Por Gisela Kassoy
Já vi e participei de muitas
discussões sobre quem motiva quem e também já ouvi muitas vezes que ninguém
motiva ninguém.
Acredito que o foco pode ser
mudado. Em vez do “quem”, “o quê”. Isso mesmo. O que me motiva? O que motivaria
minha equipe, as pessoas que se reportam a mim, meus colegas?
Quero compartilhar algumas
observações sobre este tema. Ajudou muitos líderes, empresas e pessoas
interessadas na própria auto motivação. Divido as formas de motivação em quatro
grupos, conforme listei abaixo:
Estímulos concretos – Estes
são os mais óbvios: prêmios em dinheiro, participações nos lucros, presentes,
pontos que se somam como nos sistemas de milhagem, troféus, brindes. Estímulos
concretos, mesmo os de custo baixo, são bastante gratificantes e, enquanto
continuam visíveis, alimentam a auto estima de quem os recebeu. Do ponto de
vista das empresas, eles deixam claro a importância da participação, como é o
caso dos Programas de Sugestões, de Gestão do Conhecimento e Boas Práticas.
Estímulos sociais – Como dizia
o poeta inglês John Donne, nenhum homem é uma ilha. Temos necessidade de nos
sentir incluídos, amados, parte do grupo. Dependendo da pessoa, ser aprovado e
apreciado por um grupo pode ser tão ou mais importante do que um prêmio em
dinheiro. O estímulo social positivo é muito poderoso, mas o negativo também:
quantas vezes as pessoas deixam de expor suas ideias e seus pontos de vista por
receio de não serem bem vistos?
Valores – Se você valoriza a
vida em família acima de tudo, vai preferir trabalhar em uma empresa que deixa
você sair mais cedo no dia do aniversário de seu filho do que em uma na qual
nunca há horário certo de saída. Ter nossos valores atendidos é extremamente
estimulante. E nada pior do que tê-los contrariados. Aliás, nesses casos, algumas
pessoas podem até se recusar a fazer alguma tarefa, ou fazê-la mal feita,
comprometendo assim o resultado final. Às vezes, os estímulos sociais acabam
transformando nossos valores, mas podem também ser bem distintos: imagine um
adolescente cujos colegas querem cometer um pequeno furto. Por mais que seus
valores sejam diferentes dos valores de seus colegas, ele sabe que, caso se recuse
a seguir o grupo, receberá apelidos pejorativos e poderá até ser expulso da
turma, ou seja, será punido socialmente.
Prazer – Dizem que Thomas
Edson sumiu na festa de seu casamento e foi encontrado em seu laboratório,
estudando. Não há dúvidas de que ele era obcecado por resultados, mas aposto
que o estudo em si também era fascinante para ele. Também chamado de motivação
intrínseca, o prazer pode ser fruto da busca do resultado ou da própria forma
como uma tarefa é executada.
Para as empresas, o melhor dos
mundos é o alinhamento entre todas as formas de motivação. Além de abrigar
todos os estilos, a empresa estará demonstrando coerência e gerando sinergia
entre as diferentes formas de estimular as pessoas.
E você, tem sede do quê?
Procure entender o que mais o motiva e vá atrás. Você mesmo pode se dar um
presente quando realizar uma tarefa. Pode compartilhá-la com os outros, pode
fazer refletir sobre seus valores e a coerência entre eles e seus atos.
Quanto ao prazer... há sempre
uma forma de tornar seu trabalho mais agradável. Se for difícil mudar o
processo, foque nos resultados. Se eles parecerem distantes, mude o ambiente a
sua volta.
E não se esqueça: além da sua
responsabilidade profissional, você tem um compromisso consigo mesmo: ser
feliz.
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