Uma das formas mais instigantes e ricas, que contribui no processo de aprendizagem do ser humano, é encarar as transições que ocorrem na vida como uma das maneiras de crescer como um ser integral. E sabemos, embora muitas vezes não tiremos disto o devido proveito, que ao longo de uma existência ocorrem muitas transições. Para isto não importando se estas forem positivas ou negativas. Até porque, em muitas circunstâncias, o aprendizado ocorre, exatamente, através daquelas mudanças que provocaram alguma dor ou, até possam ter sido encaradas como um fracasso.
Quando falamos em transições estamos nos referindo a eventos tais como passagem de ano, aniversário, casamento, mudança ou perda de emprego, mudança de cidade ou país, nascimento de filhos, separação, aposentadoria... enfim, qualquer alteração que nos faça sentir e compreender que algo significativo aconteceu ou está ocorrendo.
Uma das grandes dificuldades que enfrentamos para compreender e extrair proveito de todo este processo, como uma forma de aprendizagem, é que nosso sistema educacional, seja na família, no ensino formal ou nos meios de comunicação, não nos prepara para encarar os fatos da vida de uma forma reflexiva. A idéia que temos sobre o processo de aprendizagem ainda está muito vinculada a algum sistema formal de ensino. E, mais grave ainda é que vivemos numa sociedade em que muitas pessoas entregam seu destino e carreira – tanto pessoal como profissional – à instituições, empresas, gurus de plantão ou algum modismo decorrente das “ondas” oportunistas da auto-ajuda.
É preocupante verificar como poucas pessoas se apropriam da sua história de vida. Raramente refletem e atuam sobre sua biografia, num esforço de romper com a inércia do casuísmo ou destino, que imaginam ser algo imutável.
Acabamos de viver mais um destes momentos de transição. A crise mundial nos colocou diante da fantástica experiência de realizar uma avaliação do que ocorreu. E seus efeitos sobre nossa vida como um todo. É ainda uma excelente oportunidade para refletirmos e estabelecer ações concretas, sobre as diferentes formas que nos permitirão atingir os resultados e conquistas que devem fazer parte das aspirações fixadas para esta nova fase.
E para tanto é muito natural que utilizemos algumas referências que podem nos auxiliar neste processo. Em primeiro lugar, e especialmente quando falamos de conquistas, é recomendável que não pensemos apenas no plano profissional. Devemos considerar também que nos constituímos com um ser integral, onde as questões de ordem pessoal possuem grande importância para a busca de uma realização mais plena.
Por outro lado é da maior relevância não considerar apenas as conquistas materiais, do tipo “ter”, que são muito próprias de uma sociedade consumista como a que vivemos. Além de estimulante devemos ampliar a visão para aquilo que pretendemos “ser”.
Outra recomendação válida é evitar o que tem sido uma tendência muito presente em nosso universo urbano e empresarial. Aquilo que as pessoas buscam apenas “parecer”. Ou seja, estabelecer um estilo de vida em função das expectativas dos outros, ou de um mercado de necessidades criadas.
Uma boa maneira de evitar qualquer esforço para enganar a si, e aos outros, é manter-se coerente. Ou seja, não se engane querendo “parecer” algo que você não é.
Aceite este convite como uma forma para desenvolver um processo de reflexão produtiva que propicie uma avaliação sobre o sentido, atual e futuro, da sua vida.
Entre as varias alternativas para fazer isto, uma que nos parece bastante útil e didática é nos examinarmos na perspectiva dos vários papéis que vivemos. Para tanto aqui vai descrita uma sucinta relação destes. Eles podem ser úteis nas suas reflexões e planos de ação: profissional/conjugal/familiar/social/espiritual/educacional/material/cidadania/ cultural/ recreacional, etc. Bom trabalho.
Renato Bernhoeft Fundador e Presidentre da höft Consultoria;Autor de 15 livros nas áreas de Administração, Empresa Familiar, Qualidade de Vida e Preparação para o Pós-carreira
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