domingo, 25 de novembro de 2012

Para ser visto (e ouvido)


Fazer com que o chefe concorde com um pedido pode ser uma das tarefas mais árduas dos profissionais. 

No entanto, muitos funcionários têm dificuldades já na etapa anterior. Algumas pessoas não conseguem nem mesmo fazer com que eles as ouçam, que diria, então, avaliar com profundidade uma solicitação. 

Pensando nisso, Pablo Aversa, especialista em carreiras e sócio-fundador da Alliance Coaching, destaca os dez pontos mais importantes a ser considerados por quem deseja que seu gerente, diretor ou a alta administração da empresa preste atenção às suas demandas e necessidades:

> Assegure-se de que o tema faz sentido para ele.

Geralmente, os funcionários pensam que tudo gira ao redor deles. Não é bem assim. Quando você quer que alguém preste atenção, precisa apresentar o assunto destacando o que há de importante para o ouvinte. Suas ideias e feedbacks podem ser sensacionais, mas, se não forem uma prioridade para a “autoridade” envolvida, não serão escutadas – e muito menos executadas. 

Você precisa entender que gestores têm uma longa lista de prioridades, e outra maior ainda de responsabilidades. De certa forma, todo o resto acaba caindo num buraco negro.


> Não enrole.

A maior parte dos gerentes e executivos de nível sênior não está interessada em nuances e, cá entre nós, hoje em dia ninguém tem tempo para prestar atenção nisso. 

Portanto, seja direto. 

Entre, diga-lhes o que pensa, o que deveriam fazer de forma diferente (ou melhor), responda a qualquer dúvida levantada e saia. Ponto final.


> Considere o timing.

Funcionários geralmente agem como se tudo fosse um caso de vida ou morte. Às vezes, as empresas têm coisas importantes em andamento, como questões financeiras, uma fusão ou aquisição, um lançamento estratégico de um novo produto ou serviço etc. 

Seu chefe ou a alta administração pode estar distraída e não deve ser incomodada. 

Se você achar que essa é a situação, aborde-o num melhor momento. Talvez você não tenha uma segunda chance, portanto, estude a melhor ocasião.


> Fique longe da politicagem.

É uma desagradável realidade, que a maioria dos executivos não admite para seus funcionários, e alguns nem para si mesmos: nos negócios, tanto nas grandes quanto nas pequenas empresas, a politicagem pode ser um grande problema. 

O que quer que você faça, não procure culpados. Ao discutir um problema, tente dar o melhor de si, mas não provoque incêndios na casa dos outros.


> Não intimide nem seja difícil.

Talvez você não acredite, mas tem um monte de funcionários bem mais intimidantes e difíceis de lidar do que os seus chefes. Se deseja que prestem atenção em você, não se irrite, não carregue nas emoções, não seja desagradável e inflexível. 

Organize seus pensamentos, tente relaxar e seja você mesmo. E, a propósito, expressar senso de humor e humildade não faz mal a ninguém.


> Não perca o seu tempo com um chefe incompetente.

Muitas vezes, os chefes simplesmente não são competentes o suficiente para compreender o quão importante é dedicar tempo para escutar o ponto de vista de um funcionário e compartilhar a visão dele com seus subordinados. 

Conceitos tais como comunicação, engajamento e motivação não têm apelo nessas pessoas, que possivelmente alcançaram seus cargos por meio do Princípio de Peter*. 

Se esse é o tipo de chefe para o qual você trabalha, não desperdice o seu fôlego.


> Procure pensar grande.

O que pode parecer óbvio ou importante para você pode não ser uma boa ideia um ou dois escalões acima. Quanto mais alto você for, mais importante é pensar grande. 

Assim, seja direto e talvez obtenha uma resposta sem rodeios. É totalmente possível que suas ideias ou preocupações sejam ingênuas ou sem sentido. Se esse for o caso, seu chefe pode achar que é mais fácil e simples sair pela tangente polidamente, dizendo 

“Ok, excelente… obrigado pela dedicação” e aguardar que você saia. Não desanime. Acontece.


> Assegure-se de que está falando com a pessoa certa.

Muitas vezes, os funcionários reclamam para a pessoa errada. Acontece o tempo todo, e o muro das lamentações agradece. Antes de despejar sobre seu chefe – ou aleatoriamente sobre outro gerente, só porque há uma palavra-chave no título do cargo -, se assegure de que podem fazer algo sobre o que incomoda você. 

E lembre-se: a maior parte das descrições de cargos gerenciais não inclui “ouvir o João”. Logo, não aja como se fosse um direito natural seu, ou pode acabar piorando as coisas para você mesmo.


> Se todo o time é disfuncional, esqueça e parta para outra.

É importante que você compreenda que a cultura corporativa é estabelecida de cima para baixo, e, quando o time executivo opera de forma disfuncional, provoca curtos-circuitos ao longo da organização. 

Se for esse o fato, será melhor investir em seu networking para encontrar um lugar melhor para trabalhar, em vez de desperdiçar tempo tentando aprimorar o que não pode ser aprimorado.


> Mas é possível que, talvez, ele esteja prestando atenção.

Seu chefe pode ter enviado sua ideia ou feedback para o topo da pirâmide e, por qualquer que seja a razão, ela não repercutiu de forma adequada na alta administração. 

Talvez, ultimamente, ele não tenha circulado próximo a você para lhe contar isso, ou não queira admitir a derrota (pois é um duro golpe para o ego dele), ou ainda pode ser que ele pense que esse insucesso acabe lhe desmotivando. As hipóteses são variadas. 

Empresas têm regras que levam tempo para ser compreendidas. Tente ser paciente com a dinâmica corporativa.


*Criado por Laurence J. Peter, esse princípio diz que todo funcionário tende a ser promovido até o seu nível de incompetência.

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