Esta pergunta consta de um livro escrito por Peter Drucker
há mais de 30 anos. Sem dúvida, trata-se de um intelectual que sempre oferecer
idéias e questionamentos importantíssimos aos profissionais interessados em
melhor contribuir para a eficacia das suas organizações.
Parece não existir dúvidas que a pergunta de Peter
Drucker está, hoje mais do que nunca, sendo levada a sério por
organizações sérias e orientadas para se adaptarem às novas
exigências e realidades do mercado de trabalho.
O fato é que as organizações, tanto públicas como
privadas, só poderão realmente contribuir para o desenvolvimento da sociedade,
com a criação de novas oportunidades de trabalho, aumento da riqueza e
diminuição da terrível miséria, se estiverem genuinamente interessadas e
preocupadas em valorizar e reconhecer as efetivas contribuições individuais dos
colaboradores para os seus objetivos finais.
Uma das formas de reconhecimento é, sem a menor dúvida,
a implantação de sistemas de remuneração variável.
Em outras palavras: nenhuma organização continuará
remunerando seus colaboradores sem que conheça, especificamente, qual é a
contribuição efetiva que cada um de seus colaboradores está fazendo para os
seus resultados.
A mesma questão de outro ângulo: nenhum colaborador
poderá ficar liberado da responsabilidade de comprovar o seu valor para a
organização.
Você não agiria dessa maneira, se o dinheiro fosse seu?
Em conseqüência, as Empresas já começam a adotar
sistema de remuneração variável, em função dos resultados alcançados
individualmente e em equipe. Com isso, o salário fixo deverá ter nos próximos 3
anos uma diminuição real no seu valor, passando o pagamento da parte variável a
ter maior peso na remuneração dos colaboradores.
Além disso, quer me parecer que a tendência é a de se
negociar a remuneração anual e não mensal, em função dos resultados financeiros
ocorridos no ano.
Dessa maneira, TODOS, sem exceção, irão justificar o
valor que o seu trabalho agrega para os objetivos da Empresa.
E como ficam os profissionais de Recursos Humanos neste
novo cenário onde ninguém terá mais condições de fazer coisas que não tenham
retorno efetivo para os clientes, comunidade, acionistas ou colaboradores?
Como estes profissionais irão comprovar que contribuem
para os objetivos da empresa?
Não mais poderão continuar afirmando que o seu trabalho
não pode ser avaliado de forma objetiva. Afinal das contas os profissionais de
RH também são colaboradores, ecolaboradores significa trabalhar na
mesma obra.
E qual é a OBRA de sua organização? De que
maneira a OBRA de sua organização poderá crescer e se desenvolver?
Defendo, há pelo menos 2 anos, a tese de que RH precisa
reformular totalmente sua forma de pensar e agir, reorientando as ações no
sentido de se transformar em centro de Resultados, ou seja, de Lucros.
Em razão disso, não são poucas as críticas que tenho
recebido. No entanto, os argumentos contrários situam-se, no meu entendimento,
na palavra lucro, considerada por muitos
como ofensa ou heresia aos princípios humanistas.
Alguns afirmam que o trabalho junto à pessoas tem um
significado mais nobre do que a simples busca de lucratividade. Não discordo
deste argumento.
No entanto, a verdade é que organizações não lucrativas
não poderão oferecer condições dignas para seus colaboradores. Respeitar
clientes, buscar superar suas expectativas, estar sempre querendo alcançar
níveis de mais alta qualidade, somente será possível se a Empresa não tiver
prejuízos em suas operações. Somente as empresas lucrativas poderão gerar mais
empregos, diversificar suas atividades e contribuir para a dignidade das
pessoas na vida em sociedade.
Temos exemplos, aqui mesmo no Brasil, de Empresas
Públicas que passaram a maior parte de sua existência no vermelho e
que agora começam a mudar a maneira de agir, pois os recursos financeiros são
cada vez mais limitados.
Além disso não podemos esquecer que vivemos em um
regime democrático, onde a sociedade civil está mais organizada, não mais
permitindo, ou pelo menos dificultando, que fatos que lesem o interesse público
sejam totalmente escondidos, como acontecia num passado recente.
Sobre a questão LUCRO, permito-me transcrever uma
importante colocação feita por James C. Collins e Jerry I. Porras, em seu
livro Feitas para Durar.
Na página 90 consta:
"A Lucratividade é uma condição necessária para a
existência e um meio para atingir objetivos mais importantes, mas não é o
objetivo em si para muitas das empresas visionárias.
Os lucros são o oxigênio, a comida, a água e o sangue
para o corpo; eles não são o sentido da vida, mas sem eles não há vida".
Perfeito !!!
É tão somente isto que gostaria que os profissionais de
RH assimilassem e colocassem em prática. Sem oxigênio, comida e água, não
há vida.
Sem contribuir efetivamente para os objetivos,
resultados e lucro, não poderemos justificar o salário que nos é pago e também
não poderemos ter uma organização competitiva, orientada para os clientes,
qualidade e colaboradores.
Seja qual for o futuro, estou convicto de que a Função
de Recursos Humanos para poder sustentar na prática a crença de que a
vantagem competitiva das organizações estará baseada no desenvolvimento e
crescimento das pessoas dentro delas. É ESSENCIAL QUE CONTRIBUA PARA QUE
SEJAM LUCRATIVAS.
Caso contrário, a existência de RH não tem mais sentido
nas organizações modernas.
Finalizando: Deixar de recompensar os resultados
individuais e grupais de seus colaboradores que agreguem valor, significará
recompensar o fracasso. E isto vale também para a área de RH.
Nenhum comentário:
Postar um comentário