Como
motivar pessoas é uma questão recorrente. A maioria das empresas depara-se com
esse problema, em geral relacionado com desengajamento, que pode ser traduzido
como o total desinteresse das pessoas em fazer a coisa correta, do jeito certo
e na hora certa.
Existem
basicamente duas soluções para esse problema: uma pílula diária de motivação
para todos os colaboradores ou a implementação de um programa de
desenvolvimento organizacional com a missão de engajar e comprometer as pessoas
com os objetivos a serem alcançados.
Apesar de
desejável e muito requisitado pelas empresas, o plano A só pode ser encarado
como um sonho irreal patrocinado pela M&M. Portanto, é preciso partir para
o plano B, mais complexo, demorado e custoso, mas que pode ser bastante
eficiente se baseado em três pilares fundamentais: autonomia, desenvolvimento e
propósito.
Autonomia é
um importante combustível para as equipes de trabalho. Quando as pessoas podem
tomar decisões, e até são encorajadas a fazer isso, aceleram-se os neurônios na
busca da coisa certa a fazer. Logo depois, os do medo de falhar. Por isso, num
ambiente onde se tolera o risco e há espaço para a busca de soluções
inovadoras, as pessoas que conhecem seu nível de autonomia passam a investir
esforços na busca por ações que facilitem sua vida e a de seus clientes.
O
colaborador que é reconhecido como capaz de desenvolver melhorias no negócio e
encontra espaço para fazer isso passa a levar a cabeça para o trabalho, e não
apenas seus braços e suas pernas. Ele fica mais atento e esses pontos de
atenção passam a ser seu foco de experimentação na busca de novas alternativas.
O próximo
passo é trabalhar, de forma estruturada, em programas que preparem as pessoas
para enfrentar novos e mais complexos desafios. Com treinamento, autonomia e
reconhecimento ao bom trabalho, os colaboradores que realmente importam para a
empresa passam a ter a percepção de que estão crescendo e evoluindo na carreira
e que, portanto, podem chegar bem longe.
Quanto mais
alta for a possibilidade de crescimento apontada pelo plano de carreira, mais
as pessoas comprometem-se com a empresa que proporciona rápida ascensão,
baseada em capacitação, que é a aquisição de mais conhecimento; e formação, que
é a capacidade de pensar, analisar e aplicar o conhecimento adquirido.
Finalmente
o propósito, a missão e o motivo. As pessoas precisam saber qual o propósito do
que fazem, além de reconhecer esse propósito como relevante. Somente nessa
condição as pessoas se dispõem a fazer algo mais e dedicar esforços adicionais
e muitas vezes não solicitados. O colaborador que entende sua missão e a da
empresa, ele extrapola, vai além e encontra meios de entregar o que a
organização precisa. Isso ao mesmo tempo o satisfaz e o realiza
profissionalmente.
Certamente
dinheiro é e sempre será um importante motivador de pessoas. Mas, apesar de
fundamental, não é suficiente. É preciso trilhar o caminho do engajamento, caso
contrário as pessoas desistem e se esquecem de avisar, permanecendo na empresa
com foco único no salário recebido pelas horas vendidas à empresa. Claro que um
aumento salarial pode promover motivação temporária, mas fica a pergunta:
quanto uma empresa terá de gastar para fazer com que seus colaboradores queiram
fazer a coisa correta, do jeito certo e na hora certa, durante todos os dias do
mês, todos os meses do ano?
Haja
dinheiro! Portanto, a recomendação é investir em um programa de engajamento
baseado nos princípios defendidos acima. Como fazer isso na prática? Bem, esses
já são outros quinhentos...
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