mais preciosos do ser humano)
e aciona-se o piloto automático, que passará então a comandar os
pensamentos a respeito do tema ou da situação enfrentada. Os
preconceitos mais comuns estão relacionados a cor, religião, sexo,
nacionalidade, idade, ideologia política,deficiência física e mental.É difícil
libertar-se desses estereótipos, mas uma das melhores armas contra
eles é imbuir-se e conscientizar-se de cada caso é um caso e cada
pessoa é uma pessoa,e que o problema deve ser administrado dentro de
sua realidade única e específica, por mais parecido que possa ser com
casos semelhantes do passado. Toda pessoa é única (não existem duas
iguais, por mais semelhanças que possam ter) e todo conflito é singular,
pois os fatores que o originaram nunca são totalmente idênticos e, se
o são, os desdobramentos poderão tomar rumos inusitados. Pense nisso
da próxima vez em que tiver de solucionar um conflito sobre o qual você
ache que já sabe tudo a respeito por já ter enfrentado situações iguais e
pessoas parecidas.

9. Mantenha a Calma.

Mantenha a calma, não reaja mal às más-notícias e, sobretudo, não se
irrite se alguém discordar de seu ponto de vista. Administrar conflitos
significa também administrar a si mesmo e ao seu humor.Ambigüidades,
incertezas e atitudes passionais fazem parte do processo conflitual,
principalmente nos estágios mais agudos. Mantenha a cabeça fria e
segure a mão firme no leme, sem perder o controle da situação, e
tenha uma atitude de tranqüilidade e confiança. Devido a essa postura,
os outros aceitarão sua liderança e passarão a confiar em você. Escolha
sempre o momento mais adequado para tratar do assunto conflitante.
Conserve o objeto da discórdia exclusivamente entre os envolvidos, e
abstenha-se de fazer propaganda, fofoca ou lançar boatos a respeito.
Se a situação estiver muito confusa e os ânimos exaltados, às vezes é
bom dar um tempo, para que as cabeças esfriem. Convoque uma
reunião para mais tarde ou para o dia seguinte e, enquanto isso, faça
o seu dever de casa e analise bem a situação para estabelecer sua
estratégia de abordagem.

10. Quando Estiver Errado, Reconheça o Erro.

Isso não vai diminuí-lo ou torná-lo vulnerável, como muitos supõem.
Pelo contrário,você provocará o respeito dos outros por demonstrar que
o seu interesse não é provar que você é perfeito ou infalível, mas sim
buscar a melhor solução para o conflito, mesmo que, para isso, você
tenha que admitir que cometeu um erro.

11. Não Varra os Problemas para Debaixo do Tapete.

Se houver um conflito enfrente-o, usando para isso a abordagem que
melhor se coadune com o momento. Não ignore a situação, nem
contemporize achando que o tempo sanará o desentendimento.O tempo
quase sempre só agravará a discórdia. Pode, no entanto, haver
situações especiais em que é mais vantajoso não encarar o conflito do
que enfrentá-lo, pois a relação custo- benefício seria desfavorável.
Neste caso use o seu bom senso para discernir quando fazê-lo.

Condensado do livro “Administração de Conflitos”, de Ernesto Artur Berg, Juruá
Editora.