No mundo corporativo, profissionais das mais diferentes
áreas, nas mais diferentes empresas, precisaram se tornar excelentes na
competência “vender ideias”.
Em meio à pressão por resultados, na feroz luta pelas
disputadas oportunidades de crescimento profissional, fazer uma boa
apresentação de um projeto pode ser então o passaporte para o céu.
Entretanto, uma apresentação ruim, cansativa ou
inconsistente pode, por outro lado, ser o caminho direto para o limbo.
Por isso, cada vez mais, em meus trabalhos de Treinamento
e Coaching tenho recebido a missão de ajudar as pessoas a desenvolverem suas
habilidades para falar em público.
Mais do que incentivar o uso de técnicas, facilmente
encontradas na internet, tenho então procurado levar as pessoas a refletirem
sobre algumas questões cruciais para o sucesso nesse campo.
Por isso, gosto de ajudar as pessoas a pensar que, assim
como em qualquer aspecto da vida, uma boa apresentação em público exige uma
definição clara de objetivos.
O que exatamente eu quero com essa apresentação?
O que eu quero que as pessoas sintam, pensem e façam após
assistir à minha apresentação?
Paralelamente a essa definição de objetivos, é preciso ter
uma clara compreensão de quem é a plateia.
Quem é a minha audiência?
O que esse público está interessado em ouvir? O que essas
pessoas precisam ouvir? Devo focar no que elas querem, no que elas precisam ou
as duas coisas se misturam?
Qual a melhor forma de me comunicar com esse público
considerando a cultura do grupo, tanto no aspecto pessoal como no aspecto
corporativo? O que e como devo abordar o tema levando em consideração o momento
da organização e os desafios específicos das pessoas na minha plateia?
Tendo a definição clara dos meus objetivos e focando a
abordagem no meu público-alvo vem um aspecto muitas vezes deixado de lado pelas
pessoas: o investimento do tempo no planejamento da apresentação.
Nesse aspecto, os especialistas concordam em dois pontos:
1) o tempo gasto no planejamento de uma apresentação deve ser, no mínimo, três
vezes maior do que o tempo previsto para a apresentação em si. 2) a maioria das
pessoas não investe esse tempo para planejar o que vai dizer.
Então, quando a apresentação está pronta, depois de um
planejamento bem feito, onde já se tem as respostas para as seguintes
perguntas: o que exatamente eu quero alcançar, com quem estou falando e qual a
melhor forma de fazer essas pessoas entenderem, vem a segunda etapa: a hora da
venda de ideias.
Esse é o momento de encantar a plateia…
É a hora de usar as palavras, as expressões faciais e
toda a linguagem corporal para fazer com que a plateia não apenas goste, mas se
sinta dona daquelas ideias que você está vendendo.
E, para isso, é sempre importante pensar em três coisas:
1) Todas as
pessoas querem se sentir importantes. Todo mundo quer se sentir
valorizado. Então, começar a apresentação fazendo um elogio sincero à plateia
ou demonstrando de forma genuína a sua gratidão por estar ali, é sempre uma
ponte que vai te unir às pessoas.
2) As escolhas
são processos emocionais. As pessoas possivelmente não se lembrarão exatamente
daquilo que você falou. Mas, certamente, terão a nítida lembrança daquilo que
você as fez sentir. Por isso, incremente a sua apresentação com algumas frases
de impacto que criem uma conexão emocional entre você, suas ideias e as pessoas
que estão te ouvindo.
3) O ser humano é egoísta em sua essência. Enquanto você fala, o inconsciente das pessoas
estará buscando respostas para duas questões básicas: o que eu ganho com isso?
O que eu evito perder com isso? Por isso, comunicadores hábeis sempre iniciam a
conversa deixando claro o que os outros têm a ganhar com aquela apresentação…
O fato é que algumas pessoas possuem uma espécie de
carisma natural. Um jeito de falar, sorrir e se movimentar que consegue criar uma
sintonia natural com o público.
Para outras pessoas, isso já é mais difícil ou menos
natural. Devem então estudar as técnicas e treinar incansavelmente, afinal só a
prática leva à perfeição.
De qualquer forma, para todos é importante lembrar que as
pessoas até podem te escutar, mas só vão te ouvir de fato se sentirem que
aquilo que você está dizendo faz sentido para a vida delas e não para a sua.
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