Vamos falar em termos práticos sobre este grande drama
existencialista do ser humano.
Acredite, a primeira resposta que geralmente vem à cabeça de qualquer pessoa é
algo assim: "meu nome é Fulano, tenho 30 anos. Sou administrador com
especialização em marketing e trabalho na empresa tal, como supervisor de
vendas".
Sinceramente, essa resposta satisfaz de fato à pergunta em questão?
Agora, experimente responder assim:
"meu nome é Fulano, sou uma pessoa
cheia de sonhos, muito embora às vezes me sinta inseguro sobre se vou mesmo
realizá-los; sou um bom amigo, gosto de ouvir as pessoas; sou um pouco carente,
elogios me fazem bem; sou comprometido com o que faço, e sou ávido por
resultados; tenho algumas certezas e muitas dúvidas".
Que tal?
Essa é a forma interior de se responder e, claro, muito mais difícil,
porque em geral não paramos para pensar em quem somos de verdade. Falamos o que
é superficial, o que podemos provar com documentos, o que as pessoas podem
perceber facilmente, a forma exterior.
Acredite, promover o autoconhecimento, conhecer a verdade sobre nós mesmos e
assumir responsabilidades por nossas reações e atitudes, transforma-se em
vantagem competitiva. Quando nos conhecemos, entendemos nossas qualidades,
assumimos nossas limitações e passamos a ter auto-estima. E, ter auto-estima é
confiar na sua própria capacidade de pensar, sentir, decidir, agir, avaliar,
aprender, respondendo de modo efetivo às condições que a vida impõe.
O psicólogo americano Nathaniel Branden, autor do best-seller “Auto-estima”,
advoga que a base da auto-estima não é o êxito em si, mas uma série de práticas
que conduzem ao sucesso. Ele define como seis os pilares de uma auto-estima
saudável:
1. Consciência: prestar atenção ao que acontece, ao que se experimenta, ao que
se faz, sem esquecer o contexto no qual surgem os nossos sucessos, as
experiências e as ações.
2. Aceitação: reconhecer os próprios pensamentos, emoções, ações, sem evasões
nem repúdios; observar-se pacientemente, sem aprovação nem condenação.
3. Responsabilidade: compreender que se é o autor das próprias escolhas e
ações, que se é responsável pela própria vida e bem-estar. Responder
conscientemente aos desafios da vida.
4. Assertividade: ser autêntico no trato com os outros, negando-se a ocultar o
que se é de verdade para ganhar a aprovação deles. Estar preparado para
defender os próprios valores e idéias.
5. Propósito: identificar os objetivos de curto e longo prazo e as ações
necessárias para obtê-los. Supervisionar as ações para garantir que se
mantenham na rota.
6. Integridade: viver em congruência com aquilo que se sabe e se professa.
Dizer a verdade, honrar os compromissos e exemplificar, com ações, os valores
que se sustenta.
Sou administradora. Aprendi, na faculdade e na especialização, tudo sobre a
técnica de administrar processos, patrimônios, pessoas, tempo. Mas hoje posso
afirmar, sem medo de errar, comecei a ter mais sucesso quando comecei a
administrar o ativo interior.
Aprendi, na prática, que ao compreender quem
realmente é, a pessoa alicerça sua auto-estima, sua autoconfiança e sua paz
interior sobre um terreno firme.
Se operar a partir da ilusão e da ignorância,
estará sempre tentando construir sua auto-imagem sobre areia movediça. E aí,
não tem MBA que dê jeito.
Luciana Pianaro é diretora da Sapiens Sapiens Desenvolvimento Integral
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