Aprenda a conciliar os dois itens para melhorar sua qualidade de vida e
não prejudicar seu desempenho profissional
Por Renata Silva
Horários apertados, rotinas desgastantes, falta de tempo para comer. É
nesse contexto em que não há um horário fixo para exercer as funções que um
hábito prejudicial à saúde e à vitalidade do profissional já se tornou
corriqueiro. Pular refeições ou substituí-las por fast-foods, em
alguns casos, mata a fome, mas não proporciona os nutrientes necessários.
Então, uma dúvida frequente daqueles que querem se alimentar corretamente é:
Como conciliar boa alimentação, tempo e trabalho na rotina empresarial?
Para explicar como adequar o hábito de se alimentar corretamente num curto
espaço de tempo dentro da rotina empresarial, a médica especializada em
endocrinologia e nutrologia e mestre em medicina na área de Nutrição e Diabetes
pela USP, Ellen Simone Paiva, explica que “o profissional deve reivindicar
horários de alimentação como faz com salários e carga horária. De uma maneira
geral, as pessoas não reclamam das reuniões marcadas para o horário de almoço e
isso impossibilita não somente um dia de bem estar, mas a capacidade laborativa
das pessoas. Não há mal nenhum em se trabalhar muito, mas é impossível
manter-se bem fazendo jejuns prolongados ou, sua consequência natural, passar o
dia beliscando pequenas guloseimas”.
O profissional deve ter na manga um “plano B” para manter o organismo em
forma. Segundo Ellen, o primeiro passo a ser tomado é se alimentar antes de
sair de casa, pois o café da manhã é a refeição mais importante do dia. A
atitude de se comer antes de ir trabalhar já garante a quebra do jejum noturno
com alimentos que podem ser bem selecionados e que respeitem as preferências de
cada um. Além disso, ela aconselha que as pessoas levem dois pequenos lanches para
o trabalho, que podem reduzir os jejuns prolongados entre as refeições.
Seguem abaixo alguns conselhos importantes para manter uma alimentação
balanceada e com os nutrientes necessários para a rotina empresarial:
- O fracionamento das refeições garante normalidade metabólica e fome
normal.
- Comemos melhor e somos mais seletivos quando evitamos ultrapassar de
3 a 4 horas sem comer.
- Os lanches intermediários podem ser frutas, iogurtes, barras de
cereal e até pequenos sanduíches feitos de pão de forma integral.
- Já o almoço, idealmente, deveria constar de refeição balanceada em
restaurantes que podem ser por quilo ou a la carte.
- Substituir o almoço por lanches pode ser uma saída para ocasiões
especiais, mas não a regra.
- O cardápio deve ser balanceado e variado.
- Os intervalos, quando ocorrem, devem ser utilizados para se fazer
pequenos lanches como já descrito anteriormente.
- Em empresas com máquinas de café, chocolate quente ou capuchino,
evite tomar mais que duas unidades em cada período do dia, mesmo que se
utilize adoçantes.
Ellen alerta ainda que “deve-se evitar o jejum prolongado, geralmente
seguido por grandes ingestões de alimentos. Os dois extremos podem comprometer
a capacidade laborativa, uma vez que longos períodos de jejum podem ocasionar
quadros de hipoglicemia e as refeições volumosas podem resultar em dificuldades
digestivas, ambos comprometem o raciocínio e o bom desempenho profissional das
pessoas”.
É certo que a cafeína, quando bem utilizada, não faz mal a ninguém. Um cafezinho
no meio da manhã e outro no meio da tarde pode melhorar muito o estado de
atenção e a disposição durante o dia de trabalho. Entretanto, quando a ingestão
de café é exagerada, pode haver excitabilidade do sistema nervoso e até a
dependência da cafeína, com quadros de dores de cabeça que podem ocorrer devido
à privação da substância.