Diferente de alguns anos atrás, quando as principais ideias e inovações partiam sempre da alta gerência e diretoria, hoje essa ação é incentivada entre os profissionais de todas as áreas e níveis hierárquicos - é o empreendedorismo em ação dentro das empresas, do chão de fábrica à presidência.
E, como nem todo empreendedor tem vontade e condições de ter um negócio próprio, com todos os riscos que ele traz, esse espaço concedido pelas empresas é o cenário ideal para aqueles que transbordam energia para ir além do convencional e ter a possibilidade de criar.
“A inovação é uma das estratégias competitivas de algumas empresas hoje. No entanto, não é única - ainda há quem ache mais fácil copiar. Mas aquelas que optam pela inovação têm grandes chances de liderarem o mercado”, aponta Luiz Serafim, professor de inovação da Business School São Paulo.
Para o coordenador do Núcleo de Empreendedorismo da Fundação Dom Cabral, Afonso Cozzi, o intraempreendedor, que utiliza essa habilidade em prol da sua carreira, é aquele que é sempre protagonista, independente do que faça. “Mesmo trabalhando numa organização e obedecendo toda uma cultura organizacional, o empreendedor consegue ser protagonista na sua posição, ele aparece, se destaca”, diz.
Ligadas às novas tendências e sempre de olho nos melhores profissionais, as organizações já buscam no mercado profissionais com esse perfil empreendedor e prontos para inovar. “O mercado empresarial já vai ao encontro de colaboradores que tenham essa habilidade, profissionais que são muito mais que executores, participam e buscam melhorias constantes para a empresa, pensando de uma forma ampliada”, diz Cozzi.
Com postura de dono
Já imaginou se todos os funcionários de uma empresa trabalhassem e se dedicassem como se fossem os próprios donos? Provavelmente essa empresa teria mais sucesso. É com este pensamento que as organizações hoje valorizam tanto profissionais com essa habilidade. “Ter a capacidade de montar equipes empreendedoras e que geram resultados têm sido a chave do sucesso das organizações”, afirma Serafim.
Mesmo sabendo que essa atitude de dono não lhe dará os poderes e tudo mais que envolve essa hierarquia, o empreendedor se realiza em ver os frutos do seu trabalho e que suas ideias são levadas adiante. “O empreendedor tem a noção de que seu papel é gerar riqueza, inovação, é criar futuro. E isso o torna um profissional diferenciado no mercado de hoje”, aponta Cozzi.
E, apesar de parecer visível, nem sempre o empreendedorismo é tão claro para quem o pratica. Muitas vezes, são em pequenas atitudes que identificamos essa característica num profissional. “Sabe aquela pessoa que nos dá a impressão de estar criando e vendo oportunidades a todo o momento? Pode ser num final de semana, sentado no sofá de casa, ele assiste a um comercial e tem uma ideia que pode impactar nos resultados da empresa.
São coisas assim que vão revelando um empreendedor”, garante Serafim. Num exemplo como o citado pelo professor, quando a organização abre espaço para as ideias e inovações do profissional os dois lados saem ganhando - a empresa, que melhora processos, e o profissional, que é reconhecido e vê sua ideia funcionando na prática.
Empreendedorismo se aprende?
Para Cozzi, quando o assunto é empreendedorismo, a questão é mais que aprender, é conhecer-se, é buscá-lo dentro das características que já têm - como uma essência própria que podemos guardar a vida inteira ou, em algum momento, colocar em uso.
“Acho que todos somos empreendedores, faz parte da natureza humana essa atitude empreendedora, porque queremos ser o protagonista da nossa vida e temos sonhos que queremos realizar. Então, basta buscarmos isso dentro de nós, naquilo que já somos".
"Vale a pena tentar”, finaliza.
Fonte: http://rheal.com.br/blog/?paged=6
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