O suicídio profissional pode acontecer com muita facilidade, de
várias maneiras. Felizmente, tomando atitudes sensatas, você pode reduzir as
chances de isso acontecer.
Você quer visibilidade em sua carreira.
Positiva, certo? A última coisa que a sua carreira precisa é de uma gafe - ou
seja, um erro que o coloca no centro das atenções negativas. Um erro estúpido
pode ser capaz de acabar com a sua carreira.
Há situações sutis
e cotidianas que podem significar suicídio profissional.
Veja cinco
comportamentos que você deve evitar.
1. Enviar e-mail impróprio
A maioria é
lúcida o suficiente para saber que piadas de mau gosto ou correntes não têm vez
na comunicação corporativa. A maior parte dos funcionários de escritório se
complica mesmo é com respostas impulsivas a e-mails recebidos.
Algum dia você
já leu um e-mail rápido demais, disparou uma resposta colérica para todos os
lados e depois descobriu que tinha interpretado mal a mensagem recebida? Além
de desperdiçar o tempo das pessoas, você acaba envenenando suas relações de
trabalho, talvez para sempre.
Antes de
responder a um e-mail que elevou sua pressão sanguínea, aplique o teste útil de
perguntar a si mesmo: “Eu ia querer que minha resposta fosse publicada na
primeira página do The New York Times?”.
Se a resposta
for não, esfrie a cabeça. Salve a mensagem em uma pasta de rascunhos e
examine-a depois. Você tem certeza de que é isso que deseja escrever, sobretudo
se estiver insultando diretamente o destinatário? Será que suas palavras
poderão ser interpretadas mais negativamente do que você pretende?
Por fim, você quer que esta mensagem chegue ao seu chefe –
ou ao diretor de RH? A propósito, não se apóie em nenhum recurso “unsend”. Ele vai falhar quando você mais precisar. E
tome muito cuidado para não apertar o botão "Responder a todos", ou
sua conversa supostamente pessoal será a mais nova fofoca do escritório.
2. Humilhar colaboradores
Depois de
executar um volume de trabalho significativo para um determinado cliente,
decidi, um dia, tentar ter mais presença junto a este cliente. Telefonei para
um executivo de outra área desta organização, apresentei-me e disse que “Carl”
(nome fictício do executivo de TI com quem eu costumava trabalhar) estava
satisfeito com meu trabalho.
Este executivo
replicou: “E por que eu deveria ligar para o que Carl pensa?”.
Não foi
inteligente da parte dele dizer isso, em especial para alguém que é de fora da
organização. Se Carl tivesse ouvido essa observação – esse tipo de coisa se
espalha – um gigantesco abismo seria criado entre ele e seu indiscreto colega.
Mais importante, observações como essa afetam a credibilidade da organização.
Veja outro
exemplo: digamos que você seja a pessoa a quem o help desk leva os problemas
que não consegue resolver. Você descobre, ao conversar com um cliente, que o
membro da equipe com quem ele falou deu-lhe informações escassas. Talvez você
ache esse membro da equipe um idiota, mas não é uma boa idéia dizer isso ao
cliente.
Antes de tudo,
se seu chefe ficar sabendo que você fala mal dos seus colegas para os clientes,
você poderá ter sérios problemas. Denny Brown, CIO da concessionária de energia
elétrica Arizona Public Service, é categórico: esse tipo de comportamento
constitui insubordinação e, portanto, é “motivo de demissão”.
O ideal é manter
uma frente unida ao lidar com o cliente. Resolva o problema com seu colega nos
bastidores.
3. Contradizer o chefe em público
Suponha que seu
chefe cometa um erro factual ao fazer uma apresentação. Será que você deve
corrigi-lo no ato, achando que ele vai agradecê-lo por chamar atenção para o
erro na frente de todos?
Hum... não.
Em que
circunstâncias você pode contradizer o chefe em público com
segurança? Vislumbro apenas duas.
Se o prédio
estiver em chamas e o chefe apontar a saída errada para as pessoas, provavelmente
você poderá corrigi-lo com poucas consequências.
Se o chefe achar
que cometeu um erro, mas não cometeu, você pode falar – quanto mais alto,
melhor. Por exemplo, o chefe menciona o fornecedor correto de backup off-site,
mas em seguida diz: “Desculpem, me enganei”, você pode dizer: “Não, chefe, você
estava certo”. Não é sempre que você tem uma oportunidade dessas,
portanto, aproveite.
Do contrário,
exercite extrema discrição quando seu chefe errar em público. Se o assunto for
realmente importante (o CIO informa a data errada em que a implementação
entrará em operação), aborde-o durante o intervalo e mencione o erro
discretamente. No reinício da sessão, um CIO inteligente e generoso aponta o
erro, desculpa-se e lhe dá o crédito da correção.
Você dificilmente
será benquisto se corrigir o chefe em público. O mais provável é que ele fique
aborrecido por fazer papel de bobo e talvez até queira saber por que você não
detectou o erro antes da apresentação.
Se faltar muito
tempo para o intervalo, tente atrair a atenção do chefe com o olhar e falar-lhe
em particular. Mas nunca o corrija em voz alta na frente do grupo.
4. Cometer erros sociais grosseiros em um
evento da companhia
Comportamento inadequado de funcionários em festas do
trabalho é clichê desde os anos 50, mas isso não significa que as pessoas não
façam um papelão. Don Michalak, coautor do livro Making
the Training Process Work e
consultor de empresas como Ford, KPMG e Marsh & McLennan Co., enfatiza que
esses encontros não são eventos puramente sociais. “Não faça nada que não faria
no escritório da sua empresa ou de um cliente.”
Sim, haverá
comida na festa. Vá em frente e coma, mas não chame atenção estacionando na
mesa do coquetel de camarão. (Certo ou errado, as pessoas vão reparar se você
exagerar). Uma boa ideia é comer alguma coisa antes da festa para não parecer
esfomeado ao chegar. Tome cuidado se houver bebidas alcoólicas, você sabe o que
pode acontecer se beber demais.
Se levar um
convidado, peça-lhe que tome cuidado com as palavras. Você não vai quer que ele
diga ao seu chefe: “Você não é tão careca quando falaram”.
A propósito, por
mais que você se dê bem com seus colegas, uma festa não é o momento certo para
reclamar das horas extras que precisou trabalhar para implementar uma solução.
Se você chegar a conversar sobre as horas ou o projeto, procure ser positivo:
“Foi difícil, mas consegui”.
5. Eliminar possibilidades de retorno ao sair
Muita gente tem
a fantasia de criticar o chefe ao deixar a empresa. Pense duas vezes antes de
soltar o verbo. Você se lembra da bolha da internet dos anos 90? Muitos
profissionais de TI saíram de empresas tradicionais com a ideia de faturar
milhões em startups de internet, que acabaram fracassando. Quem saiu em bons
termos com seu antigo empregador teve mais chance de ser recontratado.
Quando se desligar de uma empresa, que seja da
maneira mais amistosa possível. Ao fazer o anúncio da saída, enfatize as
vantagens do futuro emprego, nunca as desvantagens do atual. Aponte razões para
ser grato por ter trabalhado ali, mas seja sincero, não invente coisas.
Se você aprendeu
alguma coisa com seu chefe e seus colegas de trabalho, diga-lhes. Mesmo que
você tenha enfrentado dificuldade com alguém, pode dizer, por exemplo:
“Obrigado por me ensinar a fazer um benchmark de um ambiente Active Directory”.
Sair em bons termos só poderá ajudá-lo se você reencontrar estas pessoas
posteriormente.
Mesmo os líderes
com um histórico de sucesso podem falhar. Normalmente isso é porque eles têm
maus hábitos que podem transparecer.
Aprender com o
passado pode ajudar a evitar erros reincidentes. No entanto, não confunda
aprender com o passado com reviver o passado. Esse último envolve interminável
autorecriminação e, muitas vezes autopiedade, que nem sempre ajudam a resolver
a situação.
(*) Calvin Sun é advogado que escreve sobre tecnologia e questões
legais para a COMPUTERWORLD
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