quarta-feira, 22 de julho de 2015

Profissões de Futuro

Envelhecimento da população, avanço tecnológico, petróleo e crescimento econômico. O Brasil muda e o mercado também. Saiba quais são as carreiras que vão ganhar espaço nos próximos anos.

- Gestor de inovação em negócios
O gestor de inovação em negócios é uma evolução do profissional que atua com pesquisa de mercado. Ele é responsável por mapear tendências e tem visão para criar novos processos e demandas. “Inovação passou a ser uma ferramenta de sobrevivência e gestão nas empresas”, diz Paulo Sérgio Quartiemeister, diretor do Centro de Inovação da ESPM.
Incorporada aos processos diários corporativos, a inovação tende a ter departamento próprio. “Não existe um modelo ou regra, mas esse profissional vai ser mais demandado porque a velocidade interna de mudança nas organizações deve ser maior do que a velocidade do mercado”, diz Paulo Sérgio.

- Gestor de turismo
No momento, empresas do setor de turismo começam uma fase de investimentos em capacitação profissional e inovação. “O mercado está começando a se especializar”, diz Marisa Canton, professora de gestão de empreendimentos turísticos da FGV.
Para lidar com a segmentação do mercado, o profissional de gestão, que conhece toda a cadeia do setor e é o responsável por incorporar inovações, será valorizado. “O gestor do turismo é o profissional que tem a visão geral da área”, diz Marisa. “Ele sabe aliar transporte, segmento hoteleiro, setor de alimentos e bebidas e marketing de eventos.”

- Desenvolvedor de apps
O desenvolvimento de aplicativos para smartphones e tablets virou um novo nicho de trabalho no mercado de tecnologia. “Ainda é uma tecnologia nova e temos dificuldade de encontrar profissionais”, diz Breno Masi, um dos diretores da Fingertips, empresa que atua no setor desde 2008. Entender de linguagens diferentes e ter perfil inovador é o caminho. O salário inicial é de 3 000 reais, podendo chegar a 15 000 para os que mais se destacam.
“Aplicativos em alta: Thales Schmalz Toniolo, de 30 anos, desenvolvedor sênior de aplicativos da Fingertips, trocou no ano passado uma carreira em grandes companhias de tecnologia da informação para apostar nos aplicativos mobile. “Não foi difícil trocar terno e gravata por tênis e camiseta”, conta. Formado em ciência da computação e pós-graduado em engenharia de software, Thales diz que agora recebe o mesmo que ganhava quando trabalhava em grandes companhias, mas trabalha com muito mais prazer.”

- Gerente de inovação coletiva
Entender a empresa e o consumidor final e unir as duas visões num único projeto. Essa é a missão do gerente de inovação coletiva, profissional que organizará toda a informação que chega do público, alinhando com os valores da instituição.
“Ele vai entender como a companhia funciona e agregar essas informações para que as decisões sejam tomadas de modo mais assertivo”, diz Gil Giardelli, presidente da Gaia Creative. Nessa tarefa, explica, as mídias sociais têm papel fundamental. “É por meio delas que as ações serão efetivadas.”

- Especialista em eventos esportivos
Com a Copa do Mundo e com a Olimpíada, o Brasil deixará de ser mero coadjuvante no cenário esportivo. Na área de marketing do segmento, quem se destacará são aqueles que aliam evento a consumo. “Um profissional de marketing esportivo ligado a eventos é aquele que terá a preocupação com a experiência de consumo”, diz Robert Alvarez, professor de marketing esportivo da ESPM. Com maior renda e no clima dos grandes eventos, o consumidor esportivo ficará cada vez mais exigente. “O grande desafio desse profissional será aliar eventos de áreas e esportes ainda pouco explorados a marcas consolidadas para atrair o consumidor”, diz.

- Especialista em serviços para idosos
Os brasileiros estão vivendo mais e em alguns anos a parcela de cidadãos acima de 60 anos alcançará patamares inéditos na história do país. Diante desse quadro, abre-se uma série de oportunidades de serviços especializados em dois públicos: os idosos ativos e os muito idosos, que necessitam de cuidados especiais. Diversos tipos de assistência a esse grupo de pessoas podem ser criados. Profissionais que entendem de gerontologia e das questões relativas à idade avançada serão requisitados. Conhecimentos que vão desde a psicologia até o domínio do mercado de planos de saúde serão valorizados.

- Bioengenharia
Coletar amostras de tecidos, transportá-las, manipulá-las e armazená-las. Com o envelhecimento da população brasileira, os procedimentos e as técnicas da medicina degenerativa fazem biólogos, farmacêuticos e químicos ganhar espaço.
“O bioengenheiro alia os procedimentos médicos a técnicas de manipulação de tecidos”, diz Eduardo Cruz, presidente da Cryopraxis, empresa que atua no setor. O processo de formação para atuar na área é longo: pode levar até sete anos.

- Engenheiro hospitalar
O setor de clínicas e hospitais privados é um dos que mais devem crescer no país nos próximos anos e, entre os profissionais que devem se beneficiar das oportunidades que surgirão, estão os engenheiros hospitalares ou clínicos. “Engenharia hospitalar é a gestão da infraestrutura de equipamentos de um hospital”, diz Rodolfo More, diretor da Engebio, que atua desde 2004 no segmento.
A área ainda é carente de profissionais especializados. Uma regulamentação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) obriga hospitais a ter equipes de engenharia clínica, o que deve aumentar a busca por especialistas no assunto. Na prática, o engenheiro clínico define o tipo de equipamento certo para atender a necessidades distintas. “Ele faz desde o planejamento até a análise do que comprar, além de auxiliar no uso e na manutenção do equipamento”, diz Rodolfo.

- Especialista em cloud computing
Na tentativa de tornar a infraestrutura de TI das companhias menos vulnerável, esse profissional ganha espaço. “Haverá maior demanda por gente que trabalha com a virtualização de servidores”, diz William Monteath, consultor da Robert Half, empresa de recrutamento.
Profissional de crowdsourcing: Cresce no país a cultura de desenvolver projetos de baixo custo em grupo, o crowdsourcing, termo que designa a produção de soluções por meio da internet. “Num cenário de apagão de mão de obra como o que temos no Brasil, esse modelo é uma forma de descobrir talentos”, diz Marina Miranda, de 39 anos, sócia da Mutopo, consultoria especializada nesse tipo de negócio.
Com o modelo, empresários conseguem definir a melhor imagem para a sua marca, um novo produto que será desenvolvido ou mesmo criar um novo software, tudo isso com “pitacos” dos internautas. Os especialistas em crowdsourcing são capazes de construir estratégias aproveitando opiniões e ideias dos internautas. “Você une as soluções”, diz Marina.

- Profissional de ecotoxicologia
É o responsável por analisar amostras enviadas pela indústria de energia para o desenvolvimento de produtos menos agressivos ao meio ambiente utilizados no tratamento da matéria-prima. “É similiar a uma linha de pesquisa da biologia”, diz a bióloga Maria Cristina Maurat, uma das sócias da Labtox, laboratório de análises ambientais. “O forte desse mercado é o setor de petróleo e gás.”

- Gestor de grandes fortunas
O crescimento da renda da população abre oportunidades para profissionais de finanças. Os gestores de investimentos ganham mais importância. O private banker ajuda na prospecção e na captação de clientes com recursos financeiros a partir de 3 milhões de reais. Já o wealth manager administra os recursos desses investimentos. “Eles trabalham em gestoras de recursos ou em bancos de investimento”, diz William Monteath, da Robert Half.

- Executivo de sustentabilidade
A área tende a ficar mais competitiva e profissionalizada. A compreensão do que é sustentabilidade para o negócio deve tornar-se mais ampla, não ficando mais restrita a atividades de redução de impactos no meio ambiente. “O profissional deverá saber integrar os setores da companhia”, diz Rodrigo Vianna, diretor da Hays, empresa de recrutamento de São Paulo.

Por Camila Mendonça – Você S.A.


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