sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Como ser mais valorizado pelo seu time e pelo seu chefe! - SERGIO CHAIA

Uma boa dica é começar fazendo o óbvio: saber valorizá-los também

Artistas, esportistas, celebridades, empresários, executivos... Todos nós, independentemente do campo de atuação, buscamos reconhecimento. Seja no começo, no auge ou na próxima etapa da carreira, queremos sempre ser mais valorizados, queridos, observados e até copiados (há reconhecimento maior do que ser a fonte de inspiração de alguém?). E isso não ocorre apenas no plano profissional.

A era digital ampliou a necessidade por aplauso. Basta olhar os posts nas redes sociais para perceber que esse desejo também permeia nossa vida pessoal. O que as pessoas pensam e falam da gente ganha cada vez mais importância. Entramos, então, naquele círculo vicioso de expor nossa vida na internet e esperar o polegar digital levantado (a menos que você seja um polemista profissional, a valorização virá, aos montes).

Aí está a grande questão. 

Talvez estejamos tão ansiosos pelo reconhecimento fugaz e coletivo das redes porque a valorização real, consistente, anda escassa no trabalho e na vida pessoal! E buscamos compensar essa lacuna das mais diversas formas. Sabemos também por pesquisas e por experiência que, quando somos reconhecidos, produzimos mais resultados, trabalhamos mais e nos sentimos mais felizes. Mas é preciso entender que esta via deve ser de mão dupla: se queremos ser reconhecidos, temos de saber reconhecer. 

Como aplicar isso em nosso dia a dia? 

Compartilho, aqui, alguns caminhos que experimentei com bons resultados:

1)      Na hora de promover alguém. Devemos transformar esse momento em algo raro, especial. Percebo que muitos líderes não entendem o poder de uma promoção. Uma boa dica é chamar o felizardo para um almoço. Não toque no assunto de promoção até o momento da sobremesa. Na hora do cafezinho, dê para ele uma caixinha embrulhada com o cartão de visitas constando o novo cargo. O efeito é muito positivo.

2)      Celebre pequenas conquistas do seu time publicamente. Mesmo as pequenas conquistas precisam ser comemoradas, ainda mais em tempos difíceis como esse. Pode ser um brinde no Happy Hour ou uma mensagem de reconhecimento em um café da manhã. Seu time irá valorizar muito o seu esforço de reconhecer cada um da equipe de maneira genuína.

3)      Broncas a portas fechadas. É um engano achar que para sermos reconhecidos precisamos agradar e elogiar sempre. Certa vez, recebi uma bronca merecidíssma de um líder que respeito muito. Importante: a bronca veio “a portas fechadas” e recheada de exemplos concretos para facilitar minha compreensão e me ajudar a evoluir. Expor fraquezas dos seus colaboradores publicamente destrói muito mais do que ajuda.

4)      Feedback. Nos sentimos valorizados quando alguém nos pede conselhos ou feedbacks. Seguindo a lógica, solicite feedbacks de pessoas que você respeita e podem acrescentar insights e provocações positivas na sua carreira. Vale para colaboradores, pares e chefes.

5)      Solidão do poder. Quanto mais alta a posição hierárquica, mais solitária ela é. Se você aprecia o reconhecimento do seu chefe, tenha certeza que ele vai apreciar o seu. Raramente percebo as pessoas entendendo que seus chefes também tem as mesmas necessidades de reconhecimento que elas.

Um ponto importante para todas as dicas : seja verdadeiramente autêntico quando praticar a arte de reconhecer , sob o risco de ser ridicularizado e ganhar a pecha de puxa saco. 

No livro Dar e Receber (premiado como o livro do ano, em 2013, pela Amazon e pelo Financial Times), o autor Adam Grant, professor da Wharton, diz que é preciso praticar o ato de reconhecer sem a lógica matemática de já contar imediatamente com o reconhecimento dos outros. “Senão”, diz ele, “vira transação e aumenta sua ansiedade de colher rapidamente os frutos”. Assim, não é genuíno. E não funciona. 

Como diz a placa do Coffe Works Project de Londres: seja alguém , que faça todo mundo se sentir alguém!

Sergio Chaia  foi presidente da Nextel , Sodexho Pass e vice- presidente para a América Latina da Symantec. Participa de diversos conselhos e atualmente é chairman da Óticas Carol. Também é palestrante e autor do livro Será que é possível?





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