| “Era a quinta vez que ele recebia um convite para   participar de um jogo em uma comunidade virtual. Como anteriormente, o   convite era solenemente ignorado e deletado. A única conclusão razoável para   este tipo de divertimento virtual, era que consumia tempo de jovens   desocupados ou completamente desorientados. Como alguém pode perder tempo   fazendo colheitas virtuais ou ainda cuidando de lanchonetes e aquários   digitais?” “Uma pesquisa feita pela da Socitm (do inglês,Sociedade   de Gestão da Tecnologia da Informação) na Inglaterra apurou que   67% dos conselhos administrativos nas empresas baniram completamente o acesso   às principais redes sociais no ambiente de trabalho por meio do bloqueio das   páginas dos principais sites (Twitter, Facebook e Linkedin). Os motivos   alegados para o bloqueio foram o temor da exposição a vírus e outras ameaças   aos computadores das empresas, além da avaliação de que, o acesso a estas   redes sociais representam uma grande “perda de tempo” pelos funcionários.” Li recentemente os textos acima em sites e blogs   na internet e fiquei preocupado com a interpretação que muitos estão dando   para o fenômeno das redes sociais. Em meu último artigo sobre este fenômeno ( A internet   livre da geração Y ) proponho uma reflexão mais atual sobre a   impossibilidade de impor barreiras e bloqueios a este comportamento, contudo   vejo que, infelizmente poucos gestores se lembram que a internet também foi   considerada uma “porta aberta” para vírus e outras ameaças. No início da internet poucos funcionários tinham   acesso a uma conexão e a um navegador Netscape em seu micro, pois o mesmo era   bloqueado por ser considerado “perda de tempo”. Da mesma forma, uma conta de   e-mail só era fornecida aos que tinham cargos mais graduados na empresa, pois   presumiam que somente estes funcionários teriam discernimento para utilizar a   rede. Isto também está acontecendo agora. Outra pesquisa feita pela consultoria   Robert Half apurou que cerca de 90% dos profissionais   brasileiros que hoje estão em cargos de alta e média gerência participam   ativamente das redes sociais. Tudo isto foi inútil, pois quem tinha desejo em   acessar a rede criou alternativas e caminhos para superar os bloqueios e   barreiras e o tempo mostrou que a lentidão em a aceitar o fenômeno da   internet trouxe apenas mais custos para quem demorou a se adaptar a nova   realidade. Apesar de toda esta experiência recente, ainda   vemos alguns mitos surgindo para justificar a existência destes bloqueios.   Alguns destes mitos são: É feito apenas para crianças. – anulando qualquer   argumento que diz que as redes sociais são redutos infantis na internet, foi   observado em um estudo recente que as redes sociais tiveram um crescimento de   mais de 200%, estimados em mais de 250 milhões de novos usuários com idade   entre 34 e 50 anos somente em 2009. Os relacionamentos em redes sociais são   superficiais. - Este pensamento tenta avaliar como desperdício de tempo   qualquer contato com pessoas que você não conhece na vida real, pois não cria   relações duradouras. Na verdade o fato é justamente o oposto, uma vez que as   redes sociais permitem um contato mais direto em seus relacionamentos. Para   as empresas esta conexão é ainda mais significativa, pois podem obter   informações valiosas sobre o comportamento de seus clientes. É apenas o assunto do momento, a moda vai passar   – Realmente há um frenesi nos meios de comunicações sobre este fenômeno   levando muitos a se tornarem céticos e criarem barreiras pessoais para o que   consideram uma mania temporária. Mas as redes sociais são ferramentas de uma   mudança mais profunda e fundamental. Estamos entrando em uma era onde tudo   está se conectando, nossa forma de consumir, nossa forma de trabalhar, nossa   forma de estabelecer amizades e relacionamentos, enfim nosso estilo de vida. Assim como aconteceu com a chegada da internet   nos anos 1990, as redes sociais representam uma nova etapa na evolução do   comportamento das pessoas, especialmente dos jovens de hoje, nomeados como   geração Y, que usam estas ferramentas para potencializar suas características   e criar um novo posicionamento com as demais gerações. As fazenda virtuais, lanchonetes e aquários não   representam apenas um divertimento fútil. Basta um olhar um pouco mais atento   a estes jogos para observar que existe dois componentes comuns: Planejamento Estratégico – para ser bem sucedido   no jogo é fundamental planejar todas as escolhas e o uso de todos os   recursos. Boas escolhas significam bons resultados, evidentemente. Parcerias estratégicas – o relacionamento,   baseado em trocas de presentes e auxílios voluntários entre os usuários do   jogo, é primordial para o avanço nas etapas Estes dois elementos são fundamentais em qualquer   negócio na atualidade, principalmente os não virtuais, e o que é mais   inesperado é que as crianças são as primeiras a serem educadas para isso,   mesmo antes de aprenderem a ler e escrever, pois elas já estão montando suas   fazendas e cuidando de seus peixes virtuais sob o olhar cético e surpreso de   seus pais. Acredite! É uma ilusão pensar que os bloqueios e   barreiras aos sites de redes sociais são eficientes contra toda a capacidade   criativa desta geração, basta analisar o crescimento no consumo de aparelhos   celulares com acesso direto às redes sociais. Para estes aparelhos as   barreiras não tem efeito. Resta portanto, reavaliar aquele convite para   montar uma fazenda virtual ou se conectar a uma rede como Twitter, que muitos   ainda não sabem para que serve. Somente assim teremos o privilégio de   participarmos deste aprendizado, criando condições de também influenciarmos a   direção que nos leva este fenômeno mundial.  Fonte:  | 
domingo, 28 de agosto de 2011
Redes sociais - Você ainda vai usar! – Sidnei Oliveira
Assinar:
Postar comentários (Atom)
 
 
Nenhum comentário:
Postar um comentário