Especialistas
ensinam dez atitudes importantes para quem busca sucesso profissional
Ter
sucesso na profissão é o desejo de todas as pessoas que trabalham. Porém, é
comum que uns poucos acabem se destacando mais do que outros, embora na mesma
equipe existam pessoas tão ou mais esforçadas, que às vezes se ressentem de não
terem o reconhecimento que acreditam merecer. Os altos cargos são para poucos.
Para chegar lá, experiência e boa formação são características essenciais, mas
não suficientes.
A receita
para se tornar um profissional em ascensão leva ingredientes que fazem muita
diferença em nossa trajetória quando adicionados ao dia a dia.
O UOL
Comportamento conversou com alguns especialistas que apontaram quais
são os mandamentos que devem ser seguidos quando se trata de ter êxito na
carreira. Confira:
1. Tenha
um plano para sua vida profissional
Faça a
diferenciação entre o trabalho que desempenha e sua carreira. “Ambos estão
conectados, mas pensar na carreira é ir além da empresa em que está”, diz
Marcello Cuellar, headhunter e gerente executivo da Michael
Page, empresa de consultoria especializada em recrutar profissionais no
mercado.
No
corre-corre para resolver os problemas que pedem solução imediata, é fácil nos
esquecermos de nossos propósitos. “Estabeleça aonde você quer chegar com um
projeto de ações claro. Depois, coloque-se de maneira tranquila junto à chefia
e vá monitorando o retorno dessas conversas com os superiores para ver se seu
projeto está caminhando”, orienta Anna Zaharov, que trabalha como coach,
ou seja, um treinador para profissionais de vários níveis nas empresas.
Anna
acrescenta que a carreira do funcionário é responsabilidade dele e não da
chefia, que tem muitas outras cobranças para dar atenção. Para Marcelo Cuellar,
“as pessoas não fazem planejamento do que desejam em suas profissões e é
imprescindível ter um objetivo, nem que no meio do caminho você mude a
direção”.
2. Imponha-se prazos para conquistas na carreira
Definir o tempo que vai levar para chegar a um determinado ponto na
profissão é imprescindível para nos dar o sentido de comprometimento com nosso
progresso na carreira. “Esse detalhamento de ações com prazos a serem cumpridos
faz toda a diferença.
Tenha um projeto bem definido, não só de como quer estar no futuro, mas
também de quando quer estar. É um estímulo para priorizarmos esse setor de
nossas vidas e nos concentrarmos em um objetivo.
Claro que, às vezes, acontecem imprevistos e pode levar mais tempo. Mas
deve-se ter uma nova data, de preferência com mês e ano”, conta Anna Zaharov.
3. Cultive uma relação positiva com a chefia
Entre outras atribuições, chefes precisam cobrar, criticar e exigir. E
quem quer ter sucesso em uma empresa precisa entender isso e construir uma
relação positiva com os superiores. “É importante cultivar a confiança da
chefia.
Chamo isso de alinhamento: quando as pessoas se unem por um objetivo por
meio da contribuição de todas as partes e consenso para se chegar ao melhor
resultado", diz Anna Zaharov. A coach diz ainda que
também é necessário aprender a pedir o retorno do chefe sobre o desempenho do
colaborador e saber aproveitar a avaliação. "Se o retorno vier de forma
grossa ou mal educada, o subordinado não deve levar para o lado pessoal e
resguardar-se emocionalmente", avisa
4. Evite o papel de vítima
Ver novamente aquela promoção escapar por entre os dedos e ser dada ao colega
que nem é tão capaz assim pode mexer com a autoestima de qualquer um. Mas,
ainda assim, é melhor evitar o papel de vítima. “Cansei de ouvir coisas como
‘meu chefe não vai com minha cara’ ou ‘essa empresa é uma porcaria’.
A vítima não assume as decisões e posturas que toma e sempre coloca a
responsabilidade pelas coisas ruins em cima de alguém ou de uma circunstância.
Se você percebeu que as situações ruins se repetem e não mudam, quem tem de
mudar de alguma forma é você”, conta Anna Zaharov.
5. Perceba quando é hora de mudar de função ou empresa
Se depois de algum tempo, as coisas não caminharem na direção do
planejamento feito pelo profissional para sua carreira, talvez seja hora de
procurar outro departamento ou função, caso queira permanecer na companhia. Mas
para fazer isso, é necessário o respaldo do chefe atual. "Não se ofereça
sem antes falar com ele, pois há o risco de se queimar”, diz Anna
Zaharov.
Outra alternativa é procurar outro emprego no mercado estando colocado.
Quem pede demissão e fica em casa perde a autoestima em um mês. Além disso, é
preciso ter uma muita energia para fazer entrevistas. "E, hoje em dia, com
três meses fora do mercado você está desatualizado”, diz Anna.
Em se tratando de mudança de companhia, a melhor hora é quando
estamos felizes. Renato Bagnolesi, sócio da Robert Wong Consultoria Executiva,
empresa de recrutamento, explica que é quando estamos bem empregados que nosso
poder de barganha é maior. "Você não vai se deixar seduzir por uma oferta
qualquer", diz.
6. Rede contatos profissionais tem de ser cultivada sempre
Todos sabem da importância de se ter uma boa rede de contatos
profissionais para conseguir boa colocação no mercado. Porém, é muito comum
descuidar-se dela quando se está em um momento positivo na carreira.
Muitos só recorrem a esse instrumento quando estão sem emprego ou querem
mudar de empresa rapidamente. “O resultado é que dificilmente se consegue algo
de uma relação que não foi construída ao longo do tempo. Isso tem de ser
alimentado com trocas de informações constantes e de interesse mútuo”, diz a coach Anna Zaharov.
7. O ambiente deve permitir que seu talento flua naturalmente
De nada adianta o profissional ter muita capacidade e dons, mas
trabalhar em uma companhia cujos valores não estão de acordo com os dele.
Renato Bagnolesi argumenta que talento depende de contexto, e que o funcionário
precisa se sentir encaixado e em concordância com o ambiente da empresa, com
capacidade de respeitar sua cultura. Bagnolesi define a cultura da empresa como
uma espécie de cola que une todas as pessoas que trabalham ali. "É preciso
aderir naturalmente, caso contrário o colaborador será excluído”, diz.
O recrutador cita como exemplo o caso de pessoas muito criativas e
cheias de iniciativa que entram em empresas muito hierarquizadas, onde é
preciso pedir autorização para tudo. "Ele pode virar um funcionário
medíocre”, diz. Ele recomenda que as pessoas investiguem para saber o máximo
sobre as companhias em que vão trabalhar antes de assinarem o contrato de
trabalho.
8. Especialistas devem aprender com generalistas e vice-versa
Essa é uma dúvida comum principalmente de quem sai da faculdade:
tornar-se especialista e referência em determinado assunto ou abrir-se ao
conhecimento em várias áreas? Segundo a coach Anna Zaharov,
o mercado quer pessoas que tenham conhecimento profundo. Assim, é importante
ter uma marca registrada, se destacar em algo, cultivar um talento que seja
único e isso inclui habilidades pessoais como liderança e jeito de se
relacionar com as pessoas.
Mas todo profissional precisa ter a visão do todo, do processo no qual
está inserido. Aqueles que se especializam em algo, tornam-se referência e se
destacam, mas correm mais riscos porque algumas funções desparecem do dia para
a noite. Um exemplo são aqueles especialistas que trabalhavam com filmes
fotográficos.
Oheadhunter Marcelo Cuellar aconselho aos especialistas que
conheçam um pouco mais sobre outros assuntos relacionados à área de atuação, e
aos generalistas que se aprofundem em algo de que gostem mais. "Ser um
pouco dos dois é o melhor hoje em dia”, diz.
9. Mais do que gostar, ame aquilo que faz
A regra número um dos profissionais bem sucedidos pode parecer óbvia.
Mas é fato que muitos profissionais não sentem o menor prazer em exercer seu
trabalho. Ir para a empresa pode se tornar uma tortura para funcionários de
qualquer nível e esse desgosto, em algum momento, vai ser identificado por
subordinados e chefia. “A melhor profissão é aquela que você exerceria até de
graça", afirma Marcelo Cuellar.
Se a pessoa se sentir assim ou, pelo menos, já souber a função que lhe
trará esse nível de realização, com certeza vai ser bem-sucedida. "Não
importa que você seja um músico, executivo ou artista de circo. Se você gostar
muito do que faz, vai ter sucesso”, diz Cuellar.
10. Pense bem antes de fazer um curso
Apenas atuar em uma profissão de que se gosta não é o suficiente para
transformar alguém em uma estrela na sua área de atuação. Marcelo Cuellar dá
como exemplo o bem-sucedido Eike Batista. "É rico e parece que sempre
consegue o que quer; mas para chegar lá estudou muito, entende de engenharia,
de mineração, morou um bom tempo na Amazônia", analisa. Cuellar quer dizer
que para ser o melhor no que se faz, é importante se dedicar”.
Portanto, cursos de especialização e de línguas são importantes, mas
fique atento à escolha. “Vale mais a pena se tornar fluente na língua do país
onde fica a matriz da empresa do que fazer um MBA”, diz Anna Zaharov.
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