Confira
os principais deslizes nas apresentações e veja também as dicas de uma
especialista no assunto para não cometê-los mais.
Saber
fazer boas apresentações é uma habilidade obrigatória para a ascensão de
carreira da maioria dos profissionais. Por isso mesmo este quesito tira o
sono de muita gente que, só de pensar em ser o centro das atenções de uma
plateia, já começa a suar frio.
O
nervosismo atrapalha, mas não é o único calcanhar de Aquiles nas apresentações.
Confira os 12 principais erros cometidos nessa hora:
1. Falta
de roteiro
É o
principal deslize, segundo Joyce. “Muitas vezes os executivos começam a fazer
uma apresentação abrindo o Power Point e começando a digitar e esquecem que
existe uma palavra chamada roteiro”, diz a especialista em apresentações.
O
resultado de quem peca pela falta de roteiro é uma reunião de slides sem
conexão, e, na maioria das vezes, faltando partes essenciais. “Isso leva à
falta de compreensão, o público não entende”, diz Joyce.
Dica: Lance mão das
técnicas de roteirização. “Você apresenta um cenário ou um conflito, resolve
esse conflito, constrói a sua argumentação em cima disso e finaliza. Esse ‘fatiamento’
da informação é fundamental”, sugere Joyce.
2. Início
“morno”
O
começo de uma apresentação faz toda a diferença. Mas nem todo mundo se preocupa
em captar “logo de cara” a atenção da plateia. “As pessoas geralmente começam
agradecendo, dizendo quem são elas e já entram no assunto da apresentação”, diz
Joyce.
Dica: “Pense em um
roteiro de cinema, as primeiras cenas geralmente têm o objetivo de captar a
atenção do espectador”, recomenda Joyce. Escolha uma frase de destaque. Tente -
por meio da sua fala - deixar o público curioso e conquiste a atenção da sua
plateia no começo da apresentação.
3. Ausência
de imagens ou escolha sem critério
“As
pessoas pouco usam imagens e quando as utilizam ainda é de maneira tímida”, diz
Joyce. Ela conta também que é comum apresentações trazerem imagens esticadas ou
sem redução proporcional.
Além
disso, a escolha sem critério também é apontada como erro frequente. “As
pessoas usam imagens que não têm nada a ver com o que está sendo dito”, diz
Joyce.
Dica: A imagem deve
estar presente na apresentação, mas tem que ter a sua “razão” de existir. A
imagem pode ser linda, mas se ela não dialoga com o texto da sua apresentação
deve ficar de fora.
“Tudo
na apresentação tem que ter uma função”, explica Joyce. Lembre-se de que o
próprio Power Point tem recursos para aumentar ou reduzir imagens. Atente
também à proporção dos objetos na vida real antes de colocá-los um ao lado do
outro no slide.
4. Texto
“bengala”
Qual
a função de um slide de Power Point usado em uma apresentação? Se você acha que
o é apontar e relembrá-lo do que você precisa dizer, errou. “As pessoas pensam
nos slides como uma ‘bengala’ para elas se lembrarem do que precisam dizer”,
diz Joyce.
Ao
colocar um monte de texto na tela, o apresentador acaba ficando sem função, uma
vez que o público vai prestar atenção ao texto e não em sua fala. “Ninguém
consegue ler e ouvir ao mesmo tempo”, lembra Joyce.
Dica:
O texto do slide tem a função de facilitar o entendimento do público a respeito
do que está sendo abordado durante a apresentação. Se você tem receio de
esquecer o que vai falar, mantenha fichas com o texto do que você vai
apresentar, ao invés de jogar tudo no slide.
5. Siglas
ininteligíveis
Presentes
no dia a dia de muitos profissionais, principalmente do mercado financeiro e de
área de tecnologia, a siglas fazem todo o sentido quando a apresentação é
interna, para colegas já envolvidos no trabalho. No entanto, se o público é
leigo no assunto, as siglas podem não ser compreendidas.
“O
que é óbvio para você não é óbvio para os outros. Quando o público recebe uma
informação que não entende, perde a compreensão e não sabe mais onde encaixar o
resto do conteúdo transmitido”, diz Joyce.
Dica: Ao lidar com
termos técnicos seja didático para facilitar a compreensão do público e evitar
a perda de atenção.
6. Expressão
oral comprometida
Elaborar
slides impecáveis no Power Point não basta. É preciso saber como transmitir o
conteúdo para o público. E, nesse momento, quem não sabe se expressar bem pode
estragar tudo.
Falar
devagar ou rápido demais, não saber o que fazer com as mãos, manter sempre a
mesma entonação da voz e não olhar para as pessoas são os erros mais
frequentes, de acordo com Joyce.“O medo de falar em público é tão grande que as
pessoas não procuram um curso de expressão oral para encarar o receio”, diz
Joyce.
Dica: Aposte em
mudanças de entonação e ao ritmo da voz para não deixar a apresentação
monótona. Atente à velocidade da fala. Se a sua fala é lenta o público terá
sono e se for rápida demais vai atrapalhar o entendimento do público.
Há
cursos e livros especializados na arte de se comunicar. Praticar, segundo
Reinaldo Polito, especialista em oratória é uma das maneiras de driblar o pavor
de falar em público. Aproveite todas as oportunidades que você tiver para
treinar e certifique-se de que você tem domínio sobre o assunto a respeito do
qual você vai falar.
7. Tamanho
da fonte do texto
Apertar
os olhos para tentar enxergar o texto de uma apresentação deixa qualquer um
irritado e as chances de ele deixar de prestar atenção são grandes. “As pessoas
usam fonte 12 e ninguém consegue ler”, diz Joyce.
Dica: A especialista
recomenda que o texto tenha fonte maior, tamanho 28. Assim, mesmo quem estiver
no fundo da sala vai enxergar o que está escrito no slide.
8. Não
fazer nada para manter a atenção do público
O
renomado biólogo molecular John Medina diz que o cérebro humano perde a atenção
de 10 em 10 minutos. Por isso, curta ou longa, a apresentação precisa contar
com “ativadores” da atenção do público. “Pouca gente se preocupa com isso”, diz
Joyce.
Dica: Traga uma
inovação, fale uma frase com mais ênfase para captar a atenção. “A cada 5 ou 10
minutos lance algum ‘ativador’ para as pessoas acordarem”, recomenda Joyce.
9. Não
aceitar ou não perceber a conexão com o público
Conforme
explica Joyce, o objetivo principal de uma apresentação é criar uma conexão com
o público para inspirá-lo a respeito do tema abordado. “Se não há essa conexão,
o apresentador não vai atingir resultado”, diz a sócia e diretora da La Gracia.
Em
relação a este aspecto, o erro cometido é considerar a interação do público uma
interferência. “Muitas vezes a pessoa está tão focada nela mesma que não
percebe ou não deixa que haja uma troca com o público”, diz Joyce. Então,
muitas vezes, o apresentador faz uma pergunta à plateia, mas não a deixa
responder.
Dica: Ao perceber o
interesse do público em responder alguma pergunta ou em interagir em algum
sentido, tente dar espaço. “Se você tentou criar uma conexão por meio da
pergunta e o público responder, vá na onda”, recomenda a especialista,
alertando, no entanto, que não é fácil. “Mas quando há a interação, você sai
ganhando, quem consegue criar conexão é muito mais aplaudido”, diz Joyce.
10. Contraste
Há
sempre uma informação que seja mais relevante e mereça destaque. “Muitas vezes
as pessoas dão o mesmo peso às informações e o que é mais importante não é
destacado”, diz Joyce.
O
contrário também vale como erro. “Encher de imagens o slide e colocar cores
fortes em tudo para chamar a atenção deixa tudo gritante e não destaca nada”,
explica a especialista.
Dica: apenas as
informações mais importantes devem ser destacadas. Use alguma forma de
contraste para chamar a atenção para os dados mais relevantes.
11. Não
deixar espaço em branco
Na
ânsia de reunir o maior número de informações sobre o tema da apresentação, muita
gente esquece a importância de um visual clean. “Parece que as pessoas acham
que vão perder dinheiro ao deixar um espaço em branco no slide e o visual acaba
ficando pesado”, diz Joyce.
Dica: Além de ser um
respiro para o público, o espaço em branco no slide tem uma função importante,
de acordo com a especialista. “Ajuda a direcionar o olhar do público para
aquilo que merece destaque e isso faz toda a diferença”, explica. Uma
apresentação com um design mais “limpo” e leve é muito mais elegante.
12. Nenhuma
ou pouca análise
Reunir
um sem número de informações e organizá-las no Power Point sem fazer qualquer
tipo de análise é um erro grave e que mata o sentido da apresentação. “As
pessoas pensam que a apresentação é feita só de dados, mas nós já somos inundados
por informações o dia inteiro então as informações precisam ser novas, além de
fazer sentido”, diz Joyce.
Dica: antes de fazer a
apresentação reúna as informações e faça uma interpretação delas. “Sem análise
a apresentação fica crua”, lembra Joyce.
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