Por Bernt Entschev
Muitos profissionais têm essa dúvida e
simplesmente não sabem como pedir, qual a melhor maneira, se há um melhor momento ou o que deve
ser evitado ao falar com o chefe. A situação, apesar de capciosa e geralmente deixar
as pessoas envergonhadas ou amedrontadas nesse momento cara a cara com o
superior, é bastante simples.
Antes de abordar o chefe, o que todos devem se perguntar, na verdade, é:
eu mereço esse aumento? Todo profissional, em algum momento, precisa de um
reajuste salarial. É uma consequência natural caso ele tenha desempenhado um
bom trabalho nos últimos tempos. E a empresa sabe, melhor do que ninguém, que
funcionários têm trazido resultados efetivos à companhia ou não.
Um ponto muito importante a ser considerado antes de fazer a proposta é
avaliar o momento que a empresa está passando. Pedir um aumento enquanto a
companhia está sob contenção de gastos chega a parecer insensível por parte do
profissional. Por outro lado, se a empresa está indo “de vento em popa”, como
dizem, contratando profissionais e investindo no capital humano interno, não há
momento melhor para negociar a faixa que esse. Se a perspectiva financeira da
companhia for boa, há outros fatores que influenciam na sua chance de receber
um aumento.
O que levar para a conversa
Primeiramente, é aconselhável marcar uma reunião com antecedência, ou pelo
menos planejar a conversa para uma época em que ninguém esteja afogado de
trabalho ou sob um nível alto de estresse. Escolher o momento certo para falar
tem sim seus fundos de verdade. Isso também dará tempo para que você planeje
tudo o que será dito.
Segundo. É importante ter argumentos sólidos para o bate-papo. Apoiar-se
em dados estatísticos é a melhor saída para mostrar que o seu trabalho tem
feito a diferença. Isso faz com que você saia do “achismo” e dê credibilidade
ao que diz. Se o seu tipo de trabalho não pode ser mensurado em porcentagens ou
números, mostre as conquistas, avanços ou o número de projetos executados por
você, assim como destacar a importância dos principais.
Terceiro. Se a equipe sofreu alguma baixa recentemente e você teve de
absorver todo o trabalho excedente, isso também é um bom motivo para que tenha
uma gratificação – mas não pense que poderá ganhar o valor cheio de duas
pessoas por isso.
Quarto. Caso a demanda de projetos e volume de trabalho tenha crescido
demais nos últimos tempos, e isso tenha feito você se dedicar ao dobro, vale a
pena conversar com o superior também.
Quinto. Por último, lembre-se de que para querer mais, é preciso dar mais.
A empresa quer ter seus problemas resolvidos, seus sistemas e processos
aperfeiçoados e o desempenho de suas equipes mantido em níveis mais altos. Veja
como você pode contribuir ainda mais para a empresa e certifique-se não somente
de oferecer isso na sua proposta.
O que não levar para a conversa
Muitos profissionais erram ao tentar arrancar o aumento de qualquer
maneira. Já vi pessoas dizerem que tinham recebido uma nova proposta (enquanto
não tinham) na esperança de ganharem uma contraproposta, mas acabaram
demitidos, com um tapinha no ombro acompanhado de um “boa sorte na sua nova
caminhada”.
Nesses momentos, ser transparente é bom, mas cuidado com o excesso. Dizer
que merece um aumento porque tem feito o trabalho dos colegas pode pegar mal
para você. “Dedurar” que o Fulano finge trabalhar o dia todo, ou que o Beltrano
não tem colaborado em nada com o projeto X pode ter consequências indesejadas.
Planeje bem o seu discurso e procure focar o centro da conversa em você e seu desempenho.
O fato de haver bengalas na equipe e nomeá-las também indica que o superior não
tem detido o controle total sobre sua equipe e, pior, ele pode entender que
você o acusa de não saber geri-la de maneira adequada.
Além disso, comparar a sua situação com a dos colegas não é uma boa ideia.
Se você não ganhou um aumento por reconhecimento daqueles acima de você, é bom
analisar as seguintes hipóteses: seu trabalho pode não estar sendo exposto de
maneira apropriada (marketing pessoal), seu desempenho pode estar abaixo do
esperado ou mesmo uma possível falta de iniciativa para ir adiante e oferecer
mais.
Recebi um não. E agora?
O mundo não acabou. Como dizem por aí, o “não” já se tem, o que custa
tentar ouvir um “sim”? Entenda que este pode não ser o momento mais adequado
para a empresa – o que não significa que você nunca será recompensado.
Certamente, só o fato de você ter “dado a cara a tapa” já chamará a atenção
para você e provavelmente seu superior terá um olho maior para o que você têm
entregado.
É possível também que o seu superior direto simplesmente não tenha poder
suficiente para decidir sobre esse tipo de assunto. Se isso acontecer, ou se
você sabe que esse superior não tem a iniciativa para lhe ajudar no que você
procura, busque a pessoa diretamente responsável por isso.
Se mesmo após argumentar a negativa persistir, pergunte quando é possível
que voltem a tocar no assunto. Três, seis, oito meses? Caso o superior não dê
uma data específica, proponha. Você terá até lá para garantir que seu
desempenho seja impecável ou que você esteja ainda mais qualificado para
merecer impreterivelmente o reajuste.
Recebi um sim. E agora?
Ao conquistar o reajuste (ou até mesmo uma promoção), empenhe-se para
desenvolver ainda mais suas atividades e a sua qualificação e mantenha esta
mudança em sigilo – não espalhe para todo o setor que você foi agraciado.
Também não deixe esta condição lhe acomodar. Mostre que você realmente merece
esse reconhecimento.
Por fim, lembro que cada um é responsável pelo seu sucesso. São as
atitudes de cada um que irão ajudar a alcançar o topo de nossas montanhas, ou a
simplesmente acampar no meio da caminhada.
Fonte: http://debernt.wordpress.com/
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