Um dia desses eu voltava de um curso
fora de São Paulo e o motorista que me trazia de volta para casa, me contava
como começou sua carreira após carreira! Um senhor de pouco mais de 60 anos,
fez muita coisa na vida; filho de pais bem posicionados, formou-se engenheiro e
gerenciou obras, vindo depois ser a empresário bem sucedido no varejo, em
vários ramos de atividade.
Disse-me que não via hora de se
aposentar, contava os minutos e segundos, ele e a esposa assim o fizeram, e
conseguiram o que poucos neste país conseguem, ambos se aposentaram pelo teto
máximo do INSS.
Vida feita, filhos criados e formados,
patrimônio constituído, o dinheiro dava para levar uma boa vida após longos
anos trabalhando. E começou a gozar o merecido descanso.
Por um ano apenas!
Após esse período, entrou em depressão,
sendo orientado por médicos a voltar a trabalhar, de forma, todavia, mais
amena, com horários flexíveis, promovendo as folgas que quisesse, e numa
atividade que lhe agradasse. Diante disso, comprou um carro, faz os trabalhos
de motorista autônomo e está mais feliz que nunca!
Não vou discutir aqui questões de
justiça social, os méritos e as dificuldades das pessoas, nem outros aspectos
sociais, antropológicos, econômicos, mas sim dois aspectos que julgo relevantes
em carreira:
Transição de Carreira: toda
vez que fazemos uma, e são várias, segundo Ram Charan – O pipeline da
Liderança – Editora Campus, devemos rever em profundidade os vetores
modificados, a saber, habilidades, alocação ou atribuição de tempo e valores.
Mesmo se se considerar a aposentadoria, estas questões precisam ser entendidas,
planejadas e articuladas para não nos surpreendermos.
O que gostamos ou nos convém: devemos
fazer o que gostamos ou gostar do que fazemos? Creio serem as duas coisas
importantes, mas julgo mais significativa a segunda parte, gostar do
que fazemos, pois se nos guiarmos por fazermos o que gostamos teremos dois
problemas: a) nem tudo o que fazemos é do nosso gosto (o filé vem junto com o
osso) e b) corremos o risco de rapidamente perder este gosto (nossas paixões
são efêmeras). Descobrir isto é grande parte do sucesso de carreira!
Não há jeito, trabalho é vida e vida é
trabalho, por mais que a palavra tenha uma etimologia ruim, pois vem de
tripalium, (um instrumento de açoite, castigo). É isto que dá sentido, ou dá
propósito à “luta mais maravilhosa que há para se lutar, todos os dias, e nunca
para de lutar”: que é viver.
Ademir Rossi é sócio-proprietário da Rossi
Consultores Associados Ltda
Fonte: http://www.canalrh.com.br/Mundos/colunistas_artigo.asp?o={420B3470-6CCD-49D2-9EE3-36E15F58E868}
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