Uma
boa dica é começar fazendo o óbvio: saber valorizá-los também
Artistas, esportistas,
celebridades, empresários, executivos... Todos nós, independentemente do campo
de atuação, buscamos reconhecimento. Seja no começo, no auge ou na próxima
etapa da carreira, queremos sempre ser mais valorizados, queridos, observados e
até copiados (há reconhecimento maior do que ser a fonte de inspiração de
alguém?). E isso não ocorre apenas no plano profissional.
A era digital ampliou a
necessidade por aplauso. Basta olhar os posts nas redes sociais para perceber
que esse desejo também permeia nossa vida pessoal. O que as pessoas pensam e
falam da gente ganha cada vez mais importância. Entramos, então, naquele
círculo vicioso de expor nossa vida na internet e esperar o polegar digital
levantado (a menos que você seja um polemista profissional, a valorização virá,
aos montes).
Aí está a grande questão.
Talvez estejamos tão ansiosos pelo
reconhecimento fugaz e coletivo das redes porque a valorização real,
consistente, anda escassa no trabalho e na vida pessoal! E buscamos compensar
essa lacuna das mais diversas formas. Sabemos também por pesquisas
e por experiência que, quando somos reconhecidos, produzimos mais resultados,
trabalhamos mais e nos sentimos mais felizes. Mas é preciso entender que esta
via deve ser de mão dupla: se queremos ser reconhecidos, temos de saber
reconhecer.
Como aplicar isso em nosso dia a dia?
Compartilho, aqui, alguns
caminhos que experimentei com bons resultados:
1)
Na hora de promover alguém. Devemos transformar esse momento em algo raro,
especial. Percebo que muitos líderes não entendem o poder de uma promoção. Uma
boa dica é chamar o felizardo para um almoço. Não toque no assunto de promoção
até o momento da sobremesa. Na hora do cafezinho, dê para ele uma caixinha
embrulhada com o cartão de visitas constando o novo cargo. O efeito é muito
positivo.
2)
Celebre pequenas conquistas do seu time publicamente. Mesmo as pequenas
conquistas precisam ser comemoradas, ainda mais em tempos difíceis como esse.
Pode ser um brinde no Happy Hour ou uma mensagem de reconhecimento em um café
da manhã. Seu time irá valorizar muito o seu esforço de reconhecer cada um da
equipe de maneira genuína.
3)
Broncas a portas fechadas. É um engano achar que para sermos reconhecidos precisamos
agradar e elogiar sempre. Certa vez, recebi uma bronca merecidíssma de um
líder que respeito muito. Importante: a bronca veio “a portas fechadas” e
recheada de exemplos concretos para facilitar minha compreensão e me ajudar a
evoluir. Expor fraquezas dos seus colaboradores publicamente destrói muito mais
do que ajuda.
4)
Feedback. Nos sentimos valorizados quando alguém nos pede conselhos ou
feedbacks. Seguindo a lógica, solicite feedbacks de pessoas que você respeita e
podem acrescentar insights e provocações positivas na sua carreira. Vale para
colaboradores, pares e chefes.
5)
Solidão do poder. Quanto mais alta a posição hierárquica, mais solitária ela é.
Se você aprecia o reconhecimento do seu chefe, tenha certeza que ele vai
apreciar o seu. Raramente percebo as pessoas entendendo que seus chefes também
tem as mesmas necessidades de reconhecimento que elas.
Um ponto importante para
todas as dicas : seja verdadeiramente autêntico quando praticar a arte de
reconhecer , sob o risco de ser ridicularizado e ganhar a pecha de puxa saco.
No livro Dar e Receber (premiado como o livro do ano, em 2013, pela Amazon e
pelo Financial Times), o autor Adam Grant, professor da Wharton, diz que é
preciso praticar o ato de reconhecer sem a lógica matemática de já contar
imediatamente com o reconhecimento dos outros. “Senão”, diz ele, “vira
transação e aumenta sua ansiedade de colher rapidamente os frutos”. Assim, não
é genuíno. E não funciona.
Como diz a placa do Coffe
Works Project de Londres: seja alguém , que faça todo mundo se sentir alguém!
Sergio
Chaia foi presidente da Nextel , Sodexho Pass e vice- presidente para a
América Latina da Symantec. Participa de diversos conselhos e atualmente é
chairman da Óticas Carol. Também é palestrante e autor do livro Será que é
possível?
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