quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Direção e velocidade caminham juntas - Paulo Kretly


Não adianta ter atitude, ser ágil, fazer tudo pra ontem, se não há uma direção a seguir. Saber para que e por que se está correndo faz toda a diferença. A administração do tempo também é fundamental para conquistar os objetivos pretendidos. Em nosso trabalho com diferentes empresas muitas vezes nos deparamos com pessoas ativas, competentes e que sonham em alcançar uma posição de destaque em suas carreiras. Essas mesmas pessoas enfrentam um problema semelhante: a dificuldade de colocar o que é mais importante em primeiro lugar em suas vidas. E por que essa dificuldade aparece?

Um gerenciamento inadequado de nossas prioridades semanais e diárias, além de uma abordagem com foco apenas na eficiência e não na eficácia, afetam diretamente nosso desempenho. Uma grande lacuna aparece quando percebemos que as atividades que desenvolvemos não são as que mais importam em nossas vidas. A percepção disso, na maioria das vezes, só aparece em situações de sofrimento, como a perda de um emprego.

É num momento assim, de profundo desespero, que muitas pessoas começam a refletir e descobrem que não estão gerenciando seu tempo de modo a conquistar os seus verdadeiros objetivos de vida. E é aí que a pessoa pode iniciar um processo de mudança. Se ela quiser mudar, terá de encarar algumas questões fundamentais. Uma delas é a diferença entre eficiência e eficácia. 

Um projeto pode ser desenvolvido com maestria, ser totalmente eficiente nas suas diretrizes e procedimentos, além de ser realizado em tempo recorde, mas se ele não nascer de uma reflexão profunda e madura sobre a sua necessidade, suas implicações e seu alinhamento com valores e princípios sólidos, ele não vai durar muito tempo e os problemas começarão a aparecer. Ou seja, pode ser uma ação eficiente sem ser, no longo prazo, realmente eficaz.

É assim também com as mudanças estruturais, que são as mais complicadas e as mais necessárias. Você tem um problema, foca e tenta resolver. Certamente consegue, mas e a raiz que originou esse problema? Continua lá? Na maioria das vezes sim e inevitavelmente o problema retorna ou aparece de uma forma diferente.

Na verdade, o que mais precisamos é ultrapassar uma noção superficial de gerenciamento do tempo para chegarmos ao conceito de liderança do nosso próprio caminho. Planeje, agende, administre. Mas procure analisar com tranquilidade o caminho a seguir. A síndrome da urgência está fazendo com indivíduos e organizações abandonem a noção de qualidade. 

As pessoas, no geral, acreditam que é possível ter uma vida melhor se a mesma estiver totalmente sob controle, mas isso é uma ilusão. Na verdade o que podemos controlar são as escolhas que fazemos, mas não o resultado delas ou as atitudes das pessoas à nossa volta. Escolhas sábias geram, a médio e longo prazo, excelentes resultados, mas isso não é controle, é visão adequada. 

Esteja preparado para administrar as mudanças que virão pela frente. Encare os obstáculos que possam vir a aparecer como oportunidades trasnformacionais, ou seja, novas maneiras de alcançar seus objetivos.

Se você tem uma equipe, tenha em mente que pessoas não podem ser gerenciadas, mas sim lideradas. Se bem orientadas e empoderadas, elas não perdem tempo com atividades impensadas ou triviais e encontram resultados cada vez melhores. 

Priorize as suas metas com base em valores e busque resultados significativos. Comece por você: direcione e empregue energia no que realmente importa. Seja o exemplo do grupo, mostrando através de seu planejamento e de suas ações que o que se quer é possível alcançar.

Paulo Kretly é presidente da FranklinCovey Brasil e palestrante em liderança, gestão e produtividade pessoal e interpessoal

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