Em Brasília, a corrupção está correndo cada vez mais
solta.
A educação está arruinada. A saúde pública está falida.
Não há segurança. A desigualdade social atinge níveis
absurdos.
O Brasil não tem projeto para o futuro e a esmagadora
maioria da população parece não ter consciência da realidade do nosso país.
E, enquanto os colarinhos brancos surrupiam o
patrimônio público, o povo sorridente balança as nádegas ao ritmo do funk.
É natural que aqueles que sonham com um país mais justo
e que têm a esperança de ver um Brasil de oportunidades para todos se sintam
impotentes diante de tão sombria situação.
É natural que eu, você e todos aqueles que não se
conformam com tanto descaso, com tanta bagunça e com tanta falta de vergonha
daqueles que deveriam cuidar do interesse coletivo nos façamos a mesma
pergunta.
Uma pergunta angustiada, sofrida e quase sem esperança:
“O que podemos fazer?”
Você, eu não sei.
Os outros, eu também não sei.
Mas, eu sei o que “eu” vou fazer.
Eu vou fazer a minha parte. Fazer o que estiver ao meu
alcance para defender valores como a liberdade, a justiça e a igualdade.
Ainda que a caminhada para a construção de um país
melhor pareça muito longa, quero dar os passos que eu puder dar.
E quando tentarem me convencer de que o que eu faço é
muito pouco, vou fazer a única coisa sensata: fechar meus ouvidos, calar minha
boca e continuar fazendo o meu pouco, sabendo que ele é infinitamente melhor e
maior do que o meu nada.
Ainda que tentem me convencer de que fazer o certo seja
besteira ou não valha a pena, quero me esforçar para não desistir de uma
importante missão: deixar um exemplo de honra, de dignidade e de
honestidade aos meus filhos, netos, sobrinhos e a todas as crianças que fizerem
parte da minha vida.
Sempre que eu puder, vou tentar convencer cada homem e
cada mulher de que não há maior riqueza no mundo do que uma consciência
tranqüila. E não me cansarei de repetir que a felicidade não está naquilo que
compramos ou consumimos e sim na nossa capacidade de dar valor àquilo que
temos.
Aos jovens, de idade e de coração, não me cansarei de
repetir que sonhar é possível, absolutamente possível, desde que façamos a
escolha de perseguir os nossos sonhos com coragem e comprometimento. Desde que
assumamos a responsabilidade por nossas vidas.
Mesmo que, por agora, eu não possa destituir toda essa
corja que mente, engana e rouba o povo brasileiro, não deixarei de acreditarei
que o Brasil ainda será liderado por pessoas dignas e honestas.
Ainda que o que eu faça seja pouco, não deixarei de
acreditar que eu posso fazer a diferença.
Que nós podemos fazer a diferença.
Ainda que não sejamos professores, temos a oportunidade
de ensinar àqueles que sabem menos, acreditando que educar é uma via de mão
dupla.
Ainda que não sejamos médicos, podemos amparar àqueles
que sofrem, acreditando que tratar as pessoas com dignidade não custa um
centavo sequer.
Ainda que não sejamos engenheiros, podemos construir um
novo futuro, acreditando que a base de um país começa nos valores das famílias
e das comunidades.
E ainda que sejamos apenas nós mesmos, podemos ter
orgulho de ser quem somos e procuramos ser melhores a cada dia, afinal “somos
brasileiros e não desistimos nunca”.
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