“Era uma vez uma rosa muito bonita, que se sentia
envaidecida por saber que era a mais linda do jardim. Mas, a rosa começou a se
incomodar por perceber que as pessoas somente a observavam de longe.
Acabou se dando conta de que, ao seu lado, sempre havia
um sapo grande, e que esta era a razão pela qual ninguém se aproximava dela.
Indignada diante da descoberta, ordenou ao sapo que se
afastasse dela imediatamente.
O sapo, muito humildemente, disse: – Está bem, se é assim
que você quer…
Algum tempo depois o sapo passou por onde estava a rosa,
e se surpreendeu ao vê-la murcha, sem folhas nem pétalas. Penalizado, disse a ela:
- Que coisa horrível, o que aconteceu com você?
A rosa, triste, respondeu:
- É que, desde que você foi embora, as formigas me
comeram dia a dia, e agora nunca mais voltarei a ser o que era. Só agora eu sei
que quando você estava por aqui, comia todas as formigas que se aproximavam de
mim. Por isso eu era a mais bonita do jardim…”
Em virtude do meu trabalho, estou muito acostumado a ver
equipes formadas por indivíduos muito talentosos, mas que, juntos não conseguem
fazer grandes coisas.
E, na maioria das vezes, percebo que na origem dos
problemas de trabalho em equipe está a vaidade das pessoas.
Sem se darem conta de que a vaidade e a arrogância nada
mais são do que a manifestação da insegurança, essas pessoas acabam desvalorizando
os outros, acreditando que são superiores ou que realizam um trabalho melhor ou
mais importante.
Não se atentam para o fato de que tudo possui
interdependência, que tudo está integrado e que nada acontece dentro de uma
empresa sem a participação de outras pessoas.
Tenho visto muitas empresas mudando os layouts de seus
escritórios. Derrubando paredes com o propósito de aproximar as pessoas. O problema
é que essas obras de arquitetura de nada adiantam se as barreiras humanas não
forem derrubadas antes.
Não adianta as mesas ficarem próximas, se os corações
continuarem distantes.
Por isso, um dos maiores desafios atuais dos líderes é
conseguir formar equipes de pessoas talentosas que sejam capazes de trabalhar
em time.
A pergunta é: como um líder pode administrar as vaidades
e os egos?
Creio que não exista uma fórmula pronta, mas acredito que
algumas coisas podem ajudar bastante:
- Atribuir maior valor às conquistas do time do que às
individuais.
- Fortalecer o sentido de missão e da importância de
todos para o alcance dos objetivos.
- Criar uma cultura de feedbacks e de conversas “olho no
olho”.
- Valorizar o trabalho em equipe como forma de alcançar a
excelência.
- Promover atividades que oportunizem e facilitem a
integração.
E, acima de tudo isso, ser o próprio exemplo.
Afinal, quem quer ou quem precisa de um “Líder Pavão”,
aquele que quer brilhar mais do que os outros líderes, mais do que a sua equipe
e mais do que a própria empresa?
Com a disponibilidade das informações e com o acesso
rápido ao conhecimento, as diferenças técnicas entre os profissionais está cada
vez menor. O que faz a diferença é a atitude das pessoas.
Por isso, cada vez mais, o exercício da humildade é uma
questão de sobrevivência profissional.
Afinal, as empresas já sabem que não há como criar
engajamento e sinergia em equipes onde o líder atua como a bela rosa, incapaz
de perceber que quem sustenta a sua posição majestosa são os sapos à sua volta.
Ser bom, ser belo e ser indispensável, sem perder a
simplicidade, eis aí um bom desafio…
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