Você sabe demonstrar produtivamente seus sentimentos
de aprovação e de desaprovação?
Você tem consciência de que presta um desserviço à colega, subordinado, ao
seu chefe e à organização quando lhes sonega uma avaliação honesta sobre o
seu desempenho?
O feedback é um recurso, eficientíssimo, para o crescimento pessoal e
profissional. Diria mesmo que ninguém se desenvolve sem esse apoio.
O feedback como técnica exige competência técnica e emocional.
Essa serie de artigos que se inicia abordará aspectos comportamentais e
técnicos que lhe permitirão desenvolver competência para dar e receber
feedback.
Apresentamos a seguir os conceitos de feedback e crítica para que você os
trabalhe de forma efetiva e produtivamente junto aos seus círculos de
relacionamento. O feedback não é só um instrumento de trabalho. Pode e deve
ser utilizado nos relacionamentos familiares e sociais significativos.
FEEDBACK é um processo de ajuda mútua para mudanças de comportamento, por
meio da comunicação verbalizada ou não entre duas pessoas ou entre pessoa e
grupo, no sentido de passar informações, sem julgamento de valor, referentes
a como sua atuação afeta ou é percebida pelo outro e vice e versa.
CRÍTICA é um processo de comunicação verbalizada ou não, entre duas pessoas
ou entre pessoa e grupo com o objetivo de passar nossos valores de certo e
errado, geralmente traz consigo a intenção de acusar, julgar e condenar e,
não raro, com intensa carga emocional dos interlocutores.
O conceito é o início da aprendizagem. Sua aplicação produtiva requer algumas
circunstâncias. Sendo as principais: que exista uma relação de confiança
entre os interlocutores e que a motivação de quem oferece o feedback seja
contribuir para que ambos cresçam. Quem errou ou teve um comportamento ou
atitude que incomodou o outro tome consciência do fato e àquele que ofereceu
ganhou competência para transmitir sua percepção, seu conhecimento ou seu
desconforto.
Por que é difícil oferecer e receber Feedback
Duas dificuldades sobressaem-se: o desenvolvimento da auto percepção e a
construção da relação de confiança ou certeza nas relações.
O treinamento da auto percepção deve ser realizado por profissional com
formação especializada em coordenação de dinâmica de grupo e desenvolvimento
interpessoal. Esse treinamento requer longo período, com frequência não é
indolor, demanda coragem e disponibilidade para receber feedback que
contribua para a redução do eu cego, considerando-se a janela de Johari.
Não há saída e nem atalhos o autoconhecimento só será pleno através da
contribuição dos outros por meio de feedback. Que significa expor-se,
abrir-se, vencer alguns medos, desaprender atitudes e comportamentos
improdutivos e aprender maneiras mais saudáveis de se relacionar consigo –
através do dialogo interior - e com os outros.
À medida que desenvolvemos auto percepção, reduzimos distorções perceptivas e
enriquecemos nossa prontidão perceptiva do outro, da relação, das
circunstâncias, ganhamos em autocontrole, auto aceitação e automotivação.
A construção da relação de confiança ou da certeza na relação só será viável
se os interlocutores treinaram o desenvolvimento da auto percepção e tiverem
como objetivo contribuir para o crescimento do outro e da relação.
A postura diante do conflito que considere incluir-se como um dos
responsáveis pela solução do conflito, ter a maturidade de oferecer uma ideia
e não a ideia, habilidade para ouvir ativamente e fazer perguntas que remetam
o interlocutor a refletir sobre seus pontos de vista ou suas reivindicações,
manter-se emocionalmente equilibrado sem alterar a voz, ter empatia, postura
ganha-ganha, respeito pelo outro e por si, flexibilidade para propor e
analisar alternativas de solução, concentrar-se objetivamente na questão,
sendo oportuno, claro, específico e direto.
É fundamental que haja congruência entre o discurso e a prática. As pessoas
estão muito mais propensas a acreditarem no que lhes fazem do que, no que
lhes dizem.
Há ainda a se considerar as crenças e os valores do outro e as
circunstâncias.
Como operar eficazmente o feedback.
O líder deve reduzir suas áreas de eu cego e de eu secreto. Comunicar-se na
base da verdade-amor, que tem com fundamento o interesse no crescimento dos
interlocutores como pessoa e como profissional. Treinar e estimular seus
liderados a dar-lhe feedback, aceitando-o sem discussão ou justificativa.
Apenas,
quando necessário, colocando perguntas que contribuam para tornarem o
feedback claro, específico e utilizável. Não esqueça de agradecer.
Se a
equipe somente lhe estiver passando feedback sobre seus acertos, lembre-se
que a característica que nos distingue das divindades é o erro.
Solicite-lhes
que se manifestem em relação aos seus erros. O melhor treinamento ainda é o
exemplo. Utilize eficazmente as técnicas aqui descritas.
A seguir apresentamos alguns itens sobre os quais há concordância de grande parcela
dos estudiosos do assunto, que, se utilizados, resultarão em feedback eficaz:
1. Aplicável – É fundamental que o receptor possa utilizá-lo produtivamente;
2. Especifico – O feedback deve ater-se a questão específica;
3. Objetivo – O feedback deve ser oferecido sem rodeios;
4. Neutro – O feedback não deve trazer embutido nenhum julgamento de valor.
Isto é sem acusação, julgamento ou condenação;
5. Oportuno – O feedback deve ser o mais próximo possível da ocorrência do
fato, mas num momento e num lugar bom para os interlocutores.
6. Direto – É desastroso para o relacionamento quando oferecemos feedback
através de terceiras pessoas.
Não fosse o homem um ser eminentemente emocional, estas técnicas relevantes
resolveriam o complexo problema de todas as organizações: a comunicação
centrada em feedback.. Cabe lembrar que nem tudo que é lógico é motivacional.
Que conteúdo predomina na sua comunicação: verdade ou mentira? E qual a
motivação predominante: amor ou desamor?
Reflita sobre a relevância de adquirir a habilidade de dar e receber
feedback.
Os resultados compensarão, com sobra, qualquer esforço nesse
sentido.
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quarta-feira, 5 de dezembro de 2012
Diferença entre Feedback e Crítica
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