Saiba aqui como diferenciar uma boa chance de um processo seletivo “apenas
para tapar buraco”. Atender a um telefonema de forma respeitosa e proativa pode ser muito mais importante do que você imagina.
|
Quando você menos espera toca o telefone e do outro
lado, um recrutador lhe chama para uma entrevista. Você é pego de surpresa em
uma situação que não imaginava desenvolver uma postura de alguém que já está
trabalhando. É este o ponto! Você não tem que desenvolver nada. A postura de
saber como atender a um telefonema de trabalho deve ser natural, fruto de
observação, sensibilidade, educação e experiência acumulada.
Verdade sim, que algumas das poucas coisas boas que se tem ao ficar desempregado – se é que ela existe – é poder dormir além da conta, ver TV no meio da tarde e ficar algumas horas sem fazer absolutamente nada. Pois saiba que pode ser na calmaria de uma tarde chuvosa que o telefone toca e, sem perceber, você elimina uma futura entrevista de emprego por pura falta de atenção. Na maior parte dos casos, o seu primeiro contato com a empresa vai ser por telefone, mesmo que você tenha um e-mail, afinal ninguém sabe com quê freqüência o candidato lê e-mails. Normalmente, as empresas ligam para confirmar os dados, saber se o profissional atende aos pré-requisitos da vaga e, dependendo do perfil do cargo, também pode ser feita uma entrevista com o profissional. Afinal saber se expressar oralmente é requisito básico na maior parte dos perfis profissionais. Em São Paulo e no Rio de Janeiro, este contato por telefone geralmente é muito comum. Mas nas outras regiões do Brasil, como Nordeste e Sul, esta prática não é tão conhecida, sendo que algumas pessoas chegam a ficar desconfiadas e suspeitar da idoneidade da consultoria. “Ué, como você conseguiu meu telefone?!” ou “Isso não é um trote?!”, são perguntas comuns de alguns candidatos que recebem telefonemas. Além de confirmar dados como nome, idade, formação e experiência profissional, a ligação tem como objetivo maior facilitar o trabalho de ambos, já que o candidato é logo eliminado se não atender aos requisitos da vaga. Consultores de RH asseguram que, por exemplo, se o profissional quer ganhar 2.500 reais e a empresa só pode lhe pagar 1.200 reais, isso já é definido telefone, o que poupa o desgaste desnecessário dele vir até a consultoria e ouvir que o salário que a empresa paga não interessa a ele. Em níveis hierárquicos mais altos, como gerentes, diretores e presidentes, a conversa pode alongar-se ainda mais. Nestes casos, o diálogo se transforma quase uma entrevista, podendo durar entre 20 e 30 minutos para gerentes, e até uma hora com profissionais de nível diretoria para cima. Quanto maior a experiência e o cargo, mais o profissional tem o quê falar e a consultoria precisa saber, para ter a certeza se a pessoa está ou não dentro do perfil pedido pela empresa, e assim ser chamada para uma entrevista pessoal.
Ao
receber a ligação, é fundamental que o profissional possa falar abertamente,
sem rodeios. Nunca gagueje ou vacile diante de uma pergunta, deixando uma
pausa muito grande entre a pergunta e a resposta. Mostre-se solicito o máximo
possível quando a conversa fluir para o agendamento da entrevista pessoal.
Não dê informações truncadas, pela metade ou mesmo em código. Por isso, se
você que atendeu ao telefonema estiver na empresa em ou algum lugar onde não
possa falar com tranqüilidade, a melhor coisa é explicar ao recrutador que
não pode falar no momento e combinar outro horário mais adequado.
Confira o que normalmente as empresas, consultorias e headhunters querem saber quando ligam para você pela primeira vez: 1. Dados pessoais (nome, idade, formação e experiência profissional, se tiver, outro telefone que possa entrar em contato, em geral é bom dar o número também de um celular – evite, se puder, telefone de vizinhos); 2. Nível de inglês e outros idiomas; 3. Salário e benefícios (quanto ganhou ou está ganhando no último emprego e quanto está disposto a ganhar); 4. Para profissionais em nível gerencial ou que lideram equipes, quantos subordinados ele tem ou teve no último emprego. Como se planejar antes de receber um contato telefônico da empresa? Confira as dicas dos especialistas ouvidos pelo SITE DO GRUPO LET: 1. Faça um plano de carreira e tente seguir o que foi planejado, com segurança e determinação. 2. Ouça com atenção o que for dito, mas analise cada proposta cuidadosamente antes de aceitar. Não precisa dizer sim no primeiro momento. Dependendo do caso, pedir um tempo, nem que seja muito curto, para uma resposta não é deselegante, nem vergonhoso e muito menos representa desinteresse pelo cargo. Tudo depende, na verdade, de sua entonação de voz ao telefone. Se você fizer este pedido com voz sonolenta ou tímida pode ser mal interpretado; fale em voz alta, de forma clara, sem pressa, usando poucas palavras e usando o tempo condicional “eu gostaria de pedir que...”, “será que eu poderia ter um dia para lhe dar um retorno?” etc. 3. Hoje em dia, o mercado de consultorias de recolocação e agências tem apresentado denúncias por parte dos clientes (profissionais), já que muitas empresas agem de má fé e cobram dos candidatos por participarem do processo, mesmo antes deles conseguirem o emprego. Por isso, é importante verificar a legitimidade do recrutador e da empresa contratante. Você pode - e deve - buscar informações sobre a empresa, seja na Internet, em listas de discussão e no Procon. Informação importante: Não se cobra nada de candidato que participa de processo seletivo! 4. Tenha sempre à mão um currículo atualizado, pronto para ser enviado. 5. Se a conversa não interessar, descarte logo a oferta e encerre o contato. Se quiser, ofereça-se para indicar outra pessoa para o cargo. 6. Não se faça de difícil. Aceite encontros, retorne ligações e e-mails. Coopere. 7. Seja o mais franco possível. Sempre. Não omita seu nível de inglês ou aumente sua remuneração atual, porque esses e todos os outros dados podem ser verificados mais tarde, e aí pode ficar feio pra você. 8. Dê nomes e telefones de suas referências. Isto mostrará que você nada tem a esconder. 9. Você até pode usar uma oferta para conseguir aumento no emprego em que está. Mas cuidado: a estratégia pode ir por água abaixo se você estiver apresentando um baixo rendimento ou mesmo se a empresa estiver em um período de redução de custos: seu atual empregador pode ver a proposta como um pedido de demissão. Como não atender a um telefonema – se você fizer desta forma, certamente irá “queimar o seu filme”: 1. “Eu mandei currículo para vocês?! Não me lembro, para quê vaga é mesmo?!” 2. “Fala aí!” 3. “Olha, eu estou com pressa, to de saída, mas pode falar” 4. “Me liga amanhã que combinamos tudo” 5. “Quanto é para ganhar de salário?” (como primeira ou segunda pergunta) Se por acaso, mesmo você “fazendo tudo certinho”, o papo pelo telefone não der certo e a proposta não se concretizar, não desanime. Estatísticas mostram que, de cada 200 pessoas consultadas para uma vaga por um headhunter, talvez 20%, ou 50 candidatos, passem pelo primeiro crivo, que cinco serão finalistas, e que apenas um terá o emprego.
Não encare uma rejeição como uma
questão pessoal: o processo de busca objetiva um profissional perfeito para
aquele cargo, e se você não foi escolhido, certamente foi bom ter acontecido,
porque a vaga não era mesmo feita para você.
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário