segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Cinco comportamentos que você deve evitar na empresa - CALVIN SUN



O suicídio profissional pode acontecer com muita facilidade, de várias maneiras. Felizmente, tomando atitudes sensatas, você pode reduzir as chances de isso acontecer.

Você quer visibilidade em sua carreira. Positiva, certo? A última coisa que a sua carreira precisa é de uma gafe - ou seja, um erro que o coloca no centro das atenções negativas. Um erro estúpido pode ser capaz de acabar com a sua carreira.
Há situações sutis e cotidianas que podem significar suicídio profissional. 
Veja cinco comportamentos que você deve evitar.
1. Enviar e-mail impróprio

A maioria é lúcida o suficiente para saber que piadas de mau gosto ou correntes não têm vez na comunicação corporativa. A maior parte dos funcionários de escritório se complica mesmo é com respostas impulsivas a e-mails recebidos.
Algum dia você já leu um e-mail rápido demais, disparou uma resposta colérica para todos os lados e depois descobriu que tinha interpretado mal a mensagem recebida? Além de desperdiçar o tempo das pessoas, você acaba envenenando suas relações de trabalho, talvez para sempre.
Antes de responder a um e-mail que elevou sua pressão sanguínea, aplique o teste útil de perguntar a si mesmo:  “Eu ia querer que minha resposta fosse publicada na primeira página do The New York Times?”.
Se a resposta for não, esfrie a cabeça. Salve a mensagem em uma pasta de rascunhos e examine-a depois. Você tem certeza de que é isso que deseja escrever, sobretudo se estiver insultando diretamente o destinatário? Será que suas palavras poderão ser interpretadas mais negativamente do que você pretende?
Por fim, você quer que esta mensagem chegue ao seu chefe – ou ao diretor de RH? A propósito, não se apóie em nenhum recurso “unsend”. Ele vai falhar quando você mais precisar. E tome muito cuidado para não apertar o botão "Responder a todos", ou sua conversa supostamente pessoal será a mais nova fofoca do escritório.

2. Humilhar colaboradores

Depois de executar um volume de trabalho significativo para um determinado cliente, decidi, um dia, tentar ter mais presença junto a este cliente. Telefonei para um executivo de outra área desta organização, apresentei-me e disse que “Carl” (nome fictício do executivo de TI com quem eu costumava trabalhar) estava satisfeito com meu trabalho.
Este executivo replicou: “E por que eu deveria ligar para o que Carl pensa?”.
Não foi inteligente da parte dele dizer isso, em especial para alguém que é de fora da organização. Se Carl tivesse ouvido essa observação – esse tipo de coisa se espalha – um gigantesco abismo seria criado entre ele e seu indiscreto colega. Mais importante, observações como essa afetam a credibilidade da organização.
Veja outro exemplo: digamos que você seja a pessoa a quem o help desk leva os problemas que não consegue resolver. Você descobre, ao conversar com um cliente, que o membro da equipe com quem ele falou deu-lhe informações escassas. Talvez você ache esse membro da equipe um idiota, mas não é uma boa idéia dizer isso ao cliente.
Antes de tudo, se seu chefe ficar sabendo que você fala mal dos seus colegas para os clientes, você poderá ter sérios problemas. Denny Brown, CIO da concessionária de energia elétrica Arizona Public Service, é categórico: esse tipo de comportamento constitui insubordinação e, portanto, é “motivo de demissão”.
O ideal é manter uma frente unida ao lidar com o cliente. Resolva o problema com seu colega nos bastidores.
3. Contradizer o chefe em público

Suponha que seu chefe cometa um erro factual ao fazer uma apresentação. Será que você deve corrigi-lo no ato, achando que ele vai agradecê-lo por chamar atenção para o erro na frente de todos?
Hum... não.
Em que circunstâncias você pode contradizer o chefe em público com segurança? Vislumbro apenas duas.
Se o prédio estiver em chamas e o chefe apontar a saída errada para as pessoas, provavelmente você poderá corrigi-lo com poucas consequências.
Se o chefe achar que cometeu um erro, mas não cometeu, você pode falar – quanto mais alto, melhor. Por exemplo, o chefe menciona o fornecedor correto de backup off-site, mas em seguida diz: “Desculpem, me enganei”, você pode dizer: “Não, chefe, você estava certo”.  Não é sempre que você tem uma oportunidade dessas, portanto, aproveite.
Do contrário, exercite extrema discrição quando seu chefe errar em público. Se o assunto for realmente importante (o CIO informa a data errada em que a implementação entrará em operação), aborde-o durante o intervalo e mencione o erro discretamente. No reinício da sessão, um CIO inteligente e generoso aponta o erro, desculpa-se e lhe dá o crédito da correção.
Você dificilmente será benquisto se corrigir o chefe em público. O mais provável é que ele fique aborrecido por fazer papel de bobo e talvez até queira saber por que você não detectou o erro antes da apresentação.
Se faltar muito tempo para o intervalo, tente atrair a atenção do chefe com o olhar e falar-lhe em particular. Mas nunca o corrija em voz alta na frente do grupo.
4. Cometer erros sociais grosseiros em um evento da companhia

Comportamento inadequado de funcionários em festas do trabalho é clichê desde os anos 50, mas isso não significa que as pessoas não façam um papelão. Don Michalak, coautor do livro Making the Training Process Work e consultor de empresas como Ford, KPMG e Marsh & McLennan Co., enfatiza que esses encontros não são eventos puramente sociais. “Não faça nada que não faria no escritório da sua empresa ou de um cliente.”
Sim, haverá comida na festa. Vá em frente e coma, mas não chame atenção estacionando na mesa do coquetel de camarão. (Certo ou errado, as pessoas vão reparar se você exagerar). Uma boa ideia é comer alguma coisa antes da festa para não parecer esfomeado ao chegar. Tome cuidado se houver bebidas alcoólicas, você sabe o que pode acontecer se beber demais.
Se levar um convidado, peça-lhe que tome cuidado com as palavras. Você não vai quer que ele diga ao seu chefe: “Você não é tão careca quando falaram”.
A propósito, por mais que você se dê bem com seus colegas, uma festa não é o momento certo para reclamar das horas extras que precisou trabalhar para implementar uma solução. Se você chegar a conversar sobre as horas ou o projeto, procure ser positivo: “Foi difícil, mas consegui”.
5. Eliminar possibilidades de retorno ao sair

Muita gente tem a fantasia de criticar o chefe ao deixar a empresa. Pense duas vezes antes de soltar o verbo. Você se lembra da bolha da internet dos anos 90? Muitos profissionais de TI saíram de empresas tradicionais com a ideia de faturar milhões em startups de internet, que acabaram fracassando. Quem saiu em bons termos com seu antigo empregador teve mais chance de ser recontratado.
Quando se desligar de uma empresa, que seja da maneira mais amistosa possível. Ao fazer o anúncio da saída, enfatize as vantagens do futuro emprego, nunca as desvantagens do atual. Aponte razões para ser grato por ter trabalhado ali, mas seja sincero, não invente coisas.
Se você aprendeu alguma coisa com seu chefe e seus colegas de trabalho, diga-lhes. Mesmo que você tenha enfrentado dificuldade com alguém, pode dizer, por exemplo: “Obrigado por me ensinar a fazer um benchmark de um ambiente Active Directory”. Sair em bons termos só poderá ajudá-lo se você reencontrar estas pessoas posteriormente.
Mesmo os líderes com um histórico de sucesso podem falhar. Normalmente isso é porque eles têm maus hábitos que podem transparecer.
Aprender com o passado pode ajudar a evitar erros reincidentes. No entanto, não confunda aprender com o passado com reviver o passado. Esse último envolve interminável autorecriminação e, muitas vezes autopiedade, que nem sempre ajudam a resolver a situação.
(*) Calvin Sun é advogado que escreve sobre tecnologia e questões legais para a COMPUTERWORLD


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