Não é de hoje que os internautas
brasileiros aparecem nas primeiras posições em estatísticas sobre uso de sites de relacionamento. O que nem todo mundo já se deu conta é que esses
sites também podem se tornar estratégicos para recolocação profissional. Uma
pesquisa realizada em março aponta que a internet e as redes socais lideram as mídias mais procuradas quando
se trata de busca por emprego ou informações sobre carreira.
Para além dos números, a
experiência demonstra que as redes sociais são efetivas também na constituição de
parcerias entre empresas e profissionais autônomos. O preferido é o LinkedIn, site de
relacionamento com foco profissional lançado nos Estados Unidos em 2003, mas
que chegou oficialmente ao Brasil somente em 2010.
– O uso do LinkedIn permite
que tenhamos um canal de comunicação de nossos funcionários, clientes,
fornecedores e um monte de malucos oferecendo produtos e soluções mirabolantes
– considera Leonardo Roth Kunzler, 34 anos, diretor de uma empresa de TI em Porto
Alegre.
Um desses “malucos” era o
diretor de recursos humanos André Streppel, 29 anos. Ele propôs a Kunzler um
serviço de recrutamento focado na área de tecnologia. Num primeiro momento,
Kunzler desconfiou. Depois da primeira conversa, Streppel conseguiu fazer com
que ele mudasse de ideia. Em dois meses de contrato, Kunzler já entrevistou
mais de 30 pessoas em Porto Alegre e em São Paulo, sendo que seis candidatos
foram contratados.
– Pelas redes sociais, todos
os cadastrados são candidatos às vagas, sem a necessidade de que enviem seu
currículo. Cabe ao RH encontrar as pessoas na rede – avalia Streppel.
O analista de sistemas
Henrique Spiazzi, 27 anos, foi um dos recrutados por Streppel a partir do
LinkedIn. Ele se cadastrou na rede em busca de possibilidades de trabalho no
Exterior. Acabou sendo selecionado para trabalhar como desenvolvedor em Porto
Alegre, oportunidade que impulsionou seu projeto pessoal de abrir uma empresa.
Hoje, Spiazzi presta serviços de análise e desenvolvimento de sistemas, principalmente
na área comercial.
– É uma ferramenta global
que te abre portas e possibilita contatos para fechar negócios – diz Spiazzi
sobre a rede social.
Entrevista presencial ainda
é decisiva.
Para o headhunter do
escritório da Michael Page em Porto Alegre Murillo Lima as redes sociais devem
servir como ferramenta adicional nos processos de seleção, mas não são
decisivas. Ainda vale a entrevista para decidir.
– É útil para chegar até os
nomes, mas não invalida a entrevista presencial para avaliar realmente o perfil
do candidato. Precisa ter um contato pessoal – diz Lima.
Em sua atividade, Lima
afirma usar bastante as redes LinkedIn, Facebook e Twitter,
pois elas permitem ir além do currículo.
– No caso do LinkedIn, você
tem relatórios de amigos, colegas de trabalho e até chefes dando recomendações
profissionais. Você consegue medir o número de empresas que ele passou, o
estilo do profissional, os grupos que ele faz parte. No Facebook e no Twitter,
por exemplo, você consegue ver até a disposição pessoal do candidato, que tipo
de assuntos lhe interessam – exemplifica.
A facilidade de conexão
exige, ao mesmo tempo, abertura e cautela, tanto de trabalhadores quanto de
empregadores. De acordo com Lima, é mais comum do que se pensa empresas usarem
como justificativa para desligar profissionais o fato de eles estarem ativos em
redes sociais de carreira.
– Não necessariamente o fato
de estar conectado significa que ele está querendo sair. O empregador não pode
fechar o profissional dentro da empresa, ele deve dar liberdade para que o
funcionário possa olhar e comparar – recomenda.
Da mesma forma, é preciso
ser prudente ao compartilhar informações pessoais nas redes. Se, por um lado,
elas podem ajudar na socialização com os colegas e chefes, por revelarem
aspectos que não ficam aparentes no escritório, por outro, os excessos podem
causar problemas.
– É importantíssimo não
expor a empresa e o cargo, tendo o cuidado de não misturar essas informações
com a vida pessoal – destaca Lima.
Retirado
de: http://revista.penseempregos.com.br/especial/rs/editorial-empregos/19,1214,3541614,Quando-redes-sociais-se-tornam-profissionais.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário