quinta-feira, 28 de março de 2013

O saco de carvão


O pequeno Zeca entra em casa, batendo os pés no assoalho com força.

Seu pai, que estava indo para o quintal fazer alguns serviços na horta, chama o menino para uma conversa. Zeca, de oito anos de idade, o acompanha desconfiado. 

Antes que seu pai dissesse alguma coisa, fala irritado: 

-Pai, estou com muita raiva. O Juca não deveria ter feito isso comigo. Desejo tudo de ruim pra ele, quero matar esse cara. 

Seu pai, um homem simples, mas cheio de sabedoria, escuta
calmamente o filho que continua a reclamar: 

-O Juca me humilhou na frente dos meus amigos. Não aceito isso! Gostaria que ele ficasse doente sem poder ir para a escola. 

O pai escuta tudo calado enquanto caminha até um abrigo onde guardava um saco cheio de carvão. 

Levou o saco até o fundo do quintal e o menino o acompanhou calado. Zeca vê o saco ser aberto e, antes mesmo que pudesse fazer uma pergunta, o pai lhe propõe algo: 

-Filho, faz de conta que aquela camisa limpinha que está secando no varal é o seu amigo Juca, e que cada pedaço de carvão é um mau pensamento seu endereçado a ele. 

Quero que você jogue todo o carvão do saco na camisa, até o último pedaço. Depois eu volto para ver como ficou.” 

O menino encarou como uma brincadeira e pôs mãos à obra. O varal com a camisa estava longe, e poucos pedaços acertavam o alvo. Uma hora depois terminou a tarefa. O pai, retorna e lhe pergunta: 

-Filho, como está se sentindo agora? 

-Cansado mas alegre. Acertei muitos pedaços de carvão na camisa.
O pai olha para o menino, que não entendeu a razão daquela brincadeira, e com carinho lhe diz:

- Venha comigo até meu quarto, pois quero mostrar-lhe uma coisa.
Lá é colocado diante de um espelho, onde vê todo o seu corpo.

Que susto! Enxergou apenas seus dentes e olhos . 

O pai, então, lhe diz ternamente:

“Filho,você viu que a camisa quase não ficou suja, mas olhe só para você. O mal que desejamos aos outros é como o que lhe aconteceu.” 

“Por mais que possamos atrapalhar a vida de alguém com nossos pensamentos, os resíduos e a fuligem ficam sempre em nós mesmos.” 

“Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras.
 
Cuidado com as palavras: elas se transformam em ações.” 

“Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos.
Cuidado com seus hábitos: eles moldam o seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele decidirá o seu destino.”

Autor: Dom Itamar Viana / Frei Aldo Colombo. 

Fonte: http://radiomundial.com.br/vivamelhor/?id=18761


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