Não são raros os casos de profissionais que investem
quase que a vida toda na aquisição de novos títulos que teoricamente ajudariam
a alavancar a ascensão na carreira. No entanto, o que se percebe é que todo o
esforço parece ter sido em vão e outros colegas de trabalho, que não possuem
tantas especializações até já receberam propostas para gerenciar equipes na
própria empresa e convites até mesmo da concorrência. Mas, o que ocorre? A
resposta pode estar não no campo técnico, mas na área comportamental do
indivíduo. Selecionei algumas atitudes que podem prejudicar a carreira de
muitas pessoas, que sem perceberem comprometem o próprio futuro profissional no
dia a dia da empresa em que atuam.
1 - Quando se deparam com o fato de passarem por um processo de avaliação de desempenho, muitos profissionais sentem-se ofendidos e não veem nessa ferramenta, a possibilidade de receber um feedback tanto dos seus pontos fortes quanto daqueles que precisam ser trabalhados. Resultado: deixam uma rica oportunidade de desenvolvimento passar por suas mãos ou, pior ainda, imaginam que a sua avaliação é apenas uma desculpa para que ele seja desligado da organização.
2 - "Eu falei e ponto final". Quantas
pessoas, nesse exato momento, proferem essa frase sem pensar no efeito que elas
trarão às suas carreiras? Hoje, a competência comportamental de se mostrar
aberto ao diálogo com os demais colegas de trabalho, não importa a função que
se exerça, é considerada um diferencial significativo para um mercado altamente
competitivo. Se alguém não está disposto a escutar os demais que estão ao seu
lado, reduz significativamente as chances de também ser ouvido por outros.
Isso, por sua vez, cria um isolamento, uma espécie de quarentena que envolve a
pessoa e a deixa alheia ao que acontece ao seu redor.
3 - "O quê? Agora que você conseguiu entender
esse procedimento? Eu já sei como tudo funciona e os outros sempre devem me
procurar, porque estou certo nas minhas decisões e não erro nunca".
Infelizmente, ainda há profissionais que carregam consigo essa mentalidade e
arrogância de serem os melhores. Ninguém é suficientemente
"intocável" e detentor de todo conhecimento, mesmo que já atue em uma
função por anos.
4 - Para quem apresenta um comportamento como o
citado acima, é sinal de que dificilmente essa pessoa estará apta para o
desenvolvimento e quando isso ocorre, é porque o "sinal vermelho" foi
dado faz tempo. Sair da zona de conforto, não representa valor algum para esse
tipo de profissional. Afinal é mais cômodo ficar onde está, porque dá menos
trabalho e "em time que ganha, não se mexe". Quantos profissionais já
amargaram os resultados dessa "premissa" ultrapassada?
5 - O novo sempre gera receio para qualquer
indivíduo, isso é muito mais comum do que se imagina. Quem, por acaso, gostaria
de pular um muro alto sem saber o que o aguarda do outro lado? Uma pessoa de
bom senso, no mínimo, tentaria dar uma "olhadinha básica" para não se
dar mal. Diante de tanta velocidade no universo globalizado, não dá para ficar
parado e esperar que isso passe despercebido e sem consequências para o futuro
de uma carreira. Dizer não às mudanças é o mesmo que pisar em um campo cheio de
pregos, com os olhos vendados.
6 - "O conhecimento que adquiri é apenas meu
e não vou compartilhá-lo com quem quer que seja". Imagine uma pessoa que
se acha detentor do conhecimento e que em momento algum passa pela mente que um
dia precisará consultar ou pedir ajuda a algum dos seus pares. Existe uma
significativa probabilidade de que esse profissional não consiga apoio dos
colegas, uma vez que ele "sabe de tudo".
7 - Se uma equipe alcança êxito em uma atividade,
há quem possa querer ganhar os "louros" apenas para si, pois sem sua
presença logicamente os resultados não teriam sido alcançados. Todos que formam
uma equipe contribuem de alguma forma para a obtenção do êxito. Acreditar que
tudo funciona ao seu redor, é característica explícita de uma pessoa
egocêntrica e que devido ao seu autoestrelismo, acaba por apagar o próprio
brilho. Lembre-se: o espírito de equipe é uma das competências comportamentais mais
valorizadas por empresas competitivas e que oferecem ótimas chances de
ascensão.
8 - Não existe problema algum em querer galgar
degraus mais altos no campo organizacional. No entanto, há pessoas que
extrapolam os limites do bom senso e acreditam que "pisando nos
colegas", o sucesso chegará mais fácil. É bom lembrar que todos os dias,
as atitudes fazem a nossa marca não apenas junto ao colega que senta ao nosso
lado, mas também a toda empresa. E como a facilidade de troca de informações, a
imagem do profissional propaga-se mesmo que ele próprio pense que determinados
fatos ficarão restritos a quatro paredes. Hoje o network, as redes de
relacionamento também costumam ser fontes de pesquisas para saber qual a
reputação que o profissional construiu no mercado.
9 - "Todos querem tomar meu lugar e não posso
confiar nem na moça que serve o cafezinho". Quando um profissional chega a
esse estágio, existem três alternativas: ou ele procura uma nova colocação no
mercado; torna-se foco de conflitos que comprometem o clima organizacional ou,
ainda, é um candidato a ter um enfarto ou a provocar um ataque cardíaco no
colega ao lado. Caso a pessoa sinta-se perseguida no ambiente de trabalho, é
preciso que tenha a atitude de conversar com seu gestor ou o final pode gerar sérios
problemas tanto individuais quanto para a coletividade.
10 - "Não sei de deveria contar, mas fiquei
sabendo de uma novidade!!!". Há pessoas que além de estimularem a
circulação de boatos dentro da equipe, não perde a oportunidade de acrescentar
uma exagerada dose de dramaticidade. Quem usa o seu tempo para
"observar" o colega, esquece que os ponteiros do relógio não param e
que a sua própria vida também passa rapidamente e com ela, boas oportunidades
que não mais baterão à porta.
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