quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

A Síndrome do Líder Herói

Por Alberto Ruggiero (Reprodução permitida - MOT - Mudanças Organizacionais e Treinamento)

Devemos ser líderes heróis?
Pelo contrário. Se adotarmos a postura de líder herói, poderemos perder seguidores. A idéia é que tenhamos um conjunto de competências diferenciadoras, que fortaleçam nossa liderança. Quando nos mostramos diferentes da equipe, dificultamos a criação de afinidades, de um senso de identidade, de sintonia entre interesses, desejos e valores. 

Todo líder tem limitações e conosco não é diferente. Conhecer nossas virtudes e limites - autoconhecimento - é essencial para o nosso desenvolvimento como pessoa e como líder. E iniciativa é uma competência essencial. Líderes são ou deveriam ser visionários pois estão ligados ao futuro enquanto fazem o presente acontecer. 

Espera-se também que o líder seja um mentor, capaz de ajudar outras pessoas da empresa a desenvolver-se em suas carreiras, serem competentes, melhorar seu desempenho, sistematizar suas idéias, construir caráter sólido e ético, fazer escolhas cuidadosas, comprometer-se com a empresa, estabelecer relações interpessoais, expandir sua visão de mundo. 

Se o clima de confiança entre o líder-mentor e o mentorado estiver estabelecido, fornecer feedback acerca do desempenho é uma das competências requeridas do líder. Mas afinal, o que é feedback? 

É um retorno que se dá a uma pessoa acerca de seu desempenho. Entretanto deve-se tomar cuidado ao fazê-lo. Não se trata apenas de evidenciar defeitos, não se trata de economizar elogios. Trata-se de reconhecer os acertos das pessoas, expressar esse reconhecimento e redirecionar os erros, de modo a evitá-los no futuro. 

Requer-se do líder ousadia, porém a ousadia conseqüente e não a ousadia inconseqüente.
Espera-se do líder pensamento positivo, capacidade de auto-aprendizado e humildade.
O líder deve saber se comunicar também.
Comunicação é o mesmo que informação? Definitivamente não.

Informação pode ter apenas uma via, mas comunicação é via de mão dupla. Talvez porque alguns confundem informação com comunicação, empresas em geral têm neste último seu maior problema. Comunicação é processo complexo, que exige empatia, sensibilidade e códigos comuns de linguagem, no mínimo. 

Espera-se do líder que seja capaz de formar equipes e de trabalhar em equipe. O que é uma equipe? É um grupo de pessoas trabalhando juntas? 

Um grupo de pessoas trabalhando juntas não necessariamente caracteriza uma equipe. Para se tornar uma equipe é preciso que haja um elemento de identidade, elemento de natureza simbólica, que una as pessoas, estando elas fisicamente próximas ou não. Neste último caso, são equipes virtuais. O elemento de identidade que une as pessoas está revelado nas normas, nos processos, nos objetivos, na situação, na causa que defendem. A identidade irradia um valor. 

Outra capacidade requerida do líder é a flexibilidade entre o global e o local. 

Outra capacidade esperada do líder é que seja capaz de reconhecer o trabalho das pessoas. Promoção e dinheiro não bastam. É preciso tratá-las como pessoas que são, portadoras de capital intelectual e oferecer-lhes outras recompensas não tangíveis. 

Como o líder aprende tudo isso? 

Fazendo uso de sua experiência cotidiana. Ela fornece o conteúdo para seu saber. Mas isso não é suficiente, então é necessário que cada um de nós expanda nossa consciência para além dela. Mantenha as conquistas da razão, rainha da ciência e da tecnologia; e libere a intuição, presente na tomada de decisão de todo gestor.


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