quarta-feira, 31 de julho de 2013

O FIM DO MUNDO – CECÍLIA MEIRELES

A primeira vez que ouvi falar no fim do mundo, o mundo para mim não tinha nenhum sentido, ainda; de modo que não me interessava nem o seu começo nem o seu fim. Lembro-me, porém, vagamente, de umas mulheres nervosas que choravam, meio desgrenhadas, e aludiam a um cometa que andava pelo céu, responsável pelo acontecimento que elas tanto temiam.

Nada disso se entendia comigo: o mundo era delas, o cometa era para elas: nós, crianças, existíamos apenas para brincar com as flores da goiabeira e as cores do tapete.

Mas, uma noite, levantaram-me da cama, enrolada num lençol, e, estremunhada, levaram-me à janela para me apresentarem à força ao temível cometa. Aquilo que até então não me interessava nada, que nem vencia a preguiça dos meus olhos pareceu-me, de repente, maravilhoso. Era um pavão branco, pousado no ar, por cima dos telhados? Era uma noiva, que caminhava pela noite, sozinha, ao encontro da sua festa? Gostei muito do cometa. Devia sempre haver um cometa no céu, como há lua, sol, estrelas. Por que as pessoas andavam tão apavoradas? A mim não me causava medo nenhum.

Ora, o cometa desapareceu, aqueles que choravam enxugaram os olhos, o mundo não se acabou, talvez eu tenha ficado um pouco triste – mas que importância tem a tristeza das crianças?

Passou-se muito tempo. Aprendi muitas coisas, entre as quais o suposto sentido do mundo. Não duvido de que o mundo tenha sentido. Deve ter mesmo muitos, inúmeros, pois em redor de mim as pessoas mais ilustres e sabedoras fazem cada coisa que bem se vê haver um sentido do mundo peculiar a cada um.

Dizem que o mundo termina em fevereiro próximo. Ninguém fala em cometa, e é pena, porque eu gostaria de tornar a ver um cometa, para verificar se a lembrança que conservo dessa imagem do céu é verdadeira ou inventada pelo sono dos meus olhos naquela noite já muito antiga.

O mundo vai acabar, e certamente saberemos qual era o seu verdadeiro sentido. Se valeu a pena que uns trabalhassem tanto e outros tão pouco. Por que fomos tão sinceros ou tão hipócritas, tão falsos e tão leais. Por que pensamos tanto em nós mesmos ou só nos outros. Por que fizemos voto de pobreza ou assaltamos os cofres públicos – além dos particulares. Por que mentimos tanto, com palavras tão judiciosas. Tudo isso saberemos e muito mais do que cabe enumerar numa crônica.

Se o fim do mundo for mesmo em fevereiro, convém pensarmos desde já se utilizamos este dom de viver da maneira mais digna.

Em muitos pontos da terra há pessoas, neste momento, pedindo a Deus – dono de todos os mundos – que trate com benignidade as criaturas que se preparam para encerrar a sua carreira mortal. Há mesmo alguns místicos – segundo leio – que, na Índia, lançam flores ao fogo, num rito de adoração.

Enquanto isso, os planetas assumem os lugares que lhes competem, na ordem do universo, neste universo de enigmas a que estamos ligados e no qual por vezes nos arrogamos posições que não temos – insignificantes que somos, na tremenda grandiosidade total.

Ainda há uns dias a reflexão e o arrependimento: por que não os utilizaremos? Se o fim do mundo não for em fevereiro, todos teremos fim, em qualquer mês… 

Texto extraído do livro “Quatro Vozes”, Distribuidora Record de Serviços de Imprensa – Rio de Janeiro, 1998, pág. 73.


terça-feira, 30 de julho de 2013

ATITUDES VENCEDORAS

A vida é feita de escolhas. Não podemos escolher o que a vida vai colocar à nossa frente, mas podemos escolher como reagimos ao que ela nos apresenta.

Se a situação atual é boa ou ruim, isso se deve à qualidade das escolhas que fizemos; portanto, se desejamos construir a melhor versão do futuro, precisamos melhorar a qualidade das nossas escolhas.

Para fazer isso é necessário entender que decisões são escolhas teóricas e atitudes são escolhas colocadas em prática.

Não são nossas decisões que mudam o mundo e nosso futuro, são nossas atitudes!

Há dois tipos de atitudes: as limitadoras e as vencedoras.

Atitudes limitadoras são as que restringem nossas possibilidades de sucesso e felicidade. Elas estão ligadas aos nossos medos e mecanismos de defesa. Como o ser humano não quer sofrer ele se protege, e ingenuamente, não percebe que o excesso de proteção é mais perigoso que o que ele temia.

Quem se protege demais não ousa, não inova... não vive!

Abrir mão dos nossos mecanismos de defesa consiste em compreender que corajoso não é quem não sente medo, mas quem segue em frente mesmo sentido medo. A coragem é um medo que não paralisa!

Enquanto nos defendemos, não crescemos, apenas fugimos das responsabilidades arrumando desculpas nobres para atitudes pobres. Toda atitude limitadora transforma uma dificuldade em um problema.

Precisamos eliminar nossas atitudes limitadoras, substituindo-as por atitudes vencedoras. 

Atitudes Vencedoras são as que estão alinhadas com a nossa autorrealização. É através delas que nos tornamos quem nascemos para ser. São escolhas que contribuem com nosso crescimento pessoal, com a expansão de nossas possibilidades, com a plena utilização das nossas potencialidades e do nosso talento. São atitudes que nos trazem benefícios na esfera da integração do ser, tornando-o pleno, completo, realizado. Elas nos conduzem ao sucesso e resultam em especial fonte de prazer e satisfação. Atitudes vencedoras transformam dificuldades em oportunidades.

A qualidade da nossa vida pessoal e profissional depende da qualidade das nossas atitudes. O poder de transformar o mundo interior e exterior, escrevendo uma nova versão da nossa história se resume à nossa capacidade de fazer escolhas melhores, escolhas vencedoras que nos engrandecem e fortalecem.

O filósofo Aristóteles dizia: “Nós nos tornamos aquilo que repetidamente fazemos!”. Sócrates propunha: “O exercício contínuo da virtude, torna virtuoso o coração!”. Arquimedes proclamava: “Me dê um ponto fixo e uma alavanca e eu moverei o mundo!”.

A alavanca capaz de mover nosso mundo pessoal e nos colocar em sincronismo com nossas forças é exatamente a alavanca das atitudes vencedoras. Este tema é tão encantador que o estudei por mais de uma década, todos os dias, para escrever os livros “Atitudes Vencedoras” e “51 Atitudes Essenciais para vencer na Vida e na Carreira”. Nestes livros, vamos a fundo estudando cada uma das 51 atitudes essenciais e a melhor maneira de orientar nossa vida através da filosofia das atitudes vencedoras.

Seja qual for o seu momento atual, uma coisa é certa: ele é fruto das suas escolhas (atitudes) conscientes e inconscientes.

E o mais importante: o próximo momento pode ser profundamente melhor se você aprender a fazer escolhas melhores.

Nenhum ser humano deve passar pela vida sem acontecer. O autoconhecimento é a chave para podermos reorientar nossas vidas para o sucesso, a prosperidade e a felicidade.

Lembre-se sempre: sonho sem atitude é delírio!

Vença seus mecanismos de defesa conscientes e inconscientes. Viva uma vida em grande estilo, repleta de realizações memoráveis. Você possui o potencial de fazer as coisas acontecerem. Transforme este potencial em realidade, dedique-se a desenvolver Atitudes Vencedoras.


segunda-feira, 29 de julho de 2013

EMPREGO - Vencendo o desafio da "estreia"

Por Alexandre Peconick 

O primeiro emprego requer, mais do que nunca, foco na atividade

Frio na barriga. Falta de apetite. Dificuldade de pegar no sono. Se você está ainda em seu primeiro emprego e está tendo esses "probleminhas" saiba que está bem longe de ser o único. É muito comum sentirmos insegurança quando temos de enfrentar a experiência do primeiro emprego. Nessa hora é preciso não ter medo de errar, afinal o momento é um aprendizado e se soubermos retirar proveito ganharemos uma tremenda bagagem pessoal e profissional.

Ao mesmo tempo em que a inexperiência pode provocar vergonha de se expor, se você for uma pessoa ponderada saberá reverter a situação, ou seja, vai lembrar que está ali para aprender, portanto é preciso se expor sim.

Perguntar, questionar, estar a par de tudo que está ao seu alcance. Ser comunicativo, não deixar que nenhuma dúvida o acompanhe até o final do expediente. E para quem já ouviu brincadeiras de mau gosto (muito comuns, por sinal) dos mais velhos que não perdem uma oportunidade de lembrar da sua condição de "novato", é bom ficar sabendo que essas pessoas ou são mal informadas ou estão fora de moda.

Hoje em dia, a empresa produtiva e competitiva trata os estagiários e recém-contratados como se fossem a menina de seus olhos. Eles representam a possibilidade da empresa se manter competitiva no futuro. O investimento em treinamentos nesses perfis de empregados é hoje uma das armas das companhias para formar profissionais que futuramente exerçam postos de diretores e gerentes. Então, lembre-se, a sua vontade de aprender e seu interesse é o que vale. A insegurança e o medo não são nada interessantes aos olhos de seu gestor.

Para nos orientar melhor sobre esse momento delicado, procuramos a orientação de renomados consultores de Recursos Humanos, sempre atualizados com as ferramentas de mercado. E revelamos seus pontos de vista em questões-chave para os profissionais iniciantes:

De que forma o recém-empregado deve se comportar no ambiente de trabalho para sentir-se bem?

É preciso ser capaz de olhar, analisar, perceber, participar e reconhecer o ambiente e as possibilidades de contribuição para que se torne um local melhor, até mesmo no sentido físico. Quem sabe talvez precise ser mais iluminado, mais arejado. É preciso observar muito e tentar descobrir como lidar de maneira amigável e prazerosa com os colegas de trabalho, e nunca esquecer de manter a humildade, mesmo que, em determinada situação você saiba deter muita informação acerca do tema abordado.

O que fazer para perder a insegurança e tomar decisões no novo trabalho?

Existe uma espécie de "chamado divino" que protege os iniciantes, o próprio nome já diz, você começou agora e é necessário ser capaz de ter iniciativas e superar esse medo, porque é permitido errar. O erro é um acerto que ainda não aconteceu, se você souber compartilhar com os outros essa situação sem medo ou vergonha. Todos nós somos eternos aprendizes.

Qual seria a melhor postura para captar o respeito dos amigos de trabalho?

Usar sempre a sabedoria e lembrar que dependemos de muitas coisas para estarmos bem. Nunca impor suas ideias sem querer ouvir os outros. Não ser autoritário e não fingir ter uma personalidade que não é a sua.

O que devemos fazer quando ainda não estamos seguros se realmente escolhemos e estamos trabalhando na carreira e no lugar certo certa? 
Devemos reunir o maior número de informações possíveis acerca das possibilidades existentes, dialogar com pessoas que convivem concretamente com estas realidades, olhar para a própria biografia e perceber quais das nossas habilidades mais gostamos. Receber ajuda de profissionais também é importante. Existem os orientadores que ajudam a nos conhecermos melhor. Para quem está em dúvida sobre o que realmente o satisfaz, é preciso descobrir nas mais variadas situações do dia-a-dia.


Até que ponto devemos nos render às convenções sociais para nos darmos bem? Como devemos lidar com nossos defeitos, aceitando-os ou tentando modificá-los?

Fazendo os dois movimentos, pois a aceitação é muito importante. A capacidade de mudança também é muito importante para conseguir "melhorar" nosso defeitos e ampliar as virtudes. A possibilidade de mudança é algo muito humano desde que tenhamos os estilos adequados. Fazemos mudanças extremamente significativas na vida a qualquer tempo. Por exemplo, uma pessoa de 60 anos de idade é capaz de sentir e agir como um adolescente apaixonado. Frente a um contato afetivo abrir-se a esta circunstância, mudar e manter o que essencialmente tem dentro de si.

Os consultores ressaltam também a importância do profissional iniciante desenvolver sua capacidade de ser flexível, que nada mais é do que ser capaz de perceber os outros, perceber a situação, estar atento a tudo, aberto e disposto a olhar, aprender, ver, escutar e dialogar. Ou seja, quando aparece um desafio no trabalho e não sabemos se vamos conseguir realizar, é melhor ir em frente, sabendo que o erro é a realização que está se preparando. Ninguém nasceu sabendo. Errar é a possibilidade de vir a acertar no momento seguinte, desde que a pessoa seja capaz de aprender com o erro e sempre compartilhar com quem possa ajudar a corrigi-lo. Nós somos seres sociais e viver junto em organização é a condição humana que nos caracteriza como humanos.

Claro: é muito complexo um jovem ter toda esta capacidade com tão pouca idade, mas a leitura de textos como este pode ser um bom indicador de caminho.

sexta-feira, 26 de julho de 2013

O maior erro das pessoas que procuram emprego

Quem procura emprego está vendendo seus serviços. Quem contrata, está procurando comprar uma solução para algum problema. A essência do processo de contratação é uma identificação do problema que existe e uma comunicação da solução desse problema.

Quando eu falo com as pessoas que estão procurando emprego e pergunto: "O que você faz?", elas em geral me dizem: "Sou um gerente de finanças" (ou de marketing, supervisor de produção etc.). Raramente alguém fala em solucionar algum problema.

Quero encorajar você a redefinir o que você faz. Fale em termos do tipo de problema que você soluciona. É um grande diferencial na procura de emprego. Vou colocar alguns exemplos:

- "Eu crio campanhas de marketing de baixo custo."

- "Eu vendo contratos de prestação de serviços de grande vulto para as empresas."

- "Eu racionalizo processos de produção para reduzir custos."

- "Eu crio programas de motivação para melhorar o clima organizacional."

- "Eu organizo bancos de dados no sistema Oracle."

Note como cada colocação acima pode ser interpretada como a solução de um problema. Comunicar isso é bem mais eficaz do que dizer: “Sou gerente financeiro” ( ou de produção, ou de recursos humanos ou de informática).

Empresas contratam pessoas para solucionar problemas. Você vai se comunicar muito melhor com as empresas se você se apresentar como a solução de problemas.

Imagine a diferença da resposta de uma empresa se você enviar uma campanha de cartas dizendo que você está procurando uma oportunidade de resolver determinados problemas, em vez de dizer que você está procurando emprego como gerente ou qualquer outra função.

Quero encorajar você a fazer uma profunda reflexão sobre os tipos de problemas que sabe resolver. Muitos de vocês terão dificuldade em defini-los. Trabalhe nisso! Trabalhe na definição dos problemas que você é capaz de resolver e alguém vai contratar você!

À medida que você amadurece profissionalmente, você deve ter como objetivo ser guru em algum assunto, na solução de algum tipo de problema. Se você vir a ser verdadeiramente um guru, nunca vai faltar trabalho para você!

Após os 45 anos de idade, aproximadamente 50% dos executivos perdem lugar no mercado de trabalho - muitos porque não conseguem definir os problemas que solucionam e porque não são guru em algo.

Logo, mostre-se como resolvedor de problemas, e não como mais uma entre milhões de pessoas que só querem um emprego para “segurar” suas contas.

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Definir objetivos e metas possíveis

A melhor forma de não se perder na concretização da sua estratégia de marketing pessoal passa por definir claramente as metas e subdividi-las diversos objetivos intermédios, ou seja referências específicas, quantitativas, que podem ser usadas para medir o progresso da sua estratégia de marketing pessoal.

Metas

    * Quais são as prioridades ou conjunto de prioridades a serem alcançadas.
    * Devem ser atingíveis, de outra forma, podem acabar por desmotivar sua realização.

Se desejar fazer uma viagem e não consegue agendar férias nem tem dinheiro ou rendimentos suficientes a curto prazo, não adianta focar-se em fazer a viagem nos próximos tempos visto que muitas coisas precisam ser ajustadas para que tudo possa fluir bem. O importante é dividir próximo ano por etapas para que torne a meta atingível e mantendo-se sempre focado na próxima etapa e não na etapa final.

Objetivos

Várias etapas de uma meta até sua conclusão, apresentando indicadores que ajudam a medir o progresso da meta estabelecida. Os objetivos devem ser realistas e é essencial terem um período de tempo definido. Continuando o exemplo da viagem, para realizar essa meta pode ser preciso:

    * Poupar dinheiro para as despesas da viagem.
    * Tirar o passaporte e vistos.
    * Comprar a moeda do país.
    * Elaborar um plano de gestão de tempo da viagem.
    * Estudar o roteiro da viagem, locais a visitar, localizações.

Missão, visão, valores e política pessoal

Para desenvolver a sua estratégia de marketing pessoal necessita olhar para dentro de si e descobrir a sua essência, a sua missão (a sua razão de ser, a sua finalidade), a sua visão (percepção, discernimento,inteligência), valores (princípios e crenças) e política pessoal (a sua forma de agir).

Missão

A missão de uma empresa é a sua “alma”, a sua razão de existência, e deve ir para além do puro materialismo na obtenção de lucros (ou de conquistar bens materiais). E você? Qual a razão da sua existência? O que a faz mover-se, de onde vem a sua força e motivação para viver?

Partindo do princípio que temos todos os recursos essenciais e necessários para conquistar qualquer realização na nossa vida, e que não existem quaisquer barreiras na concretização de qualquer que seja o nosso sonho. Caso pudesse escolher e não tendo quaisquer limites aos seus sonhos pode questionar-se sem pudor de:

Qual é o seu apelo à ação?
O que mais o realiza?
O que o faz sentir-se especial e reconhecido?
O que lhe transmite realização pessoal e/ou profissional?
Qual o preço que está disposto a pagar para realizar os seus sonhos?
Até onde está preparado para ir?

Por exemplo, o seu sonho é a ajuda ao próximo porque alimenta o seu coração ou então administrar sua própria empresa é a realização mais importante para si neste momento.

Por norma todos nós já sabemos o que precisamos, no entanto temos muita dificuldade em reconhecer e assumir esse sentimento dentro de nós. Se olhar à sua volta, o mundo representa essa ausência de realização e é reflexo de nossas escolhas. Será que as verdades impostas pela sociedade tem sido uma resposta positiva? Será que anular os nossos sonhos representa uma solução? Escutando o seu coração e tendo em conta os seus sonhos e realização, que escolhas vai fazer daqui para frente?E não tente abafar seus desejos em função de sua situação atual. O potencial do Ser Humano é imenso e capaz de transformar tudo aquilo que desejar. Passo-a-passo, dia-a-dia, você poderá alcançar seus objetivos mantendo o foco e a disciplina.

A missão de uma empresa é a razão de sua existência, que sempre deve ir além de gerar lucro (ou de conquistar bens materiais). E você? Qual a sua razão?

Visão

A maioria das declarações de visão pessoal giram em torno de a pessoa ser uma pioneira em um nicho específico, e com a diferenciação e qualidade tornar-se reconhecido no meio social e profissional.

Como você se vê daqui a 5 ou 10 anos?
Como você se vê com 60 anos?
O que deseja ter realizado?
O que deseja ter mudado?
Como espera ser visto pelas pessoas de sua convivência?
Que tipo de exemplo deseja ser?

Valores

Os valores representam as crenças sobre as quais regemos a nossa vida,em que é que acreditamos que nos torna especiais e melhores pessoas e profissionais.

Exemplos de valores – honestidade, respeito às pessoas, às lei e ao meio-ambiente, liberdade, fé, boa vontade, fidelidade, amor e valor próprio, entre outros.

Quais valores o fazem parar e pensar antes de agir?
Que valores gostaria de inserir na sua vida?

Política Pessoal

A nossa forma de agir e como colocamos em prática a nossa missão, visão e valores representa a nossa política pessoal. As opções que escolhemos e as regras que estabelecemos sobre nos mesmos definem a consistência e firmeza com que percorremos o caminho que definimos para alcançar as nossas realizações.

Por exemplo: suas regras de como administrar as finanças, a metodologia que adapta na educação dos filhos, os limites que estabelece entre os amigos e a esposa / o marido.

Acredite: estabelecer regras que orientem suas decisões não só facilita o alcance dos objetivos, como também permite liberar sua mente para coisas mais importantes.

quarta-feira, 24 de julho de 2013

No momento da entrevista

)        a)Horário

Programe seu itinerário e horário para chegar ao local da entrevista conforme agendado. Chegar com muita antecedência do horário marcado também não é legal. O ideal é chegar 10 minutos antes, para você respirar e se concentrar para entrevista. Sabemos que imprevistos acontecem, mas chegar atrasado já é um ponto negativo. Por isso, caso tenha algum problema e precise chegar atrasado, avise e pergunte se há algum problema, se irá atrapalhar a agenda do entrevistador e se existe alguma outra opção.

b) Apresentação pessoal

• É uma parte importante do processo seletivo, pois sua aparência é o seu cartão de visitas. Por isso fique atento à higiene e às vestimentas. Use roupas limpas e bem passadas, cabelos e unhas limpas e bem aparadas.

• Se você é fumante, deve tomar cuidado com o hálito e com o cheiro que fica nas roupas.

• Não masque chicletes, nem use óculos escuros.

• As mulheres devem evitar decotes, roupas que deixam a barriga, costas e pernas à mostra, ou seja, frente única, blusas decotadas e saias curtas devem ser desconsideradas neste momento. Os cabelos devem estar presos ou bem arrumados e a maquiagem deve ser leve, assim como a cor do esmalte.

• Os homens não podem apresentar-se de bermudas, regatas, sandálias e boné. A barba e cabelo bem feito, também melhoram a apresentação. Dependendo da posição em que esteja almejando, o tênis também deve ser deixado para outra ocasião.

• Tanto homens quanto mulheres não devem exagerar no perfume, bem como nas cores e estampas das roupas e acessórios.

c) O que fazer e o que não fazer

• Desligue o celular antes de entrar na sala. Ser interrompido durante a entrevista pelo seu celular não causa uma boa impressão.

• Jamais demonstre ansiedade durante a entrevista. Se você foi chamado é porque já passou pela primeira fase: a análise do currículo. Então não tenha medo. Esta etapa do processo será para entender melhor as informações que você descreveu no currículo e entender um pouco da sua rotina nas empresas em que atuou.

• Confie em você, olhe nos olhos do entrevistador. Isso demonstra segurança e passa credibilidade. Hoje em dia, é bastante comum que mais de uma pessoa o entreviste ao mesmo tempo. Por isso interaja com ambos.

• Caso não entenda o que foi perguntado, não tenha medo ou vergonha. Peça ao entrevistador que repita a pergunta. É melhor do que responder errado ou enrolar na resposta.

• Tome cuidado com a forma de interagir, pois apesar da idéia de transformar o momento da entrevista em uma conversa natural, a pessoa com quem você está interagindo não é seu amigo de infância. Use um vocabulário adequado. Não é necessário usar uma linguagem conservadora ou rebuscada demais. Busque o meio termo. Gírias e linguagem muito coloquial, também não é o ideal.

• Quando questionado, não tenha receio em falar sobre possíveis falhas que aconteceram na sua trajetória profissional. O importante é deixar claro que você aprendeu com o erro e que isso te preparou para lidar melhor com as situações, afinal, ninguém é perfeito.

• Por mais que tenha tido experiências não muito agradáveis nas empresas anteriores, nunca fale mal do seu antigo empregador. Isso denigre mais a sua imagem do que a da empresa.

• Se tiver dúvidas sobre o cargo ou da empresa, não tenha vergonha de perguntar. Isso demonstra interesse. Apenas tome cuidado para não inverter os papéis.

Esperamos que estas dicas ajudem numa preparação melhor para futuros processos seletivos. E se a resposta não for positiva, não desanime. Pode ser que naquele momento outra pessoa estava melhor preparada para atender às necessidades da empresa. Mas solicite um feedback do entrevistador, para trabalhar possíveis pontos de melhoria.

BOA SORTE!

terça-feira, 23 de julho de 2013

Uma questão de afinidade

Por que você precisa se identificar com a cultura da sua empresa

Num trabalho recente para uma empresa do sul do país, encontrei a reprodução de uma situação que tem se tornado extremamente comum. Deparei com um profissional com excelente qualificação técnica, grande experiência e um profundo senso de responsabilidade. Em sua ficha, constava também que ele estava há muito tempo na organização. Acontece que aquele profissional nunca tinha passado do escalão médio. Seu perfil era de diretor. Seu papel era de subgerente. Qual a razão dessa contradição? Ao entrevistá-lo, o mistério se desfez para mim: ele era, na cultura da empresa, um estranho no ninho.

A cultura de uma empresa não é algo abstrato. Ela diz respeito a um conjunto concreto de formas de agir, de se expressar, de se comunicar, até mesmo de se vestir. Há códigos implícitos de conduta e de comportamento que são decisivos e constituem a personalidade da empresa. Quem não estiver sintonizado com esses códigos dificilmente conseguirá ter boas chances de crescimento. Não se trata de achar que todos os profissionais devem ser clones uns dos outros, mas de perceber o imenso peso que a identificação com a cultura tem hoje no desenvolvimento da carreira.

O caso desse profissional era de total falta de afinidade cultural. A empresa tinha raízes na tradição germânica e um ambiente circunspecto, um tanto silencioso e muito formal. Muitos colegas tratam-se por "senhor". No meio disso, o nosso subgerente primava pelo humor, chegando a fazer algumas ironias com a seriedade dos outros. Um sujeito expansivo, muito inteligente e que gostava de contar "causos" e de dar risadas.

O que a empresa via nisso? Falta de confiabilidade. "Não dá para confiar, ele é meio moleque", disse um dos diretores. "É inteligente, muito bem preparado, mas é um pouco fora do padrão." Havia ali um talento subaproveitado por falta de afinidade cultural. Esse foi o diagnóstico que apresentei para o caso. Conversei sobre isso com a direção da companhia, mas sabia de antemão que ele dificilmente seria mais bem aproveitado ali.

Com extrema correção e sentido ético, os diretores concordaram com minha avaliação. "Realmente será difícil ele passar para um escalão mais alto, mesmo tendo qualificação para isso. Sinta-se à vontade para conversar sobre isso com ele e, se conhecer alguma oportunidade profissional na qual ele se encaixe, ajude-o a crescer", disse o diretor de recursos humanos. Três meses depois, tive a oportunidade de oferecer àquele subgerente um cargo de direção numa empresa de comunicação na qual ele se encaixava culturalmente. Ele ainda está lá, numa posição de destaque.

Esse caso é uma grande lição. Ele indica que precisamos fazer avaliações constantes de nossa vida profissional, não apenas do ponto de vista da qualificação e do desempenho, mas também do ponto de vista da afinidade entre a nossa personalidade e a da empresa. Diversos casos de carreiras empacadas podem ser explicados por essa falta de afinidade. A empresa não demite o profissional, pois ele é competente, mas não permite seu crescimento, porque ele é diferente.

Nesses casos, a melhor solução nem sempre é buscar uma nova posição. Podemos também aprender a agir e a nos comportar de forma diferente. Desde que -- é claro -- isso não signifique nenhuma violência à nossa própria forma de ser e de pensar.

Artigo de autoria de Simon M. Franco, publicado na Edição 806 da Revista EXAME 

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Autonomia limitada

Trabalho em equipe não é sinônimo de trabalho sem chefe

As necessidades de desenvolver o trabalho em equipe e a diminuição de níveis hierárquicos lançaram na confusão uma empresa que atendi há cerca de um ano. Nas palavras do diretor que nos procurou para pedir ajuda: "Ninguém mais quer saber de obedecer a ordens, todos se acham autônomos para tomar decisões. E, se buscamos repreender essas atitudes, ouvimos um discurso pronto sobre empreendedorismo interno, valorização da equipe, horizontalidade da empresa. Muitas vezes, isso acaba em demissão. Criamos um monstro!"

Monstro, mesmo, tive de concordar. Estava claro que havia uma grande deformação dos conceitos e das práticas de trabalho em equipe e horizontalidade na empresa. O pressuposto: no trabalho em equipe, todos devem decidir, e a própria figura do chefe deixa de fazer sentido. É um pressuposto falso mas que pode prosperar estimulado pelas próprias chefias.

O que pode ocorrer é que, após um processo de reorganização gerencial, as chefias fiquem inseguras a respeito de seu próprio papel e enfatizem tanto a necessidade de compartilhar responsabilidades que acabam negando sua própria função. Do outro lado, muitos profissionais vêem nesse novo ambiente uma chance para mostrar seus talentos e ganhar espaço. Viram -- ou tentam virar -- verdadeiros tratores. E, assim, o que era para ser um cenário de colaboração vira uma guerra de projetos pessoais e de competitividade predatória.

Nosso trabalho, no caso que mencionei, foi o de reverter essas distorções. A chave para isso foi a compreensão de que trabalhar em equipe não significa nivelar todos os profissionais: há atribuições específicas, regras e subordinações que não podem ser destruídas. É certo que ocorrem mudanças nos procedimentos e nas formas de trabalho, mas isso não quer dizer que cada um pode decidir o que bem lhe aprouver.

Essa compreensão deve partir das chefias. O trabalho em equipe não significa que o chefe deixa de existir -- na verdade, ele se torna mais importante do que nunca. Mas, diferentemente de um modelo autoritário, esse chefe não manda, ele decide. A equipe enfrenta os problemas, propõe soluções, encontra novos caminhos. O chefe atua como mediador do processo. Cabe a ele decidir entre as opções existentes, definir os melhores cronogramas, bater o martelo a respeito de uma determinada inovação. Todos têm espaço e palavra, mas ele tem a última palavra.

O trabalho com essas questões permitiu que as chefias daquela empresa deixassem de ser reféns do processo de modernização. Num primeiro momento, isso levou alguns a uma postura autoritária: por insegurança, haviam adotado um discurso democratizador no qual não acreditavam e agora queriam voltar à posição de poderosos chefões. Alguns não tinham perfil para funcionar no novo modelo e acabaram substituídos. A maioria, no entanto, evoluiu na compreensão de seu papel. Com isso, os próprios chefes passaram a difundir essa compreensão em suas equipes.

Ensinar, mediar os processos de discussão e decidir (em lugar de mandar) -- tudo isso faz parte do perfil da chefia no trabalho em equipe. Se você ocupa uma posição de comando ou se sua empresa está em fase de modernização, tenha isso em foco. Ou vai ficar enlouquecido entre a tentação de ser um ultrapassado executivo autoritário ou um tímido executivo que não consegue mais ver a utilidade da sua própria posição.

Artigo de autoria de Simon M. Franco, publicado na Edição 804 da Revista EXAME


sexta-feira, 19 de julho de 2013

A influência da comunicação na carreira


Não importa o ambiente, quando nos deparamos com um diálogo cansativo que nos faz olhar para o relógio várias vezes é sinal que a comunicação que deveria fluir entre as partes envolvidas tornou-se apenas perda de tempo. E isso acontece tanto no campo pessoal quanto profissional, afinal todos os profissionais precisam manter um relacionamento diário para repassar, trocar informações ou ideias condizentes com as atividades laborais. De acordo com Anderson Rocha, especialista em Gestão de Pessoas, os profissionais que se tornam bons comunicadores desempenham suas função com maior eficácia e têm mais chances de ascensão na carreira. "Todos podem ser bons comunicadores, inclusive as pessoas consideradas tímidas. O diferencial está em como transmitir o conhecimento e fazer com que a outra parte compreenda a essência da comunicação", afirma. Em entrevista concedida ao RH.com.br, Anderson Rocha lembra ainda o fato de que a comunicação não se restringe apenas às palavras, mas também aos gestos como, por exemplo, um agradável sorriso, um olhar fixo ou mesmo uma expressão facial sisuda. Confira a entrevista na íntegra e aproveite a leitura!

RH.com.br - O que leva os profissionais que se destacam no mercado a serem considerados bons comunicadores?
Anderson Rocha - Esses profissionais têm consciência da importância da comunicação para a carreira e a utiliza para se destacarem. Eles sabem que necessitam demonstrar competência, além de possui - lá. Não perdem oportunidades para mostrar todas as suas capacidades. Eles também sabem que, praticamente em todos os momentos de suas vidas no campo profissional, terão que defenderem pontos de vistas, exporem ideias, conduzirem ou participarem de reuniões, de entrevistas e uma infinidade de outras atividades que nos exigem o ato de se comunicar bem.

RH - A comunicação realmente ajuda a trajetória de uma carreira de sucesso?
Anderson Rocha - Sim, ajuda e muito. Quais os profissionais que mais nos impressionaram ao longo de nossa carreira? Aqueles que mais sabiam ou os que melhor transmitiam os seus conhecimentos? Aqueles que se retraem mesmo conhecendo os assuntos abordados ou aqueles que dominando as ferramentas da comunicação e transmitem com naturalidade e segurança? Lembre-se das pessoas em sua volta que podem ser ditas "de sucesso". O que elas têm em comum? Se observarmos essas pessoas, em sua maioria, uma característica que elas possuem em comum, são a de boas comunicadoras.

RH - Quais as principais competências que os talentos precisam desenvolver para se tornarem bons comunicadores?
Anderson Rocha - Não existe uma receita mágica para ser um bom comunicador. Todos podem ser bons comunicadores, mas para isso é muito importante respeitar o seu perfil, o seu estilo que é único e intransferível. O autoconhecimento, ou seja, saber quais são suas características quando se comunica com os outros é fundamental para uma boa comunicação. Se você é uma pessoa mais discreta ou tímida, não adianta querer contar piadinhas, pois com certeza não obterá êxito com esse recurso. E isso ocorre muitas vezes, quando tentamos ser o que não somos, deixando de ser natural. Essa é uma das mais importantes características dos bons comunicadores. Não existe técnica de comunicação, por mais elaborada e precisa que seja mais relevante que a que o profissional aja com naturalidade.

RH - Em um processo seletivo, por exemplo, qual seria o peso da competência "Comunicação"?
Anderson Rocha - Quais os candidatos mais apreciados em um processo seletivo: aqueles que se retraem mesmo conhecendo os assuntos perguntados ou aqueles que transmitem seus conhecimentos de forma clara, com naturalidade e segurança? Sem dúvida são os que melhor transmitem seus conhecimentos. E só se transmite os conhecimentos em um processo de seleção, através de uma comunicação clara onde a mensagem é bem entendida.

RH - As pessoas consideradas tímidas podem se comunicar bem?
Anderson Rocha - Podem e devem se comunicar bem. O conhecimento de técnicas de comunicação e oratória auxilia o tímido a se expressar com mais clareza, segurança e convicção.

RH - Quais os entraves mais comuns que as pessoas enfrentam para se comunicarem bem?
Anderson Rocha - Imagine um advogado dando uma palestra para um grupo de engenheiros e médicos, utilizando uma linguagem extremamente técnica. A chance desse profissional obter êxito em sua comunicação é praticamente nula. Só existe uma boa comunicação se houver o entendimento do outro que nos escuta. Uma regra de ouro da boa comunicação e sempre adequar a linguagem ao tipo de pessoa ou público que está nos ouvindo. Para isso, é fundamental ser sempre simples ao se comunicar. Como disse Leonardo da Vinci "A simplicidade é a sofisticação máxima".

RH - Atualmente, quais os recursos mais utilizados entre os que desejam tornarem-se bons comunicadores no campo profissional?
Anderson Rocha - Além das palavras, existe um mundo infinito de nuances e prismas diferentes que geram energias ou estímulos que são percebidos e recebidos pelo outro, através dos quais a comunicação se processa. Um olhar, um tom de voz um pouco diferente, um franzir de cenho ou um levantar de sobrancelhas podem comunicar muito mais do que está contido em uma mensagem manifestada através das palavras. A essa modalidade de expressão chamamos de linguagem não verbal. O fascinante em relação à linguagem não verbal é que raramente temos consciência da nossa entonação de voz, da postura, dos movimentos e dos gestos, pois muitas vezes eles podem revelar uma história, enquanto as palavras estão contando outra. É importante salientar que em muitos casos, quando suas palavras não estiverem concordando com suas ações, seu ouvinte acreditará em suas ações.

RH - Quem comunica bem sabe dar e recebe feedback?
Anderson Rocha - Sim. Os bons comunicadores sabem que o feedback é uma ferramenta de crescimento e de desenvolvimento humano. Eles sabem que através dele se estabelece um processo de compreensão, respeito e confiança em uma relação. Mas poucos são habilidosos o suficiente para dizer o que precisa ser dito sem ferir ou magoar. Uma ferramenta poderosa, para que possamos dizer coisas que ficam engasgadas e sejam bem aceitas pelos outros é a utilização correta do chamado feedback sanduíche. Essa prática consiste em começar um diálogo destacando o que a pessoa faz de bom. Primeiro, elogie algo positivo que ela tenha feito. Depois de elogiar, comece a abordar os pontos negativos, destacando as questões nas quais você gostaria que a pessoa melhorasse. Para encerrar a conversa, volte a dar ênfase em outros pontos positivos que você perceba no comportamento da pessoa que está à sua frente.

RH - Como a área de RH pode estimular os profissionais, para que esses se tornem bons comunicadores?
Anderson Rocha - O RH deve ser o facilitador desse processo. Muitos profissionais não têm consciência de como estão comunicando-se e que em diversos casos essa má comunicação compromete até mesmo própria imagem da empresa. A área de Recursos Humanos deve estimular esses profissionais, através de feedbacks e de treinamentos para que possam desenvolver e aprimorar a habilidade de se comunicar bem. Em alguns casos observamos que há gestores que não sabem dar retorno adequado às pessoas. E pior, quase nunca consideram que podem estar errados quando tentam convencer alguém de suas ideias ou, ainda, que simplesmente fazem isso de forma inapropriada.

RH - Que orientações o senhor daria a quem deseja ter uma comunicação fluente e que desperte o interesse das empresas?
Anderson Rocha - Segundo pesquisas, os 30 primeiros segundos de uma fala são decisivos para criarmos empatia. Por isso, ao iniciar sua comunicação, sorria, cumprimente as pessoas e demonstre a satisfação e o privilégio de estar ali. Outra característica muito importante dos bons comunicadores é o olhar. Quando olhamos nos olhos das pessoas fazemos com que se sintam importantes e demonstramos respeito e atenção. A voz é outro dos principais instrumentos na comunicação, devendo passar competência, segurança, autoridade, credibilidade, propriedade e poder de decisão. Não existe nada pior do que uma voz monótona e sem entusiasmo. Aquela voz sem melodia, produzida do mesmo jeito, e que acaba por deixar os ouvintes totalmente desinteressados no assunto, sonolentos, comprometendo assim, o entendimento da mensagem. Coloque ritmo a sua fala. Alterne a velocidade e o volume, utilize bem as pausas, as inflexões e as entonações, para que o ouvinte tenha uma interpretação do sentimento transmitido pelas palavras. Para finalizar enfatizo que comunicar-se bem é assumir a responsabilidade pelo entendimento da mensagem pelo outro.


quinta-feira, 18 de julho de 2013

Muitos anos de casa

Conversei há pouco tempo com um jovem executivo de uma rede de supermercados que me procurou com uma urgência: estava havia três anos na mesma empresa e, por isso, considerava-se ultrapassado. "Ficar mais de três anos no mesmo emprego é coisa do passado, não é? Preciso mudar." Fiz algumas perguntas sobre a carreira dele, sobre sua situação profissional e expectativas e rapidamente confirmei minha suspeita inicial: ele realmente não precisava de outro emprego. Na verdade, estava correndo o risco de prejudicar a própria carreira com a crença de que tinha de mudar a qualquer custo.

De fato, a diminuição do tempo de permanência dos profissionais nas empresas tem gerado atitudes perigosas. Muitas vezes, sem se dar conta, alguns profissionais adotam uma espécie de "carreirismo inter-empresarial". É um fenômeno que consiste em considerar como valor absoluto a rápida movimentação na carreira. Em vez de focar nos resultados do próprio trabalho, nas perspectivas de crescimento na organização, nas possibilidades que podem se abrir, o profissional joga toda sua energia na tentativa de receber convites para trabalhar em outro lugar.

Esse frenesi carreirista é extremamente danoso. A construção de uma carreira brilhante se mede pela obtenção de resultados brilhantes. Como conseguir resultados realmente impactantes se não nos dermos o tempo necessário para isso dentro de uma organização? Não há dúvida de que é importante estar aberto ao mercado, procurar tornar-se conhecido. Mas, antes disso tudo, é muito mais importante dedicar-se à organização à qual você pertence como se nunca fosse sair dela. Pode parecer paradoxal, mas é a mesma sabedoria de Vinicius de Moraes, ao falar do amor: que seja eterno enquanto dure.

Para quem está sofrendo dessa mesma angústia de mudança, eu gostaria de repetir o que disse ao meu jovem interlocutor: tenha calma. Analise sua situação na empresa em que trabalha de maneira objetiva, realize um inventário das possibilidades e perspectivas de médio prazo ali dentro. Pergunte-se, ao mesmo tempo, pelos resultados que você tem obtido -- não simplesmente em termos de promoções, mas do ponto de vista das realizações profissionais. Qual foi o seu grande feito? Essa é a pedra de toque do sucesso na carreira, não a correria de uma empresa para outra.

Ao perseguir o objetivo de mudar a qualquer custo para não se achar ultrapassado, o profissional acaba também correndo o risco de prejudicar o próprio desempenho. Pois querer mudar é querer sair de onde está -- o que se traduz em menor empenho, menos equilíbrio e mais insatisfação. Isso trará reflexos negativos diretos na maneira de agir, de pensar, de trabalhar.

Além disso, o cenário de mudanças de emprego mais rápidas foi muito forte nas empresas de internet, durante a bolha de crescimento, e é muito mais significativo hoje nos Estados Unidos, por exemplo, do que no Brasil. Não é uma verdade aplicável indistintamente a qualquer situação. Eu ousaria mesmo dizer que em nosso país a maioria dos altos cargos executivos ainda é ocupada por profissionais com muitos anos de casa.

Construir alguma coisa sólida requer tempo, paciência, dedicação. Ao substituir a pergunta "aonde eu quero chegar" por "o que eu desejo construir", você conseguirá certamente ir bem mais longe do que havia sonhado. Pois aí o tempo vai se tornar seu aliado, não seu inimigo. E é uma grande coisa ter o tempo a nosso lado.

Artigo de autoria de Simon M. Franco, publicado na Edição 802 da Revista EXAME


quarta-feira, 17 de julho de 2013

Não seja adequado

Para ser valorizado, você precisa ser maior do que o próprio cargo

A cena se repete. O profissional está num processo de seleção no qual são exigidas diversas qualificações. Ele é aprovado, começa a trabalhar na empresa e descobre que nada do que foi exigido antes será usado no seu dia-a-dia.

O exemplo clássico é o conhecimento de línguas estrangeiras. Muitas organizações exigem que o candidato a uma vaga saiba inglês ou espanhol, mas esses idiomas nunca são necessários na atividade para a qual ele é contratado.

Esse tipo de situação gera desconforto. As empresas parecem querer pessoas superqualificadas para desempenhar funções que não requerem grandes qualificações.

Esse desconforto atinge todos os tipos de profissional. Os que têm as qualificações exigidas podem ficar frustrados ao perceber, após a contratação, que elas não eram indispensáveis. Os que não as têm reclamam do excesso de exigências. Afirmam que têm as competências necessárias para a vaga em disputa, mas são injustamente afastados de qualquer chance.

Para desfazer essa ambigüidade, é preciso que tenhamos consciência de que a avaliação de um candidato não se restringe mais às habilidades específicas do cargo ocupado.

Um profissional que domina uma língua estrangeira, tem pós-graduação ou possui especializações é sempre mais valorizado, mesmo que essa língua, pós-graduação ou especialização não tenham relação direta com seu trabalho. Isso porque esses conhecimentos aparentemente excedentes indicam que se trata de alguém com capacidade de aprendizado, interesse no autodesenvolvimento e maior amplitude de visão.

O mesmo vale para quem já está empregado. É comum a queixa de subaproveitamento por parte de profissionais que sabem muitas coisas que não usam diretamente em seu trabalho. No entanto, se não possuíssem esse excedente de saber, essas pessoas provavelmente não estariam ocupando aquele cargo. É por saberem mais do que o necessário que elas se mantêm empregadas.

Uma organização moderna precisa desses excedentes de saber. O profissional também. Essas reservas de conhecimento constituem uma energia potencial acumulada. É isso que permite à empresa reagir prontamente a novos cenários e a novos desafios, que surgem cada vez com mais freqüência.

Essa reflexão nos propõe um desafio. Qual é nosso tamanho em relação ao cargo que ocupamos? Em quanto nós conseguimos exceder as exigências de nossa função atual?

Ao contrário do que parece, se nós somos perfeitamente adequados, se preenchemos exatamente aquilo que é necessário, sem nenhuma sobra, já entramos perigosamente na região da insuficiência.

Buscar a excelência -- e, antes disso, a competitividade no mercado -- significa possuir sempre mais habilidades do que o necessário, saber sempre mais do que o suficiente. Em outras palavras, ser sempre melhor do que o cargo que ocupamos, seja qual for o nível dentro da estrutura empresarial. Pois os profissionais perfeitamente adequados nunca são lembrados para subir na carreira. São, também, mais facilmente substituíveis por outros profissionais igualmente conformados com os limites de seus cargos.

Artigo de autoria de Simon M. Franco, publicado na Edição 812 da Revista EXAME 

terça-feira, 16 de julho de 2013

Quer ser presidente?

Saiba que não faz sentido sonhar apenas com o primeiro posto

Imagine, caro leitor, uma orquestra formada apenas por maestros, todos grandes gênios da música. Não seria uma orquestra, apesar da indiscutível qualidade de todos os seus membros. Como tocar uma sinfonia desse modo? Seria também um grande problema para a história da música se todos os profissionais dessa área tivessem como grande meta de sua vida ser maestros. Muitos talentos se perderiam: grandes virtuoses de sopro, piano, cordas e percussão desperdiçariam sua vida tentando ser algo que não corresponderia a seus dotes.

Pensei nisso a propósito de uma carta que recebi de um jovem leitor. Ele estabeleceu metas para sua vida profissional que demarcam idades para alcançar determinados cargos: chefe até os 28 anos, diretor até os 36, culminando com uma presidência por volta dos 40 anos. Chefe de quê? Diretor de quê? Presidente de qual empresa, em qual ramo, em meio a quais atividades? Isso ele nem sequer aborda: deseja ser maestro, sem se perguntar sobre o próprio talento.

A questão colocada na carta desse jovem é motivo de reflexão para muitos profissionais: estar no topo significa ocupar o cargo mais alto na hierarquia ou significa ser o melhor de todos naquilo que você faz? Para ficar na nossa comparação musical, há muitos pianistas, violinistas, flautistas muito mais reconhecidos, muito mais requisitados, muito mais bem pagos do que um grande número de maestros. E certamente muito mais felizes profissionalmente.

Vamos voltar à comparação recorrente entre uma empresa e uma orquestra. O "maestro-presidente" deve ter um determinado perfil, habilidades específicas, características pessoais e profissionais que o tornem um bom presidente. Mas isso não quer dizer que, para ter sucesso na carreira profissional, ser reconhecido, requisitado e bem pago, todos devam ter esse mesmo perfil. Se assim fosse, do mesmo modo que não haveria orquestra só de maestros, não haveria empresa.

Todos os profissionais que já estão no mercado correm o risco de cair nessa ilusão de querer virar maestro, como se isso fosse o coroamento da carreira. É preciso, no entanto, mudar a forma de estabelecer objetivos. A pergunta deve ser direcionada para nossos talentos, nossas capacidades, nosso estilo de vida. A realização profissional depende do encontro de nosso perfil com nossos objetivos. Isso significa perceber que podemos ir muito mais longe naquilo que sabemos fazer bem e que gostamos de fazer.

Há profissionais de finanças, de comunicação ou de logística, por exemplo, muito mais disputados pelo mercado do que vários presidentes de empresa. São profissionais excepcionais, extremamente bem pagos, reconhecidos naquilo que fazem. Muitos deles, se virassem presidentes de alguma empresa, não conseguiriam desempenhar a função. São virtuoses em seus próprios instrumentos, mas nunca seriam bons maestros. Isso não significa demérito. Ao contrário, revela sabedoria profissional e uma grande aposta em si mesmo.

Evidentemente, há profissionais cujo talento é mesmo empunhar a batuta corporativa. É um talento específico. Curiosamente, os mais destacados entre eles não pautaram sua vida, o tempo todo, pelo objetivo de ser presidentes de alguma empresa. Isso foi algo que floresceu durante a carreira profissional: o que eles buscavam era ser os melhores naquilo que faziam. Isso sim é algo que vale para todos nós.

Artigo de autoria de Simon M. Franco, publicado na Edição 805 da Revista EXAME


sexta-feira, 12 de julho de 2013

O domínio das técnicas de negociação aumentam a empregabilidade

O mundo do executivo é cheio de barreiras, que precisam ser ultrapassadas, e de armadilhas, que precisam ser desarmadas.O sucesso profissional de quem não é herdeiro de grande fortuna ou não é voltado para os crimes de colarinho branco, nos tempos atuais, está muito dependente da formação e desenvolvimento pessoal de cada indivíduo.

Advogados, engenheiros, economistas, médicos, professores, cientistas, militares, administradores de empresas, executivos de indústrias e de serviços, enfim todos nós estamos negociando algo a cada dia. As pessoas negociam até mesmo quando pensam que não o estão fazendo.

A negociação é um requisito básico para uma boa comunicação. A comunicação bidirecional é concebida como boa e efetiva quando as pessoas estão em harmonia, buscando acordos, metas idênticas, interesses comuns ou satisfação de seus interesses sem confrontar os do outro lado.

Saber lidar com as diferenças, seja nos negócios, na política ou na família, requer talento inato ou muito empenho para desenvolve-lo, educando-se constantemente e treinando técnicas diversas de liderança e de resolução de conflitos.

É preciso, no entanto, ter muito cuidado com as estratégias padronizadas de negociação que freqüentemente deixam as pessoas insatisfeitas desgastadas ou alienadas. E como dizem Roger Fisher e William Ury em seu livro "Como chegar ao "SIM", com muita freqüência, as pessoas chegam às três situações.

O executivo moderno deve estar preparado para criar um clima de serviço ao cliente, deve saber conduzir reuniões com seus colaboradores de forma eficaz, deve dominar a arte do planejamento estratégico, deve formar uma equipe vencedora, motivá-la, solucionar os problemas do dia a dia, criar estratégias gerenciais vitoriosas, saber lidar com mudanças, garantir e melhorar a eficácia da empresa, desenvolvendo sempre seu pessoal para melhorar o desempenho e a produtividade, enfim atingir a cada mês, trimestre, semestre, ano, metas e objetivos cada vez mais arrojados e ambiciosos.

Mas, o executivo que não se prepara para ser um bom negociador e que não adquire algumas habilidades essenciais para trabalhar com pessoas no desenvolvimento dos negócios, mesmo dominando a arte do planejamento estratégico ou dominando técnicas para conduzir bem reuniões, etc e tal, não conseguirá manter a sua empregabilidade sempre em alta. A sua visibilidade estará muito ligada ao tipo de negócio a que estiver vinculado ou mesmo a equipe vencedora de que fizer parte.

O executivo moderno precisa saber concentrar-se nos interesses e não nas posições que pessoalmente ele ou as partes defendem.

Roger Fisher e William Ury, na obra citada, exemplificam muito bem o que é concentração no interesse com a história de dois homens que discutem numa biblioteca. Um deles quer a janela aberta e o outro a quer fechada. E ficam ambos a espicaçar-se acerca de quanto abri-la; uma fresta, metade ou três-quartos. Nenhuma solução satisfaz aos dois.

Entra a bibliotecária. Ela pergunta a um dos homens por que ele quer que a janela fique aberta: "Para que entre ar fresco". Ela pergunta ao outro por que a quer fechada: "Para evitar a corrente de ar". Depois de pensar por um minuto, a moça abre inteiramente a janela de um aposento ao lado, deixando entrar ar fresco sem correnteza.

Muitos executivos tecnicamente bem preparados, globalizados, dominando vários idiomas, com título de MBA de excelentes escolas, têm sofrido vários percalços em sua carreira profissional por defenderem acirradamente posições pessoais, esquecendo-se de conciliar interesses e buscarem soluções sensatas.

Os profissionais cuidadosos com a preparação de sua carreira e que querem manter sua empregabilidade, principalmente, os de nível superior com grandes conhecimentos e habilidades técnicas, devem ficar bem alertas: "por trás de posições opostas há interesses comuns e compatíveis, assim como interesses conflitantes".Em qualquer tipo de situação, negociar envolve receber e fazer concessões.

Edmir Pacheco da Silva é Consultor Sênior da Edpeople Talentos Humanos

Fonte: http://www.edpeople.com.br/O%20dom%C3%ADnio%20das%20tecnicas%20de%20negociacao%20aumentam%20a%20empregabilidade.asp

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Não tema a mudança

O convite para gerir uma nova área pode ser sua grande chance

Há ocasiões em que a empresa surpreende um de seus executivos com um convite inesperado: comandar uma nova área com a qual ele não tem intimidade. Recentemente, tive de acalmar um diretor financeiro que me procurou atrás de orientação. "Eles querem que eu assuma a diretoria de gestão de pessoas e não entendo nada disso. Estão querendo me fritar!"

A primeira observação que fiz ao aflito executivo foi que hoje, cada vez mais, o profissional deve ser polivalente. Um executivo tem como missão comandar uma equipe, uma área, um setor e mesmo a empresa toda. Isto é, o executivo deve ser especialista em organizar, comandar, estimular o grupo sob sua direção, obter os melhores resultados. E deve ser capaz de fazer isso em qualquer área da empresa.

Em segundo lugar, sugeri que ele analisasse a própria atuação na diretoria financeira. O que poderia ter chamado a atenção da empresa, na forma como organizou seu setor, nas decisões que tomou, nos conflitos que enfrentou? Em suma, o que o fez aparecer como um candidato a dirigir a área de gestão de pessoas? De fato, ele mostrou que tinha conseguido fazer de seu grupo de trabalho uma verdadeira equipe. Sem ter se dado conta que estava operando algumas inovações, ele tinha conseguido instituir na diretoria financeira uma forma de trabalho que não era praxe nas outras áreas: reuniões de avaliação, aproximação entre chefes e chefiados, estímulo por resultados.

O terceiro ponto, talvez o mais importante, é que transitar por algumas áreas estratégicas da empresa é uma forma de preparação para ocupar cargos mais altos -- quem sabe, a presidência. Não há dúvida de que a gestão de pessoas é hoje vital para qualquer companhia, embora muitas delas não tenham se dado conta. "A empresa está investindo em você, não está querendo fritar coisa nenhuma", concluí.

Esse caso é um dos exemplos mais claros do modo de funcionamento das empresas que estão buscando modernizar-se e dos desafios que isso traz para os profissionais que as integram. Quando dizemos que não basta ser especialista em alguma coisa, não se trata de uma afirmação teórica: é algo que se apresenta na realidade na forma de desafios para nossas carreiras. Recusar a direção da gestão de pessoas, no caso desse executivo que me procurou, significaria para ele a perda de uma oportunidade de crescimento, por causa da insegurança de enfrentar questões nas quais não se via como especialista.

É evidente que, ao fazer uma proposta como essa, a empresa aposta também na capacidade de aprendizado de seu executivo. Ele precisará estudar, ler, freqüentar eventos. E eis aqui mais um princípio que é bastante prático: a necessidade de nunca parar de aprender. Ao fazer o convite, certamente a empresa avaliou todas essas questões. O que o profissional deve fazer, e eu também sugeri isso a ele, é ser explícito e solicitar o apoio da organização nessa fase de transição. Pode pedir para fazer um curso rápido, no Brasil ou no exterior, antes de assumir o cargo, ter a possibilidade de montar a própria equipe contratando novos profissionais, contratar uma consultoria externa para fazer um diagnóstico do setor e outras coisas assim.

Se você, caro leitor, for surpreendido um dia por um convite desse tipo, comemore: é um momento de crescimento na carreira, para o qual a última coisa a fazer é dizer não. Se um executivo deve ser especialista em alguma coisa, sua especialidade deve ser, exatamente, a de ser executivo.

Artigo de autoria de Simon M. Franco, publicado na Edição 813 da Revista EXAME


quarta-feira, 10 de julho de 2013

O que não perguntar em um processo seletivo?


É através de um processo de recrutamento e seleção que às organizações chegam aos profissionais que se tornarão o diferencial para o negócio, pois são as pessoas que conduzem as decisões, tomam iniciativas que resolvem problemas como também ações que geram situações de conflito. Por isso, o momento da contratação precisa ser conduzido com extremo cuidado e por profissionais que saibam como utilizar as ferramentas que envolvem todo o processo, inclusive, a entrevista de seleção. No entanto, é comum observar que alguns selecionadores cometem deslizes como, por exemplo, na aplicação de perguntas descabidas aos candidatos. Seja por falta de tempo para estruturar a entrevista - com foco nas competências exigidas na vaga em aberto ou por falta de experiência -, o fato é que perguntas "deslocadas" fazem o recrutamento cair no descrédito e um valioso tempo seja desperdiçado. Escolhi algumas perguntas abaixo que já ouvi serem usadas R&S, mas que deveriam ficar guardadas a "sete chaves" na última gaveta ou, melhor, deletadas das seleções. Confira 10 delas:

1 - Você pode falar sobre sua vida? - Uma pergunta como essa, feita para qualquer candidato abre espaço para que a resposta dada pela pessoa nada tenha a ver com a vaga em aberto. Isso porque, além de passar a ideia de que o selecionador não se preparou para a entrevista, deixa margens para que o candidato fale sobre qualquer assunto e deixe de mencionar, por exemplo, competências que ele detém e que são valiosas para a empresa contratante. 

2 - Como foi seu relacionamento na adolescência com seus pais? - Esse é outro questionamento que deveria passar longe de um processo seletivo, afinal a relação entre o candidato e os pais dele é uma questão pessoal. Além disso, provavelmente, ninguém dirá que teve conflitos sérios com seus genitores ou responsáveis. 

3 - Na escola, o que mais o irritava nos professores? - Imagine uma pergunta dessas para um candidato. O mínimo que passará pela mente do profissional é: o que tem isso a ver com a vaga que desejo? Será que vão levar em consideração que eu detestava o professor de matemática? 

4 - O que você mais gosta e o que detesta na vida? - "Vou responder como um bom menino. Lógico!". Diante de uma pergunta como essas, o candidato pode afirmar que o que mais preza é a família, os bons costumes, a natureza. E o que mais abomina: a violência, a fome, o analfabetismo, entre outro. 

5 - Você quer fazer parte da nossa equipe? - Que candidato responderia negativamente a essa pergunta? Se ele está disputando a vaga é porque, no mínimo, precisa pagar suas despesas ou porque deseja novos desafios. Muitos podem nem acreditar, mas perguntas como essa ainda são feitas nos processos de seleção.

6 - Sua profissão tem valor para você e os outros? - Qual profissional diria que sua profissão não vale um "tostão furado"? O que ele pode falar é que cada vez mais procura aprimorar conhecimentos, porque sua atividade é fundamental para a empresa. 

7 - Entrar em nossa organização o assusta? - É muito mais sensato questionar quais os atrativos que levaram o profissional a se interessar por fazer parte da equipe da empresa. Quem vai responder que algo o assusta, principalmente quando se quer conquistar uma oportunidade no mercado?

8 - O que você faria para tirar nossa empresa do buraco? - Quem respondesse: "Eu daria todo o meu suor", "Trabalharia 24 horas seguidas", "Deixaria de lado todos os feriados", estaria mostrando sinais visíveis de desespero frente ao desemprego. Só atuando no dia a dia é que o profissional sabe de que forma ele pode contribuir para o crescimento corporativo. 

9 - O que o faria detestar seu futuro líder? - Ninguém em sã consciência diria algo contra o futuro gestor. Imagine se o candidato respondesse: "Não suporto o líder que desvaloriza o processo de feedback". Se a empresa não adota essa prática, certamente o profissional seria eliminado do processo, sem chance alguma de mostrar seu valor ao contratante.

10 - Se outra proposta surgisse agora, você abandonaria nossa seleção? - "Deixar essa empresa por outra? Nunca". Lógico que quem concorre a uma vaga não afirmará que deixará a empresa na primeira oportunidade que surgir.

Então, antes de fazer determinadas perguntas durante um processo seletivo, é preciso estruturar o processo e de preferência, ao lado do gestor em que o recém-contratado irá se reportar.

Fonte: http://www.rh.com.br/Portal/Recrutamento_Selecao/Dicas/6986/o-que-nao-perguntar-em-um-processo-seletivo.html