terça-feira, 26 de março de 2013

Nascemos líderes ou podemos nos tornar um? - Harold Weinstein


A maioria das pessoas, em algum momento, acaba exercendo a liderança, porém o verdadeiro líder tem a liderança como parte de suas atitudes no cotidiano. Este estilo dá suporte aos seus propósitos.

Em recente estudo que conduzimos, com mais de 300 presidentes e CEO’s, fizemos a seguinte pergunta: “A liderança é uma característica que nasceu com você ou é algo que você desenvolveu ao longo da sua experiência?”.

As opiniões ficaram divididas. 40% dos entrevistados disseram que tinham nascido com a habilidade de liderar e desenvolver pessoas, enquanto 60% responderam que a liderança foi adquirida ao longo de sua experiência.

“A verdadeira liderança não é algo que possa ser aprendido. Somente pode ser aprimorado quando um indivíduo já tem a habilidade natural para isso. Líderes podem ser treinados para tornarem-se melhores, mas já nascem com a habilidade de liderar”, diz Chris Williston, presidente da Independent Association Bankers of Texas.

Perfil de um líder

Portanto, quais são as características de personalidade de um líder?

Por meio do teste de personalidade, descobrimos que grandes líderes são:

* adeptos de uma visão criativa que influenciam outras pessoas;
* habilidosos para construir relações estratégicas que os ajudarão a alcançar suas metas;
* mestres na resolução de problemas e superação de obstáculos;
* arrojados, assumem riscos e tentam novas idéias e abordagens.

Na essência, esses líderes são extremamente perspicazes, assertivos, persuasivos, empáticos e resilientes. Tendo a necessidade de possuir as coisas por completo, são arrojados o suficiente para assumir riscos. São moderadamente sociáveis, demonstrando um nível adequado de ceticismo, sempre motivados por novas idéias.

Este é um perfil muito forte. E precisa ser.

Chris Williston pontua: “Lideres são o coração da organização. Eles são fortes motivadores. Precisam ser incentivadores e não podem ter dias de desânimo. Existem muitas pessoas contando com eles”.

Com tantas pessoas contando com eles, líderes – mesmo com o seu talento e um forte perfil – precisam continuamente aprimorar suas habilidades, desenvolvendo seus próprios talentos e esforçando-se para serem melhores que nos anos anteriores.

Gerenciando você mesmo.

Muitas vezes, a dificuldade de encontrar as pessoas certas começa antes mesmo do processo seletivo. Ou seja, inicia-se neste momento. Em regra, para ser um líder efetivo, você primeiro precisa saber gerenciar-se a si mesmo, para então poder fazê-lo com os outros.

Quando conduzimos grupos do TEC e orientamos as discussões sobre o que realmente os motivava, conseguimos respostas muito distintas. Apesar de haver alguns pontos de resposta similares entre as pessoas, cada uma tem um estilo diferente e motivadores únicos. Sabemos que líderes são excelentes em certos aspectos, como criar situações e visualizar a sua concretização, porém não tão bons em outros, como trabalhar com tarefas que exigem detalhes ou mesmo paciência. Quando você olha para aquilo que realmente lhe motiva, pode achar os pontos insatisfatórios e modificá-los.

A partir disso, pode decidir entre gerenciá-los ou evitá-los. Jim Santore, Presidente da Progressive Handling Systems, em Rockaway, New Jersey, está continuamente procurando meios de aprimorar suas habilidades de liderança. “Desde que me juntei ao grupo TEC e comecei a trabalhar com a Caliper, eu realmente acredito que meu negócio está crescendo”, explica Santore. “Interagir com outros CEOs e ouvir como lidaram com problemas similares é motivador e propicia grandes idéias. É difícil discutir muitos dos problemas que se enfrenta como líder, com as pessoas com as quais você trabalha. No grupo TEC, eles olham para você de um modo diferente. Não estão esperando nada de você. Não têm outros compromissos a não ser ajudar você.”

Além de colaborar com outros líderes, Santore também está sempre refletindo sobre suas próprias características de personalidade. “Eu trabalho com as avaliações de personalidade da Caliper para aprender mais sobre mim mesmo e sobre meus funcionários. A avaliação me classificou como hunter (caçador). Como de fato eu sou. Muitas das minhas características de personalidade, como assertividade, senso de urgência, falta de paciência, exposição a riscos, estavam deficientes. Mesmo sabendo desses fatos, sobre mim mesmo, vê-las explícitas, bem à minha frente, me fez perceber a sua severidade. Isso me fez entender que tenho uma série de aspectos a serem trabalhados ainda.

Ele conta, também, “Quando compartilhei meus próprios resultados com meus funcionários, eles acharam engraçado a minha surpresa com a severidade do resultado da avaliação.” Disseram, “ Veja só com quem tínhamos que negociar!”. “Isto me mostrou que, às vezes, me torno rígido e assim permaneço. Isto também me fez dar mais valor às pessoas que me rodeiam. Eu tenho uma ótima equipe. E saber mais sobre seus motivadores e as áreas em que podem ser desenvolvidos, coloca-me numa boa posição para ajudá-los a se desenvolverem plenamente, o que é bom tanto para eles quanto para a organização.”

Este processo de auto-avaliação é verdadeiramente o primeiro passo para se tornar um grande líder. Em seu mais novo livro, Primal Leadership, Daniel Goleman fala sobre um segundo passo: obter uma fotografia de como você realmente é, por meio de feedbacks constantes sobre sua performance e comportamento, tanto dos seus subordinados quanto dos seus colegas.

Explica, no entanto, que líderes normalmente evitam procurar diretamente por feedbacks, especialmente quando este é negativo. Além disso, os subordinados não sabem aproveitar esta chance para fazer uma crítica construtiva sobre seus chefes. De acordo com o contato que Goleman teve com líderes, eles não evitam feedbacks por se acharem infalíveis, mas por acreditarem não poder mudar. Porém, Goleman diz que há evidências de que líderes experientes também podem aprender.

A seguir, algumas sugestões para melhorar suas habilidades de liderança:

* Busque ativamente por sugestões para melhorar sua performance, tanto de colegas quanto de subordinados, como parte de um processo contínuo de melhoria.
* Peça feedback sobre suas qualidades, para que esteja sempre consciente de quais são e para ter certeza de estar utilizando-se delas.
* Adote um orientador pessoal.
* Identifique potenciais líderes e treine-os para desenvolver suas habilidades de liderança.
* Enfatize e promova o desenvolvimento das qualidades das outras pessoas.

Lembre-se, Daniel Goleman diz em seu livro, “A maior razão de as pessoas pedirem demissão é a insatisfação com o seu chefe. Pessoas que têm chefes ruins, apresentam 4 vezes mais chance de deixar a companhia do que pessoas que gostam do líder para o qual trabalham.”

Portanto, se você nasceu com aqueles 40% de habilidade de liderança natural, deve fazer a sua parte para continuamente melhorar e aperfeiçoar os 60% restantes, se o seu objetivo é realmente ser um grande líder.

Finalizando, liderança é um trabalho em constante evolução. O que funcionou no ano passado, não necessariamente funcionará no próximo ano. Os verdadeiros líderes reconhecem isso e se adaptam. E ensinam seus funcionários a se adaptarem também. Todos fazemos, em nosso trabalho, tarefas que gostamos e outras das quais não gostamos. Entender as tendências e motivações naturais das pessoas pode ajudar a traçar planos, criar disciplina para você e para os outros no sentido de tratar as deficiências ou achar pessoas para preencher as lacunas. Quanto mais os líderes estão sintonizados consigo próprios e com a sua equipe, mais forte a organização é como um todo. 


Fonte: www.caliper.com.br 
Fonte: http://www.rh9.com.br/

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