terça-feira, 22 de julho de 2014

O grande voo das gerações


Ontem, ao navegar na internet por alguns artigos ligados à Gestão de Pessoas, deparei-me com uma série de temas ligados às gerações. Este tem sido um assunto recorrente há algum tempo nas mídias sobre pessoas, incluindo choques possíveis e a melhor forma de se aproveitar jovens talentos, em empresas povoadas por pelo menos quatro gerações de colaboradores. Faço aqui uma primeira reflexão sobre tudo que li: os pontos que são recorrentemente indicados como fundamentais para a geração Y ser produtiva e se manter nas empresas não servem também para a geração X e para os baby boomers, que não necessariamente chegaram ao "topo do mundo"?

Vejam meu ponto de vista: antes de ser uma geração A, B ou C, somos todos humanos que, em sua grande maioria, chegam motivados e cheios de valor para agregar nas empresas (porque acredito veemente que todos chegam motivados para seu 1º dia de trabalho, independente de qual empresa for). E por que este quadro de motivação, desejo de "fazer acontecer", esmorece ao longo do tempo? Exatamente pela ausência de ver sentido no trabalho, de ter perspectivas de crescimento e aprendizado, de reconhecimento, pontos estes que trazem insatisfação e,logo, desmotivam. Uma diferença que percebo entre as gerações: ao contrário da Y, a geração X costuma ser mais leal, não pula de galho em galho.

Ora, se fica mais tempo na empresa pela lealdade, mas sem a chama da motivação acesa, como pode repassar à geração seguinte a energia necessária, ajudar a dar sentido ao trabalho, desenvolver o outro, reconhecer? Minha conclusão: você dá na medida em que recebe. E se percebe que o que tem para dar não é valorizado pela empresa, simplesmente um dia deixa de dar. E esse fluxo vira infinito. Já vi isso acontecer em grandes empresas, mesmo naquelas cujos resultados podem ser explosivos, mas onde existe uma via de comportamento facilmente percebida em parte dos colaboradores: sobreviver na estrutura e tirar dela tudo aquilo que puder (no caso, muitos ficam por conta dos altos bônus e acreditam que isso compensa a falta de significado do trabalho). No meu entender, esta postura é antropofágica e, no longo prazo, traz problemas à saúde, tanto do indivíduo quanto da empresa.

Uma das coisas que sempre me chamou atenção em algumas empresas onde trabalhei foi o "senso de pertencer e de agregar". Acredito, por esta vivência, que é possível a qualquer organização ter os ingredientes para fazer das gerações baby boomers, X e Y grandes expoentes, cada qual com sua gama de responsabilidades. Basta existir a real prática, em efeito "chuveiro", de "dar" e "plantar" para "receber" e "colher". Simples assim! Fica aqui, então, uma sugestão de um grande plano de voo a ser cultivado e praticado em uma empresa que quer ter sucesso e perenidade:

- Demonstre a seus colaboradores que o trabalho que ele está realizando é essencial para o sucesso da empresa: o ser humano costuma se dedicar de corpo e alma ao que faz sentido para ele.
- Deixe claro como o impacto de suas tarefas afetam o negócio da empresa.
- Crie e aplique perspectiva de crescimento e novos desafios.
- Deixe claro quais competências e resultados o colaborador precisa desenvolver e alcançar.
- Acompanhe (de corpo e alma!) com cada colaborador seu plano de desenvolvimento: isso pode amenizar a ansiedade e o sendo de imediatismo, além de trazer mais produtividade.
- Permita que o colaborador aprenda com os mais velhos. Mais do que isso, prepare os mais experientes para a prática do ensinar.
- Reconheça, sempre. Pelos resultados bons ou ruins, mas reconheça. Isso permite que as pessoas cresçam e saibam como fazer a diferença.

É este o grande cunho estratégico para o voo de uma empresa de lideranças fortes e atuantes: criar o efeito cascata de comportamentos positivos, onde todos cresçam, apliquem suas competências e ganhem. E nesta luta, temos que engajar a todos: baby boomers, X, Y e quem mais chegar por aí! Senhores passageiros, apertem o cinto! Nossa aeronave vai levantar voo!

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