Um executivo de sucesso é composto por uma série de
qualidades e peculiaridades que venho relatando vez ou outra na Coluna Talento
em Pauta. Acredito que se tivermos pelo menos algumas delas, temos grandes
chances de nos darmos bem profissionalmente. Por conta disso, insisto tanto em
reforçá-las. Hoje falo da importância da isenção no mundo corporativo. Aliás,
essa é uma qualidade que deveria ser conquista e assumida por todas as pessoas,
independente de que meio vivem.
Porém, no meio corporativo acredito que isso seja ainda mais importante. As relações profissionais são (ou deveriam ser) imparciais, no que diz respeito, principalmente, à tomadas de decisão. Exatamente por isso, acredito que qualquer assunto que deva ser resolvido dentro de uma corporação deve ser baseado em fatos e não em percepções, opiniões ou gostos.
Imagine o diretor de uma empresa que precisa diariamente delegar funções, umas boas, outras chatas, algumas remuneradas, outras não. Se ele se basear no seu nível de empatia com cada profissional que trabalha com ele, correrá o risco de favorecer uns mais do que outros. Acredito que, profissionalmente falando, as situações que mais devem ser permeadas por neutralidade são as que envolvem admissões, promoções e demissões, ou seja, movimentação de pessoal como um todo.
Suponhamos que numa determinada empresa exista uma oportunidade de gerência. Qualquer um dos coordenadores tem condições de assumir a vaga. Para isso, deveriam ser consideradas questões como, capacidade técnica, teórica e comportamental. A pessoa certa para assumir a gerência, deveria ser aquela que conhece bem a organização, com todas as suas peculiaridades, assim como, possua um bom relacionamento interpessoal com os demais colaboradores e, principalmente, tenha uma boa aptidão para ser isento no que diz respeito às decisões.
Agora digamos que a pessoa que tem o poder de decidir sobre essa promoção seja uma pessoa completamente parcial, e que baseará sua decisão pura e simplesmente em sua intuição. Nesse caso, infelizmente, a empresa correrá um sério risco de ter um novo gerente que não atende às premissas de um bom gestor. Quem sofre é a própria organização e, claro, todas as pessoas que nela estão.
Os efeitos de uma decisão mal embasada são graves. Quando envolve grandes investimentos, então, eu diria que é vital. Por isso, atento para a importância de desenvolver a imparcialidade. Para isso, o fundamental é entender as questões de forma ampla. Usar de fatos é a melhor forma de se chegar à melhor decisão. Nas situações em que pesquisas são cabíveis, então, melhor ainda. O empirismo também pode ser levado em conta em alguns casos, desde que não favoreça alguém por simples e puro embasamento em experiências.
Vale um adendo. Quando contratamos um profissional, levamos em conta sua experiência, o que não significa que ele está eximido de qualquer erro. Pelo contrário, todos somos passíveis de cometermos falhas, independente de quantos anos já passamos ou vivenciamos determinadas situações. Mas, uma coisa é fato, quanto mais experimentamos algumas coisas, mais know how para falarmos ou decidirmos sobre o assunto, temos.
Umas das artimanhas que considero mais eficientes para a isenção é a capacidade de ouvir. Quando damos oportunidades para que todas as pessoas envolvidas num processo possam falar e defender seus pontos de vista e, em contrapartida disso, conseguimos ouvir sem levar em consideração o quanto gostamos de cada uma daquelas pessoas, obtemos melhores embasamentos para nossas decisões. Deixamos de ser emocionais e passamos a ser racionais. Ou seja, pensamos friamente nessas questões. Afinal, convenhamos, no trabalho a frieza (bem dosada e na situação correta) é uma excelente forma de conseguir obter os melhores resultados.
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