Quem quer ser empreendedor? Se você fizer essa pergunta numa sala de aula,
por experiência, posso afirmar que não mais do que dois ou três vão dizer “eu
quero”. Quando lanço essa pergunta no ar, a estatística é cruel, poucos se
manifestam.
No passado, a pergunta era um pouco diferente: o que você vai ser quando
crescer? A maioria tinha a resposta na ponta da língua: médico, advogado ou
engenheiro. Os pais faziam de tudo para incutir tais profissões na cabeça dos
filhos. A vocação era uma questão de convencimento.
Na minha terra, os pais enchiam a boca pra falar, os olhos brilhavam e o
coração palpitava só de lembrar que os filhos, convencidos por eles mesmos,
estavam na capital paranaense estudando Medicina, Advocacia (nem Direito era)
ou mesmo Engenharia.
Saber o que você quer ou fazer exatamente aquilo que seus pais querem que
você faça é bom ou ruim? Você nunca saberá enquanto não experimentar um ou
outro caminho. De uma forma ou de outra, a algum lugar você deverá chegar, quer
siga a cabeça dos pais, quer siga a própria intuição, quer não siga ninguém.
Na fase da pré-adolescência ou mesmo na fase da adolescência, poucas
pessoas sabem o que querem, mas isso não relevante. Conheço adultos, na faixa
dos trinta aos oitenta anos, que ainda não encontraram o caminho das pedras.
O mundo está recheado de oportunidades que ainda nem conhecemos no campo
das artes, da economia, da administração, da genética, da biodiversidade e da
engenharia. Quando você menos imagina, surge uma nova ciência, um novo nicho e,
com eles, novas oportunidades de gerar demandas, empregos e negócios.
Para facilitar ainda mais a escolha do caminho a ser seguido, diferentes
tipos de inteligência foram mapeados por Howard Gardner, psicólogo
norte-americano. Você pode ser bom em artes, linguística, raciocínio
lógico-matemático, percepção fisico-cinestésica, relações intrapessoais e
interpessoais. O mundo é um vasto campo de diferentes desejos, necessidades e
demandas.
Além de tudo isso, você pode se tornar empreendedor de sucesso criando
produtos e serviços que facilitem a vida das pessoas, gerando empregos,
contribuindo para o crescimento econômico e social da sua cidade, do seu estado
ou do seu país, além de proporcionar valor para a sociedade.
Em síntese, você pode ser o que quiser em qualquer campo de atuação se a
escolha estiver alinhada com a sua vocação, portanto, quanto mais cedo
descobri-la, maior a chance de viver uma existência rica, feliz e desafiadora
em todos os sentidos.
São poucos os privilegiados que tiveram orientação de carreira no passado.
Muita gente aprendeu a profissão por osmose. Nunca nos disseram como nos
relacionar melhor com as outras pessoas nem aprendemos a lidar com o dinheiro
na infância. Acredite ou não, isso faz uma enorme diferença quando você começa
a trabalhar, seja como patrão, seja como empregado.
Por essas e outras razões, compartilho aqui sete lições importantes para
reflexão, disponíveis no meu livro Empreendedorismo para Jovens (Editora
Atlas), escrito em parceria com o meu amigo Iussef Zaiden Filho.
Espero que isso o ajude a descobrir o início do caminho. Espero também que
uma das alternativas seja empreender. O restante do caminho você faz ao
caminhar. Vejamos:
Identifique as áreas mais importantes da sua vida: não se preocupe se mais adiante o grau de importância em relação a cada
área mudar. Isso depende de vários fatores, entre eles a sua criação, a sua cultura,
a sua história de vida, o exemplo que vem dos seus pais, professores, amigos e
heróis de infância. O que é mais importante para você neste exato momento?
Saúde – religião – educação – lazer – dinheiro – casa – família – amigos
– bens materiais – hobbies – etc.
Escolha entre três e cinco áreas importantes: faça uma breve descrição de como sua vida encontra-se hoje em cada área
escolhida. Se você escolheu família, por exemplo, escreva sobre o
relacionamento familiar, as coisas que você não tolera em casa e as coisas que
você gostaria de mudar. Defina uma área relevante.
Visualize o futuro: a visualização é uma técnica
essencial; você já escolheu as áreas mais importantes, portanto, feche os
olhos, imagine-se daqui a dez ou vinte anos; chamamos isso de “self talk”,
portanto, tenha uma conversa franca consigo mesmo sobre o futuro desejado. Ninguém
muda o passado, somente o futuro.
Coloque as ideias no papel: qual é a
profissão, a empresa, a esposa, o marido, a família e a renda ideal desejada?
Trata-se apenas de um ensaio, mas é importante anotar. Mais adiante, você deve
tratar especificamente da visão, da missão e do seu plano de vida.
Organize as ideias: o que você precisa mudar? Quais
são as suas prioridades? Quais são as competências necessárias para conseguir o
que você quer? Qual é o tempo razoável para que tudo isso aconteça? Se for algo
por conta própria, por onde você pode começar? Quem poderá ajuda-lo?
Troque ideias com pessoas bem-sucedidas: a
experiência conta muito e não existe nada que você não possa fazer, entretanto,
algumas coisas podem ser feitas com menos sacrifício quando você busca a orientação
nas pessoas que trilharam caminhos semelhantes. Ouça as pessoas, mas siga o seu
coração.
Não perca tempo tentando encontrar a perfeição: enquanto você está pensando em algo, milhares de outras pessoas já
começaram. O mais importante é encontrar um nicho, um começo, um objetivo definido
e nunca mais perdê-lo de vista. Aquela eterna espera pela melhor ideia pode ser
uma péssima ideia.
Por fim, imagine o quão maravilhoso seria o mundo se todas as boas ideias
fossem colocadas em prática. Não estou falando apenas de produtos e serviços
que são explorados pelas grandes empresas, mas de ideias simples, e ao mesmo
tempo revolucionárias, que facilitam a vida das pessoas.
Por Jerônimo Mendes
Fonte: http://www.administradores.com.br/artigos/administracao-e-negocios/7-licoes-para-estimular-a-sua-vocacao-empreendedora/69374/
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