"Não
caminhe atrás de mim; eu posso não liderar.
Não caminhe na minha frente; eu posso não seguir.
Simplesmente caminhe ao meu lado e seja meu amigo."
(Albert Camus)
Simplesmente caminhe ao meu lado e seja meu amigo."
(Albert Camus)
Robert Cooper é um especialista em inteligência emocional e neurociência
da liderança, autor da interessante obra “Get out of your own way” (“Caia
fora de seu próprio caminho”, em tradução livre) na qual ele apresenta cinco chaves para exceder expectativas às quais acrescentei outras duas, totalizando
sete aspectos essenciais no processo de liderança.
Vamos a eles:
Chave 1 – Lidere pelo exemplo
Uma meta é resultado de inteligência integrada aplicada. Suas decisões devem
decorrer da união de três cérebros localizados na cabeça, no coração e nas
vísceras. Liderar só com a cabeça limita a criatividade. Você deve ouvir seu
coração, mas também dar atenção ao seu feeling – aquele frio
na barriga que sentimos por ocasião de algumas ações.
Chave 2 – Administre a direção, não o movimento
As estatísticas das revistas que relacionam anualmente as maiores empresas
globais comprovam que a inovação aplicada gera lucro. Tanto que as companhias
mais inovadoras conseguem auferir ganhos superiores a cada novo exercício.
A ciência para ativar a inovação não está no autocontrole, através do qual a
motivação torna-se efêmera e o comprometimento se esvai diante da agitação ou
do estresse. O êxito está na autorregulação, vinculando metas ao melhor
resultado emocional.
Um ótimo mecanismo de liderança consiste em comprimir o tempo destinado a uma
determinada tarefa ou meta. Assim, selecione metas programadas para o período
de um ano, por exemplo, e estude como realizá-las em apenas um semestre, um
trimestre ou mesmo um único mês.
Lembre-se de que o cérebro adora jogar com a segurança. Por isso é tão
confortável falar em metas para cinco, dez ou mais anos, pois nada será feito
de imediato. Desafie-se! Torne possível o que, à primeira vista, possa parecer
impossível.
Chave 3 – Administre a concentração, não apenas o tempo
A neurociência confirma que somos maus administradores de nosso tempo e com
forte tendência a perder o foco.
Algumas provocações para sua reflexão:
- Em suas reuniões regulares, como você poderia
reduzir em 50% ou mais o tempo gasto, mantendo ou melhorando os
resultados?
- Suas reuniões são agendadas para o início do
expediente, por volta das 9 horas, ou logo após o almoço, às 14 horas,
prolongando-se por todo aquele meio turno de trabalho? O que aconteceria
se você iniciasse os encontros às 11 horas ou às 17 horas?
- Quanto tempo você desperdiça diariamente em
decorrência de interrupções, distrações, desorganização ou falta de
planejamento?
- Estabeleça uma hora por dia sem interrupções
para você e neste intervalo trabalhe concentradamente em três objetivos
específicos, reservando 20 minutos para cada um deles;
- Um feedback é
importante, mas ele atua sobre um evento passado, aprisionando o cérebro e
colocando-o na defensiva. Trabalhe com feedforward, ou seja,
um impulso emocional positivo para influenciar e mudar de agora em diante.
Chave 4 – Administre a energia, não o esforço
Faça pausas estratégicas de apenas 30 segundos a cada meia hora, e pausas
essenciais de dois a cinco minutos no meio da manhã e à tarde para aumentar sua
energia e concentração.
Você pode fazê-lo realinhando sua postura, respirando profundamente, bebendo
água gelada, movimentando-se em direção a uma luz mais forte, entrando em
contato com paisagens naturais, situações bem humoradas e expondo-se a mudanças
visuais ou mentais. Estas ações podem garantir um incremento de até 50% no seu
nível de energia, elevando a produtividade em até 10%. Seja rápido sem se
apressar. Mantenha a flexibilidade.
Além disso, administre a transição de seu ambiente profissional para o familiar.
Assim, ao chegar em casa, estabeleça uma zona intermediária de até 15 minutos,
período no qual deverá apenas cumprimentar carinhosamente seus familiares com
no máximo 25 palavras. Procure desacelerar. Tome um banho, troque suas roupas,
beba algo. Está comprovado que situações de conflito e argumentos prejudiciais
começam ou se intensificam nos primeiros minutos após o regresso ao lar.
Chave 5 – Administre o impacto, não as intenções
O objetivo é reduzir o tempo pela metade e dobrar os resultados. Para
monitorar, faça medições semanais – elas aumentam significativamente a
iniciativa e a responsabilidade pessoais no cumprimento das metas
estabelecidas.
Procure avaliar como andam os níveis de energia e concentração da equipe.
Observe as economias de tempo e reduções de custo possíveis, onde foram obtidas
e qual sua magnitude. Acompanhe a evolução da eficácia da equipe e o
redirecionamento das metas com base no critério da prioridade.
Chave 6 – Compartilhe o propósito
Além das metas é imprescindível compartilhar missão, visão e valores com toda a
equipe. As pessoas necessitam de um senso de finalidade para seu trabalho,
compreendendo sua real contribuição para a organização.
Contudo, o fato é que muitos sequer sabem qual o produto ou serviço que oferecem
ao mercado, quem são seus concorrentes, o que o consumidor espera da corporação
e qual a posição estratégica que esta espera ocupar no mercado.
Chave 7 – Lidere com base nas três óticas
Há um objetivo fundamental de caráter corporativo. Independentemente de se
tratar de uma empresa pública ou privada, os esforços de todos os profissionais
devem estar a serviço de um resultado positivo capaz de apoiar, sustentar e
conferir reconhecimento à organização.
Porém, para alcançar este resultado, o líder deve centrar foco na equipe, pois
é o trabalho conjunto e multidisciplinar o instrumento catalizador do alto
desempenho. Um líder deve questionar sua equipe sobre seu aprendizado buscando
contribuição e não julgamento.
Mas equipes são formadas por pessoas e este é o último e essencial ponto de
vista: o elemento humano. O desafio é conhecer, compreender e auxiliar cada
colaborador a alcançar seus objetivos pessoais, enxergando-os como projetos de
vida individuais.
Todos os dias os melhores líderes desistem de tudo o que conquistaram para se
reinventar na busca pela excelência.
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