quarta-feira, 3 de outubro de 2012

QUEM SOU EU REALMENTE? - Luciana Pianaro


Vamos falar em termos práticos sobre este grande drama existencialista do ser humano. 

Acredite, a primeira resposta que geralmente vem à cabeça de qualquer pessoa é algo assim: "meu nome é Fulano, tenho 30 anos. Sou administrador com especialização em marketing e trabalho na empresa tal, como supervisor de vendas". 

Sinceramente, essa resposta satisfaz de fato à pergunta em questão? 

Agora, experimente responder assim: 

"meu nome é Fulano, sou uma pessoa cheia de sonhos, muito embora às vezes me sinta inseguro sobre se vou mesmo realizá-los; sou um bom amigo, gosto de ouvir as pessoas; sou um pouco carente, elogios me fazem bem; sou comprometido com o que faço, e sou ávido por resultados; tenho algumas certezas e muitas dúvidas". 

Que tal? 

Essa é a forma interior de se responder e, claro, muito mais difícil, porque em geral não paramos para pensar em quem somos de verdade. Falamos o que é superficial, o que podemos provar com documentos, o que as pessoas podem perceber facilmente, a forma exterior. 

Acredite, promover o autoconhecimento, conhecer a verdade sobre nós mesmos e assumir responsabilidades por nossas reações e atitudes, transforma-se em vantagem competitiva. Quando nos conhecemos, entendemos nossas qualidades, assumimos nossas limitações e passamos a ter auto-estima. E, ter auto-estima é confiar na sua própria capacidade de pensar, sentir, decidir, agir, avaliar, aprender, respondendo de modo efetivo às condições que a vida impõe. 

O psicólogo americano Nathaniel Branden, autor do best-seller “Auto-estima”, advoga que a base da auto-estima não é o êxito em si, mas uma série de práticas que conduzem ao sucesso. Ele define como seis os pilares de uma auto-estima saudável: 

1. Consciência: prestar atenção ao que acontece, ao que se experimenta, ao que se faz, sem esquecer o contexto no qual surgem os nossos sucessos, as experiências e as ações. 

2. Aceitação: reconhecer os próprios pensamentos, emoções, ações, sem evasões nem repúdios; observar-se pacientemente, sem aprovação nem condenação. 

3. Responsabilidade: compreender que se é o autor das próprias escolhas e ações, que se é responsável pela própria vida e bem-estar. Responder conscientemente aos desafios da vida. 

4. Assertividade: ser autêntico no trato com os outros, negando-se a ocultar o que se é de verdade para ganhar a aprovação deles. Estar preparado para defender os próprios valores e idéias. 

5. Propósito: identificar os objetivos de curto e longo prazo e as ações necessárias para obtê-los. Supervisionar as ações para garantir que se mantenham na rota. 

6. Integridade: viver em congruência com aquilo que se sabe e se professa. Dizer a verdade, honrar os compromissos e exemplificar, com ações, os valores que se sustenta. 

Sou administradora. Aprendi, na faculdade e na especialização, tudo sobre a técnica de administrar processos, patrimônios, pessoas, tempo. Mas hoje posso afirmar, sem medo de errar, comecei a ter mais sucesso quando comecei a administrar o ativo interior. 

Aprendi, na prática, que ao compreender quem realmente é, a pessoa alicerça sua auto-estima, sua autoconfiança e sua paz interior sobre um terreno firme. 

Se operar a partir da ilusão e da ignorância, estará sempre tentando construir sua auto-imagem sobre areia movediça. E aí, não tem MBA que dê jeito. 

Luciana Pianaro é diretora da Sapiens Sapiens Desenvolvimento Integral 


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