“O tempo não pára, não, não pára”. Cazuza
Segundo uma pesquisa realizada pela Consultoria Tríade
PS, as pessoas gastam, em média, cerca de 40% de seu tempo no ambiente de
trabalho em assuntos de interesse pessoal, sendo a Internet, especialmente as
redes sociais, as maiores vilãs do tempo.
Em um primeiro momento a empresa poderia concluir que,
ao invés de focar nas tarefas e objetivos para as quais são contratadas (e
pagas), essas pessoas usam seu tempo, e outros recursos da empresa de forma
indevida.
Por outro lado, de seu ponto de vista, o funcionário
pode apresentar os mais diferentes argumentos para justificar sua postura:
- “O importante não é a quantidade e sim a qualidade do
tempo que eu dedico à empresa”.
- “Visto que estou em dia com os meus objetivos e
obrigações, o uso do meu tempo é de minha exclusiva responsabilidade”.
- “O meu uso pessoal das redes sociais pode trazer
oportunidades para a empresa”.
- “Não dá para ser só profissional. Para trabalhar bem,
preciso cuidar de minha vida pessoal, e isso inclui o meu tempo de trabalho”.
- “Não sou só eu, todo mundo faz isso”.
- “Com essas terríveis condições de trabalho, não dá
para se dedicar totalmente à empresa”.
Longe de avaliar a legitimidade de cada argumento, de
tomar partido nessa “queda de braço” entre empresa e colaboradores ou de opinar
sobre o certo e o errado, até porque acho que não é questão de certo ou errado,
prefiro fazer uma análise mais pragmática desses dados:
1) 40% do tempo utilizado em assuntos
pessoais me parece muita coisa;
2) Tem muita gente se perdendo no uso
exagerado das redes sociais;
3) E, se as pessoas estão usando todo
esse tempo, existem duas possibilidades: ou estão com muito tempo ocioso ou
estão deixando suas tarefas de lado.
Então, é aqui que reside o problema e é exatamente aqui
que as empresas ou os seus gestores precisam ficar atentos.
Fato: Se o tempo da equipe anda ocioso, estamos falando
de um sub-aproveitamento de recursos.
Um consultor financeiro provavelmente diria: “é gente
demais para trabalho de menos”, enquanto o consultor de RH diria: “é necessário
reorganizar os desafios para melhor explorar o capital intelectual da empresa”.
Quem estaria certo? Provavelmente os dois.
Apesar das diferentes perspectivas, uma coisa é comum:
a solução para se minimizar esse problema sempre passará por uma definição mais
clara dos objetivos atrelada à visão estratégica de como alcançá-los.
Apenas quando definimos aonde queremos chegar e como
chegaremos até lá teremos uma visão apropriada dos recursos necessários,
inclusive dos recursos humanos.
Porém, se os objetivos estão definidos, as estratégias
bem traçadas, os papéis dos colaboradores bem claros e esses estão deixando de
lado suas responsabilidades para cuidar de assuntos pessoais, temos então um
problema mais sério.
Falta de motivação, pouco comprometimento, dificuldades
de compreensão das tarefas e de sua importância para empresa, boicote
deliberado à chefia e problemas pessoais pelos quais o colaborador está
realmente passando são algumas das possíveis razões para o fato.
As justificativas podem ser muitas e bem variadas, mas
também aqui a melhor solução parece passar por um caminho em comum: uma
conversa franca, olho no olho, para se tratar o problema e apontar a solução.
Mas, como esse tipo de conversa não é muito fácil, a
maioria prefere deixar as coisas como estão. O chefe faz de conta que não vê. O
funcionário faz de conta que não percebe.
Todos navegando felizes pela internet, explorando as
redes sociais ou até mesmo jogando paciência, enquanto a concorrência está de
olho no cliente.
Um forte abraço.
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