A renúncia do Papa Bento XVI trouxe à tona um dilema
vivido por executivos e empresários nos últimos tempos: qual a hora certa de
pendurar as chuteiras? A maior expectativa aliada à melhoria na qualidade de
vida, fez com que senhores e senhoras na faixa dos sessenta ou mais, ainda
sintam-se totalmente aptos e capazes para fixar objetivos, liderar equipes,
cumprir metas, conquistar novos mercados, viajar e enfrentar longas e extenuantes
jornadas de trabalho.
O segundo grupo, composto pelos empresários, em geral
têm maior autonomia. À frente de seus negócios, criados ou herdados, tornam-se
uma espécie de lenda viva na organização, mesmo que já tenham passado o bastão
para a próxima geração. Antônio Ermírio de Moraes e Abílio Diniz fazem ou
fizeram parte deste grupo. Já os executivos têm contra si os estatutos e
regulamentos das empresas, os quais fixam a idade máxima para se aposentar.
As carreiras inexoravelmente seguirão o mesmo
movimento, onde cabelos brancos e óculos para presbiopia, também conhecida como
vista cansada, deixarão de ser sinônimo de experiência adquirida, adquirindo
conotações negativas. Neste cenário de maior expectativa de vida e menor tempo
útil como profissional, desenvolver uma nova ocupação torna-se essencial aos
profissionais precavidos e cientes de que diferentemente do veículo Gol, não
poderão renovar-se eternamente em novas versões para se manterem no mercado.
Acredito que não haja uma hora mais correta ou adequada para se pensar no assunto, porém deixá-la para a fase do declínio pode não ser uma boa estratégia, haja vista alguns projetos consomem anos para tornarem-se realidade ou prover um retorno financeiro satisfatório, caso não consiga viver com as reservas acumuladas durante o período como executivo. Abrir um negócio, tornar-se consultor, conselheiro ou professor são atividades que requerem preparo e dedicação prévia.
Acredito que não haja uma hora mais correta ou adequada para se pensar no assunto, porém deixá-la para a fase do declínio pode não ser uma boa estratégia, haja vista alguns projetos consomem anos para tornarem-se realidade ou prover um retorno financeiro satisfatório, caso não consiga viver com as reservas acumuladas durante o período como executivo. Abrir um negócio, tornar-se consultor, conselheiro ou professor são atividades que requerem preparo e dedicação prévia.
Ter uma nova atividade ou carreira certamente ajudará
na perda do sobrenome corporativo, seja por aposentadoria ou demissão de
profissionais seniores, comum em épocas de redução de custos. Bento XVI ensinou
com a humildade de seu ato que devemos saber a hora de parar, assim como somos
senhores de nosso destino, mesmo que este seja a clausura.
Autor : Marcos Morita
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