Há
pessoas que vivem num permanente estágio de auto conflito. São normalmente
pessoas muito exigentes com elas mesmas, colocando patamares de expectativas e
objetivos tão elevados que dificilmente os conseguem alcançar. Se sente que é
uma pessoa com elevada autocrítica, descubra algumas formas de transformar esta
sua característica em autoconfiança.
A autocrítica faz parte da sua personalidade?
Nem
sempre é fácil percebermos as características mais vincadas da nossa
personalidade, o que nos impede muitas vezes de melhorar ou contornar
obstáculos que podem, inclusivamente, condicionar a nossa forma de viver e de
nos relacionarmos com os outros.
Normalmente,
as pessoas autocríticas têm uma voz interior bastante ativa e repreendedora,
que as faz lembrar constantemente dos seus erros e pontos fracos. O facto de
não se conseguir controlar esta voz castradora, faz com que, fruto do auto
julgamento excessivo, se possa cair em estados depressivos ou hábitos e vícios
difíceis de largar.
O
convívio social nem sempre é fácil para quem é muito autocrítico. Pode dar-se o
caso de se considerar sempre os outros “melhores”, “mais capazes”, “mais
bonitos”, “mais bem-sucedidos”, “mais felizes”… ou até mesmo de, em situações
inversas, se aplicar o mesmo padrão de crítica às pessoas conhecidas. No fundo,
a questão que alguém que é muito autocrítico mais vezes coloca a si próprio é
“porque é que não sou assim?”.
Ainda
que a autocrítica possa ser um motor de melhoramento e progresso, ela nem
sempre é saudável quando exercida em medida exagerada. O esforço de perfeição é
de tal forma desgastante que a pessoa acaba por se sentir exausta, frustrada e
desmotivada na maior parte das áreas da sua vida.
Transformando a autocrítica em autoconfiança
Já
vimos que uma pequena e esporádica dose de autocrítica é sempre bem-vinda,
pois, ajuda a impulsionar sempre o melhor que há em nós, motivando-nos a ir
mais além. Mas essa dose tem de ser contida, e nunca exagerada, de forma a
aumentar a autoconfiança.
É
importante perceber que todos temos qualidades e defeitos, erros e
oportunidades. Uma pessoa que consiga aceitar e entenda as suas falhas como uma
oportunidade de se melhorar, consegue traçar para si mesma objetivos palpáveis
que se irão transformar em mais-valias diárias.
Transformando
a autocrítica em autoconfiança, e reduzindo os níveis de exigência, o estado
emocional será mais equilibrado e positivo, permitindo viver diariamente com
uma maior percepção das qualidades e vantagens que surgem em todos os passos que
damos. E, claro, a autoestima sai reforçada!
Sendo
um caminho exigente e desafiante, mas possível, transformar a autocrítica em
autoconfiança implica mudar algumas atitudes:
- Reconheça-se efetivamente como sendo uma
pessoa autocrítica
- Ao ouvir as críticas da sua voz
interior, desvalorize o impulso de frustração, desencadeando antes uma
ação de mudança positiva
- Esteja atento aos seus pensamentos
positivos
- Mantenha a mente aberta para poder reformular os pensamentos negativos, projetando sempre para o futuro e sem excesso de exigência
- Cuide da sua autoestima e autoimagem
- Caso não consiga fazer a evolução sem
apoio, procure ajuda profissional para acelerar o processo de integração
da sua autoimagem com a sua perspetiva de comportamento
- Proponha-se a novos desafios e leve-os até ao fim
Diz-me como te vês e dir-te-ei como és visto
A
partir da consciência do comportamento autocrítico, das vantagens de
transformação e dos benefícios que isso trará, será fácil perceber a
compensação do esforço de mudança. Através de atitudes, que inicialmente podem
parecer complicadas, os seus pensamentos negativos irão disciplinar-se e
tornar-se-ão numa dinâmica de vida mais leve, positiva e prazerosa.
No
fundo, tudo isto terá reflexo na forma como a pessoa se vê e se sente,
alterando e melhorando radicalmente a forma como é vista pelos outros. Até
porque, como se costuma dizer, “se eu não gostar de mim, quem gostará?”.
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