É preciso discernimento para
identificar o que nos faz mal e coragem para eliminar tais fatores de nossas
vidas. Tudo o que fazemos somente tem sentido quando pode nos proporcionar
alegria e prazer. É evidente que há tarefas operacionais e situações enfadonhas
que marcam nosso cotidiano, mas mesmo estas precisam estar vinculadas a um
objetivo maior.
Se você está em uma empresa ou exerce uma atividade
profissional que tem sido um fardo em sua trajetória, você precisa pedir
demissão ou buscar uma nova carreira. Certamente esta não é uma escolha fácil,
mas você pretende prolongar isso por quantos anos? O oposto do engajamento é a falta de
reconhecimento...
Se você está em uma relação amorosa marcada por discussões
e incompreensões, use o diálogo para alcançar a conciliação, lembrando que
quando uma das partes está certa isso não significa necessariamente que a outra
esteja errada. Quando há carinho e amor, a tolerância e a empatia prevalecem,
resgatando os sentimentos. No entanto, quando um relacionamento se torna
meramente protocolar, caracterizado pela amizade, ainda que haja respeito e
admiração entre as partes, é hora de parar, ou você acredita que envelhecer ao
lado de quem não se ama lhe fará bem? O oposto
do amor é a indiferença...
Muitas de nossas decisões são adiadas por questões
econômicas. Você se mantém no emprego porque precisa garantir seu sustento;
persiste numa relação insípida porque uma separação envolveria a partilha de
bens ou a interrupção de planos previamente agendados. Desta forma, alimentamos
a infelicidade. Acredite: questões materiais se resolvem com o tempo, pois
sempre será possível reiniciar. Mas você precisa desenvolver a arte do desapego
e aprender que menos pode ser mais.
Perseguimos a felicidade como se ela fosse nosso único e
maior objetivo. Porém, a felicidade são momentos, ocasiões pontuais nas quais o
sorriso espontâneo se revela, regado por beijos doces e abraços quentes. Já a
infelicidade, quando nos abate, tem a capacidade de se prolongar, pois não
deseja ser breve. Ela se instala em nossa mente e em nosso coração,
comprometendo o raciocínio, os relacionamentos e toda nossa rotina. Quando a
infelicidade fixa sua morada, o desencanto e a angústia nos visitam, podendo
conduzir ao desespero e à depressão, dentre outras enfermidades.
O mundo que nos é vendido quando somos crianças não é
real. É uma ficção, pois acreditamos que tudo é possível, que o bem sempre
vencerá o mal e que a vida pode ser perfeita. Mas é esta inocência que torna a
infância a melhor fase de nossa existência – e proporcionar esta experiência é
a maior responsabilidade dos pais em relação aos seus filhos, embora também não
possam deixar de prepará-los para o futuro. Esta inocência é substituída pela
maturidade que nos ensina que a vida é a arte dos encontros, desencontros e
reencontros. Aprendemos que nossos atos têm consequências, sejam agradáveis ou
dolorosas, e que as colheremos no decorrer do tempo. Descobrimos a força das
palavras e que a comunicação é a base de tudo, compreendendo que mais
importante do que aquilo que você diz, é como você diz.
É esta maturidade que nos ensina a valorizar o que
realmente importa. Temos o hábito de dar importância a desconfortos, mágoas e
ressentimentos, quando precisamos aprender a deletar as situações indesejáveis,
apreciando aquilo que nos torna melhores.
Afinal, qual a vida que você deseja para você?
Tom Coelho
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