quinta-feira, 12 de julho de 2012

Atraso no trabalho: mentir ou admitir?


Para algumas pessoas, o trânsito sempre está “uma loucura”, o relógio nunca desperta, a avó já faleceu umas três vezes e o organismo é extremamente frágil – são tantas dores de barriga e intoxicações alimentares que as outras pessoas ficam doentes só de ouvir.
Desculpa é o que não falta: o pneu que furou, a pessoa que precisou ir ao banco (e tinha muita fila), a consulta médica em cima da hora, a luz que acabou. Enfim. A verdade nua e crua, que ninguém quer admitir, é que, em grande parte das vezes, os motivos dos atrasos são negligência, irresponsabilidade e desorganização.
Infelizmente, muitas pessoas tornam do atraso um hábito. Em alguns casos, o profissional passa a considerar “normal” chegar dez, quinze ou vinte minutos atrasado no trabalho. O que ele esquece (além do fato de chegar na hora), é que seus superiores estão “de olho” e não aprovam esse tipo de comportamento. É uma questão de tempo para que o funcionário que sempre peca no quesito “pontualidade” receba um alerta do superior.
Em alguns casos, em empresas cujas políticas de RH são rígidas, atrasos frequentes podem implicar em perda de benefícios concedidos pelo empregador e até mesmo levar à rescisão do contrato de trabalho por justa causa, devido à incontinência de conduta e mau procedimento. É claro que, em situações como essa, a empresa deve divulgar corretamente seu manual de regras, políticas e condutas para que o funcionário seja alertado antecipadamente e previna o erro, ou sua recorrência.
Por mais que esse não seja o caso de muitas empresas, o profissional não deve vacilar. Atraso é associado à desorganização, descaso e desmotivação. Pontualidade não pode ser um problema na carreira de ninguém. Hoje em dia, o mercado de trabalho já está competitivo o suficiente para que os profissionais se permitam “dar sorte ao azar” – ou seja, dar chance de perder o emprego por conta de algo que pode ser facilmente corrigido.
Corrigindo o problema
Se você possui dificuldade para chegar ao trabalho no horário, procure reorganizar a sua rotina e ser rigoroso com horários. Se o problema é acordar com o despertador, encontre outras formas de levantar na hora correta – como, por exemplo, pedir ao cônjuge ou outro familiar para acordá-lo. Se o trânsito é intenso, planeje-se para sair mais cedo de casa. Se você é indeciso e demora a escolher a roupa que usará, separe-a na noite anterior para poupar tempo no dia seguinte. É simples. Encontre o foco do problema e corrija-o. Ninguém melhor que você para saber o real motivo do seu atraso.
Acredito que um dos maiores motivos de atraso dos profissionais é o acúmulo de tarefas diárias. Muitas pessoas se comprometem a realizar mais coisas do que realmente podem. Isso provoca um efeito dominó e acaba atrasando todas as atividades daquele dia – e consequentemente as dos dias seguintes também. Lembrando que, além do atraso, esse tipo de comportamento faz com que a qualidade do trabalho diminua. É preferível “dar conta” de menos tarefas, porém com maior qualidade e, é claro, dentro do prazo.
Além disso, outra dica que serve para qualquer um é organizar à noite a sua agenda do dia seguinte. Rapidamente, repasse mentalmente ou em uma agenda todas as suas tarefas para poder organizar-se e cumprir, no horário, tudo o que deverá fazer.
A verdade sobre o atraso: contar ou não contar?
Certamente você já leu aquela história do lenhador que alertava falsa e constantemente “socorro, um lobo!” para que fosse acudido e, quando um lobo de verdade veio, ninguém acreditou e foi socorrê-lo. Resultado: foi comido. O exemplo é simples, mas pode ser facilmente aplicado no ambiente corporativo.
A mensagem que deixo aos constantes atrasados, portanto, é simples: parem de se atrasar. Mais ainda, a dar desculpas. Nunca se sabe quando realmente será necessária uma ausência. E quando esse dia chegar, sua credibilidade certamente já estará gasta pelo histórico de ausências e atrasos.
É claro que, em um ou outro momento, o profissional terá que se ausentar do trabalho ou chegará atrasado por algum motivo relevante. As empresas também precisam ser flexíveis em relação a esses imprevistos, desde que, obviamente, não se tornem rotineiros. A dica é ser transparente com o superior e procurar organizar a rotina, de modo que, se um dia realmente atrasar-se, isso não será um problema.
Finalmente, é importante lembrar que pontualidade não é uma virtude, mas sim uma obrigação. Portanto, o profissional que costuma chegar atrasado só tem a perder com isso.
Por Bernt Entschev


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