terça-feira, 6 de setembro de 2016

A suposta carta de Abraham Lincoln

O verdadeiro e o falso por vezes caminham lado a lado.

E, em algumas situações, uma determinada informação poderia ser classificada, ao mesmo tempo, como falsa e verdadeira.

É o caso, por exemplo, de uma suposta carta que o presidente americano Abraham Lincoln teria escrito no ano de 1830 para um professor de seu filho.

Como muitas outras informações que circulam pela Internet e que atribuem a autoria de uma reflexão a determinada personalidade famosa, a autenticidade dessa carta não passa pelo crivo de uma investigação mais criteriosa…

Como ele poderia ter escrito ao professor de seu filho se, nessa altura, não tinha filho? Lincoln tornou-se pai após ter se casado com Mary Todd, em 1842.

Roger Norton, professor de história e profundo conhecedor da biografia do 16° presidente dos Estados Unidos possui mais de 280 livros de Abraham Lincoln, incluindo “As Obras Completas de Abraham Lincoln”, e afirma que a tal carta não é mencionada em nenhum deles.

Não há fonte segura para dizer que a carta seja de sua autoria. Segundo o professor, é uma belíssima carta, mas não foi Lincoln quem a escreveu.

Ou seja, sob a perspectiva de sua autenticidade, a carta é uma informação falsa.

Entretanto, sob a perspectiva de seu conteúdo, essa carta é absolutamente verdadeira…

Uma reflexão maravilhosa e profunda sobre a importância dos valores na educação de uma pessoa.

Uma proposta de filosofia de vida, para pensarmos e repensarmos os nossos conceitos.

Segue abaixo o conteúdo da carta:

“Caro professor, sei que ele terá de aprender que nem todos os homens são justos, que nem todos são verdadeiros, mas por favor diga-lhe que, para cada vilão há um herói e que para cada egoísta, há um líder dedicado.

Ensine-lhe, por favor, que para cada inimigo haverá também um amigo, e ensine-lhe que mais vale uma moeda ganha que uma moeda encontrada.

Ensine-o a perder, mas também a saber gozar da vitória.

Afaste-o da inveja e dê-lhe a conhecer a alegria profunda do sorriso silencioso.

Faça-o maravilhar-se com os livros, mas deixe-o também perder-se com os pássaros no céu, as flores no campo, os montes e os vales.

Nas brincadeiras com os amigos, explique-lhe que a derrota honrosa vale mais que a vitória vergonhosa.

Ensine-o a acreditar em si, mesmo se sozinho contra todos.

Ensine-o a ser gentil com os gentis e duro com os duros, e ensine-o a nunca entrar no comboio simplesmente porque os outros também entraram.

Ensine-o a ouvir todos, mas, na hora da verdade, a decidir sozinho.

Ensine-o a rir quando estiver triste e explique-lhe que por vezes os homens também choram.

Ensine-o a ignorar as multidões que reclamam sangue e a lutar só contra todos, se ele achar que tem razão.

Trate-o bem, mas não o mime, pois só o teste do fogo faz o verdadeiro aço. Deixe-o ter a coragem de ser impaciente e a paciência de ser corajoso.

Transmita-lhe uma fé sublime no Criador e fé também em si, pois só assim poderá ter fé nos homens.

Eu sei que estou pedindo muito, mas veja o que pode fazer, caro professor”.

Ao que tudo indica nunca saberemos o verdadeiro pai que fez esse sublime pedido ao professor de seu filho.

Entretanto, temos a oportunidade de aprender muito com essa carta falsa, mas absolutamente verdadeira!

Um forte e carinhoso abraço.

Flávio Lettieri 



Nenhum comentário:

Postar um comentário