Criatividade. Para alguns essa é uma palavra com
sinônimo de incógnita, já para outros é uma é uma mescla de dom pessoal e
competência com oportunidade. Cada vez mais, a velocidade com que as
informações disseminam-se em todos os cantos do globo faz com que o que hoje
seja considerado novo, em pouco tempo, torne-se obsoleto. Face a essa
realidade, o profissional que se apresenta com potencial criativo torna-se um
diferencial significativo não apenas para o negócio, mas também para si, pois
isso impacta na ascensão de carreira e aumenta, inclusive, sua empregabilidade.
Mas, ser criativo é apresentar propostas inovadoras em ritmo constante? Para Gilclér Regina, consultor organizacional e diretor da CEAG Desenvolvimento de Talentos e Editora, a criatividade está intimamente ligada ao sucesso de sua aplicabilidade. O ambiente também propicia um exercício maior da criatividade.
"O problema das empresas é a comunicação, querem motivar os funcionários, mas não perguntam o que motiva. E tenho a impressão que a criatividade anda de mãos dadas com a motivação", enfatiza. Em entrevista concedida ao RH.com.br, Gilclér Regina assinala as características de uma pessoa criativa e a influência do ambiente corporativo na criatividade dos profissionais. Boa leitura!
RH.com.br - O que faz a criatividade ser tão necessária ao ambiente corporativo?
Gilclér Regina - Primeiramente quero dizer que criatividade não é somente gerar coisa nova, mas também é abandonar coisas velhas e isso reflete em comportamento. Estes dias fiz uma palestra numa das maiores empresas do mundo de máquinas para embalagens de produtos alimentícios e farmacêuticos e fiquei pensando que por mais científico que seja, a mecânica, os componentes, o sistema, tudo passou por uma cabeça pensante que viu o que ninguém viu, isso é criatividade. A criatividade é tão necessária porque ela antecipa a mudança. Tudo o que é novo hoje vai deixar de sê-lo em poucos meses e em alguns anos vai desaparecer. A sociedade hoje quer mais com menor custo em tempo recorde. A criatividade no mundo corporativo é muito mais que algo ligado à estrutura. É uma mudança de mentalidade para novos serviços, sistemas e produtos.
RH - O senhor considera criatividade um dom ou uma competência?
Gilclér Regina - Entendo que a criatividade é uma mescla de dom pessoal e competência com oportunidade. Acredito que todo ser humano tem uma criatividade em si, muitas vezes adormecida. Claro que você pode melhorar muito a criatividade com a competência, com o estudo e a aplicação do trabalho, mas ela é o passo seguinte. Oscar Niemeyer desenhava na prancheta a sua ideia, mas quem colocava em prática na construção era o Lúcio Costa. A criatividade do ser humano geralmente faz ver o que todos veem, mas enxerga diferente e esta sutileza é dom mesmo.
RH - A criatividade está diretamente relacionada à apresentação de propostas ou ideias "brilhantes"?
Gilclér Regina - Porque provoca o impacto, a mudança, o resultado novo, aquela coisa que revoluciona o sistema e isso é brilhante. Mesmo um Thomas Edison que tentou mais de mil vezes até chegar à lâmpada elétrica, em nenhum momento deixou de ser criativo e brilhante, mesmo nos erros, porque foram eles que proporcionaram o acerto. Dizem que em cada cérebro do brasileiro tem um gênio esperando para sair, ou seja, reconhecidamente somos um povo criativo. Ser brilhante é consequência. Voltando ao Edison, mesmo que tenha trabalhado muito, até a exaustão, no processo de tentativa, erro e acerto, a criatividade esteve sempre presente. É aquela sementinha que você acredita que pode germinar mesmo quando todo mundo te chama de louco. Uma grande obra, muitas vezes aos olhos do mundo é mesmo uma grande imprudência.
RH - O que determina se uma ideia é ou não criativa?
Gilclér Regina - Vejo isso na ideia e sua real aplicação. Isso ocorre porque nem sempre uma ideia criativa tem de fato viabilidade no mundo real, ou seja, a ideia pode ser muito boa, mas não tem condições reais de sobrevivência. Acredito que ser criativo é muito mais que ser exótico apenas, tipo uma coisa linda que não funciona na prática. A criatividade está intimamente ligada ao sucesso de sua aplicabilidade. O ambiente também propicia um exercício maior da criatividade. Geralmente, o medo engessa talentos e um ambiente de medo não é nada favorável às mudanças. Um especialista americano em criatividade, Edward de Bono afirma que o cérebro não é criativo e é justamente por isso que funciona. E que por ser assim permite que a informação entre e se adapte aos padrões rotineiros.
RH - Criatividade pode ser mensurada em escalas de
pontuação, por exemplo?
Gilclér Regina - Não vejo assim. Penso que o que se pode mensurar é a falta de criatividade, onde o que fica visível é a cópia. Daí vem os ditados populares como: "Nada se cria, tudo se copia". Em muitos casos um cria e o resto, os demais, copiam. Mas cópia é sempre cópia. O ser humano é um original e não uma fotocópia, por isso devemos tanto valorizar a criação. As pessoas bem-sucedidas conquistam objetivos, porque pensam diferente e não se limitam às regras que lhes são impostas. E neste caso não vejo a matemática, ou seja, as escalas de pontuação, juntas com a criatividade apesar de existir muita criatividade que exija números da matemática. A história coloca o exercício da criatividade como resultado em competitividade. E ser criativo é um bem para a humanidade e para os resultados. Dá para imaginar o mundo hoje sem Internet, sem celular? Hoje tudo é acelerado, lava-rápido, fast-food, drive-thru. Um dia ouvi de alguém falando que ninguém leva o carro para lavar num lava-lerdo. Mas aprendemos desde cedo que a pressa é inimiga da perfeição.
RH - Durante um processo seletivo é possível identificar se um profissional apresenta um potencial criativo destacado ou isso só ocorre somente quando ele exerce as atividades no dia a dia?
Gilclér Regina - Isso existe não somente em criatividade, mas em outras áreas como a liderança. Não necessariamente um bom vendedor será um bom gerente de vendas, muitas vezes o contrário é que acontece - um vendedor mediano tornar-se o melhor gerente. Assim como a escola pode ensinar a pensar é também possível descobrir num processo seletivo se a pessoa tem criatividade ou não. Acredito que existam sintomas que possam ser identificados em uma pessoa que tem o dom da criatividade. Não podemos esquecer que o logo da Coca-Cola foi desenhado por um contador que não tinha a menor ideia de arte ou uma caneta esferográfica que foi criada por um jornalista.
Gilclér Regina - Não vejo assim. Penso que o que se pode mensurar é a falta de criatividade, onde o que fica visível é a cópia. Daí vem os ditados populares como: "Nada se cria, tudo se copia". Em muitos casos um cria e o resto, os demais, copiam. Mas cópia é sempre cópia. O ser humano é um original e não uma fotocópia, por isso devemos tanto valorizar a criação. As pessoas bem-sucedidas conquistam objetivos, porque pensam diferente e não se limitam às regras que lhes são impostas. E neste caso não vejo a matemática, ou seja, as escalas de pontuação, juntas com a criatividade apesar de existir muita criatividade que exija números da matemática. A história coloca o exercício da criatividade como resultado em competitividade. E ser criativo é um bem para a humanidade e para os resultados. Dá para imaginar o mundo hoje sem Internet, sem celular? Hoje tudo é acelerado, lava-rápido, fast-food, drive-thru. Um dia ouvi de alguém falando que ninguém leva o carro para lavar num lava-lerdo. Mas aprendemos desde cedo que a pressa é inimiga da perfeição.
RH - Durante um processo seletivo é possível identificar se um profissional apresenta um potencial criativo destacado ou isso só ocorre somente quando ele exerce as atividades no dia a dia?
Gilclér Regina - Isso existe não somente em criatividade, mas em outras áreas como a liderança. Não necessariamente um bom vendedor será um bom gerente de vendas, muitas vezes o contrário é que acontece - um vendedor mediano tornar-se o melhor gerente. Assim como a escola pode ensinar a pensar é também possível descobrir num processo seletivo se a pessoa tem criatividade ou não. Acredito que existam sintomas que possam ser identificados em uma pessoa que tem o dom da criatividade. Não podemos esquecer que o logo da Coca-Cola foi desenhado por um contador que não tinha a menor ideia de arte ou uma caneta esferográfica que foi criada por um jornalista.
RH - Quais as principais características que
sinalizam uma pessoa criativa?
Gilclér Regina - Criatividade não depende apenas de genética ou hereditariedade. O ser humano adota comportamentos, atitudes e práticas que auxiliam sua forma de pensar, de desenvolver o seu potencial até que isso se torne parte de sua natureza. Assim percebo algumas características como a pessoa ser observadora, ser persistente e até mesmo questionadora, que não aceita passivamente a situação atual e pensa sempre na mudança.
RH - Mesmo que um profissional tenha um potencial criativo destacado, caso a empresa não o estimule isso cria barreira para que o colaborador ofereça o melhor de si?
Gilclér Regina - Sim, se o ambiente não for propício, a tendência é matar a criatividade pelo sistema. Veja empresas como Google, Microsoft e Facebook onde o ambiente de trabalho privilegia mais a descontração e os horários alternativos, o que não impede trabalharem com metas e com horários flexíveis, mas com foco no pensamento criativo. O problema das empresas é a comunicação, querem motivar os funcionários, mas não perguntam o que motiva. E tenho a impressão que a criatividade anda de mãos dadas com a motivação. Aqui o cara reforma o forno da padaria e é financiado como inovação. Mas percebo sim que as empresas não levam a criatividade muito a sério.
RH - Pessoas criativas sempre estão apresentando propostas inovadoras em curto espaço de tempo?
Gilclér Regina - Nem sempre. Cada caso é um caso. Existem aqueles que estão sempre nesta velocidade e outros demoram mais, porém, muitas vezes aparece aí uma ideia bombástica. As pessoas criativas são fundamentais para impulsionar as mudanças e a questão de produzir mais em menor espaço de tempo é o risco de ser superado por outra ideia. Concorrentes surgem a todo o momento e eles podem estar ao seu lado.
Gilclér Regina - Criatividade não depende apenas de genética ou hereditariedade. O ser humano adota comportamentos, atitudes e práticas que auxiliam sua forma de pensar, de desenvolver o seu potencial até que isso se torne parte de sua natureza. Assim percebo algumas características como a pessoa ser observadora, ser persistente e até mesmo questionadora, que não aceita passivamente a situação atual e pensa sempre na mudança.
RH - Mesmo que um profissional tenha um potencial criativo destacado, caso a empresa não o estimule isso cria barreira para que o colaborador ofereça o melhor de si?
Gilclér Regina - Sim, se o ambiente não for propício, a tendência é matar a criatividade pelo sistema. Veja empresas como Google, Microsoft e Facebook onde o ambiente de trabalho privilegia mais a descontração e os horários alternativos, o que não impede trabalharem com metas e com horários flexíveis, mas com foco no pensamento criativo. O problema das empresas é a comunicação, querem motivar os funcionários, mas não perguntam o que motiva. E tenho a impressão que a criatividade anda de mãos dadas com a motivação. Aqui o cara reforma o forno da padaria e é financiado como inovação. Mas percebo sim que as empresas não levam a criatividade muito a sério.
RH - Pessoas criativas sempre estão apresentando propostas inovadoras em curto espaço de tempo?
Gilclér Regina - Nem sempre. Cada caso é um caso. Existem aqueles que estão sempre nesta velocidade e outros demoram mais, porém, muitas vezes aparece aí uma ideia bombástica. As pessoas criativas são fundamentais para impulsionar as mudanças e a questão de produzir mais em menor espaço de tempo é o risco de ser superado por outra ideia. Concorrentes surgem a todo o momento e eles podem estar ao seu lado.
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