A maior parte dos dirigentes
latino-americanos está ciente de que é preciso inovar tanto na questão técnica
e nos produtos quanto na parte administrativa para manter a competitividade nas
suas empresas e os bons resultados alcançados nos últimos anos.
Embora os líderes tenham essa
consciência, são poucos os que afirmam que suas companhias possuem um
departamento ou um executivo responsável pela gestão da inovação. No Brasil,
por exemplo, apenas 33% disseram que suas organizações têm alguém que se ocupe
exclusivamente com esse assunto.
A conclusão faz parte de uma pesquisa
realizada pela IE Business School com 316 dirigentes e empresários da América
Latina. O levantamento mostra que 91% deles colocam o tema inovação como
prioritário nos próximos cinco anos, mas apenas 55% consideram que suas
empresas fomentam e valorizam esse tipo de iniciativas.
Por outro lado, ter um gestor
especificamente para a área é um sinal de que a empresa trata o assunto de
forma efetiva. "Isso quer dizer que existem recursos direcionados para a
inovação. Embora isso não garanta processos bem-sucedidos, ter um responsável
aumenta a possibilidade de êxito", afirma Fernando Fontes, diretor da
escola para a América Latina.
Para Fontes, a melhor forma de o
Brasil manter a prosperidade alcançada recentemente é se preocupar com a
competitividade. "Se não existirem mudanças e melhoras nos sistemas de
produção e na maneira como se administram os recursos, o crescimento do país
será restrito", diz. Toda a região, segundo o diretor, precisa inovar para
aumentar seu valor agregado. "A América Latina tem crescido, em parte, por
conta da exportação de matérias primas para a Ásia. Isso pode ser um risco e um
fator limitante no futuro", diz.
Na opinião do diretor, as companhias
precisam investir na mudança de processos para gerar produtos de melhor
qualidade e com margens maiores. "Desse modo, elas poderão diminuir a
dependência da China, EUA e Europa."
Stela Campos | De São Paulo
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