quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Na vida e no trabalho, o filé vem junto com o osso! - Ademir Rossi


Um dia desses eu voltava de um curso fora de São Paulo e o motorista que me trazia de volta para casa, me contava como começou sua carreira após carreira! Um senhor de pouco mais de 60 anos, fez muita coisa na vida; filho de pais bem posicionados, formou-se engenheiro e gerenciou obras, vindo depois ser a empresário bem sucedido no varejo, em vários ramos de atividade. 

Disse-me que não via hora de se aposentar, contava os minutos e segundos, ele e a esposa assim o fizeram, e conseguiram o que poucos neste país conseguem, ambos se aposentaram pelo teto máximo do INSS. 

Vida feita, filhos criados e formados, patrimônio constituído, o dinheiro dava para levar uma boa vida após longos anos trabalhando. E começou a gozar o merecido descanso. 

Por um ano apenas!

Após esse período, entrou em depressão, sendo orientado por médicos a voltar a trabalhar, de forma, todavia, mais amena, com horários flexíveis, promovendo as folgas que quisesse, e numa atividade que lhe agradasse. Diante disso, comprou um carro, faz os trabalhos de motorista autônomo e está mais feliz que nunca!

Não vou discutir aqui questões de justiça social, os méritos e as dificuldades das pessoas, nem outros aspectos sociais, antropológicos, econômicos, mas sim dois aspectos que julgo relevantes em carreira:

Transição de Carreira: toda vez que fazemos uma, e são várias, segundo Ram Charan – O pipeline da Liderança – Editora Campus, devemos rever em profundidade os vetores modificados, a saber, habilidades, alocação ou atribuição de tempo e valores. Mesmo se se considerar a aposentadoria, estas questões precisam ser entendidas, planejadas e articuladas para não nos surpreendermos.

O que gostamos ou nos convém: devemos fazer o que gostamos ou gostar do que fazemos? Creio serem as duas coisas importantes, mas julgo mais significativa a segunda parte, gostar do que fazemos, pois se nos guiarmos por fazermos o que gostamos teremos dois problemas: a) nem tudo o que fazemos é do nosso gosto (o filé vem junto com o osso) e b) corremos o risco de rapidamente perder este gosto (nossas paixões são efêmeras). Descobrir isto é grande parte do sucesso de carreira!

Não há jeito, trabalho é vida e vida é trabalho, por mais que a palavra tenha uma etimologia ruim, pois vem de tripalium, (um instrumento de açoite, castigo). É isto que dá sentido, ou dá propósito à “luta mais maravilhosa que há para se lutar, todos os dias, e nunca para de lutar”: que é viver.

Ademir Rossi é sócio-proprietário da Rossi Consultores Associados Ltda

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